DEJOR - Departamento de Jornalismo

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Resultados da Pesquisa

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    A composição textual de perfis pelo jornalismo narrativo.
    (2022) Maia, Marta Regina
    Com o objetivo de expor e problematizar alguns perfis produzidos e publicados em livros por dois profícuos jornalistas, Eliane Brum e Fred Melo Paiva, esse trabalho apresenta, a partir do procedimento metodológico de análises de conteúdo e de narrativas, o modo como as narrativas jornalísticas são configuradas, tendo como base o aspecto relacional entre entrevistador e entrevistado, identificando ainda o caráter testemunhal do jornalismo e dos personagens retratados nesse contexto. Compreendendo esse processo como parte do jornalismo narrativo, que rompe com o tecnicismo ainda vigente em algumas produções, as análises mostram que há uma diversidade de personagens e abordagens, que evidenciam o jornalismo de testemunho por intermédio dos personagens/fontes, dos jornalistas e do próprio texto compartilhado.
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    A transparência no processo de produção das biografias “Lula” e “Marighella”.
    (2022) Maia, Marta Regina; Fernandes, Elias Costa
    Nosso objetivo é discutir a relação entre narrativas biográficas e o processo de produção jornalística a partir da análise dos livros Lula, de Fernando Morais, e Marighella, de Mário Magalhães. Para atingir esse propósito, trabalhamos com o operador metodológico da “transparência” (KOVACH, ROSENSTIEL, 2003; MAIA, 2008; CHRISTOFOLETTI, 2021), com o intuito de verificar os procedimentos adotados, as fontes utilizadas e o papel testemunhal dos repórteres.
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    A potência mediadora do testemunho na configuração dos relatos jornalísticos sobre a violência contra mulheres na série Um vírus e duas guerras.
    (2022) Maia, Marta Regina; Barretos, Dayane do Carmo
    O trabalho aborda o papel do testemunho em narrativas de violência contra as mulhe- res em todo território nacional. Ao entender que tal violência se constitui de forma sistêmica e está intimamente vinculada às hierarquias de poder de caráter patriarcal arraigadas na sociedade, e que precisam ser denunciadas para que o futuro possa ser vislumbrado de outra maneira, realizamos uma leitura de várias reportagens que trazem a cobertura dessa vio- lência em 2020. A série, denominada Um vírus e duas guerras, foi veiculada a partir de uma espécie de consórcio, formado por sete mídias parceiras, que atuam fora do circuito mainstream do jor- nalismo: Amazônia Real, Agência Eco Nordeste, #Colabora, Portal Catarinas, Ponte Jornalismo, AzMina e Marco Zero Conteúdo. Tendo como eixo de discussão o “texto testemunhal” (Frosh, 2009), temos como objetivo compreender, a partir das falas das vítimas, profissionais de apoio, familiares e dos próprios jornalistas, os modos como as lógicas patriarcais e as nuances específicas do contexto brasileiro emergem de forma a complexificar esse problema público, evidenciando uma prática jornalística menos afeita a uma perspectiva presentista, além de revelar a relevância do testemunho no jornalismo. Compreendemos, portanto, a potência do aspecto testemunhal nas produções sobre violência como um importante gesto interpretativo que permite que um episódio temporalmente localizado de violência se insira em um continuum de permanências e rupturas. E é exatamente esse continuum que configura a dimensão estrutural da violência de gênero. Nessa perspectiva, entendemos que o testemunho midiático amplia a noção de testemunho no jornalis- mo ao envolver produtores e receptores em uma experiência comunicacional que garante outros tipos de acesso ao que está sendo noticiado. Consideramos ainda que é possível complementar os dados e informações disponíveis com os testemunhos de quem convive e/ou conviveu com a violência de forma direta ou indireta, garantindo, assim, a identificação das recorrências e dos ciclos que se repetem, o que pode contribuir para fomentar a discussão sobre políticas públicas de prevenção à violência contra as mulheres no Brasil.
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    A inserção dos estudos radiofônicos e de mídia sonora na pós-graduação em Comunicação no Brasil.
    (2021) Kischinhevsky, Marcelo; Lopez, Debora Cristina; Mustafá, Izani; Freire, Marcelo; Consciente, Patrícia; Couto, Leonardo Lopes do
    O trabalho, de caráter exploratório, busca investigar a inserção dos estudos de rádio e mídia sonora na pós- graduação stricto sensu na área de Comunicação no Brasil. O levantamento consistiu em busca nos currículos na plataforma Lattes de todos os professores dos 56 Programas de Pós-Graduação em atividade no país em 2020, identificando docentes com pesquisas e orientações de mestrado e doutorado a partir das seguintes palavras- chave: rádio, som, sonora, podcast, áudio e música. O resultado aponta para grande demanda por orientação de teses e dissertações sobre rádio e mídia sonora, mas com um número ainda relativamente pequeno de professores com pesquisas no campo credenciados nos PPGs, o que gera uma série de distorções.
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    Ser-menina e a imagem de Greta Thunberg na capa da revista Time.
    (2022) Silva, Karina Gomes Barbosa da
    Reflito de que maneira certas representações contemporâneas enunciam o conceito de menina. O objetivo é voltar os estudos feministas da comunicação para um sujeito marginalizado nos feminismos, mas considerado crucial para o desenvolvimento humano, e compreender como esses discursos constroem regimes de visibilidade sobre as meninas. Para isso, recorro a uma análise cultural crítica, aliando a materialidade da imagem da ativista ambiental Greta Thunberg na capa da revista Time (maio de 2019) às relações de poder que a circundam e/ou envolvem, com suporte analítico de uma flânerie digital pelas redes da ativista. O arcabouço teórico se ancora nos girlhood studies e nos estudos feministas. A imagem de Greta parece dizer da inconstância da epistemologia de menina, marcada por fissuras e traumas na representação, bem como pelas ausências de outros corpos, outras meninas, para enunciá-la.
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    Gênero e sexualidade na formação em comunicação : experiências docentes na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
    (2022) Silva, Karina Gomes Barbosa da; Mendonça, Felipe Viero Kolinski Machado
    Desenvolvemos um relato de experiência que passa pelos desafios de, como docen- te/pesquisadora mulher e docente/pesquisador bicha, construirmos, em conjunto e junto às/aos estudantes, mo- dos de existência em uma sociedade cis-hetero-patriar- cal, racista e normativa. Pon- deramos sobre situações vi- venciadas, narramos cami- nhos percorridos e mobiliza- mos referenciais teóricos, po- líticos e epistemológicos que foram necessários nesse per- curso. Esperamos contribuir para a ampliação das refle- xões em torno da prática do- cente, marcada pelas discus- sões de gênero e de sexua- lidade, no espectro da for- mação em Comunicação e do compromisso com uma atua- ção localizada, articulada en- tre ensino, pesquisa e exten- são em uma universidade pública do interior do país.
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    Meninas negras em animações infantis : entre protagonismo, branquitude e subalternidade.
    (2022) Reis, Maria Luísa Sousa; Barbosa, Karina Gomes; Assis, Mariana da Silva
    O objetivo deste trabalho é investigar dez meninas negras protagonistas de animações veiculadas em meios de comunicação do Brasil em 2019. Ancoradas pela leitura de Bell Hooks (2019) e Gayatri Spivak (2010) sobre feminismos negros e subalternidade e pela perspectiva culturalista Douglas Kellner (2001), analisamos quantitativa e qualitativamente quais representações o audiovisual constrói acerca dessas protagonistas negras e quais afetos e possibilidades são apresentados a elas. Concluímos que há um apagamento da raça nas protagonistas, que ocupam lugares de subalternidade e não refletem a multiplicidade das experiências negras quando são protagonistas únicas.
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    Nelas, através delas, em suas memórias : estigma, afeto e religiosidade em ativismos transcestrais no Brasil.
    (2022) Yu, Wendi; Farias, Daniel Oliveira de; Gomes, Itania Maria Mota; Barbosa, Karina Gomes; Mendonça, Carlos Magno Camargos
    Investigo as relações entre estigma, identidade, experiência e afeto que atravessam as religiosidades em disputa por artistas e ativistas trans e travestis no Brasil – tais como Ventura Profana, Linn da Quebrada e Alice Guél – e no ativismo dos coletivos indígenas Tibira e Caboclas. Aciono a noção de paisagem afetiva, como práticas e discursos ainda não reconhecidos socialmente, e nomeio profana travesti como paisagem afetiva emergente, que desarticula o ódio, a violência e a exclusão que marcam as vidas que se opõem às normas da religiosidade cristã e rearticula outras possibilidades de experiências e transcestralidades travestis. Disputo as construções coloniais, ho- mogeneizantes e universalizantes das violentas marcações de gênero e sexualidade, para construir vidas em movimento e transformação. Concluo explorando a ideia de Deise como comunhão, uma multidão de eus em forma de d’eus.
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    O fantástico equívoco de Drauzio : as delícias e as dores de um jornalismo de perspectivas.
    (2022) Laia, Evandro José Medeiros; Guimarães, Lara Linhalis
    No primeiro dia do mês de março de 2020 a TV Globo exibiu, no Fantástico, uma reportagem sobre a situação de mulheres transexuais em cadeias e presídios do Brasil, a primeira de uma série produzida pelo médico Drauzio Varella, habitual colaborador do programa. Ele atua criando ao menos duas controvérsias no episódio: a primeira quando abraça Suzy, uma das detentas, durante a reportagem; a segunda quando, dias depois, outros veículos de comunicação revelaram que Suzy havia sido presa por ter estuprado e matado uma criança. A partir do conceito de Humanidade Compartilhada, do Perspectivismo Ameríndio e da Teoria Ator-Rede, mostramos então o modo como a veiculação e os posteriores desdobramentos deste material encerram uma série de características que apontam para uma experiência que assume a possibilidade de um Jornalismo de Perspectiva, constituindo Drauzio Varella como um médico-jornalista que exerce um papel análogo ao do xamã, nas cosmologias ameríndias.
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    Coisas, mundos, traduções : dobras para uma comunicação pelo equívoco.
    (2022) Laia, Evandro José Medeiros; Guimarães, Lara Linhalis
    O artigo apresenta a proposta inicial de um modelo de comunicação a partir da virada ontológica, tomando o conhecimento dos povos originários do Brasil não como metáfora, mas como análogos de conceitos, a partir de três dobras. A primeira delas, a comunicação das coisas, trata das contribuições da teoria ator-rede para o campo da comunicação, especialmente a partir da perspectiva de que humanos e não humanos se comunicam, como um atalho para acessar a segunda dobra, a comunicação entre mundos, especialmente a partir do entendimento da hiperconexão dos povos da floresta como uma experiência comunicacional. A terceira dobra diz respeito à operação tradutória xamânica ameríndia, que pretendemos tomar como referência para pensar a comunicação pelo equívoco. Ao fim, sistematizamos a proposta como ponto de partida para outras pesquisas.