DELET - Departamento de Letras
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Resultados da Pesquisa
Item Crenças linguísticas nas aulas de língua portuguesa de uma escola de periferia.(2022) Nascimento, Daniele Francisca Martins do; Gonçalves, Clézio Roberto; Gonçalves, Clézio Roberto; Brasileiro, Ada Magaly Matias; Dias, Valter de CarvalhoA proposta desta pesquisa foi investigar as crenças linguísticas nas aulas de língua materna, a partir das perspectivas de alunos(as) dos três anos do Ensino Médio e da professora de língua portuguesa, em uma escola da rede pública na periferia de Vespasiano (MG). Acreditamos que, a partir das reflexões sobre crenças linguísticas, é possível (re)pensar o ensino- aprendizagem de língua portuguesa. Para as concepções teóricas, baseamo-nos nos princípios da linguística aplicada e da sociolinguística, nos estudos sobre crenças linguísticas e sobre o ensino-aprendizagem e também práticas de letramentos. Adotamos, neste trabalho, a concepção de crenças linguísticas como construções sociais e individuais que influenciam nossos modos de perceber o mundo (BARCELOS, 2006), bem como impactam fenômenos da língua (BOTASSINI, 2015) e podem ser modificadas e ressignificadas (SOUZA, 2012). Tendo em vista o contexto de desenvolvimento desta investigação, uma periferia na região metropolitana de Belo Horizonte, fundamentamos nossa teoria também a partir das questões de raça, gênero, classe, identidades e suas implicações com a língua e a linguagem. Para a pesquisa, utilizamos procedimentos metodológicos diversificados, como quantitativo- qualitativo, análise documental, e observações sob um olhar etnográfico. Foram realizadas entrevistas, via questionário, com assertivas sobre crenças linguísticas aos(às) estudantes e à professora na escala Likert, que apontaram discordância ou concordância com as afirmações. Adicionalmente, foram realizadas observações virtuais, durante a pandemia, e em campo, quando da volta às aulas presenciais. Tendo em vista que a maior parte da pesquisa ocorreu durante o regime de estudo não presencial, realizou-se análise dos Planos de Estudos Tutorados (PETs), documentos elaborados pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEEMG). Nos resultados, observamos, por um lado, que há crenças como a existências de “certo” e “errado” na forma de falar, a homogeneidade da língua portuguesa com alto percentual de concordância entre alunos(as), assim como o dever de a escola ensinar a variedade culta aos estudantes, tanto para alunos(as) quanto para a docente. Por outro lado, crenças linguísticas como de que brasileiro(a) não sabe português já são avaliadas com discordância por grande parte de alunos(as) e docente – esta apresenta uma visão menos progressista quando comparadas suas crenças às dos(as) discentes. Nos PETs analisados, observamos que tais materiais não apresentam fundamentação teórica adequada acerca da variação linguística, razão esta de equívocos em definições e usos de termos sociolinguísticos. Não há utilização de gêneros textuais representativos de situações reais de uso; as abordagens, em sua maioria, limitam-se a aspectos lexicais baseados na gramática tradicional, além de desconsiderar a BNCC, mesmo quando se propõem a considerá-la. As observações em campo, principalmente virtuais, e as entrevistas semiestruturadas nos trouxeram como resultados o conhecimento de que os(as) alunos(as) estão envolvidos em práticas sociais de letramentos de reexistência, letramentos digitais, multiletramentos, em ambientes extraescolares como batalhas de hip-hop, igrejas, redes sociais, entre outros.Item A variação pronominal nós e a gente no falar de Ipatinga - MG.(2021) Silva, Alexandre Emanuel Alves da; Gonçalves, Clézio Roberto; Dias, Valter de Carvalho; Gonçalves, Clézio Roberto; Muniz, Kassandra da Silva; Vieira, Marília SilvaEste estudo investiga a variação dos pronomes de primeira pessoa do plural nós e a gente na função sintática de sujeito no português brasileiro falado na área urbana do município de Ipatinga (MG). O corpus utilizado para essa tarefa é constituído por dados do falar de moradores da localidade em estudo, coletados no primeiro semestre do ano de 2020. A abordagem teórica adotada aqui é a sociolinguística variacionista (LABOV, [1972] 2008), tendo como objetivo geral: analisar a variação pronominal nós e a gente no falar de Ipatinga (MG). Já os objetivos específicos são: (i) descrever quais fatores linguísticos condicionam a variação nós e a gente em diferentes faixas etárias; (ii) descrever quais fatores extralinguísticos condicionam a variação nós e a gente em diferentes faixas etárias; (iii) verificar se o fenômeno em questão revela um processo de mudança linguística em progresso ou um processo de variação estável. Este trabalho tem como hipóteses: (i) a forma a gente é mais utilizada pelos falantes mais jovens, apresentando diminuição de ocorrência à medida que se eleva a faixa etária; (ii) o uso da forma nós como sujeito implícito seguido de verbo com a marca morfêmica -mos é maior no falar de sujeitos com formação universitária; (iii) a variável referência indeterminada do sujeito contribui para a ocorrência de uso da forma a gente. Buscamos também propor um diálogo entre os resultados aqui obtidos e outros com temática similar (ARAÚJO, 2016; DEON, 2015; SANTANA, 2014; NASCIMENTO, 2013; GONÇALVES, 2003; FRANCESCHINI, 2011; MENDONÇA, 2010), bem como confirmar ou não nossas hipóteses, a fim de compreender melhor o fenômeno abordado. Para avaliar o fenômeno de variação, partimos de uma análise quantitativa dos dados, os quais foram coletados por meio de narrativas na modalidade oral, gravadas em fala casual e espontânea (LABOV, [1972] 2008). Ao tratar do fenômeno, propomos o estudo das variáveis linguísticas e variáveis extralinguísticas em que ele se materializa. Por isso, de maneira geral, este estudo tem como variáveis linguísticas: o preenchimento do sujeito, a marca morfêmica e a determinação do referente. Já como variáveis extralinguísticas, adotamos: sexo/gênero, faixa etária e grau de escolaridade. Devido à natureza do estudo, utilizamos o programa GoldVarb X (SANKOFF, TAGLIAMONTE, SMITH, 2005) para a análise quantitativa dos dados recolhidos. Por fim, o resultado geral indicou que a forma inovadora a gente (70,7%) é mais usada do que a forma conservadora nós (29,3%). Além disso, com os demais resultados, concluímos que a forma a gente é a mais favorecida e utilizada na maioria dos contextos linguísticos e extralinguísticos, e que a variação nós e a gente se trata de um processo de mudança linguística em progresso no município de Ipatinga (MG).Item Variação na escrita do /r/ final : uma análise em textos escritos e dados orais de alunos do ensino fundamental I.(2019) Martins, Karine Gonçalves; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Guimarães, Daniela Mara Lima Oliveira; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Guimarães, Daniela Mara Lima Oliveira; Antunes, Leandra BatistaEsta dissertação tem como objetivo investigar, com vistas a compreender parte do processo de aquisição da escrita, o seguinte fenômeno de variação: realização x não realização do /R/ em coda silábica final, em verbos no infinitivo, na escrita de alunos do Ensino Fundamental I. Esta pesquisa respalda-se teoricamente na perspectiva psicogenética de compreensão da evolução da linguagem escrita; nas teorias que abordam a relação entre oralidade, fonologia e escrita e na Sociolinguística, mais especificamente na Sociolinguística Educacional. Para a constituição dos corpora foram coletados textos escritos e gravados áudios de dez alunos do 3º ano do Ensino Fundamental I, de uma escola da rede pública estadual de um distrito da cidade de Mariana- MG. Assim, verificamos as relações entre a fala e a escrita estabelecidas por esses alunos, a fim de compreendermos o fenômeno de variação supracitado, bem como suas hipóteses sobre a escrita. Com base específica no caso de variação investigado, os resultados, quando de uma análise quantitativa, apontam para um baixo índice de apagamento do /R/ na escrita, o que, a princípio, caracteriza pouca influência da fala na escrita dos alunos. No entanto, esses mesmos resultados, quando analisados qualitativamente e, a partir do levantamento de outros tipos de erros presentes nos textos dos alunos cuja motivação encontra-se também na relação entre essas duas modalidades da língua, constatamos que há ainda grande influência da oralidade na escrita das crianças sujeitos desta pesquisa.Item As interações face a face entre mulheres encarceradas e as profissionais do psicossocial do Presídio Feminino José Abranches Gonçalves : uma análise sob a ótica da sociolinguística interacional.(2019) Costa, Flávia Andréa Rodrigues da Silva Leandro da; Rodrigues Júnior, Adail Sebastião; Gonçalves, Clézio Roberto; Baptista, Patrícia Rodrigues Tanuri; Rodrigues Júnior, Adail SebastiãoEsta pesquisa tem como foco as interações face a face entre mulheres encarceradas e as profissionais do psicossocial da unidade prisional do Presídio Feminino José Abranches Gonçalves (PFJAG), à luz da Sociolinguística Interacional. A linha analítica é um estudo de caso que visa comparar o dinamismo constante nos enquadres dos atendimentos do fale comigo e das entrevistas da Comissão Técnica de Classificação (CTC), para investigar a alternância do footing pelas participantes da interação – psicólogas, assistentes sociais e mulheres encarceradas -, as pistas de contextualização, os enquadres interativos e os esquemas de conhecimento compartilhados. Para entender as especificidades do contexto investigado, esta pesquisa dispõe de vertente interdisciplinar, baseada nos pressupostos teóricos da Sociologia das Prisões. Além disso, esta investigação também se apoia na perspectiva dos métodos etnográficos, com a adoção de caderno de campo, registro de áudio das interações face a face, sistematização e transcrição dos dados coletados e descrição do contexto. Foram catalogadas cinquenta e uma interações face a face, divididas entre quarenta e sete provocadas pelos atendimentos de fale comigo e quatro pelas profissionais nas entrevistas de CTC. Este trabalho revela um dinamismo nos enquadres, presente tanto nas interações face a face dos atendimentos de fale conosco, já esperado, quanto das entrevistas de CTC, que são interações mais ritualizadas, que se apoiam em scripts para a investigação de demandas da Comissão Técnica de Classif icação, mas que constatou o dinamismo de uma conversa. Há um grau de negligência no compartilhamento dos esquemas de conhecimento maior na entrevista de CTC, geralmente realizada por uma profissional que não realizou atendimento anterior à reclusa entrevistada, do que no fale comigo resultante de interações anteriores. Percebe-se no “eu” de Clara – reclusa participante das interações analisadas – a projeção de mulher inocente e enganada pelos fatos num crime passional, presa “injustamente” por confiar no marido, rejeitadora do estigma de criminosa. A escolha do objeto se deu a partir de quatro etapas de coletas de dados. O recorte é o de uma interação face a face de atendimento de fale comigo e outra de entrevista de CTC.Item Crenças e atitudes linguísticas de professores de língua portuguesa : a variação linguística na oralidade.(2019) Costa, Mariana Mendes Correa da; Gonçalves, Clézio Roberto; Carvalho, Maria Tereza Nastri de; Muniz, Kassandra da Silva; Gonçalves, Clézio RobertoEsta pesquisa trata das crenças e das atitudes linguísticas de professores de Língua Portuguesa sobre o ensino da oralidade em sala de aula. Partindo do objetivo geral o trabalho consistiu em descrever como os professores lidam com a temática em questão, tomando por base se eles veem o ensino da Língua Portuguesa sob a perspectiva da norma padrão e/ou da variação linguística. Para alcançar os resultados esperados empregou-se como metodologia uma entrevista semiestruturada que continha perguntas referentes aos dados pessoais dos professores e sobre o ensino de Língua Portuguesa, sobretudo focando na didática e nas escolhas dos docentes. A entrevista aconteceu com 18 professores, sendo divididos em escolas públicas e particulares e por níveis de ensino: Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio. Após coletados os dados foram feitas análises dos relatos dos professores, tomando por base os aportes teóricos referentes às crenças e às atitudes linguísticas, numa perspectiva da Sociolinguística Educacional. Os resultados alcançados reportaram que ainda há muitas crenças que pairam sobre o ensino da Língua Portuguesa, dentre elas a crença predominante de que há uma língua ideal embasada pela norma padrão e que esta deve ser a modalidade mais ensinada nas aulas. A maioria dos professores reconhecem que a língua é rica em variações linguísticas, mas essa temática ainda é pouco explorada em sala de aula. A pesquisa também mostrou que a oralidade não é muito abordada pelos professores, a maioria se debruça sobre conteúdos que abordam a escrita, pois consideram que este conteúdo contempla mais a formalidade da língua. Assim, o presente trabalho procurou contribuir para a área da Linguística Aplicada ao ensino da língua materna sobretudo ao mostrar os pontos de vista dos professores da cidade de Mariana (MG), enfatizando como suas crenças e atitudes podem ser constantemente estudadas e repensadas com o intuito das práticas docentes serem sempre melhoradas.Item Esta língua vareia : uma análise da variação linguística no ensino de língua portuguesa, em Mariana, MG.(2018) Sena, Viviane de Andrade Soares; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Antunes, Leandra Batista; Guimarães, Daniela Mara Lima Oliveira; Mendes, Soélis Teixeira do PradoEsta dissertação apresenta uma análise da variação linguística no ensino de Língua Portuguesa, na educação básica, em turmas do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio, nas escolas públicas e particular de Mariana. Sob a perspectiva da Sociolinguística, sobretudo, pautando-nos em estudos científicos produzidos por Soares (2002), Bortoni-Ricardo (2005), Faraco (2008), dentre outros teóricos; e, também, nas propostas dos documentos que regem o ensino (PCN e CBC), realizamos observações em salas de aula e colhemos os Planejamentos de Aula, registrando a prática e a teoria de quatro professoras, em três escolas. À vista disso, com o objetivo de investigar o tratamento dado à variação linguística nas aulas de Língua Portuguesa, procedemos à análise dos dados coletados durante as observações e registros da atuação docente. Esses procedimentos foram feitos a fim de constatarmos se as ações docentes encontram-se fundamentadas numa concepção de ensino de língua mais normal e menos normativa, mais diversa e menos uniforme, mais descritiva e menos prescritiva, já que os pressupostos dos documentos oficiais apontam para essa direção. Com isso, evidenciamos um ensino tradicionalista, cujo eixo é (ainda) a gramática normativa. Nesse cenário, percebemos que as professoras não demonstram ter consciência sobre os conceitos teóricos básicos da Sociolinguística Variacionista de Labov (1972, 2008), nem especificamente da Sociolinguística Educacional, como sugere Bortoni-Ricardo (2005). Sendo assim, constatamos que as variedades desprestigiadas da língua não recebem tratamento adequado ao “avanço necessário” ao ensino (BRASIL, 1998, p. 48). Portanto, há uma discrepância entre as ações da escola/professores e os direcionamentos regulamentados pelos PCN e CBC. Finalizamos considerando que esse ensino prescritivista de língua nos indica ser improvável o tratamento adequado e desejado da variação linguística que se espera de uma escola transformadora (SOARES, 2002). Precisamos, pois, repensar esse ensino.Item A variação dos pronomes tu e você na fala mineira de Ressaquinha (MG).(2017) Silva, Suelen Cristina da; Gonçalves, Clézio Roberto; Gonçalves, Clézio Roberto; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Coelho, Maria do Socorro VieiraEste trabalho fundamenta-se nos pressupostos teóricos-metodológicos da Teoria da Variação, seguindo os preceitos de Heinrich; Labov; Herzog, 2006 [1968]), Labov (2008 [1972]), entre outros. O objetivo do presente estudo é descrever e analisar a variação dos pronomes de segunda pessoa do singular (tu e você) no falar ressaquinhense, identificando os fatores linguísticos e extralinguístico que influenciam o uso de uma ou outra forma pronominal. A amostra é constituída de 24 entrevistas e estratificada em função da área geográfica (zona urbana e zona rural); faixa etária (20 a 35 anos, 36 a 50 anos e 50 anos ou mais) e sexo (feminino e masculino). Os dados gerais indicaram a predominância de você sobre o tu em Ressaquinha (MG). O programa GoldVarb X selecionou 4 fatores que favorecem o uso de tu, na seguinte ordem de relevância: tipo de referência (específica); contexto sintático (sujeito); tipo de discurso (direto); faixa etária (19 a 35 anos). Outras variáveis, tais como contexto frasal, sexo e área geográfica não foram selecionadas pelo programa, mas demonstrou que o pronome tu no falar ressaquinhense é mais recorrente nas frases interrogativas, nas falas masculinas e na zona urbana, respectivamente.