A variação pronominal nós e a gente no falar de Ipatinga - MG.
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2021
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Resumo
Este estudo investiga a variação dos pronomes de primeira pessoa do plural nós e a gente na
função sintática de sujeito no português brasileiro falado na área urbana do município de
Ipatinga (MG). O corpus utilizado para essa tarefa é constituído por dados do falar de moradores
da localidade em estudo, coletados no primeiro semestre do ano de 2020. A abordagem teórica
adotada aqui é a sociolinguística variacionista (LABOV, [1972] 2008), tendo como objetivo
geral: analisar a variação pronominal nós e a gente no falar de Ipatinga (MG). Já os objetivos
específicos são: (i) descrever quais fatores linguísticos condicionam a variação nós e a gente
em diferentes faixas etárias; (ii) descrever quais fatores extralinguísticos condicionam a
variação nós e a gente em diferentes faixas etárias; (iii) verificar se o fenômeno em questão
revela um processo de mudança linguística em progresso ou um processo de variação estável.
Este trabalho tem como hipóteses: (i) a forma a gente é mais utilizada pelos falantes mais
jovens, apresentando diminuição de ocorrência à medida que se eleva a faixa etária; (ii) o uso
da forma nós como sujeito implícito seguido de verbo com a marca morfêmica -mos é maior no
falar de sujeitos com formação universitária; (iii) a variável referência indeterminada do sujeito
contribui para a ocorrência de uso da forma a gente. Buscamos também propor um diálogo entre
os resultados aqui obtidos e outros com temática similar (ARAÚJO, 2016; DEON, 2015;
SANTANA, 2014; NASCIMENTO, 2013; GONÇALVES, 2003; FRANCESCHINI, 2011;
MENDONÇA, 2010), bem como confirmar ou não nossas hipóteses, a fim de compreender
melhor o fenômeno abordado. Para avaliar o fenômeno de variação, partimos de uma análise
quantitativa dos dados, os quais foram coletados por meio de narrativas na modalidade oral,
gravadas em fala casual e espontânea (LABOV, [1972] 2008). Ao tratar do fenômeno,
propomos o estudo das variáveis linguísticas e variáveis extralinguísticas em que ele se
materializa. Por isso, de maneira geral, este estudo tem como variáveis linguísticas: o
preenchimento do sujeito, a marca morfêmica e a determinação do referente. Já como variáveis
extralinguísticas, adotamos: sexo/gênero, faixa etária e grau de escolaridade. Devido à natureza
do estudo, utilizamos o programa GoldVarb X (SANKOFF, TAGLIAMONTE, SMITH, 2005)
para a análise quantitativa dos dados recolhidos. Por fim, o resultado geral indicou que a forma
inovadora a gente (70,7%) é mais usada do que a forma conservadora nós (29,3%). Além disso,
com os demais resultados, concluímos que a forma a gente é a mais favorecida e utilizada na
maioria dos contextos linguísticos e extralinguísticos, e que a variação nós e a gente se trata de
um processo de mudança linguística em progresso no município de Ipatinga (MG).
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Letras. Departamento de Letras, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Sociolinguística, Linguagem e línguas - variação, Pronomes, Análise linguística
Citação
SILVA, Alexandre Emanuel Alves da. A variação pronominal nós e a gente no falar de Ipatinga - MG. 2021. 148 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana, 2021.
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