PPCBIOL - Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas
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Resultados da Pesquisa
Item Traumas relacionados à pandemia da COVID-19 : sofrimento mental de estudantes universitários e os efeitos de uma sessão de biofeedback cardiorrespiratório sobre parâmetros fisiológicos e emocionais.(2023) Rosário, Nacha Samadi Andrade; Souza, Gabriela Guerra Leal de; Bearzoti, Eduardo; Souza, Gabriela Guerra Leal de; Bearzoti, Eduardo; Freire, Izabela Mocaiber; Oliveira, Lenice Kappes Becker; Pereira, Mirtes Garcia; Vital, Wendel CouraA pandemia da COVID-19, causada pelo Coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave 2 (SARS-CoV-2), levou a um elevado número de mortes em todo o mundo, que foi associado a incertezas em relação ao futuro, sofrimento mental e exposição a eventos traumáticos, sendo este último, pouco estudado até o momento em amostras que não trabalharam na linha de frente de combate à doença, como os universitários. A população de estudantes universitários é considerada mais suscetível ao sofrimento mental, quando comparada à população geral, devido a pressões acadêmicas, carga de trabalho, novos relacionamentos e responsabilidades. A pandemia pode ter agravado esse quadro. Estudos já demonstraram que diversos transtornos mentais, como depressão e ansiedade estão relacionados à baixa variabilidade da frequência cardíaca (VFC). A VFC consiste na variação dos intervalos entre os batimentos cardíacos e é modulada pelos ramos simpático e parassimpático do sistema nervoso autônomo sob o coração. Diversas técnicas podem ser utilizadas para modificar a VFC, dentre elas destaca-se o biofeedback cardiorrespiratório. Este tem se mostrado efetivo em aumentar os componentes da VFC, assim como reduzir sintomas de sofrimento mental, mas ainda não há estudos realizados com essa técnica com foco nos traumas vivenciados durante a pandemia da COVID-19. A presente pesquisa foi dividida em dois estudos. O primeiro estudo teve como objetivo avaliar a influência do tipo e a intensidade de eventos traumáticos relacionados à COVID-19, das características sociodemográficas, e dos hábitos de vida e condições de saúde sobre os sintomas de depressão, ansiedade e estresse de estudantes universitários durante a pandemia da COVID-19. O estudo foi realizado no formato online em dois momentos distintos, um em 2021 e o outro em 2022. Todos os estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) receberam o convite de participação e os questionários pelo e-mail institucional. Participaram estudantes de ambos os sexos, com idade entre 18 e 35 anos. Os resultados mostraram uma associação positiva entre o aumento da intensidade dos eventos traumáticos relacionados à COVID-19 e os sintomas de estresse, ansiedade e depressão, e também que cada tipo de evento traumático foi associado a esses sintomas no ano de 2021, porém estes resultados não foram encontrados no ano de 2022. Além disso, encontramos que esses sintomas se associaram com sexo, idade, ter ou ter tido uma doença, usar medicação e não praticar exercício físico para ambos os anos investigados. O segundo estudo foi realizado entre maio e junho de 2022 no formato presencial tendo como objetivo avaliar os efeitos de uma sessão de biofeedback cardiorrespiratório sobre a VFC, coerência cardiorrespiratória, frequência respiratória e estados emocionais de estudantes universitários que vivenciaram as mais altas e baixas intensidades de trauma relacionadas à COVID-19. Para a realização do estudo, selecionamos 69 estudantes da UFOP, de ambos os sexos, com idade entre 18 e 35 anos, sendo 37 com as maiores pontuações e 32 com as menores pontuações no questionário de experiências traumáticas durante a pandemia da COVID-19. Esses estudantes realizaram uma sessão de biofeedback cardiorrespiratório com duração de 12 minutos. Antes e após a sessão, foram coletados o estado de afeto positivo e negativo, o estado de ansiedade, a coerência cardiorrespiratória, a frequência respiratória e a VFC por quatro minutos em repouso. Os resultados mostraram que antes da sessão o grupo de alta intensidade apresentou maiores valores de sintomas de ansiedade e ansiedade estado comparados ao grupo baixa intensidade de trauma. A sessão de biofeedback promoveu aumento dos parâmetros parassimpáticos da VFC e da coerência cardiorrespiratória, diminuição da frequência respiratória, do afeto positivo e negativo e da ansiedade estado para ambos os grupos independente da intensidade de trauma. Concluímos que eventos traumáticos relacionados à COVID-19 podem exacerbar o sofrimento mental, mesmo em uma amostra que não esteve na linha de frente da pandemia. E que uma única sessão de biofeedback foi capaz de melhorar os parâmetros fisiológicos e emocionais de estudantes universitários independente da intensidade de traumas vivenciados.Item Avaliação da influência do inóculo em açaí (Euterpe oleracea) na infecção oral pelo Trypanosoma cruzi em camundongos BALB/c.(2024) Marques, Flávia de Souza; Vieira, Paula Melo de Abreu; Borges, William de Castro; Vieira, Paula Melo de Abreu; Borges, William de Castro; Lima, Wanderson Geraldo; Amaral, Joana Ferreira do; Souza, Daniel Menezes; Toledo, Max Jean de OrnelasPor muito tempo, o principal mecanismo de transmissão da doença de Chagas foi o vetorial. Entretanto, após uma série de medidas de controle ao principal vetor, Triatoma infestans, ocorreu um decréscimo na transmissão vetorial no Brasil. Nesse cenário, a infecção por via oral se tornou o principal mecanismo de transmissão da doença de Chagas no Brasil. Essa via de infecção é caracterizada pela ingestão de alimentos ou bebidas contaminados com asformas metacíclicas (TM) do Trypanosoma cruzi, sendo o açaí (Euterpe oleracea) o principal alimento envolvido. A alta capacidade antioxidante da pasta de açaí, com alto teor de polifenóis, especialmente antocianinas, já foi confirmada em vários estudos, entretanto existem poucos trabalhos na literatura que abordam a via oral, e complementarmente, a participação do açaí na interação parasito/hospedeiro. Nesse sentido, um estudo sobre a influência do açaí, frente a infecção por via oral possibilitará a compreensão de como o alimento no qual o parasito é inserido no organismo interfere na interação entre T. cruzi/hospedeiro. Baseado nisso, o objetivo desse trabalho foi avaliar a influência do inóculo em açaí na infecção experimental pelo T. cruzi. Para cumprir com esse objetivo, camundongos BALB/c foram divididos em três grupos experimentais, o grupo Controle (animais não infectados) e os grupos de animais infectados por via oral com formas TM da cepa Y (DTU II) do T. cruzi adicionadas ao meio RPMI ou ao açaí. Os animais inoculados com os parasitos em meio RPMI apresentaram 83% de sobrevida, enquanto essa porcentagem no grupo inoculado com parasitos em açaí foi de 98%. Apesar do grupo Açaí apresentar período pré- patente de parasitemia mais longo, as curvas de parasitemia dos animais infectados foram semelhantes. A quantificação da carga parasitária tecidual mostrou um aumento do parasitismo na bochecha no grupo RPMI em relação ao grupo Açaí no 14o DAI (dias após a infecção). Já no estômago esse aumento foi observado precocemente no 5o DAI. Entretanto, no coração observou-se um perfil inverso, onde houve um aumento da carga no grupo Açaí no 7o DAI em relação ao grupo RPMI. Já no 14o DAI ocorre uma inversão. A avaliação do processo inflamatório mostrou que tanto no músculo próximo a bochecha, quanto no estômago há presença de processo inflamatório nos dias 2 e 5 após a infecção para ambos os grupos infectados. No 14o DAI esse aumento foi observado apenas na bochecha para animais infectados em meio RPMI. No coração apesar de não ter sido observado processo inflamatório, foram encontrados ninhos de amastigota no 14o DAI no grupo RPMI. A quantificação de citocinas no músculo próximo a bochecha mostrou que ocorre uma maior produção da citocina pró-inflamatória TNF aos 14 dias após a infecção no grupo RPMI em relação ao grupo Açaí. Já no estômago, a avaliação das citocinas mostrou que nos animais infectados com Açaí há uma menor produção de citocinas pró-inflamatórias e imunoreguladoras. A avaliação proteômica do estômago revelou 110 proteínas diferencialmente abundantes nos três grupos experimentais. Destas, 24 proteínas encontraram- se aumentadas no grupo Açaí e diminuídas no grupo RPMI em relação ao grupo Controle. Estas proteínas estão envolvidas no controle do processo inflamatório e na manutenção da integridade da barreira epitelial. Já os grupos infectados partilharam 17 proteínas com aumento da abundância em relação ao grupo Controle, entre as quais se destacam proteínas relacionadas à invasão celular e integridade da mucosa gástrica. Esses resultados sugerem que a infecção oral por ingestão de formas metacíclicas em meio RPMI, além de promover uma parasitemia mais precoce, foi responsável pelo estabelecimento da infecção no estômago no 5o DAI. Já no grupo Açaí, a infecção ocorre de forma maissilenciosa, com parasitemia mais tardia e estabelecimento da infecção apenas no 14o DAI. Este fato pode estar relacionado à uma menor produção de citocinas pró-inflamatórias nos animais infectados com o Açaí, além do aumento de proteínas que dificultam a invasão celular pelo T. cruzi.Item Efeito da dieta hiperlipídica consumida pela progenitora sobre o metabolismo do tecido adiposo branco da prole de segunda geração.(2023) Lima, Taynara Carolina; Alzamora, Andréia Carvalho; Carneiro, Cláudia Martins; Carneiro, Claudia Martins; Alzamora, Andreia Carvalho; Castro, Carlos Henrique de; Souza, Gabriela Guerra Leal de; Araujo, Ronaldo de Carvalho; Borges, William de CastroA dieta hiperlipídica (H) da progenitora pode induzir alterações metabólicas na prole. O presente estudo avaliou o efeito da dieta H consumida pela progenitora G0H durante o período de acasalamento, gestação e lactação (59 dias), no metabolismo do tecido adiposo branco da prole segunda geração F2- G0H. Ratos Fischer foram submetidos à dieta H (G0H) ou dieta controle (C; G0C) durante o acasalamento, gestação e lactação (59 dias), gerando as proles F1 e F2, que receberam dieta C após desmame até completarem 90 dias de idade. A prole F2 foi dividida em dois grupos de acordo com alimentação da G0: prole F2 de progenitoras G0H (F2-G0H) e de progenitoras G0C (F2-G0C). Nossos resultados revelaram que a dieta H materna induziu aumento da massa corporal, da eficiência alimentar, dos depósitos de gordura inguinal, retroperitoneal e epididimal, da relação TAV/TAS, do índice de adiposidade, da massa do fígado na prole F2-G0H. Além disso, a prole F2-G0H apresentou o TAB disfuncional gerando lipotoxicidade, mostrado pela hipertrofia do depósito de gordura retroperitoneal com aumento no teor de lipídeos, no colesterol total, no número de células inflamatórias e nas áreas dos adipócitos, além de aumento do processo redox e dos marcadores do processo inflamatório mostrado pelos níveis proteicos de CCL2 e da expressão gênica de componentes da via Toll (Tol2R; Tol4R; MyD88; Tirap e Traf). E ainda aumento da expressão gênica do sistema renina angiotensina (Agto; AT1R), de marcadores da lipólise (UCP-1; UCP-3; PGC1-α e leptina) e adipogênicos (BMP4+; Wnt10; Wnt1; C/EBPα) no depósito de gordura retroperitoneal. Já o depósito de gordura inguinal apresentou aumento do número e da área dos adipócitos e aumento de células inflamatórias. Adicionalmente, o fígado apresentou aumento do teor de lipídeos, do triglicerol e colesterol hepáticos e dos níveis séricos de ALT e AST, caracterizando um quadro de doença hepática não alcóolica. Nossos dados em conjunto sugerem que o consumo da dieta H pela progenitora, induziu na prole F2-G0H expansão do TAB por hipertrofia, seguido de processo inflamatório e lipotoxicidade, ocasionando disfunção no TAB e do fígado, contribuindo para o quadro de síndrome metabólica na prole F2-G0H.Item Aplicação de farmacometria na análise sequencial da farmacocinética pré-clínica do Benznidazol em modelo murino.(2023) Mendes, Thaís Fernanda Rodrigues Bastos; Carneiro, Cláudia Martins; Bandeira, Lorena Cera; Carneiro, Claudia Martins; Romero, Israel Molina; Jeremias, Wander de Jesus; Bandeira, Lorena CeraA doença de Chagas foi descoberta há mais de cem anos e ainda é um problema de saúde pública mundial, já que o potencial terapêutico do Nifurtimox (NFX) e Benznidazol (BNZ), únicos medicamentos usados para o tratamento da doença ainda é muito limitado. O foco deste trabalho é o BNZ, único fármaco utilizado no Brasil. Além dos diversos efeitos colaterais e limitações, a complexidade da doença torna a eficácia terapêutica do BNZ bastante variável. Ainda que existam estudos farmacocinéticos pré-clínicos, eles são escassos ou insuficientes para responder a tantos questionamentos para elucidar os problemas relacionados ao BNZ. Por isso, o presente trabalho teve como objetivo realizar uma análise sequencial da farmacocinética pré-clínica do benznidazol no baço, pulmão e rim de camundongos sadios submetidos a diferentes esquemas terapêuticos, envolvendo a farmacometria, também conhecida como modelagem e simulação (M&S). A distribuição do BNZ do plasma para os tecidos foi avaliada a partir do modelo farmacocinético em camundongos previamente disponível e considerado como compartimento central ao qual foram sequencialmente incluídos os dados de concentração nos tecidos, que foram então parametrizados como compartimentos periféricos. As estimativas foram conduzidas por modo de estimação condicional de primeira ordem com interação implementado no software NONMEN v.7.5.0 e os resumos, testes estatísticos, estruturação dos dados e elaboração de gráficos foram realizados com auxílio do software R. A confiabilidade do nosso modelo de farmacocinética populacional (popPK) do BNZ foi validada pela ferramenta de verificação preditiva visual (Visual Predictive Check - VPC) com correção de predições e variância do BNZ nos tecidos de camundongos obtidos após 1000 simulações. O ajuste do modelo das estimativas aos dados observados foi avaliado por gráficos de qualidade de ajuste (Goodness Of Fit - GOF), que relacionam valores preditos versus observados individuais e populacional para cada tecido, assim como resíduos ponderados condicionais (CWRES) versus concentrações populacionais preditas e CWRES versus tempo. Apenas a distribuição para o baço e rim apresentou variabilidade inter-individual (IIV) no volume de distribuição dos tecidos. Os intervalos das predições VPC são espessos e se sobrepõem, devido a amostragem esparsa nos dados de tecidos. Porém são poucas as inadequações entre as concentrações observadas e simuladas. Apesar de apresentar algumas estimativas com CWRES pronunciados devido a outliers, a maioria das concentrações teciduais preditas estão próximas das observadas, demonstrando a boa adequação do modelo aos dados. Apesar da natureza esparsa dos dados, o erro residual padrão das estimativas é como o esperado. A distribuição do BNZ não ocorre de forma uniforme, mas aparenta ser dose dependente. O clearance (Q) do pulmão é de 9.40x10-4 (L/h), do baço e rim Q=0.292 e 0.051 (L/h), respectivamente. O Cmax do pulmão é de 79.49 μg/mL, seguido pelo baço com Cmax=5.66 μg/mL e rim com Cmax= 2.46 μg/mL. Quanto à AUC0- 12h, o pulmão exibe 926.7 μg∙h/mL, o baço e rim, AUC 0-12h=16.76 e 9.62 μg∙h/mL. Nossos dados evidenciam a necessidade de ajustes na formulação, concentrações ou na frequência da tomada do fármaco durante o tratamento para que a distribuição seja mais homogênea e alcance concentrações tripanocidas em todos os tecidos.Item Avaliação de proteção heteróloga utilizando proteínas recombinantes de Leishmania braziliensis contra a Leishmaniose visceral.(2023) Silva, Felipe Oliveira da; Roatt, Bruno Mendes; Roatt, Bruno Mendes; Costa, Guilherme de Paula; Brito, Rory Cristiane Fortes deA leishmaniose visceral é considerada a forma mais grave dentre as formas clínicas das leishmanioses e até o momento não há uma vacina que possa ser empregada em campanhas de controle e profilaxia dessa doença. Por isso, se torna necessário um estudo aprofundado no ramo da vacinologia para encontrar possíveis candidatos vacinais que evidenciem imunogenicidade e eficácia. As vacinas atuais com maior potencial imunogênico têm origem de proteínas recombinantes, e sua aplicação tem demonstrado uma eficácia quando analisadas em modelos experimentais murinos. Neste contexto, as proteínas Enolase e Hipotética (rLbHyp) foram avaliadas em camundongos e demonstraram potencial imunogênico com uma baixa carga parasitária quando analisado os órgãos que mais são acometidos pela LV (baço, fígado e medula óssea). Dessa forma, ensaios em modelo hamster (Mesocricetus auratus), são indicados e podem contribuir para uma melhor avaliação destas proteínas visto que este modelo apresenta diversas características da doença quando comparados cães e humanos. O objetivo deste estudo foi então avaliar a eficácia de imunização através de uma vacina composta por proteínas recombinantes de Leishmania braziliensis contra a Leishmaniose visceral experimental em modelo hamster Mesocricetus auratus. Para isto, hamsters foram divididos em oito grupos experimentais sendo estes: animais não imunizados (CI), imunizados com saponina (Sap), proteína hipotética (Hip), proteína enolase (Eno), combinação proteína hipotética e enolase (Hip + Eno), imunizados com proteína hipotética + saponina (Vac Hip), proteína enolase + saponina (Vac Eno), e combinação proteína hipotética e enolase + saponina (Vac Hip + Eno). Os animais receberam três doses de imunização, tendo um intervalo de 21 dias entre elas. Logo após a última dose, foram esperados mais 30 dias para a realização do desafio experimental, sendo um inóculo de 2x107 promastigotas de L. infantum pela via intraperitoneal. Logo após, esperou-se 60 dias para realizar a eutanásia desses animais e amostras de sangue, soro, fragmentos do baço foram obtidos para a realização de diferentes análises laboratoriais através de análises hematológicas, imunológicas e parasitológicas. Em relação aos parâmetros hematológicos, leucograma, eritograma e plaquetas, foram observados padrões normais, principalmente nos grupos imunizados com as composições vacinais completas (Vac Hip, Vac Eno e Vac Hip+Eno). A resposta celular nos mostrou uma elevação nas células CD4+ produtoras das citocinas IFN- e TNF e uma redução nos níveis de IL-10 nos grupos imunizados. A análise macroscópica do baço demonstrou uma esplenomegalia nos grupos CI e Sap comparados aos outros grupos experimentais. Estes resultados foram associados aos dados de carga parasitária onde observamos uma redução do parasitismo hepato-esplênicos principalmente nos grupos com as composições vacinais completas. Em vista disso, os resultados apresentados demonstram uma imunogenicidade importante desencadeada principalmente nos grupos imunizados com as composições vacinais completas, mostrando a relevância vacinal das duas proteínas em um modelo de susceptibilidade na LV.Item A influência da restrição alimentar severa sobre o comportamento e perfil glico-oxidativo de ratos Wistar.(2023) Rodrigues, Lucas Viana; Silva, Fernanda Cacilda dos Santos; Gomes, Sílvia de Paula; Chianca Júnior, Deoclécio Alves; Silva, Fernanda Cacilda dos Santos; Gomes, Sílvia de Paula; Noronha, Sylvana Izaura Salyba Rendeiro de; Queiroz, Thyago Moreira deA restrição alimentar (RA), definida como uma limitação na quantidade de calorias consumidas por um indivíduo, quando severa, provoca déficits nutricionais, metabólicos e comportamentais. Estudos experimentais demonstraram comportamento relacionado à ansiedade em ratas submetidas à RA severa. Além disso, dados da literatura apontaram relação entre danos oxidativos no cérebro (e.g.: na amígdala e no hipocampo), comprometimento do sistema nervoso e aumento dos níveis de ansiedade. Neste estudo, avaliamos os efeitos da restrição alimentar severa, por 14 dias, sobre o comportamento e perfil glico-oxidativo de ratos Wistar. Aos 90 dias de vida, os ratos foram submetidos a uma avaliação alimentar por 14 dias para determinação da média alimentar diária. Posteriormente, foram divididos em grupo controle (GC) e restrito (GR; que recebeu 40% da dieta do GC), e submetidos à 14 dias de protocolo nutricional, seguidos da realização dos testes comportamentais de labirinto em cruz elevado (LCE), caixa claro/escuro (CE) e campo aberto (CA) para avaliação do comportamento do tipo ansiedade e atividade locomotora. Após os testes comportamentais, foram eutanasiados para coleta do plasma, órgãos e tecidos destinados as análises biométricas, metabólicas e de estresse oxidativo. Neste estudo, a RAS promoveu alterações biométricas e metabólicas (i.e.: redução da massa corporal, das massas do fígado e dos tecidos adiposos brancos, e da concentração plasmática de triacilglicerol), mas não alterou a homeostase redox na amígdala e hipocampo. Ademais, aumentou o tempo de permanência e o número de entradas nos braços abertos do LCE e reduziu o tempo de permanência nos braços fechados deste aparato. Também elevou o tempo de tomada de decisão e reduziu o tempo no escuro na caixa claro/escuro, indicando um aumento do comportamento exploratório – respostas sugestivas da busca por alimento, cuja motivação de suprir uma necessidade vital potencialmente superou a ansiedade gerada no aparato. Estes achados, contrários aos dados da literatura obtidos em ratas, sugerem um possível dimorfismo sexual na resposta neurobiológica comportamental à RAS e fomenta um novo direcionamento para futuras pesquisas acerca da neurobiologia dos comportamentos relacionados à ansiedade nos contextos de restrição alimentar. Palavras-chave: restrição alimentar severa, comportamento, estresse oxidativo, labirinto em cruz elevado, caixa claro-escuro.Item Avaliação do uso de proteína quimérica associada a miltefosina como estratégia de imunoquimioterapia para o tratamento da leishmaniose visceral em modelo hamster Mesocricetus auratus.(2023) Gonçalves, Letícia Captein; Roatt, Bruno Mendes; Cardoso, Jamille Mirelle de Oliveira; Roatt, Bruno Mendes; Cardoso, Jamille Mirelle de Oliveira; Duarte, Mariana Costa; Barbosa, Maria AndréaA leishmaniose visceral (LV) é classificada como a doença mais severa entre as leishmanioses. Como medidas de controle da doença, o Ministério da Saúde preconiza a administração de tratamento precoce, no entanto, a elevada toxicidade e os custos elevados dos fármacos utilizados constituem fatores limitantes, resultando em taxas significativas de interrupção do tratamento e contribuindo para a formação de cepas resistentes aos medicamentos, elevando a taxa de letalidade da LV. Dessa forma, faz-se necessário novas estratégias para o combate à doença. Dentre essas estratégias destaca-se a imunoquimioterapia, que se caracteriza pela combinação de substâncias biológicas que modulam e ativam a resposta imune em conjunto com substâncias quimioterápicas, reduzindo a toxicidade, a duração do tratamento e os custos associados aos medicamentos. Diante disso, propomos, por meio deste estudo, a comparação de distintos regimes de imunoquimioterapia, usando a associação de proteínas quiméricas associadas ao adjuvante MPL e miltefosina, sob a forma de terapia seriada e isolada, empregando infecção experimental por L. infantum em hamsters Mesocricetus auratus; Foram divididos 9 grupos (i) CI; (ii) Milt14; (iii) Milt28; (iv) MPL Iso; (v) Qui-a MPL Iso; (vi) Qui-a MPL + Milt14 Iso; (vii) MPL S; (viii) Qui-a MPL S; (ix) Qui-a MPL + Milt14 S; Foi realizado a infecção pela via intraperitoneal com 5x107 promastigotas de L. infantum. Se deu início aos regimes de tratamento 60 dias após a infecção, e os animais foram eutanasiados 30 e 90 dias finalizados os tratamentos. Durante esse procedimento, foram coletados fragmentos do baço e fígado, bem como amostras de sangue e soro. Foi observado em relação às análises hematológicas por meio de contagem diferencial, um aumento nos leucócitos nos animais tratados, tanto de forma seriada quanto isolada. Do mesmo modo, foi observado um aumento na produção de IFN-γ e TNF por linfócitos esplênicos totais e CD4+ , nos animais tratados de forma isolada 30 dias pós finalizados o tratamento, já no tempo 90 este aumento foi mais evidente nos grupos tratados de forma seriada, bem como uma redução da interleucina IL-10, estimulando uma resposta celular capaz de controlar o parasitismo tecidual esplênico nestes animais tratados em protocolos isolado ou seriado com a quimera associada ou não ao miltefosina. Sendo a combinação Qui-a MPL + Milt14 S se destaca como uma estratégia promissora a ser utilizada para o tratamento da LV.Item Avaliação dos efeitos da exposição à fumaça de cigarro e ao aerossol de cigarro eletrônico em camundongos adultos C57BL/6.(2022) Rodriguez Herrera, Andrea Jazel; Bezerra, Frank Silva; Bezerra, Frank Silva; Nogueira, Katiane de Oliveira Pinto Coelho; Nagato, Akinori CardozoO tabagismo é o responsável pela morte de 8 milhões de pessoas por ano, e é a causa de aproximadamente 50 doenças, incluindo câncer, doenças respiratórias crônicas e cardiovasculares. Os cigarros eletrônicos, surgiram como uma alternativa ao tabagismo, mas as consequências do uso a longo prazo ainda não estão claras. O objetivo deste estudo foi avaliar um modelo crônico de exposição à fumaça de cigarro e ao aerossol de cigarro eletrônico em camundongos C57BL/6 machos e fêmeas. Foram utilizados 48 camundongos com idade entre 8 e 10 semanas, que foram divididos em 6 grupos (n=8): controle fêmeas (GCF), cigarro convencional fêmeas (GCCF), cigarro eletrônico fêmeas (GCEF), controle machos (GCM), cigarro convencional machos (GCCM) e cigarro eletrônico machos (GCEM). Os animais dos grupos GCCF e GCCM foram expostos à fumaça de cigarro convencional (FC) (12 cigarros por dia) durante 60 dias. Os grupos GCEF e GCEM foram expostos ao aerossol do cigarro eletrônico (ACE) durante 60 dias (12 ciclos de exposição com 20 puffs/cada ciclo). Ao final das exposições, os animais foram mantidos por 60 dias sem exposição. 24 horas após o protocolo experimental, os parâmetros ventilatórios foram mensurados e coletados e os animais foram eutanasiados, e coletados o sangue, o lavado broncoalveolar e os pulmões para análise morfométrica e bioquímica. Os animais do grupo GCEF apresentaram maior frequência respiratória e volume minuto em comparação com o GCF. Nos machos, GCCM e GCEM apresentaram maior volume corrente e volume minuto comparado com o GCM. No sangue periférico, GCCF foi observado maior número de linfócitos, monócitos e neutrófilos em comparação com o GCF. A exposição ao ACE aumentou o número de monócitos e neutrófilos. A exposição à FC e ao ACE promoveram recrutamentos de macrófagos, neutrófilos e linfócitos para as vias aéreas inferiores e promoveu maior peroxidação lipídica e oxidação de proteínas em comparação ao controle em machos e fêmeas. No homogenato pulmonar GCEF e GCEM mostraram maior concentração de proteínas comparado com o controle. A atividade de superóxido dismutase (SOD) foi maior no GCCF em comparação com o controle. Nos machos, a atividade de SOD foi menor no GCEM comparado com GCM e GCCM. Além disso, a atividade de catalase foi menor GCEM em comparação com GCM e GCCM. A expressão da metaloproteinase 2 (MMP-2) foi maior em GCCF comparado com o GCF. Houve maior densidade de volume de espaço aéreo alveolar (Vv [a]) e intercepto linear médio (Lm) no GCEF comparado com o GCF. Nos machos, GCCM e GCEM apresentaram maior Vv[a] e Lm em comparação com GCM. Os resultados mostraram que a FC e ACE provocaram em camundongos C57BL/6 de ambos os sexos danos no pulmão confirmados pelas alterações no parênquima pulmonar e parâmetros ventilatórios, através do recrutamento de células inflamatórias e desequilíbrio redox, desenvolvendo uma condição patológica semelhante à enfisema pulmonar.Item Efeitos do desafio ao frio sobre a expressão de melanopsina, canais TRP e peptídeos natriuréticos no coração de camundongos.(2023) Resende, Letícia Teresinha; Isoldi, Mauro César; Isoldi, Mauro César; Noronha, Sylvana Izaura Salyba Rendeiro de; Natali, Antônio JoséA melanopsina (OPN4) é uma opsina fotorreceptora e termorreceptora em mamíferos. Vários órgãos e tecidos expressam essa molécula, tal como o coração, um órgão que não recebe luz, e possui uma alta expressão de OPN4. Essa molécula recruta a abertura dos canais de potencial receptor transitório (TRPs). De acordo com nossa hipótese, a melanopsina e os canais TRP expressos no coração monitorariam e interpretariam a variação de temperatura interna, por meio do fluxo sanguíneo advindo da periferia e do trato respiratório. Como resposta a esse mecanismo, promoveria a expressão de alguns de seus principais hormônios peptídeos natriuréticos (NPs): ANP e BNP. Essa variação implicaria em ajustes do seu próprio metabolismo e de outros tecidos. Portanto, o presente estudo objetiva avaliar por PCR quantitativo os efeitos da exposição ao frio e da ausência do canal TRPA1 sobre a expressão gênica de Opn4, Trpv1, Trpa1, Trpm8, Nppa e Nppb em átrios e ventrículos de camundongos machos adultos C57BL/6J tipo selvagem (WT) e nocaute para Trpa1 (TrpA1 KO). Os animais foram divididos em 4 grupos experimentais, expostos às temperaturas de 30°C e 22°C. Os resultados de PCR quantitativo indicaram uma maior expressão de Opn4 nos átrios do que nos ventrículos a 30oC, nos grupos WT e TrpA1 KO. Além disso, houve diferença significativa entre os átrios e entre os ventrículos a 30oC e 22oC em animais WT e TrpA1 KO. Quanto aos canais TRP, o gene Trpv1 não apresentou valores significativos entre os grupos. Trpa1 indicou maior expressão em átrios e ventrículos a 22oC. Para Trpm8 houve diferença significativa entre átrio e ventrículo de TrpA1 KO a 30oC e entre os ventrículos, tanto para temperaturas, como para os genótipos, exceto para o grupo WT a 22oC. Quanto aos NPs, o gene Nppa foi mais expresso em ventrículos. Além disso, teve maior expressão nos átrios de TrpA1 KO a 30oC do que a 22oC. Por fim, Nppb indicou maior expressão nos ventrículos do grupo WT a 30oC do que a 22oC e maior expressão nos átrios do que nos ventrículos do grupo WT a 22oC. Dessa forma, concluímos que a OPN4 e os canais TRP possam estar atuando como moléculas mediadoras na termorrecepção no coração e que a variação interna de temperatura influencia a expressão dos NPs nos átrios e ventrículos.Item Fatores associados à perda funcional em pacientes infectados com Sars-Cov-2 no município de Ouro Preto.(2023) Oliveira, Taciana de; Vital, Wendel Coura; Reis, Alexandre Barbosa; Vital, Wendel Coura; Reis, Alexandre Barbosa; Grenfell, Rafaella Fortini Queiroz; Souza, Gabriela Guerra Leal deOs efeitos da covid-19 não se restringem somente à fase aguda, sendo comumente relatadas ocorrências de complicações após a cura da infecção. Esta situação é denominada covid-19 Longa. Após a introdução da vacinação contra o SARS-COV-2, o principal problema da covid- 19 são as complicações pós-covid, dentre elas àquelas associadas à necessidade de reabilitação física. Considerando que esta complicação tem grande impacto na qualidade de vida, nosso objetivo foi investigar os fatores associados à necessidade de reabilitação após infecção pelo SARS-CoV-2. Para isso, foi realizado um estudo transversal, envolvendo os pacientes do ambulatório pós-covid do município de Ouro Preto e em uma amostra aleatória da população que teve covid-19. A partir deste transversal foi realizado um estudo caso-controle, onde os casos foram compostos por usuários atendidos no ambulatório que passaram por reabilitação, e os controles foram os moradores do município que tiveram covid-19 e não precisaram de reabilitação. Foi aplicado questionário aos participantes e para investigar fatores associados à reabilitação foi realizada a regressão multivariada de Poisson. Também foi utilizado o modelo de Poisson a partir de modelos teóricos de causalidade, baseado em Gráfico Acíclico Direcionados (DAG), para orientar e estimar o efeito da situação vacinal e a sarcopenia na necessidade de reabilitação. Foram coletadas informações de 99 pacientes do ambulatório e 230 pessoas da população no período de julho de 2022 a junho de 2023. Foi observado que a administração de 3 ou mais doses de vacina reduziu o risco da necessidade de reabilitação (IRR 0,4); já a necessidade de hospitalização durante a fase aguda (IRR 2,0); idade superior a 60 anos (IRR 2,8) e ocorrência de sintomas musculoesqueléticos (IRR 2,5) aumentam o risco da necessitar de reabilitação. Através do DAG foi observado que existe associação causal entre a situação vacinal (IRR 0.2) e a sarcopenia (IRR 1,5) na necessidade de reabilitação. Também observou-se que a presença de comorbidade (IRR 2,5) aumenta o risco de a pessoa necessitar de reabilitação. É importante que o serviço de saúde esteja preparado para a reabilitação de pacientes no pós-covid, principalmente aqueles hospitalizados e pacientes em idade mais avançada. Nossos resultados reforçam a importância da vacinação na redução das sequelas da covid-19 e a necessidade de maior atenção às pessoas idosas e com comorbidades prévias, bem como aos pacientes que estiveram internados e que tiveram sintomas muscoluesqueléticos no pós-covid.