Belo e sublime : a mulher e o homem na filosofia de Immanuel Kant.

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Data

2008

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Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Departamento de Filosofia, Instituto de Filosofia, Artes e Cultura, Universidade Federal de Ouro Preto.

Resumo

A dissertação tem como objetivo apresentar a mulher, conforme caracterizada por Immanuel Kant. Houve uma preocupação em tratar o tema, considerando a época dos escritos e as perspectivas empregadas em cada obra que faz menção às mulheres. E, principalmente, manteve-se na investigação um olhar neutro, afastado de qualquer ressentimento que se pudesse ter com relação às críticas dirigidas à condição feminina. Assim, entendemos que as conclusões provindas desta análise seriam mais coerentes, por serem justificáveis a partir dos próprios argumentos kantianos. A mulher, na obra Observações sobre o sentimento do belo e do sublime (1764), é representada através das qualidades originárias do sentimento do belo. São estas: honestidade, piedade, compaixão e solicitude. A simplicidade e a ingenuidade determinam a modéstia e, assim, têm-se garantidos a benevolência e o respeito para com os outros. Já sensibilidade e a vaidade são consideradas pelo filósofo como debilidades. O sexo masculino é considerado sob os aspectos do sentimento sublime. Cabe mencionar que ao determinar a mulher através do sentimento do belo, Kant pretende distinguir o sexo, através da atribuição de especificidades próprias deste, mas isso não impedirá que tais designações sejam encontradas também no sexo sublime, e vice e versa. Ainda nas Observações, Kant argumenta que o refinamento do gosto feminino dá-se através das sensações. Para ele era difícil acreditar que a mulher seria capaz de nortear-se segundo princípios, mas com isso não esperava ofendê-la, pois princípios também não eram facilmente encontrados no sexo masculino. Somente na teoria moral kantiana, a mulher pode ser considerada apta para o exercício racional capaz de conduzir à moralidade. Justamente, porque tais escritos sustentam-se sobre preceitos estabelecidos a priori, ou seja, não se encontram no âmbito da experiência. Tal discurso direciona-se ao sujeito transcendental, àquele considerado somente sobre o aspecto da racionalidade. Logo, a teoria moral revela-se independente do gênero. Contudo, sob esta mesma perspectiva, Kant preocupou-se em discorrer sobre o matrimônio. O que o conduzirá a uma contradição, a saber, se a liberdade é considerada um direito nato, porque negá-la à mulher casada?

Descrição

Palavras-chave

Immanuel Kant - crítica e interpretação, Relações de gênero, O Sublime, Estética, Arte - filosofia

Citação

LINO, A. de C. Belo e sublime : a mulher e o homem na filosofia de Immanuel Kant. 2008. 90 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2008.

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