DELET - Departamento de Letras
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5 resultados
Resultados da Pesquisa
Item Uso de recursos imagéticos no ensino de português escrito como segunda língua para alunos surdos : uma análise à luz dos pressupostos do letramento visual.(2023) Paula, Vanessa Souza de; Miranda, Dayse Garcia; Miranda, Dayse Garcia; Brasileiro, Ada Magaly Matias; Silva, Giselli Mara daO objetivo desta pesquisa foi investigar como a seleção de imagens pode influenciar no processo de ensino-aprendizagem de alunos surdos inseridos no ensino fundamental I, matriculados em escolas inclusivas na Região dos Inconfidentes. Para tanto me ancorei em autores da área dos Estudos Surdos, que defendem, primeiramente, as identidades linguísticas e culturais dos surdos e, a partir delas, por meio das línguas de sinais como base comunicativa, o ensino da segunda língua, na modalidade escrita. O Letramento Visual foi elencado como o arcabouço teórico orientador que embasou a construção das atividades didáticas propostas e aplicadas com os alunos pesquisados. A abordagem metodológica escolhida foi a qualitativa, de natureza aplicada, através da pesquisa-ação, comumente associada às Ciências Sociais. A pesquisa foi realizada com três estudantes surdos, em três escolas diferentes: uma estadual, em um subdistrito de Ouro Preto-MG; outra estadual, em um distrito de Mariana-MG; e uma escola municipal na sede de Mariana-MG. As atividades propostas foram embasadas pelos conceitos do Letramento Visual, com o intuito de investigar se as imagens “astuciosas” contribuem, e como, para esse processo. Ao término da pesquisa, a conclusão a que se chegou é que essas imagens não prejudicam o processo de ensino-aprendizagem da criança surda e que o texto imagético, em sua construção na escrita como L2, é um contributo essencial a ser valorizado.Item O uso de HQs como artefato cultural da comunidade surda para o ensino de língua portuguesa como segunda língua para estudantes surdos.(2023) Silva, Reginaldo Rodrigues da; Miranda, Dayse Garcia; Miranda, Dayse Garcia; Laranjeira, Rómina de Mello; Silva, Giselli Mara daO objetivo desta pesquisa, ancorada nos Estudos Surdos, foi verificar se Histórias em Quadrinhos (HQs) produzidas por um ilustrador surdo podem auxiliar estudantes surdos do Ensino Médio, inseridos em uma escola pública inclusiva, na construção do aprendizado da Língua Portuguesa como segunda língua, na modalidade escrita. O arcabouço teórico deste estudo foi constituído a partir de pesquisas na área da surdez que contribuem para o desenvolvimento dos Estudos Surdos no Brasil, além de autores que exprimem a relevância da Nona Arte como instrumento de leitura, ensino, aprendizagem e pesquisa. Foi eleito, como design metodológico, a abordagem qualitativa, comumente utilizada pelas Ciências Sociais para buscar explicar fenômenos societários a partir da interação direta e da observação entre pesquisador e situação/objeto de estudo. A pesquisa foi desenvolvida com dois estudantes surdos, inseridos no Ensino Médio de uma escola da rede pública estadual do município de Ouro Preto-MG. O trabalho de campo foi realizado em quatro etapas: 1) mapeamento de leitura; 2) apresentação das HQs; 3) reconto da narrativa em Libras; 4) construção da narrativa em português. Foram 10 encontros com os estudantes, registrados por meio de gravação em vídeo, com um total médio de seis horas. O uso de HQs como artefato cultural da comunidade surda é uma proposta relevante para inserir os estudantes surdos em práticas de leitura e interpretação de imagens, e pode oferecer possíveis caminhos aos alunos surdos para chegarem ao português escrito, haja vista que há inúmeras possibilidades de desenvolver práticas de escrita na Língua Portuguesa. Contudo, os resultados alcançados revelaram que os estudantes não conseguiram realizar o registro escrito na Língua Portuguesa apenas com a utilização desse material.Item O espaço da oralidade no ensino de língua portuguesa : diálogos com professores da educação básica.(2023) Nascimento, Gislainy Jennifer da Silva; Laranjeira, Rómina de Mello; Laranjeira, Rómina de Mello; Magalhães, Tania Guedes; Brasileiro, Ada Magaly MatiasEste trabalho apresenta uma reflexão teórico-metodológica acerca do trabalho que tem sido desenvolvido com a oralidade no ensino básico brasileiro. Considerou-se, para isso, as propostas sócio-histórica e dialógica, bem como a interacionista sociodiscursiva (BAKHTIN, 2011; VOLÓCHINOV, 2018; DOLZ; SCHNEUWLY, 2004), para se pensar o ensino de Língua Portuguesa por meio dos gêneros orais como forma de criar um espaço para o falante ampliar seu domínio da língua em diferentes situações comunicativas (MARCUSCHI, 1997; 2010; MAGALHÃES, 2008; BUENO, 2009; ALVIM; MAGALHÃES, 2019; CARVALHO; FERRAREZI, 2018). Objetivou-se, por meio do diálogo com docentes de diferentes regiões do país que atuam no ensino de Língua Portuguesa nas escolas, analisar se o trabalho com a oralidade tem se dado de maneira sistemática, contemplando as competências sociocomunicativas da fala e escuta, ampliando o domínio e uso dos gêneros orais mais formais, valorizando as relações entre fala e escrita por meio de atividades de retextualização e avaliando as práticas orais dos discentes. Para tanto, realizou-se uma pesquisa qualitativa interpretativa, com entrevistas semiestruturadas, que permitiram a análise da fala de cinco docentes, um de cada região do país, sobre suas práticas escolares. Os resultados apontaram para a ausência de formação docente direcionada para o ensino e a aprendizagem da oralidade, como se este eixo de ensino fosse aprendido de forma natural, tanto na formação básica quanto no ensino superior. Além disso, percebeu-se que, mesmo sendo consenso que a língua e os letramentos devem ser considerados uma prática social de interação dos sujeitos culturalmente situados, a modalidade oral é desvalorizada em detrimento da escrita. Reforça-se, portanto, a necessidade de maior atenção teórica e metodológica na formação inicial e continuada para os professores de Língua Portuguesa, de forma a atuarem na educação básica com conhecimentos especializados sobre o ensino de oralidade.Item Crenças linguísticas nas aulas de língua portuguesa de uma escola de periferia.(2022) Nascimento, Daniele Francisca Martins do; Gonçalves, Clézio Roberto; Gonçalves, Clézio Roberto; Brasileiro, Ada Magaly Matias; Dias, Valter de CarvalhoA proposta desta pesquisa foi investigar as crenças linguísticas nas aulas de língua materna, a partir das perspectivas de alunos(as) dos três anos do Ensino Médio e da professora de língua portuguesa, em uma escola da rede pública na periferia de Vespasiano (MG). Acreditamos que, a partir das reflexões sobre crenças linguísticas, é possível (re)pensar o ensino- aprendizagem de língua portuguesa. Para as concepções teóricas, baseamo-nos nos princípios da linguística aplicada e da sociolinguística, nos estudos sobre crenças linguísticas e sobre o ensino-aprendizagem e também práticas de letramentos. Adotamos, neste trabalho, a concepção de crenças linguísticas como construções sociais e individuais que influenciam nossos modos de perceber o mundo (BARCELOS, 2006), bem como impactam fenômenos da língua (BOTASSINI, 2015) e podem ser modificadas e ressignificadas (SOUZA, 2012). Tendo em vista o contexto de desenvolvimento desta investigação, uma periferia na região metropolitana de Belo Horizonte, fundamentamos nossa teoria também a partir das questões de raça, gênero, classe, identidades e suas implicações com a língua e a linguagem. Para a pesquisa, utilizamos procedimentos metodológicos diversificados, como quantitativo- qualitativo, análise documental, e observações sob um olhar etnográfico. Foram realizadas entrevistas, via questionário, com assertivas sobre crenças linguísticas aos(às) estudantes e à professora na escala Likert, que apontaram discordância ou concordância com as afirmações. Adicionalmente, foram realizadas observações virtuais, durante a pandemia, e em campo, quando da volta às aulas presenciais. Tendo em vista que a maior parte da pesquisa ocorreu durante o regime de estudo não presencial, realizou-se análise dos Planos de Estudos Tutorados (PETs), documentos elaborados pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEEMG). Nos resultados, observamos, por um lado, que há crenças como a existências de “certo” e “errado” na forma de falar, a homogeneidade da língua portuguesa com alto percentual de concordância entre alunos(as), assim como o dever de a escola ensinar a variedade culta aos estudantes, tanto para alunos(as) quanto para a docente. Por outro lado, crenças linguísticas como de que brasileiro(a) não sabe português já são avaliadas com discordância por grande parte de alunos(as) e docente – esta apresenta uma visão menos progressista quando comparadas suas crenças às dos(as) discentes. Nos PETs analisados, observamos que tais materiais não apresentam fundamentação teórica adequada acerca da variação linguística, razão esta de equívocos em definições e usos de termos sociolinguísticos. Não há utilização de gêneros textuais representativos de situações reais de uso; as abordagens, em sua maioria, limitam-se a aspectos lexicais baseados na gramática tradicional, além de desconsiderar a BNCC, mesmo quando se propõem a considerá-la. As observações em campo, principalmente virtuais, e as entrevistas semiestruturadas nos trouxeram como resultados o conhecimento de que os(as) alunos(as) estão envolvidos em práticas sociais de letramentos de reexistência, letramentos digitais, multiletramentos, em ambientes extraescolares como batalhas de hip-hop, igrejas, redes sociais, entre outros.Item Esta língua vareia : uma análise da variação linguística no ensino de língua portuguesa, em Mariana, MG.(2018) Sena, Viviane de Andrade Soares; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Antunes, Leandra Batista; Guimarães, Daniela Mara Lima Oliveira; Mendes, Soélis Teixeira do PradoEsta dissertação apresenta uma análise da variação linguística no ensino de Língua Portuguesa, na educação básica, em turmas do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio, nas escolas públicas e particular de Mariana. Sob a perspectiva da Sociolinguística, sobretudo, pautando-nos em estudos científicos produzidos por Soares (2002), Bortoni-Ricardo (2005), Faraco (2008), dentre outros teóricos; e, também, nas propostas dos documentos que regem o ensino (PCN e CBC), realizamos observações em salas de aula e colhemos os Planejamentos de Aula, registrando a prática e a teoria de quatro professoras, em três escolas. À vista disso, com o objetivo de investigar o tratamento dado à variação linguística nas aulas de Língua Portuguesa, procedemos à análise dos dados coletados durante as observações e registros da atuação docente. Esses procedimentos foram feitos a fim de constatarmos se as ações docentes encontram-se fundamentadas numa concepção de ensino de língua mais normal e menos normativa, mais diversa e menos uniforme, mais descritiva e menos prescritiva, já que os pressupostos dos documentos oficiais apontam para essa direção. Com isso, evidenciamos um ensino tradicionalista, cujo eixo é (ainda) a gramática normativa. Nesse cenário, percebemos que as professoras não demonstram ter consciência sobre os conceitos teóricos básicos da Sociolinguística Variacionista de Labov (1972, 2008), nem especificamente da Sociolinguística Educacional, como sugere Bortoni-Ricardo (2005). Sendo assim, constatamos que as variedades desprestigiadas da língua não recebem tratamento adequado ao “avanço necessário” ao ensino (BRASIL, 1998, p. 48). Portanto, há uma discrepância entre as ações da escola/professores e os direcionamentos regulamentados pelos PCN e CBC. Finalizamos considerando que esse ensino prescritivista de língua nos indica ser improvável o tratamento adequado e desejado da variação linguística que se espera de uma escola transformadora (SOARES, 2002). Precisamos, pois, repensar esse ensino.