IFAC - Instituto de Filosofia, Artes e Cultura
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Item De uma subjetivação forçada : a fusão do belo e do sublime na sublimação lacaniana.(2017) Sousa, Vinícius Barbosa Carlos de; Iannini, Gilson de Paulo MoreiraO objetivo deste artigo é discutir em que medida a releitura lacaniana do conceito psicanalítico da sublimação é realizada tendo-se os fundamentos da estética de Kant como pano de fundo. No curso de nossa exposição, pretendemos descrever como a sublimação se caracteriza eminentemente como procedimento crítico frente a uma determinada realidade social. Diferentemente de Freud, que pensava a sublimação nos quadros do desvio da meta sexual em direção a objetos reconhecidos e valorizados pela cultura, Lacan propõe um deslocamento da problemática da sublimação para fora do horizonte normativo da história e da cultura, mobilizando categorias como transgressão e disrupção. Tomaremos a tragédia de Antígona como exemplo, buscando enfatizar como essa função encontra nos recursos estéticos um meio de formalização privilegiado para ser desempenhada. As noções kantianas do belo e do sublime, tal como relidas por Lacan, subsidiarão o exame dessa formalização a que tende a sublimação. A hipótese central é que a sublimação lacaniana pressupõe - e aprofunda - uma espécie de fusão do belo com o sublime, e não sua separação.Item Entre o ético e o estético : uma abordagem do conceito Freudiano da sublimação na perspectiva de Jacques Lacan.(2017) Sousa, Vinícius Barbosa Carlos de; Iannini, Gilson de Paulo Moreira; Iannini, Gilson de Paulo Moreira; Rocha, Guilherme Massara; Guimarães, Bruno AlmeidaO objetivo desta dissertação consiste num estudo sobre o conceito psicanalítico de sublimação, partindo da definição que Jacques Lacan dá a esse conceito em seu O Seminário, livro VII – a ética da psicanálise. Inicialmente elaborado por Freud, a sublimação apresentou-se como um conceito para discutir um tipo de destino privilegiado da pulsão. De modo geral, ela é caracterizada, por princípio, como um recurso que viabiliza a satisfação pulsional, desviando-a para atividades culturais. Dentre elas, a experiência estética sempre compareceu como destaque. Ainda que o conceito tenha fundamental importância na metapsicologia freudiana, ela revela algumas dificuldades de apreensão. Buscamos revisitar o conceito a partir de abordagem de Lacan que, ao examiná-lo, nos fornece a célebre fórmula que define a sublimação como elevação do objeto à dignidade da Coisa. Assim, primeiramente, se faz necessário um percurso teórico para evidenciar o que é a noção de Coisa (das Ding), e como ela se posiciona em relação às teorias das pulsões, do objeto, e do sujeito do desejo, tal como a psicanálise as compreende. Na medida em que a sublimação, desde Freud, consiste num manejo específico das exigências pulsionais, ao invés de promover o recalque delas e a subsequente produção de formações sintomáticas e sofrimento, a discursão sobre o conceito recai num debate ético. A análise de Lacan comporta essa discussão e o passo seguinte desta pesquisa procurará argumentar como o psicanalista francês a concebe. Isto é, será a partir da perspectiva do desenvolvimento do desejo e da constituição de valores por trás da lógica que objeto sublimado suporta. O campo das artes, bem como a natureza do procedimento artístico, comparece aqui revelando como podem apoiar essa função. Ao fim, busca-se ampliar a discussão sobre a sublimação, objetivando situar a visão de Lacan sobre a experiência estética. Para tanto, compromete-se a submeter a fórmula da sublimação a um diálogo com a doutrina filosófica de Kant acerca do belo e do sublime. A inspiração para tal parte da própria indicação de Lacan que, em seu Seminário VII, acredita que o conceito pode se beneficiar com uma interlocução com Kant, embora ele mesmo pouco tenha se detido a respeito. No entanto, dos poucos comentários que ele realizou sobre a beleza, declaradamente influenciado por Kant, identifica-se nas entrelinhas do modo como o psicanalista a interpreta que a noção de sublime está presente ali, como se fossem sobrepostas. Com esse pressuposto, busca-se desenvolver o que a conjunção do belo ao sublime pode significar, uma vez que Kant tratou esses conceitos estéticos de modo tão distinto.