IFAC - Instituto de Filosofia, Artes e Cultura
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Item Arte : um acontecimento da verdade em Heidegger.(2016) França, Karen Milla de Almeida; Serra, Alice Mara; Serra, Alice Mara; Dias, Luciana da Costa; Silva, Eduardo Soares NevesO presente trabalho visa esclarecer a relação proposta por Martin Heidegger entre arte e verdade, tendo por centro as transformações que a noção de verdade sofreu no decorrer do pensamento deste filósofo. Esta transformação se deve à mudança de abordagem para a questão do Ser. Assim, apresentamos dentro de uma perspectiva histórico-filosófica o modo como a noção de verdade foi sendo tratada no escopo deste pensar. Com este propósito, retomamos a crítica de Heidegger sobre a concepção tradicional de verdade, descrevendo os passos que o filósofo percorre nas suas obras: Lógica: a pergunta pela verdade (Logik: Die Frage nach der Wahrheit, 1925/26), e Ser e Tempo (Zeit und sein, 1927). Estas obras apresentam o movimento de fundar a verdade do enunciado, legada pela tradição metafísica, em uma verdade mais originária, a alethéia. Com isto, descrevemos a relação entre Ser e verdade, pois a verdade sendo compreendida enquanto alethéia traz à luz (Holen) o Ser, na medida em que desvela e revela sentido e significado para o mundo. Este mundo, nas considerações de 1927, estava ligado às condições existenciais do ser-aí (Dasein). Este tornou-se o fio condutor da questão proposta em A essência da liberdade humana: introdução à filosofia (Vom Wesen der menschlichen Freiheit. Einleitung in die Philosophie, 1930) e Sobre a essência da verdade (Vom Wesen der Wahrheit, 1930). Nestas obras retomamos a relação proposta entre verdade e liberdade, a fim de pensar acerca da essência da verdade. Em vista disto, a verdade surge desde uma abertura (Erschlossenheit) originária e esta abertura em A origem da obra de arte (Der Ursprung des Kunstwerkes, 1935/36) chamou-se de arte. Aqui, é investigada, finalmente, a relação entre arte e verdade. A arte se institui enquanto um jogo que, ao mesmo tempo, descobre e encobre o Ser, este jogo nasce do combate (pólemos) entre duas naturezas distintas, a saber: mundo (Welt) e terra (Erde). Este par revela-se enquanto essência da obra de arte, que é abrir um mundo. E, para que esta essência pudesse se configurar, fez-se necessário que Heidegger distanciasse a sua compreensão da concepção estética. Assim, nos esforçamos por explicitar a crítica de Heidegger a algumas estruturas do discurso estético. Por fim, tentamos demonstrar como a noção de verdade fora desvirtuada do movimento de desvelar e velar, ao qual os gregos denominaram de alethéia. Em suma, procurou-se esclarecer algumas noções de verdade, com o intuito de elucidar a formulação de que a arte é um acontecer da verdade.Item “Passo atrás” : o retorno à origem como caminho para pensar o impensado a partir da obra de arte em Heidegger.(2017) Vale, Thiago Gandra do; Dias, Luciana da Costa; Dias, Luciana da Costa; Serra, Alice Mara; Frecheiras, Marta Luzie de OliveiraO objetivo desta pesquisa foi discutir o problema da “origem” no pensamento ocidental a partir da obra de Martin Heidegger, como forma de entender os descaminhos do pensamento técnico-científico hoje, buscando-se assim pensar um “passo atrás” na história do ocidente, através da investigação da relação entre acontecimento do ser e verdade na obra de arte, de modo a se reencontrar a conexão quase esquecida entre τέχνη e αλεθεια. Assim, buscamos, neste texto, apresentar a arte como desveladora da verdade do ser (αλεθεια), procurando apresentá-la como sendo capaz de nós reconduzir ao nexo perdido da história, isto é, sua compreensão no todo enquanto história do ser (Geschichte des Sein). Para isso, analisámos a técnica moderna em sua relação (e diferenciação) com a τέχνη grega, análise que deve ser empreendida à luz da história da metafísica, buscando perceber as transformações pelas quais perpassa a arte na era da técnica, ocorrendo muitas vezes, de inclusive, perder sua atribuição originária. Para sairmos da problemática levantada, procuramos explicitar o que seria o “passo atrás” e a questão da origem, conforme apresentado por Heidegger na conferência A proveniência da arte e a determinação do pensar (1967), aqui preliminarmente entendido como um direcionamento que olha para o futuro a partir do clamor do presente, em busca de uma experiência não metafísica do ser, dos entes e da arte.Item Nietzsche : da filosofia do trágico à filosofia trágica, ou o criar como afirmação da vida.(2017) Sabino, Paulo Cesar Jakimiu; Pimenta Neto, Olímpio José; Pimenta Neto, Olímpio José; Lopes, Rogério Antônio; Coelho, Venúncia EmíliaO intuito de nossa dissertação é investigar a transição de uma filosofia do trágico para uma filosofia trágica na obra de Nietzsche, mais precisamente entre O nascimento da tragédia e os dois volumes de Humano, demasiado humano. A mudança se dá pelo seguinte: a filosofia do trágico é uma reflexão sobre uma visão de mundo, tematizada por pensadores tão diversos como Goethe, Hegel ou Kierkegaard, por exemplo. A filosofia trágica, por sua vez, é uma proposta diante da vida: a criação. A partir da análise do conceito de criação, podemos explicitar a mudança no pensamento de Nietzsche. Isso exige, também, explicitar as diferenças entre outros dois conceitos centrais da filosofia nietzschiana: arte e trágico. Em nossa pesquisa, porém, não focamos apenas aquilo que mudou, mas também as continuidades que existem entre o livro de estreia e Humano, demasiado humano. Uma delas, característica fundamental para o que se estabelece no período intermediário da obra de Nietzsche, é o compromisso com a afirmação da vida. Ao fim, esperamos que seja possível perceber como, através da arte, podemos dizer sim à vida.Item Poesia infinita : o problema estético em Novalis.(2014) Oliveira, Rafael Guimarães Abras; Patriota, Rainer CâmaraA presente dissertação tem como objetivo responder à pergunta “qual é o possível lugar do estético na concepção de Novalis?”. Nesse sentido, o estudo exposto divide-se em dois eixos: o primeiro articula-se na análise dos desdobramentos epistemológicos de Kant à Fichte, expondo o problema da imaginação bem como a crítica novalisiana da ordo inversus; o segundo momento lida com a investigação de formas estruturais acerca do poético, as quais perpassam pelos conceitos de atividade infinita e poesia transcendental, bem como é apresentado seus desdobramentos na obra, no artista, na forma e na composição.Item Experiência e pensamento em Theodor W. Adorno.(2014) Reis, Maurício de Assis; Alves Júnior, Douglas GarciaO presente trabalho procura desenvolver as teses adornianas relativas à relação entre experiência e pensamento em três escritos da fase das décadas de 30 e 40 do pensamento do filósofo frankfurtiano Theodor W. Adorno, a saber: Ideia de História Natural, Dialética do Esclarecimento – esta em companhia de Max Horkheimer – e Minima Moralia. Trata-se de investigar nestas teses a relação que se encontra na base dos processos de formação e, em última instância, de administração da sociedade. Parte-se da hipótese de que o processo que leva o homem da experiência do mito à cultura e técnica atuais, arrasta consigo outro processo, a saber, que o progresso que aí é vislumbrado é também regressão: o empobrecimento da experiência e do pensamento. Para apresentar tal hipótese, o trabalho se divide em três etapas distintas. Em primeiro lugar, trata-se de desdobrar as faces natural e histórica do processo, uma estrutura que descortina os determinantes da experiência e do pensamento distintos que tendem, por sua vez, a justificar seja a regressão ou o empobrecimento culturais, seja o progresso humano através do aperfeiçoamento das técnicas à disposição. Em seguida, passando por leituras provenientes da antropologia (Marcel Mauss) e da sociologia (Émile Durkheim), procura-se evidenciar, através de uma leitura históricofilosófica, o processo de depauperamento do sujeito em vista da autoconservação, extraindo dele suas potencialidades subjetivas que nele interditam o caminho a um conhecimento mais objetivo. O processo dialético entre a restrição do indivíduo em suas potencialidades e o empobrecimento histórico da experiência e do pensamento conduz ao enclausuramento do sujeito dentro do mundo administrado, incapaz que se torna de pensar um mundo diferente deste. Ao final, a dissertação procura demonstrar a danificação da vida vivida como resultado de todo o processo em três vias: em primeiro lugar, o grau de alienação atingido nos mais recônditos espaços da vida através dos aforismos de Minima Moralia; segundo, a exploração econômico-cultural através dos mecanismos de entretenimento da indústria cultural; terceiro e último, o cenário político, a práxis alienada de toda teoria, a experiência separada do pensamento e seus resultados funestos para a sociedade na forma dos elementos de antissemitismo.Item Forma, material e efemeridade : uma discussão sobre alguns aspectos da autonomia da arte a partir da Teoria Estética de Theodor Adorno.(Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Departamento de Filosofia, Instituto de Filosofia, Artes e Cultura, Universidade Federal de Ouro Preto., 2008) Martini, Adriane Oliveira Pisani; Freitas, Romero AlvesO trabalho tem a proposta de discutir a relação entre arte e sociedade traçada por Theodor Adorno a partir de sua Teoria Estética. O interesse pelo tema vem da desconfiança de que discutir o momento artístico pode ser um caminho para um outro entendimento da estrutura social e das questões do homem desencadeadas com a afirmação de um modo de produção hegemônico e com a busca pela modernidade enquanto promessa de progresso em todos os sentidos. O paralelo “arte e sociedade” é aqui pensando através do conceito de “arte autônoma” de Adorno, construído a partir da relação de três momentos de sua estética: a relação entre forma e conteúdo, a natureza do material, a efemeridade da arteItem Implicações da tragédia na formação e no aperfeiçoamento do caráter humano, segundo a Poética de Aristóteles.(Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Departamento de Filosofia, Instituto de Filosofia, Artes e Cultura, Universidade Federal de Ouro Preto., 2008) Almeida, Juliana Santana de; Oliveira, Mário Nogueira deO trabalho que desenvolveremos tentará estabelecer um elo entre as teorias aristotélicas sobre a ética e a arte poética. O viés que nos permitirá fazer tal ligação é a interpretação que aponta para a possibilidade de existirem idéias condizentes às propostas perfeccionistas nos textos de Aristóteles. Por isso prosseguiremos com uma chave de leitura que analisará a Poética como um texto que além de descrever a poesia trágica, descreve também um tipo de imitação poética que pode influir na vida e na moralidade humana. Todavia, por tratar da poesia a obra aguça nossa curiosidade para a possibilidade de uma reflexão de cunho estético (ou ao menos de filosofia da arte) descrito pelo Estagirita. Dividiremos nosso trabalho em três capítulos. Como abertura, esboçaremos um capítulo dedicado ao conceito aristotélico de paixão (páthos). Sua finalidade será delimitar o conceito mencionado, bem como estabelecer e esclarecer noções que o direcionam para o campo específico das paixões trágicas. Nosso segundo capítulo se deterá na questão das reações passionais e no caráter do discurso poético. No terceiro capítulo buscaremos enfatizar o caráter pedagógico da poesia descrita pelo Estagirita. Essas análises em conjunto nos permitirão perceber a ligação da poesia descrita por Aristóteles, a formação e o aperfeiçoamento moral do cidadão. Concluiremos que Aristóteles propõe o teatro e as peças teatrais como lugares extremamente favoráveis ao exercício da cidadania, bem como da reflexão acerca das ações consideradas moralmente retas. E os personagens dos espetáculos, com seus caracteres elevados, mas também com sua hýbris, podem ser vistos como modelos do que se deve ou não deve adotar por paradigma do agir bem. Ao excitar as paixões humanas diante do sofrimento alheio, a tragédia assume o papel de auxiliar na formação e no aperfeiçoamento do caráter do cidadão da pólis aristotélica.Item A liberdade artística de Nietzsche.(Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Departamento de Filosofia, Instituto de Filosofia, Artes e Cultura, Universidade Federal de Ouro Preto., 2010) Mendes, Clarissa Ayres; Pimenta Neto, Olímpio JoséO presente trabalho pretende abarcar a proposta de liberdade nietzschiana, que se revela estética e não moral, como pensava toda a tradição filosófica até Nietzsche. Para tanto, fez-se necessário percorrer os caminhos propostos por Nietzsche. Tendo como fio condutor o senso histórico, avaliamos as principais intenções de Nietzsche. Em primeiro lugar, pretendemos demonstrar que existem possibilidades de remontar o surgimento dos valores morais baseadas em pontos de vista específicos, ou seja, Nietzsche explora a idéia de interpretação na criação dos valores morais, e pretende apontar para características especificas de certos tipos de homem e sociedades, que privilegiaram determinadas interpretações. Com isto em mente, aliamo-nos à tarefa inicial de destruição de certezas nas quais se fundamentam os valores morais. Depois do trabalho com o martelo, podemos e necessitamos da criação. Nietzsche tenta devolver ao homem a sua condição e consciência de sua condição de criador. Neste sentido, temos a liberdade em termos nietzschianos como aliada. A liberdade proposta aqui, correlata ao fazer artístico, aparece como a perspectiva inerente ao homem que se sente apto e disponível para a criação, que passa a encarar a necessidade e a liberdade com um sentido de equivalência, destruindo assim, a oposição destes dois conceitos.Item Belo e sublime : a mulher e o homem na filosofia de Immanuel Kant.(Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Departamento de Filosofia, Instituto de Filosofia, Artes e Cultura, Universidade Federal de Ouro Preto., 2008) Lino, Alice de Carvalho; Kangussu, Imaculada Maria GuimarãesA dissertação tem como objetivo apresentar a mulher, conforme caracterizada por Immanuel Kant. Houve uma preocupação em tratar o tema, considerando a época dos escritos e as perspectivas empregadas em cada obra que faz menção às mulheres. E, principalmente, manteve-se na investigação um olhar neutro, afastado de qualquer ressentimento que se pudesse ter com relação às críticas dirigidas à condição feminina. Assim, entendemos que as conclusões provindas desta análise seriam mais coerentes, por serem justificáveis a partir dos próprios argumentos kantianos. A mulher, na obra Observações sobre o sentimento do belo e do sublime (1764), é representada através das qualidades originárias do sentimento do belo. São estas: honestidade, piedade, compaixão e solicitude. A simplicidade e a ingenuidade determinam a modéstia e, assim, têm-se garantidos a benevolência e o respeito para com os outros. Já sensibilidade e a vaidade são consideradas pelo filósofo como debilidades. O sexo masculino é considerado sob os aspectos do sentimento sublime. Cabe mencionar que ao determinar a mulher através do sentimento do belo, Kant pretende distinguir o sexo, através da atribuição de especificidades próprias deste, mas isso não impedirá que tais designações sejam encontradas também no sexo sublime, e vice e versa. Ainda nas Observações, Kant argumenta que o refinamento do gosto feminino dá-se através das sensações. Para ele era difícil acreditar que a mulher seria capaz de nortear-se segundo princípios, mas com isso não esperava ofendê-la, pois princípios também não eram facilmente encontrados no sexo masculino. Somente na teoria moral kantiana, a mulher pode ser considerada apta para o exercício racional capaz de conduzir à moralidade. Justamente, porque tais escritos sustentam-se sobre preceitos estabelecidos a priori, ou seja, não se encontram no âmbito da experiência. Tal discurso direciona-se ao sujeito transcendental, àquele considerado somente sobre o aspecto da racionalidade. Logo, a teoria moral revela-se independente do gênero. Contudo, sob esta mesma perspectiva, Kant preocupou-se em discorrer sobre o matrimônio. O que o conduzirá a uma contradição, a saber, se a liberdade é considerada um direito nato, porque negá-la à mulher casada?Item A natureza institucional da arte segundo George Dickie.(Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Departamento de Filosofia, Instituto de Filosofia, Artes e Cultura, Universidade Federal de Ouro Preto., 2012) Araújo, Ana Augusta Carneiro de Andrade; Iannini, Gilson de Paulo MoreiraA presente pesquisa tem por objeto a questão “o que é arte?” e seus possíveis desdobramentos dentro da produção filosófica contemporânea de perfil analítico. Para dissertar sobre este tema, optou-se por separar o texto em cinco momentos distintos e complementares. O primeiro visa apresentar o problema sobre a definição da natureza da arte, localizando-o histórica e contextualmente, e vinculando-o ao nosso atual cenário artístico para facilitar sua delimitação. O segundo momento visa apontar caminhos de identificação da natureza das coisas e neste sentido, qual deles seria o mais fecundo para se investigar algo como a arte – de natureza tão controversa e plural. O terceiro defende que a teoria institucional de George Dickie indica um caminho fecundo e adequado de identificação daquilo que a arte é. Sua tese central é que a arte só pode ser compreendida se entendida dentro de sua própria prática, sempre vinculada a um contexto sociocultural. Neste ponto, escolhemos trabalhar cada aspecto desta perspectiva detalhadamente, incluindo suas objeções. O quarto momento aborda o mesmo autor e sua posição sobre o valor da arte. No caso, em a arte produzir experiências de valor dentro da cultura, e como tais experiências podem ser medidas através das qualidades e elementos das obras de arte. O quinto e último momento traz uma conclusão onde se delimita até que ponto a perspectiva de Dickie é pertinente e onde sua visão deixa a desejar. Ou seja, nossa crítica a sua perspectiva.