PPCBIOL - Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas

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    Avaliação da influência do inóculo em açaí (Euterpe oleracea) na infecção oral pelo Trypanosoma cruzi em camundongos BALB/c.
    (2024) Marques, Flávia de Souza; Vieira, Paula Melo de Abreu; Borges, William de Castro; Vieira, Paula Melo de Abreu; Borges, William de Castro; Lima, Wanderson Geraldo; Amaral, Joana Ferreira do; Souza, Daniel Menezes; Toledo, Max Jean de Ornelas
    Por muito tempo, o principal mecanismo de transmissão da doença de Chagas foi o vetorial. Entretanto, após uma série de medidas de controle ao principal vetor, Triatoma infestans, ocorreu um decréscimo na transmissão vetorial no Brasil. Nesse cenário, a infecção por via oral se tornou o principal mecanismo de transmissão da doença de Chagas no Brasil. Essa via de infecção é caracterizada pela ingestão de alimentos ou bebidas contaminados com asformas metacíclicas (TM) do Trypanosoma cruzi, sendo o açaí (Euterpe oleracea) o principal alimento envolvido. A alta capacidade antioxidante da pasta de açaí, com alto teor de polifenóis, especialmente antocianinas, já foi confirmada em vários estudos, entretanto existem poucos trabalhos na literatura que abordam a via oral, e complementarmente, a participação do açaí na interação parasito/hospedeiro. Nesse sentido, um estudo sobre a influência do açaí, frente a infecção por via oral possibilitará a compreensão de como o alimento no qual o parasito é inserido no organismo interfere na interação entre T. cruzi/hospedeiro. Baseado nisso, o objetivo desse trabalho foi avaliar a influência do inóculo em açaí na infecção experimental pelo T. cruzi. Para cumprir com esse objetivo, camundongos BALB/c foram divididos em três grupos experimentais, o grupo Controle (animais não infectados) e os grupos de animais infectados por via oral com formas TM da cepa Y (DTU II) do T. cruzi adicionadas ao meio RPMI ou ao açaí. Os animais inoculados com os parasitos em meio RPMI apresentaram 83% de sobrevida, enquanto essa porcentagem no grupo inoculado com parasitos em açaí foi de 98%. Apesar do grupo Açaí apresentar período pré- patente de parasitemia mais longo, as curvas de parasitemia dos animais infectados foram semelhantes. A quantificação da carga parasitária tecidual mostrou um aumento do parasitismo na bochecha no grupo RPMI em relação ao grupo Açaí no 14o DAI (dias após a infecção). Já no estômago esse aumento foi observado precocemente no 5o DAI. Entretanto, no coração observou-se um perfil inverso, onde houve um aumento da carga no grupo Açaí no 7o DAI em relação ao grupo RPMI. Já no 14o DAI ocorre uma inversão. A avaliação do processo inflamatório mostrou que tanto no músculo próximo a bochecha, quanto no estômago há presença de processo inflamatório nos dias 2 e 5 após a infecção para ambos os grupos infectados. No 14o DAI esse aumento foi observado apenas na bochecha para animais infectados em meio RPMI. No coração apesar de não ter sido observado processo inflamatório, foram encontrados ninhos de amastigota no 14o DAI no grupo RPMI. A quantificação de citocinas no músculo próximo a bochecha mostrou que ocorre uma maior produção da citocina pró-inflamatória TNF aos 14 dias após a infecção no grupo RPMI em relação ao grupo Açaí. Já no estômago, a avaliação das citocinas mostrou que nos animais infectados com Açaí há uma menor produção de citocinas pró-inflamatórias e imunoreguladoras. A avaliação proteômica do estômago revelou 110 proteínas diferencialmente abundantes nos três grupos experimentais. Destas, 24 proteínas encontraram- se aumentadas no grupo Açaí e diminuídas no grupo RPMI em relação ao grupo Controle. Estas proteínas estão envolvidas no controle do processo inflamatório e na manutenção da integridade da barreira epitelial. Já os grupos infectados partilharam 17 proteínas com aumento da abundância em relação ao grupo Controle, entre as quais se destacam proteínas relacionadas à invasão celular e integridade da mucosa gástrica. Esses resultados sugerem que a infecção oral por ingestão de formas metacíclicas em meio RPMI, além de promover uma parasitemia mais precoce, foi responsável pelo estabelecimento da infecção no estômago no 5o DAI. Já no grupo Açaí, a infecção ocorre de forma maissilenciosa, com parasitemia mais tardia e estabelecimento da infecção apenas no 14o DAI. Este fato pode estar relacionado à uma menor produção de citocinas pró-inflamatórias nos animais infectados com o Açaí, além do aumento de proteínas que dificultam a invasão celular pelo T. cruzi.
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    Aplicação de farmacometria na análise sequencial da farmacocinética pré-clínica do Benznidazol em modelo murino.
    (2023) Mendes, Thaís Fernanda Rodrigues Bastos; Carneiro, Cláudia Martins; Bandeira, Lorena Cera; Carneiro, Claudia Martins; Romero, Israel Molina; Jeremias, Wander de Jesus; Bandeira, Lorena Cera
    A doença de Chagas foi descoberta há mais de cem anos e ainda é um problema de saúde pública mundial, já que o potencial terapêutico do Nifurtimox (NFX) e Benznidazol (BNZ), únicos medicamentos usados para o tratamento da doença ainda é muito limitado. O foco deste trabalho é o BNZ, único fármaco utilizado no Brasil. Além dos diversos efeitos colaterais e limitações, a complexidade da doença torna a eficácia terapêutica do BNZ bastante variável. Ainda que existam estudos farmacocinéticos pré-clínicos, eles são escassos ou insuficientes para responder a tantos questionamentos para elucidar os problemas relacionados ao BNZ. Por isso, o presente trabalho teve como objetivo realizar uma análise sequencial da farmacocinética pré-clínica do benznidazol no baço, pulmão e rim de camundongos sadios submetidos a diferentes esquemas terapêuticos, envolvendo a farmacometria, também conhecida como modelagem e simulação (M&S). A distribuição do BNZ do plasma para os tecidos foi avaliada a partir do modelo farmacocinético em camundongos previamente disponível e considerado como compartimento central ao qual foram sequencialmente incluídos os dados de concentração nos tecidos, que foram então parametrizados como compartimentos periféricos. As estimativas foram conduzidas por modo de estimação condicional de primeira ordem com interação implementado no software NONMEN v.7.5.0 e os resumos, testes estatísticos, estruturação dos dados e elaboração de gráficos foram realizados com auxílio do software R. A confiabilidade do nosso modelo de farmacocinética populacional (popPK) do BNZ foi validada pela ferramenta de verificação preditiva visual (Visual Predictive Check - VPC) com correção de predições e variância do BNZ nos tecidos de camundongos obtidos após 1000 simulações. O ajuste do modelo das estimativas aos dados observados foi avaliado por gráficos de qualidade de ajuste (Goodness Of Fit - GOF), que relacionam valores preditos versus observados individuais e populacional para cada tecido, assim como resíduos ponderados condicionais (CWRES) versus concentrações populacionais preditas e CWRES versus tempo. Apenas a distribuição para o baço e rim apresentou variabilidade inter-individual (IIV) no volume de distribuição dos tecidos. Os intervalos das predições VPC são espessos e se sobrepõem, devido a amostragem esparsa nos dados de tecidos. Porém são poucas as inadequações entre as concentrações observadas e simuladas. Apesar de apresentar algumas estimativas com CWRES pronunciados devido a outliers, a maioria das concentrações teciduais preditas estão próximas das observadas, demonstrando a boa adequação do modelo aos dados. Apesar da natureza esparsa dos dados, o erro residual padrão das estimativas é como o esperado. A distribuição do BNZ não ocorre de forma uniforme, mas aparenta ser dose dependente. O clearance (Q) do pulmão é de 9.40x10-4 (L/h), do baço e rim Q=0.292 e 0.051 (L/h), respectivamente. O Cmax do pulmão é de 79.49 μg/mL, seguido pelo baço com Cmax=5.66 μg/mL e rim com Cmax= 2.46 μg/mL. Quanto à AUC0- 12h, o pulmão exibe 926.7 μg∙h/mL, o baço e rim, AUC 0-12h=16.76 e 9.62 μg∙h/mL. Nossos dados evidenciam a necessidade de ajustes na formulação, concentrações ou na frequência da tomada do fármaco durante o tratamento para que a distribuição seja mais homogênea e alcance concentrações tripanocidas em todos os tecidos.
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    Avaliação da atividade anti-Trypanosoma cruzi in vitro e in vivo da miltefosina em combinação com compostos nitro-heterocíclicos e com derivados azólicos.
    (2019) Mota, Suianne Letícia Antunes; Bahia, Maria Terezinha; Bahia, Maria Terezinha; Reis, Alexandre Barbosa; Diniz, Lívia de Figueiredo; Soeiro, Maria de Nazaré Correia; Mosqueira, Vanessa Carla Furtado
    A terapia combinada e o reposicionamento de fármacos ganharam atenção como uma possível estratégia para superar as deficiências do atual arsenal terapêutico para a doença de Chagas. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito anti-Trypanosoma cruzi da miltefosina em associação com compostos nitroheterocíclicos (benznidazol e metabólito sulfona do fexinidazol) e com derivados azólicos (posaconazol e ravuconazol). Para evitar efeitos tóxicos a citotoxicidade dos compostos (isolados ou combinados) para as linhagens celulares H9c2 e J774 foi avaliada. Não foi observada citotoxicidade destes compostos para as células hospedeiras nas concentrações próximas ao IC90 de cada fármaco isolado ou em combinação. Em seguida, o efeito in vitro da miltefosina em combinação com compostos nitro- heterocíclicos ou derivados azólicos contra amastigotas das cepas Y e colombiana foi avaliado em um ensaio de 72h, utilizando as mesmas linhagens celulares. Não foi observada uma marcante influência da cepa do parasito nos valores de IC50 ou IC90 para miltefosina e para os compostos nitro-heterocíclicos, sendo o valor de IC50 no máximo 3,4 vezes maior quando células H9c2 foram infectadas pela cepa colombiana e o IC90 no máximo 2.0 vezes. De forma diferente, os valores de IC50 do ravuzonazol e do posaconazol foram 23 e 11,7 vezes maiores para a cepa colombiana, em relação à cepa Y, respectivamente. Os valores de IC90 foram 4.26 e 7.66 vezes maiores para a cepa colombiana quando as células infectadas foram tratadas com ravuconazol e posaconazol, respectivamente. Os valores de IC50 e IC90 não foram influenciados pela célula hospedeira. As interações foram classificadas como aditivas para todas as combinações de drogas avaliadas (somas das concentrações inibitórias fracionárias - ∑ICF> 0,5). No entanto, é importante notar que os valores de ΣFIC para as combinações miltefosina/compostos nitro-heterocíclicos foram sempre <1,0. Diferentemente, os resultados de ΣFIC>1 foram observados na maioria dos experimentos realizados com miltefosina/derivados azólicos. Não foi observada a influência da cepa do parasito ou da célula hospedeira no tipo de interação entre os diferentes compostos. Em seguida, camundongos infectados pela cepa Y foram tratados com 10 doses de 40 mg/kg de miltefosina administradas em dias consecutivos ou alternados e com 20 doses de 50 e 100mg/kg de benznidazol administradas em dias consecutivos. Os fármacos foram administrados em monoterapia e em combinação nas mesmas doses. O tratamento com miltefosina e benznidazol a 50mg/kg em monoterapia levaram à supressão transitória da parasitemia. Os mesmos resultados podem ser observados entre animais tratados com 40mg/kg de miltefosina (dias consecutivos) em combinação com 50mg/kg de benznidazol. No entanto, o tratamento com a mesma dose de miltefosina, administrada em dias alternados, e 50mg/kg de benznidazol foi capaz de curar 62,5% dos animais. A administração de uma dose mais elevada de benznidazol (100mg/kg) e 40mg/kg de miltefosina aumenta significativamente a taxa de cura: 87,5% entre camundongos tratados com miltefosina em dias consecutivos e 100% naqueles que receberam o fármaco em dias em dias alternados. Estes resultados mostram uma interação positiva entre a miltefosina e o benznidazol. No entanto é necessário a avaliação da sua eficácia contra a infecção induzida por outras cepas do parasito, bem como no tratamento da fase crônica da infecção.
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    Avaliação da atividade anti-Trypanosoma cruzi do benznidazol veiculado em nanopartículas de carbonato de cálcio.
    (2018) Faria, Gilson; Bahia, Maria Terezinha; Caldas, Sérgio; Bahia, Maria Terezinha; Machado, Evandro Marques de Menezes; Diniz, Lívia de Figueiredo
    A doença de Chagas é uma enfermidade causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, o qual pode ser transmitido pelas vias vetorial, oral, congênita, transfusional, dentre outras. Estima- se que cerca de sete milhões de pessoas estejam infectadas no mundo, a maioria na América Latina. O benznidazol (Bz) é o fármaco de escolha, mas provoca sérios efeitos adversos e é menos efetivo nas infecções crônicas. Nanopartículas de carbonato de cálcio (CaCO3) têm se mostrado promissoras, em diversos estudos realizados com patógenos intracelulares. Este estudo teve por objetivo avaliar a atividade tripanocida do Bz veiculado em nanopartículas de CaCO3 contra a cepa Colombiana de T. cruzi, a qual é 100% resistente a este fármaco . As nanopartículas foram sintetizadas e conjugadas com Bz, em cuja preparação foi observado um padrão polidisperso com tamanho médio predominante de ~200 nm. Não foi observada toxicidade em células de mamífero para concentrações de Bz livre ou conjugado às nanopartículas (NanoBz), em concentrações menores ou iguais a 100 g/mL, sendo a concentração inibitória de 50% (IC50) do crescimento celular, em conteúdo de Bz, maior que 100 μg/mL para Bz livre e NanoBz, correspondendo a 600 μg/mL das nanopartículas vazias (Nano0). Com relação à atividade anti-epimastigota in vitro, as NanoBz levaram cerca de 6 dias para induzir taxa de mortalidade semelhante à induzida pelo Bz livre em 48 h. Por outro lado, os testes com amastigotas demonstraram percentual de inibição (PI%) maior que 90% em ambos Bz livre e NanoBz, para as concentrações de Bz correspondentes a até 25 μg/mL, sendo que nas concentrações de 12,5 μg/mL a 3,125 μg/mL foi observada uma tendência das NanoBz induzirem PI% ligeiramente superiores ao Bz livre. Nos ensaios in vivo com camundongos Swiss, os tratamentos foram iniciados aos 10 dias de infecção, sendo administrado o Bz livre, conjugado às nanopartículas, ou associado (livre + conjugado) pelas via oral e intravenosa, em 23 doses intermitentes distribuídas em 50 dias, comparativamente ao esquema clássico oral por 20 dias. As Nano0 não alteraram a evolução da infecção, sendo a curva de parasitemia semelhante ao controle não tratado. As injeções isoladas de Bz livre ou NanoBz não foram capazes de induzir a total supressão da parasitemia durante os tratamentos. Contudo, induziram curvas de parasitemia com picos ~2 e 3 logs, respectivamente, menores que as dos animais-controle. O acompanhamento do peso e a ausência de mortalidade nos grupos tratados sugeriu ausência de toxicidade das nanopartículas; observou-se alta taxa de mortalidade entre os animais não tratados (66,7%). O controle de cura (exame de sange a fresco antes e após imunossupressão e PCR sanguínea e tecidual) demonstrou alta resistência parasitária ao tratamento intravenoso isolado com Bz livre ou NanoBz, provavelmente devido ao baixo teor de Bz (10 mg/kg), resultando em taxas de cura de 0% e 13,7% respectivamente. Por outro lado, as NanoBz associadas ao Bz oral no tratamento intermitente prolongado, mostraram a mais alta taxa de cura (66,7%) e mantiveram os níveis de parasitismo mais baixos. Os níveis de parasitismo cardíaco observados nos animais tratados com Bz livre por via intravenosa, na dose de 10 mg/kg, foram superiores aos dos camundongos tratados com NanoBz, com conteúdo de Bz equivalente, sendo constatada cura em 16,6% destes animais e nenhuma morte; no grupo Bz livre intravenoso, por sua vez, contabilizaram-se 33,3% de óbitos. Assim, conclui-se que a conjugação do Bz com nanopartículas de CaCO3 mostra-se como uma estratégia promissora para potencializar a liberação do Bz no interior das células infectadas, contrapondo-se à baixa permeabilidade tecidual deste fármaco.
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    Avaliação da terapia com células tronco mesenquimais da medula óssea na cardiopatia chagásica de cães infectados por Trypanosoma cruzi.
    (2019) Nascimento, Alvaro Fernando da Silva do; Bahia, Maria Terezinha; Carvalho, Adriana Bastos; Bahia, Maria Terezinha; Roatt, Bruno Mendes; Guedes, Paulo Marcos da Matta; Santos, Silvana Maria Elói; Lima, Wanderson Geraldo de
    Neste estudo foi avaliada a eficácia das células-tronco mesenquimais (MSCS) de medula óssea, isoladamente ou em combinação com a terapia convencional para insuficiência cardíaca, no tratamento da cardiopatia chagásica crônica. Cães infectados com a cepa VL-10 de Trypanosoma cruzi foram tratados com MSCs de origem autóloga ou alogeneicas. Os animais receberam, em dose única, por via intravenosa, 5 milhões de células/kg entre 6 a 8 meses após a infecção. Adicionalmente, outros grupos de animais receberam o tratamento farmacológico (enalapril 5mg e carvedilol 3,125mg) associado ou não à terapia celular. A avaliação da função cardíaca foi realizada através de ecocardiografias seriadas (antes e 45, 90 e 180 dias após o tratamento). O efeito da terapia celular na intensidade das lesões teciduais foi avaliado por análise quantitativa de miocardite e fibrose no tecido muscular cardíaco (câmaras cardíacas, ápice e septo interventricular) dos animais necropsiados 6-8 meses após os tratamentos. A função sistólica, avaliada pela fração de ejeção, não apresentou diferença significativa entre os animais dos diversos grupos experimentais ao longo do período avaliado. No entanto, a comparação dos valores de FEVE obtidos antes e seis meses após o tratamento mostra diferentes padrões de evolução da função sistólica entre os animais dos diversos grupos experimentais. Os animais não infectados mantiveram a FEVE acima de 40% durante o período de avaliação. Os animais dos grupos MSCAUT, MSCAUT+TF e TF não apresentaram alterações acentuadas na função sistólica no período de acompanhamento. Por outro lado, entre os animais do grupo MSCALO foi observada a redução da percentagem de animais com disfunção sistólica (55% para 22%). Em contraste, um aumento da percentagem de animais com disfunção sistólica (30% para 60%) foi detectado entre animais infectados e não tratados. Além disso, se apenas animais com disfunção sistólica no período prétratamento forem considerados, uma melhora significativa na função sistólica dos animais tratados com MCSALO, em relação aos animais infectados e não tratados, pode ser observada. Em concordância, o tratamento com MSCs foi capaz de reduzir significativamente a miocardite e a fibrose na maioria das regiões cardíacas avaliadas. Além disso, foi observada a redução da apoptose e o aumento da mitose no átrio direito dos animais tratados com MSCS em relação aos animais infectados e não tratados. Diferentemente, o tratamento farmacológico foi capaz induzir a redução da apoptose, mas não de aumentar a mitose no átrio direito dos animais. Em seguida, foi avaliada a expressão dos fatores de transcrição associados às linhagens de células T efetoras Th1 e Th2. Os resultados desta avaliação mostraram que a infecção por T. cruzi induziu uma expressão aumentada de mRNA dos marcadores de resposta Th1 e Th2 no átrio direito de animais. O perfil de resposta imune induzido pela infecção por T. cruzi não foi alterado pelo tratamento com MSCAUT, MSCAUT+TF ou TF. Por outro lado, expressões reduzidas de mRNA para T-bet, IFN-γ, TNFα, CCL5 / CCR5 e expressão aumentada de mRNA para IL-10 foram detectadas no tecido (átrio direito) dos animais tratados com MSCALO. Em geral, os resultados deste estudo mostraram o efeito benéfico do tratamento da cardiopatia chagásica com MSCs, especialmente com MSCS de origem alogeneica. Entretanto, novos estudos, utilizando um maior número de animais com disfunção sistólica no momento do tratamento, devem ser realizados para confirmar o por T. cruzi.
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    Avaliação do esôfago e estômago como portas de entrada na infecção experimental pelo Trypanosoma cruzi por via oral.
    (2022) Ferraz, Aline Tonhela; Vieira, Paula Melo de Abreu; Soares, Rodrigo Dian de Oliveira Aguiar; Vieira, Paula Melo de Abreu; Soares, Rodrigo Dian de Oliveira Aguiar; Melo, Luísa Helena Perin de; Lima, Wanderson Geraldo de
    A doença de Chagas é uma protozoonose endêmica na América Latina, cujo agente etiológico é o Trypanosoma cruzi. No Brasil após programa de controle do seu principal vetor domiciliar, o Triatoma infestans, o perfil epidemiológico se modificou, e após inúmeros surtos devido a infecção por ingestão de alimentos contaminados pela forma tripomastigota metacíclica, a infecção pela via oral se tornou a principal via de transmissão da doença no país. Nesse sentido, o trato gastrointestinal se tornou a principal via de entrada para o parasito, porém ainda não se sabe qual seria a porta de entrada do parasito frente a infecção pela via oral, sugere-se que seja o estômago, porém alterações foram observadas no esôfago deste estudo. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o esôfago e o estômago como possíveis portas de entrada na infecação por via oral com a cepa VL-10 do Trypanosoma cruzi em camundongos Swiss. Para isso, 130 camundongos foram distribuídos em três grupos experimentais: controle não infectado; infectado pela via intraperitoneal (VI) e infectado pela via oral (VO). Foram inoculadas nesses animais 1x105 formas tripomastigotas metacíclicas provenientes de culturas acelulares por gavagem incompleta (VO) ou por via intraperitoneal (VI). Foram realizadas eutanásias nos dias 14 e 21 após a infecção (DAI), onde foram coletados fragmentos do esôfago e do estômago, obtendo então curva de parasitemia e a taxa de sobrevida; a fenotipagem de células mononucleares (monócitos e linfócitos T CD8 + ) do sangue periférico por citometria de fluxo; o parasitismo tecidual pela técnica de PCR em tempo real; o processo inflamatório, por meio da coloração de Hematoxilina-Eosina; a quantificação de glicoproteínas por meio da coloração; e a dosagem das citocinas IL-10, IFNγ e TNF no estômago por CBA (Cytometric Bead Array). Em ambos os grupos o pico de parasitemia ocorreu no 17° DAI, a taxa de sobrevida no grupo VIP foi de 7,23%, já no grupo VO observou-se uma taxa de 23,40%, no 28° DAI. No que se diz respeito a resposta imune, observou-se aumento de monócitos em ambos os grupos no 14° e 21° DAI, já para os linfócitos T CD8+ foi observado que independente da via de inoculação houve um aumento no percentual dessas células no 21º DAI. Além disso observa-se um aumento no 21° DAI quando comparado ao 14° DAI no grupo VI. O parasitismo no estômago foi maior no 14° DAI do grupo VI quando comparado ao 14° DAI do grupo VO; já no esôfago foi observado maior carga parasitaria no grupo VO no 21° DAI quando comparado com o grupo VI. Em relação ao processo inflamatório no esôfago foi observado aumento em todos os grupos quando comparados ao grupo controle; já no estômago foi observado maior processo inflamatório no grupo VI quando comparado ao VO no 14 DAI, além disso observou-se aumento do processo inflamatório no grupo VO a partir do 14 DAI quando comparado ao 21 DAI. No que se diz respeito a quantificação de glicoproteínas foi observado queda de produção em todos os grupos com o dercorrer da infecção, sendo maior no 21 DAI. Em relação as dosagens de citocinas no estômago, não foi observada produção de IL-10 em nenhum dos grupos infectados, em realação a TNF foi observado aumento no grupo VI, não sendo observado este aumento no grupo VO, foi observado aumento da produção de IFN-γ no 14 DAI do grupo VI e no 21 DAI do grupo VO quando comparado aos animais não infectados. Diante disso, esses dados sugerem que o esôfago é a porta de entrada na infecção por via oral da doença de Chagas para o parasito nesse modelo de infecção experimental, dado as alterações no perfil parasitológico, patológico e de resposta imune em comparação com a via intraperitoneal. Além disso, este estudo revelou que a via de infecção oral resulta na alteração da produção de glicoproteínas no estômago, o que pode gerar alterações funcionais no órgão.
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    Lesões cardíacas associadas à infecção oral pelo T. cruzi em camundongos.
    (2020) Carvalho, Thaís Vieira de; Carneiro, Cláudia Martins; Vieira, Paula Melo de Abreu; Vieira, Paula Melo de Abreu; Estanislau, Juliana de Assis Silva Gomes; Lima, Wanderson Geraldo de; Béla, Samantha Ribeiro; Veloso, Vanja Maria
    A via oral representa atualmente a principal forma de transmissão do T. cruzi no Brasil, especialmente na região Amazônica. Os surtos da doença de Chagas por essa via ocorrem em sua maioria pela contaminação de alimentos como o açaí e os indivíduos apresentam quadros graves com acometimento cardíaco. Além disso, altas taxas de mortalidade são registradas ainda na fase aguda da doença. Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar as lesões cardíacas em camundongos infectados pela via oral e intraperitoneal com as cepas Be-78 e VL-10 do T. cruzi. Para isso, camundongos Swiss foram distribuídos em três grupos experimentais: controle não infectado (C); infectados pela via oral (VO) e infectados pela via intraperitoneal (VI). Os animais dos grupos VO e VI foram inoculados com 1x105 formas tripomastigotas metacíclicas das cepas Be-78 e VL-10 e eutanasiados nos dias 14, 21, 28, 35, 42 (fase aguda) e 180 (fase crônica) após a infecção para a cepa Be-78 e no dias 14, 21 e 28 (fase aguda) após a infecção para a cepa VL-10. Foram avaliadas a curva de parasitemia e a taxa de sobrevida durante todo o experimento. Além disso, foram coletados o sangue periférico para a obtenção do soro com o objetivo de analisar a atividade da isoenzima CKMB e o coração in totum para avaliar o parasitismo cardíaco, o processo inflamatório, a neoformação de colágeno e a expressão de fibronectina (FN). Na infecção com a cepa Be-78, o grupo VO apresentou pico máximo de parasitemia no 24° DAI e o grupo VI no 23º DAI. Em relação à infecção com a cepa VL-10, o grupo VO apresentou pico máximo de parasitemia no 22° DAI e o grupo VI no 21º DAI. Na infecção com a cepa Be-78, os animais do grupo VO apresentaram aumento significativo do parasitismo cardíaco no 21º DAI e no 21º e 28º DAI no grupo VI. Já na infecção com a cepa VL-10, o parasitismo cardíaco apresentou aumento significativo somente no grupo VI no 21º DAI. Em relação à atividade de CK-MB, somente os animais do grupo VO apresentaram aumento, sendo estes no 14º e 35º DAI na infecção com a cepa Be-78, enquanto que na infecção com a cepa VL-10 a dosagem da atividade de CK-MB foi maior no 14º e 21º DAI no grupo VO e no 21º DAI no grupo VI. Quanto ao processo inflamatório, na infecção com a cepa Be-78 observou-se aumento durante toda a fase aguda no grupo VO e no 35º e 42º DAI no grupo VI. Na infecção com a cepa VL10, o processo inflamatório no grupo VO também foi anterior, observado no 14º e 21º DAI e enquanto no grupo VI ocorreu somente no dia 21º DAI. Em relação ao reparo tecidual, foi detectado deposição de colágeno somente na infecção com a cepa VL-10, no 28º no grupo VI. A expressão de FN foi avaliada na fase aguda tardia (42º DAI) e na fase crônica (180º DAI) da infecção com a cepa Be-78, e somente o grupo VO apresentou aumento da expressão de FN no 42º DAI. Esses resultados indicam que a infecção pela via oral com as formas tripomastigotas metacíclicas das cepas Be-78 e VL-10 do T. cruzi resultaram em lesões cardíacas mais precoces e intensas na fase aguda em relação à via intraperitoneal.
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    Efeito da Resolvina D1 na infecção experimental aguda e crônica pela Cepa Brazil do Trypanosoma cruzi.
    (2020) Horta, Aline Luciano; Silva, André Talvani Pedrosa da; Huang, Huan; Weiss, Louis M.; Silva, Vanessa Pinho da; Rachid, Milene Alvarenga; Magalhães, Cíntia Lopes de Brito; Costa, Daniela Caldeira
    A doença de Chagas é ainda hoje um grande problema médico- social que atinge cerca de 10 milhões de pessoas no mundo todo. Transmitida pelo protozoário Trypanosoma cruzi (T. cruzi), esta infecção desencadeia processos inflamatórios agudos e crônicos que, em última instância, culminam em disfunções neurológicas, digestórias e cardíacas em graus distintos. A ineficácia e alta toxicidade das terapias disponíveis para o tratamento da doença Chagas reforçam a necessidade de novas estratégias farmacológicas efetivas e seguras contra este parasito. A resolvina D1 (RvD1) é um mediador lipídico de pró-resolução com ações mitigadoras sobre a resposta inflamatória. Por esta ação imunoduladora, o presente estudo avaliou se o tratamento com a RvD1 atuaria sobre a imunopatogênese induzida pelo T. cruzi em modelo experimental murino. Assim, camundongos do modelo CD-1 foram infectados pela cepa Brazil do T. cruzi e tratados com 3 µg/kg de RvD1, por via intraperitoneal, nos dias 5, 10, e 15 pósinfecção e eutanasiados 45º dia pós-infecção (dpi) (fase aguda). Na fase crônica, os animais foram tratados com a mesma dosagem nos dias 60, 65, e 70 pós-infecção, e submetidos ao exame ecocardiográfico aos 90 dpi, e sacrificados com 120 dias de infecção. Após a eutanásia, o sangue e o coração foram coletados para ensaios imunoenzimáticos (IFN-γ, TGF-ß, IL-10), análise do infiltrado inflamatório, formação de tecido fibroso e quantificação relativa do RNA em tempo real - qPCR (TGF-ß). A terapia com RvD1 aumentou a sobrevida e reduziu o número de parasitos observados em animais em fase aguda de infecção, além de reduzir os níveis de IFN-γ e TGF-ß em fase crônica. Também observamos um aumento nos níveis de IL-10 em animais tratados com RvD1 tanto na infecção aguda quanto na crônica, e redução dos níveis de TGF- ß (mRNA) e do conteúdo de colágeno no tecido cardíaco. Juntos, estes dados indicam que a terapia com RvD1 minimiza a resposta inflamatória induzida por este parasito e previne a formação de fibrose cardíaca, contribuíndo para o quadro resolutivo da infecção experimental pela cepa Brazil do T. cruzi.
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    Avaliação da eficácia do fármaco Dissulfiram® em curar camundongos Swiss infectados com o Trypanosoma cruzi.
    (2019) Xavier, Viviane Flores; Vieira, Paula Melo de Abreu; Fonseca, Kátia da Silva; Vieira, Paula Melo de Abreu; Santos, Silvana Maria Elói; Lima, Wanderson Geraldo de
    A doença de Chagas (DCh) é causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi (T. cruzi). Desde o final da década de 1960 e início da década de 1970 os fármacos Benznidazol (BZ) e Nifurtimox são as únicas opções para o tratamento, entretanto, esses fármacos estão associados a uma série de efeitos indesejáveis e apresentam baixa eficácia na fase crônica. Nesse sentido, a busca por fármacos mais eficazes e que apresentem baixa toxicidade se faz necessária. Testes in vitro demonstraram que o fármaco Dissulfiram® (DS) diminui a atividade especifica da enzima mitocôndrial delta-1-pirrolina-5-carboxilato desidrogenasse (TcP5CDH) do parasito, a segunda enzima da via oxidativa de prolina. Isto sugere que a interferência no metabolismo de prolina resultaria numa diminuição da viabilidade do parasito. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia do DS em camundongos infectados com as cepas Y e VL-10 do T. cruzi. Para cumprir com o objetivo, 290 camundongos Swiss foram divididos em quatro grupos: Não infectados, Infectados com a cepa Y do T. cruzi e tratados/avaliados na fase aguda; Infectados com a cepa VL-10 do T. cruzi e tratados/avaliados na fase aguda; e infectados com a cepa VL-10 do T. cruzi e tratados/avaliados na fase crônica da infecção. O tratamento foi realizado em dose única diária por 20 dias, sendo os esquemas terapêuticos: BZ (100mg/Kg), BZ (50mg/Kg), DS (50mg/Kg), DS (25mg/Kg), BZ + DS (100mg/Kg + 50mg/Kg), BZ + DS (50mg/Kg + 50mg/Kg), BZ + DS (100mg/Kg + 25mg/Kg) e BZ + DS (50mg/Kg + 25mg/Kg). Os parâmetros avaliados foram: parasitemia, taxa de sobrevida, cura parasitológica, parasitismo tecidual, processo inflamatório e fibrose no coração e cólon, concentração de óxido nítrico, aspartato aminotransferase e alanina aminotransferase no soro, estresse oxidativo no fígado dos animais infectados com a cepa Y do T. cruzi e propriedades físico químicas. Em todos os grupos experimentais, os animais tratados com DS apresentaram área sob a curva de parasitemia significativamente maior quando comparado aos demais grupos e taxa de sobrevida menor que 100%. No grupo infectado com a cepa Y do T. cruzi, a associação BZ + DS (100mg/Kg + DS 50mg/Kg) apresentou 100% de sobrevida, a maior taxa de cura parasitológica e diminuiu significativamente o processo inflamatório no tecido muscular cardíaco quando comparado ao grupo tratado apenas BZ 50mg/Kg. Nos animais infectados com a cepa VL-10 do T. cruzi e tratados tanto na fase aguda quanto na fase crônica, ocorreu redução do processo inflamatório e formação de fibrose na camada muscular do cólon dos animais tratados com DS. Já a associação BZ+DS (100mg/Kg +50mg/Kg) apresentou área de fibrose no tecido cardíaco significativamente menor quando comparado aos demais grupos. Desta forma, a eficácia do DS é dose, cepa e tecido dependentes. A associação BZ+DS (100mg/Kg+50mg/Kg) apresentou os melhores resultados. São necessários mais estudos com o objetivo de desenvolver um fármaco que apresente além do efeito tripanocida e baixa toxicidade, características físicoquímicas ideais para alcançar todos os órgãos-alvo da doença.
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    Novas estratégias para o tratamento da doença de Chagas com benznidazol : eficácia, farmacocinética, farmacocinética populacional e relação farmacocinética/farmacodinâmica no modelo camundongo.
    (2019) Melo, Luísa Helena Perin de; Oliveira, Rodrigo Corrêa de; Vieira, Paula Melo de Abreu; Molina, Israel; Vieira, Paula Melo de Abreu; Azeredo, Francine Johansson; Bahia, Maria Terezinha; Lana, Marta de; Moraes, Natália Valadares de; Oliveira, Rodrigo Corrêa de
    O presente estudo avaliou a eficácia, farmacocinética (PK), biodistribuição (BD), dose proporcionalidade (DP), farmacocinética populacional (POPPK) e a relação entre a farmacocinética/farmacodinâmica (PK/PD) de novas estratégias terapêuticas com benznidazol (BNZ) em camundongos Swiss. O estudo foi dividido em dois capítulos. O capítulo I determina a eficácia de diferentes abordagens terapêuticas utilizando BNZ frente à infecção com diferentes cepas do Trypanosoma cruzi. O capítulo II analisa a PK e a BD do BNZ, utilizando-se da POPPK desse fármaco em camundongos sadios. No capítulo I foi avaliada a eficácia terapêutica do BNZ em três abordagens: na Abordagem I a eficácia do tratamento com BNZ nas doses de 40 e 20 mg/kg/dia por 20 dias durante a infecção aguda (IA) e crônica (IC) pela cepa Y; na Abordagem II a eficácia do tratamento com complexos nanoconjugados de benznidazol:ciclodextrina (BNZ:HPβCD) nas doses de 40 e 20 mg/kg/dia por 20 dias durante a IA pela cepa Y e na Abordagem III a eficácia do tratamento com BNZ nas doses de 100 e 40 mg/kg/dia por 20 e 40 dias durante a IA pela cepa Y e durante a IA e IC pelas cepas Be-78 e VL-10. Nas duas primeiras abordagens, os resultados mostram que o tratamento durante a IA pela cepa Y com as doses de 40 e 20 mg/kg/dia de BNZ e BNZ:HPβCD é capaz de suprimir a parasitemia e prevenir a mortalidade, mas não demonstra capacidade de cura. Por outro lado, o tratamento com BNZ 40 mg/kg/dia por 20 dias durante a IC curou 100% dos camundongos. Na terceira sequência de experimentos, os animais infectados pela cepa Be-78 e tratados com BNZ 100 mg/kg/dia por 20 dias ou 40 dias e BNZ 40 mg/kg/dia por 40 dias na IA apresentaram porcentagem de cura semelhantes (100 e 87%). Já na IC, o tratamento com BNZ 100 mg/kg/dia por 20 dias e BNZ 40 mg/kg/dia por 40 dias mostrou 75 e 86% de cura, respectivamente. Os camundongos na IA pela cepa Y apresentaram falha terapêutica quando tratados com BNZ em dose reduzida e eficácia de 75 e 87% quando tratados com a dose de 100 mg/kg/dia por 20 e 40 dias, respectivamente. Por fim, o tratamento com BNZ 100 mg/kg/dia por 40 dias em camundongos infectados pela cepa VL-10 possibilitou a cura de 12% na IA e 62% na IC. Na dose de 40 mg/kg/dia por 40 dias (IC), o tratamento apresentou 25% de cura. Dessa forma, a primeira parte desse trabalho demonstrou que a IC mostra-se ser mais facilmente tratável e a resposta terapêutica ao BNZ parece não ser dose-dependente. No capítulo II foi realizado um estudo de PK, BD, DP e POPPK dos tratamentos com BNZ nas doses de 100 e 40 mg/kg/dia por 20 e 40 dias e 200 mg/kg/dia por 20 dias. Amostras de sangue, cérebro, cólon, coração e fígado foram coletadas em 0,16; 0,33; 0,5; 1; 2; 3; 6 e 12 h após a administração oral do fármaco. A análise de POPPK foi realizada empregando o programa NONMEN v.7. O modelo monocompartimental com absorção de primeira ordem e eliminação linear foi o que melhor descreveu a PK do BNZ. A ASC e Cmax são doseproporcionais, confirmando a linearidade na PK do BNZ. O BNZ se distribui de maneira ampla sendo encontrado, em todos os órgãos analisados, com exceção do fígado. A exposição ao BNZ no cérebro, cólon e coração são dose–proporcionais. A razão de penetração tecidual foi de 4˗26% dependendo do tratamento realizado, o que permite inferir uma limitada e errática BD do fármaco. O modelo não-linear de efeitos mistos demonstrou ser preciso e com capacidade preditiva adequada para análise de POPPK do BNZ. A dose e tempo de tratamento não influenciam os parâmetros farmacocinéticos populacionais do BNZ em camundongos. O clearance sofre influência alométrica da co-variável peso. Não foi possível estabelecer uma relação direta entre a PK/PD.