“Eu não tenho cara de estudante de medicina” : trajetória de um estudante e os guichês discriminantes na universidade pública.

Resumo

O artigo analisa a trajetória de um estudante de camada popular, as interações com guichês discriminantes em uma universidade pública mineira e suas percepções sobre seu cotidiano como estudante-alvo de políticas sociais. A partir de uma abordagem qualitativa, realizou-se uma entrevista-narrativa, contemplando quatro dimensões: (1) sua trajetória familiar e escolar antes do ingresso na universidade; (2) estratégias e percepções sobre políticas de inclusão social que contribuíram para seu ingresso na universidade; (3) sua experiência como estudante de Medicina e as interações com os pares; (4) sua interação com os setores na universidade, nos seus guichês. Os resultados indicam mudança no perfil socioeconômico nas universidades públicas a partir do governo Lula e o ingresso dos “estudantes improváveis”, por meio da Lei de Cotas e outras políticas destinadas às famílias. Revelam, também, guichês discriminantes e estigmas que se processam, a partir da reprodução de desigualdades no processo de implementação de políticas.

Descrição

Palavras-chave

Implementação de políticas públicas, Trajetórias escolares, Desigualdade e oportunidades educacionais

Citação

FERNANDES, N. R.; OLIVEIRA, B. R. de. “Eu não tenho cara de estudante de medicina”: trajetória de um estudante e os guichês discriminantes na universidade pública. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1279-1300, jun. 2022. Disponível em: <https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/16111>. Acesso em: 06 jul. 2023.

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