DELET - Departamento de Letras

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    Sem patente nem comenda : “Sargento Garcia”, de Caio Fernando Abreu.
    (2016) Souza Júnior, José Luiz Foureaux de
    O artigo tem como objetivo principal mais uma leitura de um dos textos de Caio Fernando Abreu. A obra dele já está suficiente e consolidadamente chancelada pela crítica. Os dois argumentos se sustentam na ideia de que a primeira parte do conto desenha um pano de fundo para a leitura que proponho: o cenário. A segunda parte do artigo desenvolve a leitura em si mesma, chamando a atenção para aspectos que considero importantes para o desenvolvimento da ideia: a assimetria que marca as relações poder, sem especificação particular, articulada pela articulação de termos, expressões e imagens. Identifico esse conjunto de elementos discursivos como “dêiticos”. Deve ficar claro que não faço defesa desta ou daquela escola linguística, procurando atacar e/ou defender teorias acerca dos “dêiticos”. O que importa é tentar “ler” as relações que aqui são ficcionalmente prenunciadas. Por fim, na terceira parte do artigo, acrescento algumas considerações, no sentido de “amarrar” ideias num feixe que, incendiado pelo “fogo” da leitura, complementem as considerações anteriores. Falar em “conclusão” me parece um tanto premeditado.
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    Nas entrelinhas do desejo : uma carta.
    (2015) Souza Júnior, José Luiz Foureaux de
    Este artigo pretende apresentar a leitura/ análise de trecho de uma das cartas escritas por António Nobre a Alberto de Oliveira. Esta análise faz parte das atividades de investigação da correspondência entre os dois poetas, no âmbito do estágio sênior realizado na Universidade de Coimbra, financiado pela Capes. O que se pretende é apresentar uma possibilidade de interpretação do texto de uma das cartas de António Nobre, a partir do pressuposto do homoerotismo como categoria de abordagem de textos literários. O foco na amizade entre os dois poetas enseja a coerência do enfoque escolhidos, amparado por ideias de Roland Barthes, Sigmund Freud, Jurandir Freire Costa e Eve Kosofsky Sedgwick. O trabalho se circunscreve ao âmbito da Literatura Comparada em seu capítulo reconhecido como Estética da recepção.
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    Ecos e reverberações : o caminho (oculto) da amizade.
    (2015) Souza Júnior, José Luiz Foureaux de
    O presente artigo pretende esboçar um caminho de leitura de um conto de Mário Cláudio: “António Nobre e Alberto de Oliveira”. Na abrangência da Literatura Comparada em seu capítulo dedicado à Estética da Recepção a leitura apresenta se desenvolve a partir da articulação de dois conceitos fundamentais: homossociabilidade e homoerotismo. Na perspectiva de leitura a que se circunscreve, este trabalho procura se orientar por um arcabouço teórico que conta com ideias oriundas da Psicanálise (Freud e Lacan) e da Sociologia (Bourdieu). Ainda que eclipsadas, estas ideias contam com o respaldo do raciocínio de Michel Foucault. Sem a pretensão de ser definitivo, dado que se trata de trabalho originado e pesquisa pós-doutoral ainda em andamento, o presente artigo procura desenvolver leitura instigante do conto que aponta para uma releitura da correspondência entre os dois poetas que dão título à narrativa de Mário Cláudio.
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    Para uma leitura de Mário de Sá-Carneiro.
    (2007) Souza Júnior, José Luiz Foureaux de
    O artigo pretende apresentar uma orientação de leitura que, por um lado, recupera a tradição que marca a sua fortuna crítica; e, por outro, abre um horizonte variado de expectativas. Mário de Sá-Carneiro, em Confissão de Lúcio, constrói, metaforicamente, um triângulo afetivo que constitui o objeto de observação do presente artigo. O texto desenha uma alegoria de relações inusitadas para o horizonte da época em que se localiza. A proposta de leitura aqui apresentada contempla, especificamente, a discursividade que a narrativa desenvolve sem se dar conta que está desenvolvendo. Uma teorização acerca do olhar homoerótico, como opera operador de leituras várias, propicia a especulação sobre os traços de igual relação entre as personagens principais da narrativa de Mário de Sá-Carneiro. Psicanálise, História e Teoria interagem para articular a leitura que, nos parâmetros da cultura finissecular – a que subscreve o texto em questão – não se deu conta de certas nuances que, em nada e por nada, desmerecem a escrita do autor português. O “desvio” é o eixo de orientação da leitura que aqui se apresenta. Sua visada não é ética, mas discursiva. Com esta noção, o mencionado triângulo ganha um colorido mais instigante e enriquecedor, na certeza das possibilidades interpretativas que a leitura proporciona.
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    As paralelas que se encontram : elucubrações acerca da leitura de “Sargento Garcia”, de Caio Fernando Abreu.
    (2010) Souza Júnior, José Luiz Foureaux de
    O artigo pressupõe a análise de um texto, sob a perspectiva do olhar homoerótico. Em termos de linguagem, o homoerotismo manifesta uma poética do olhar, na insinuação de formas, na dança dos gestos e na possibilidade do encontro. A tradução desses dêiticos para a ficção é o passo a mais dado por Caio Fernando Abreu: sua expressão para os desejos por meio de palavras. A releitura que aqui se apresenta busca tirar proveito da imagem de uma impossibilidade: o encontro de duas retas paralelas, para falar da “infinitude” de possibilidades de leitura que um texto suscita.