Navegando por Autor "Hamdan, Juliana Cesário"
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Item A administração do Grupo Escolar Dom Benevides em tempos de ditadura (1964–1969).(2018) Souza, Janaína Maria de; Carvalho, Rosana Areal de; Hamdan, Juliana Cesário; Carvalho, Rosana Areal de; Hamdan, Juliana Cesário; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Gonçalves Neto, WenceslauO presente trabalho investiga como se deu a administração escolar no Grupo Escolar Dom Benevides, em Mariana – MG, durante os primeiros anos da ditadura civil militar no Brasil, no período de 1964 a 1969. A partir da Carta de 1946, iniciou-se o ciclo das leis de diretrizes e bases da educação brasileira, efetivando-se com a Lei nº 4.024, de 1961 que manteve os princípios das competências entre município, estado e União. No que se refere à administração escolar, a legislação do Estado de Minas Gerais, através da Lei nº 2160, de 1962, instituiu que para a ocupação do cargo de diretor de grupo escolar deveria ser um professor primário, estável, diplomado pelo Curso de Administração Escolar do Instituto de Educação. Com o advento da Reforma do Ensino Superior pela Lei nº 5.540, de 1968, a exigência para a formação do administrador escolar passou a ser em cursos superiores para todos os níveis de ensino. O nosso objetivo é compreender como as práticas administrativas cotidianas foram adaptadas ao contexto da ditadura, ou seja, em que medida reproduziam-no ou não, ao atender às orientações legais, em nível estadual e federal. Buscamos também identificar como era o ambiente compartilhado entre professores, funcionários e diretora, bem como as atitudes tomadas pela diretora em prol do Grupo Escolar. O percurso investigativo se deu por meio da análise das fontes articuladas à legislação educacional do período nas esferas estadual e federal, e a bibliografia produzida sobre a Administração Escolar. Para entendermos como as práticas administrativas estavam articuladas ao contexto, as fontes que foram privilegiadas são as atas de reuniões entre professores e diretores, a partir das quais identificamos as ações administrativas. Essas atas fazem parte do acervo do Escola Estadual Dom Benevides e estão digitalizadas e transcritas. A pesquisa nos apresentou como hipótese que em tal período, constatar-se-ia pouca autonomia no processo de direção da referida escola, tendo em vista a ditadura como um período de repressão, censura e legislação autoritária. Para aprofundar a análise das relações de poder e resistência presentes nesse cenário, tomamos os estudos de Foucault como referência. Utilizamos também os estudos sobre a Administração Escolar produzidos no período da pesquisa. Analisando as referidas atas, percebemos que a diretora da escola parece conduzir as práticas educativas da escola bem alinhadas às determinações dos órgãos superiores de educação, orientando o corpo docente em relação aos prazos de aplicação e correção das provas, às formas de preencher os diários e às festividades previstas no calendário escolar. A ausência de registro de manifestações das professoras nas atas associada às advertências recorrentes da diretora quanto a certas condutas, nos levou a considerar uma possível resistência do corpo docente no acatamento às orientações dadas.Item O aluno da ficção : entre a estética literária e a forma historiográfica - século XIX.(2019) Queiroz, Leonardo Oliveira de; Hamdan, Juliana Cesário; Hamdan, Juliana Cesário; Carvalho, Rosana Areal de; Klinke, KarinaEsta dissertação tem como objetivo central indagar as formas pelas quais o aluno foi objeto de escrita literária e, portanto, de história e quais as perspectivas políticas e estéticas que orientaram essa escrita. Já que o aluno existe em função da escola que está destinada a uma infância e vice versa, o romance por sua vez, nasce buscando o estado de natureza, cuja infância seria o estágio mais próximo, pareceu-nos coerente utilizar essa documentação e investigar a sua natureza na condição de documento histórico, a fim de percebermos traços constitutivos dessa história. Como operação historiográfica buscamos recuperar elementos da constituição da história da literatura no Brasil percebendo o seu atrelamento à constituição do Estado brasileiro, na transição do regime político brasileiro do Império para a República. Desse modo, procuramos compreender a escrita da história do aluno a partir da ficção romântica literária associada à emergência de um Estado nacional brasileiro a partir dos conceitos de Estado, poder, literatura, sensível partilhado e stimmung pelos quais o texto de ficção foi analisado e compreendido na sua forma, mais do que na sua mensagem. Associamos essa estética historicamente compartilhada entre literatura e política a partir da noção de sensível compartilhado de Ranciere (2005), pelo qual compreendemos a escola enquanto uma materialidade compartilhada e disputada em que os sujeitos nela presentes se esforçaram para empoderar-se e participar dessa disputa que pode ser expressa a partir do arranjo de palavras que nos permitem entrever certas sensibilidades historicamente constituídas a partir do conceito de stimmung operacionalizado por Rangel (2014).Item Avaliação das habilidades de leitura da BNCC para os anos finais do ensino fundamental.(2023) Roncete, Karine Votikoske; Matos, Daniel Abud Seabra; Corrêa, Hércules Tolêdo; Matos, Daniel Abud Seabra; Corrêa, Hércules Tolêdo; Lages, Rita Cristina Lima; Hamdan, Juliana Cesário; Soares, José Francisco; Coscarelli, Carla VianaEm 2017, o Governo Federal homologou a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o Ensino Fundamental. O documento normativo tem como um de seus objetivos, assegurar que conteúdos básicos de aprendizagem sejam garantidos aos estudantes. Para alcançá-lo, a BNCC pauta-se em competências e habilidades. Esta pesquisa se propôs a avaliar as habilidades de Leitura referentes aos anos finais do Ensino Fundamental da Base Nacional Comum Curricular. O principal referencial teórico utilizado foi a Taxonomia revisada de Bloom, que além de ser usada amplamente no contexto educacional, também serviu de base para a reestruturação da matriz de referência do SAEB. A Taxonomia revisada de Bloom possui duas dimensões: o processo cognitivo e o domínio do conhecimento. Este divide-se em quatro tipos: factual, conceitual, procedimental e metacognitivo. Já aquele, em seis: lembrar, compreender, aplicar, analisar, avaliar e criar. A Taxonomia nos auxiliou para a elaboração de um glossário de verbos, separados por processos cognitivos, e na reescrita das habilidades. Analisamos 58 habilidades de Leitura e elas foram separadas em 4 grupos: i) habilidades que não são de leituras: retirou- se tudo o que não era pertencente a leitura (seja a habilidade inteira, seja parte dela); ii) habilidades que se relacionam indiretamente com leitura: são aquelas que, apesar de importantes, só poderiam acontecer após ocorrer a leitura em si; iii) habilidades de efeito de sentido: foram dez habilidades sobre o tema integradas em uma única habilidade e iv) outras habilidades analisadas. Desse último grupo, analisamos 35 habilidades. Buscamos clarificar o sentido das habilidades, deixando apenas sua “ideia central”. Para ajudar na apropriação do material, também tivemos um cuidado de tentar equilibrar a quantidade de habilidades em cada processo cognitivo. Esse equilíbrio é importante, uma vez que habilidades de baixa complexidade são imprescindíveis para o aprendizado, desde que não sejam parte dominante do material pedagógico. Dessa forma, chegamos ao resultado de 28 habilidades, distribuídas pelos processos cognitivos da seguinte forma: 4 em Lembrar; 8 em Compreender; 9 em Analisar; 5 em Avaliar e 2 em Criar. A maioria deles são pertencentes ao domínio do conhecimento “conceitual” (21); 5 pertencem ao “factual” e 2 ao “procedimental”. Com esse conjunto de habilidades, mobilizadas em diferentes contextos, acreditamos ser possível formar um estudante proficiente em leitura. Por fim, elaboramos algumas questões com base em um texto de um livro didático de 7o ano, para ilustrar a mobilização de diversas habilidades analisadas. Uma limitação do nosso estudo foi restringir a análise apenas à parte de Leitura dos anos finais do Ensino Fundamental. É crucial investigar outras áreas temáticas nessa etapa de ensino, assim como nos anos iniciais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio.Item Com licença : um estudo sobre os motivos de pedidos de professores para afastamento, na Reforma de João Pinheiro (1906).(2020) Melo, Beatriz Marinho de; Hamdan, Juliana Cesário; Hamdan, Juliana Cesário; Nogueira, Vera Lúcia; Silva, Marcelo Donizete daEsta pesquisa tem como objetivo principal analisar alguns dos aspectos das condições de trabalho dos professores, atravessadas pelas demandas da Reforma Educacional que ocorreu no governo de João Pinheiro (1906), em especial, por meio da investigação dos pedidos de licença que aconteceram durante os anos de 1907, 1908 e 1909. A reforma alterava completamente a organização e os espaços físicos das escolas, assim como provocava uma série de deveres e obrigações para o professorado. Diante das pressões e das novas demandas atribuídas aos professores, questionamos as condições sociais e de trabalho, em vista dos pedidos de licença que ocorrem naquele período. Desta forma, buscamos analisar os pedidos de licença dos professores, a fim de investigar as motivações para o afastamento e as possíveis relações com ao contexto da Reforma Educacional de 1906. Para a investigações das licenças, as análises se deram em duas importantes fontes primárias para esta pesquisa, que são os Relatórios da Secretaria do Interior e os Atos da Secretaria do Interior, encontrados no APM. Consideramos realizar as investigações por meio da metodologia do historiador Marc Bloch, ao questionar nossas fontes a fim de compreender através delas o que a história da educação poderia nos responder sobre os professores e as motivações para se ausentarem do ambiente escolar diante do contexto político e pedagógico com significativas mudanças. Entre os achados da pesquisa, consideramos importante destacar as relações que se estabeleciam entre os professores, inspetores e a Secretária, em vista da organização que ocorria para com o assunto da instrução - a fiscalização e a avaliação para as licenças, assim como a quantidade expressiva de licenças motivas por motivo de moléstia.Item O cotidiano de escolas do município de Governador Valadares no contexto da escola de tempo integral : um olhar sobre o tempo, o espaço e o rendimento escolar.(2016) Pessoa, Janira Valentim Cherry; Hamdan, Juliana Cesário; Hamdan, Juliana Cesário; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Cunha, Maria Amália de AlmeidaA presente dissertação apresenta os resultados da investigação de três escolas do município de Governador Valadares, no estado de Minas Gerais, situadas em locais de vulnerabilidade social e que atendem em tempo integral de oito horas diárias, e tem o objetivo de descobrir os fatores que influenciaram tais instituições educacionais a melhorarem seus resultados no IDEB de 2011 e 2013. Para o desenvolvimento do trabalho, foi realizada uma pesquisa de campo coletiva nas Escolas Municipais Serra Lima, Vereador Hamilton Teodoro e Antônio de Castro Pinto, com a aplicação de um questionário semiestruturado para todos os funcionários das referidas escolas. Os dados coletados nas escolas foram analisados e apresentados por instituição e por grupo geral de respondentes, e relacionados com a bibliografia referente à composição do tempo escolar com foco na constituição da Escola de Tempo Integral no Brasil, ao processo de construção e consolidação do sistema de avaliação da educação brasileira, bem como à temática do território e suas vulnerabilidades. Em decorrência do tratamento e análise dos dados coletados nas escolas, e da investigação bibliográfica, emergiram fatores que indicaram exercer influência sobre os bons resultados na aprendizagem dos alunos, dos quais citamos: a boa formação docente; a forte gestão escolar; o bom clima escolar; a expectativa positiva dos professores no sucesso dos alunos; o envolvimento da família, dentre outros.Item Desafiando a história : por uma pedagogia da presença.(2015) Gumbrecht, Hans Ulrich; Hamdan, Juliana CesárioO objetivo deste texto é o de, por um lado, refletir sistematicamente, sobre a relação da pedagogia e uma filosofia da presença, que tem sido desenvolvida nos últimos dez anos. Neste sentido, a ideia seria a de, por um lado, desenvolver argumentos historicamente sustentados que possam convencer aos leitores, que, certamente são, em sua maioria, educadores, de que trabalhar na perspectiva da filosofia da presença seria proveitoso, interessante, sobretudo para formação de professores, de uma forma geral, e na disciplina de história da educação, de forma particular. De outro, seria a preocupação, tanto profissional, quanto existencial, com uma tendência de nosso tempo, qual seja, a de substituir, progressivamente, a prática educativa situada preponderantemente na coopresença corporal, do professor e dos alunos, por uma educação à distância, mediatizada eletronicamente.Item A descolonização da historiografia da educação e a coleção História Geral da África (UNESCO).(2021) Pinto, Marcelo Felício Martins; Hamdan, Juliana Cesário; Hamdan, Juliana Cesário; Carvalho, Marcus Vinicius Correa; Fonseca, Marcus ViníciusEsse trabalho busca compreender os elementos teórico-metodológicos que nortearam a construção da Coleção “História Geral da África” (HGA), financiada pela UNESCO, composta por oito tomos. Nesse sentido, analisamos os capítulos que tratam sobre estes temas, localizados no primeiro volume da obra, por meio dos artigos escritos por Joseph KiZerbo (2010), Bethwell Allan Ogot (2010), Boubou Hama (2010), Jan Vansina (2010), Amadou Hampaté Bâ (2010) e M. Amadou Mahtar M’Bow (2010), que discorrem sobre as perspectivas historiográficas que orientaram a concepção do projeto. A partir disso, à luz das abordagens decolonialistas de Boaventura de Sousa Santos (2009) e Yves Mudimbe (2013), e das discussões realizadas por Muryatan Santana Barbosa (2012) e Felipe Soares (2014), investigamos as categorias analíticas lançadas mão pelos especialistas integrantes da HGA a fim de apreenderem os processos históricos ocorridos no continente africano, a saber: perspectiva africana, regionalismo, difusionismo intra-africano, sujeito africano, e resistência. Visamos entender, também, a referida Coleção como parte do movimento de renovação historiográfica em curso na África, cujo objetivo é o de desconstruir discursos históricos eurocêntricos e racistas, sistematizados sobretudo nos séculos XVIII e XIX, no momento em que acontecia grande parte dos processos de independência, a partir de meados do século XX. Ao mesmo tempo, nosso objetivo é compreender os possíveis alcances desse conhecimento na Historiografia da Educação, tendo em vista os debates sobre descolonização dos currículos realizados especialmente por Nilma Lino Gomes (2012) e Luena Nunes Pereira (2008), que defendem um ensino multicultural e antirracista orientados pela Lei 10.639/03. Isso porque, traduzida para o português em 2010, a “História Geral da África” impulsionou o lançamento de outras publicações, as “Sínteses História Geral da África” (2013) e a “História e Cultura Africana e Afro-Brasileira na Educação Infantil” (2014), por meio do “Programa Brasil-África: Histórias Cruzadas” realizado pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da Universidade Federal de São Carlos (NEAB/UFSCAR), que desejava uma apropriação dessa historiografia por manuais escolares, professores e pesquisadores. Ademais, empreendemos o estudo das abordagens realizadas pelos especialistas pesquisadores e autores da Coleção sobre a descolonização da educação africana, tendo como foco investigativo o oitavo volume, publicado originalmente em 1993, que trata sobre o continente sob o recorte temporal que se inicia em 1935. Constatamos que a historiografia africana, em especial a HGA e as publicações dela derivadas, podem constituir-se como obras de referência na escrita de manuais escolares de História e nas pesquisas em História da Educação, seja ao debaterem sobre as sociedades africanas, seja ao discutirem sobre a população afro-brasileira, ensejando também práticas docentes e científicas antirracistas, de modo a fomentar a desconstrução de estigmas raciais historicamente forjados e reduzir as desigualdades raciais existentes no sistema educacional. Concluímos também que, segundo os autores da HGA, a descolonização do ensino é um elemento fundamental para que as nações africanas, e também a brasileira, consigam romper de fato com as heranças do colonialismo que ainda persistem nos continentes.Item Diálogos historiográficos na escrita de Primitivo Moacyr.(2019) Moura, Maria Clara Cobucci Soares de; Carvalho, Rosana Areal de; Carvalho, Rosana Areal de; Hamdan, Juliana Cesário; Gondra, José GonçalvesPrimitivo Moacyr foi redator de debates e documentos parlamentares do Poder Legislativo brasileiro a partir de 1898, aposentando-se em 1933. Antes da aposentadoria lançou seu primeiro livro sobre educação O ensino público no Congresso Nacional: breve notícia, em 1916. Entre 1936 e 1942 Moacyr se dedicou à escrita de quinze livros, dos quais, neste trabalho, selecionamos como fonte os dois livros inaugurais de suas coletâneas: pela Companhia Editora Nacional, dentro da Coleção Brasiliana A Instrução e o Império: Subsídios para História da Educação no Brasil 1823-1853 v.1 e pela Imprensa Nacional, chancelado pelo Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos – INEP, A Instrução e a República: Reforma Benjamim Constant 1890-1892 v.1. A partir da análise destes livros, tendo como objeto as escolhas historiográficas de Moacyr, buscamos reconhecer em que medida a escrita destes livros se aproximam e ou se distanciam das publicações contemporâneas ao autor presentes na Revista do Instituto Histórico e Geográfico (IHGB) e em manuais didáticos de História da Educação publicados entre os anos de 1930 e 1940. Utilizamos a metodologia de pesquisa bibliográfica, incluindo os debates teóricos e educacionais para desenvolvimento da investigação. Concluímos que o autor tinha uma preocupação com a escrita para além da cópia e recorte desinteressado. Seus livros foram fontes importantes para a escrita dos manuais de história da educação consultados. E sua dedicação para a escrita, a escolha por fontes históricas que ultrapassaram a documentação oficial do Estado, a preocupação com relatos dos feitos e a sua construção narrativa o tornam um pesquisador de seu tempo.Item A educação da anormalidade na Revista do Ensino de Minas Gerais (1925-1940).(2019) Santos, Eli Ribeiro dos; Hamdan, Juliana Cesário; Hamdan, Juliana Cesário; Lages, Rita Cristina Lima; Passos, RosanaO objetivo deste trabalho é investigar a educação escolar das pessoas consideradas anormais em Minas Gerais, nos anos de 1925 a 1940, a partir dos textos publicados na Revista do Ensino. Pretende-se compreender, por um lado, quais as concepções de educação dos sujeitos considerados anormais circularam na ambiência educacional em Minas Gerais, por meio dos artigos escritos por educadores, políticos e intelectuais que, de alguma forma, participaram da referida dessa construção. Por outro lado, investiga a articulação desses artigos com as Reformas Educacionais, que, em alguma medida, se referiram à questão da educação da anormalidade. Para as análises dos artigos, toma-se como referência central os pressupostos teóricos de Michel de Foucault (2001), presentes na obra Os anormais, destacando a concepção de anormalidade. Como fontes principais foram utilizados os artigos da revista e a legislação do período: reformas do ensino, leis, decretos, regulamentos etc. Para abordar a Revista do Ensino como um periódico da imprensa pedagógica foram eleitas as considerações de Roger Chartier (2003) assentadas no conceito de “circulação” e alcances da escrita no impresso, visto que a circulação da revista pode ser entendida como orientadora de práticas de educar a infância considerada anormal. Se por um lado, a pesquisa procurou compreender quais as concepções de educação dos sujeitos considerados anormais circulavam na ambiência educacional de Minas Gerais, a partir dos artigos publicados na Revista do Ensino, por outro lado, investigou a articulação dessas publicações com as reformas educacionais ocorridas no Brasil e em Minas Gerais, que, em alguma medida, se referiam à educação dos anormais. Espera-se com os resultados desta pesquisa contribuir com o campo da História da Educação em Minas Gerais, e em especial com o campo da História da Educação Especial, ampliando o debate sobre a invisibilidade e apagamento dos sujeitos considerados anormais, especiais, deficientes, portadores de deficiência – cada um desses termos adequados ao tempo e contexto foram/são empregados – nos espaços e discursos voltados para os projetos de educação no Brasil.Item A educação da “boa mocidade” sul-mineira : considerações sobre o perfil do alunado da instrução primária (1824-1840).(2018) Batista, Vanessa Souza; Fonseca, Marcus Vinicius; Fonseca, Marcus Vinicius; Hamdan, Juliana Cesário; Lage, Ana Cristina PereiraA presente pesquisa teve como principal objetivo identificar o perfil dos sujeitos que participaram da instrução primária, no sul de Minas Gerais, na primeira metade do século XIX. A escolha por esse período se relaciona ao fato de que houve, após a independência do Brasil (1822), um movimento de disseminação da instrução a todas as camadas da sociedade, em uma perspectiva de civilizar a população brasileira. Mediante isso, interessou-se por conhecer os sujeitos que participaram desse processo, via categorias como gênero, pertencimento étnico-racial, condição socioeconômica e grupo familiar do qual advinham. Esses dados possibilitariam compreender se, de fato, os diferentes segmentos da sociedade oitocentista participaram do processo de escolarização. No que diz respeito ao recorte espacial, utilizou-se uma perspectiva regionalista. A grande diversidade econômica e demográfica nos diferentes espaços de Minas Gerais possibilitou a formulação da seguinte hipótese: a escolarização também foi um aspecto que se diferiu dentro da província, principalmente no que permeia seu público escolar, sendo justificável o desenvolvimento de investigações versando sobre uma determinada região. Com isso, escolheu-se e delimitou-se o sul de Minas, região na qual foi possível identificar o compartilhamento de aspectos demográficos, econômicos e principalmente históricos e sociais. Em vista disso, para alcançar os objetivos almejados, fez-se uso de uma documentação censitária: as listas nominativas de habitantes de 1831/1832. Essa fonte apresentou informações de todos os habitantes de um domicílio de vários distritos mineiros, inclusive algumas listas apontaram para a participação de crianças no processo de escolarização. A partir dessa informação, foi possível estabelecer uma série de estimativas numéricas referentes aos índices de participação na instrução primária e sobre o perfil do alunado. Destaca-se que, além dos dados quantitativos, se utilizou também uma abordagem qualitativa, na perspectiva de compreender o significado da participação de diferentes segmentos no processo de escolarização. Assim, os dados referentes aos alunos foram confrontados com os dados da população total. Ademais, empreendeu-se também o cruzamento com outras fontes, como a legislação escolar, os relatórios dos presidentes da província de Minas Gerais, atas de câmaras de determinados municípios sul-mineiros e memórias escolares. Com isso, foi possível identificar que, no que diz respeito à escolarização, a perspectiva da regionalização do sul de Minas Gerais se sustenta, uma vez que o perfil do seu alunado possuía características muito particulares e distintas das demais regiões, como a já estudada Mineradora Central. Ao fim da pesquisa, detectou-se que mesmo com a participação de meninas, crianças pobres e negras, no processo de escolarização, de uma maneira geral, existiu uma predominância de indivíduos brancos, do sexo masculino, filhos de escravistas, advindos de grupos familiares que possuíam um perfil econômico elevado.Item Educação e representações de mulheres por meio de Vida Doméstica : a revista do lar e da mulher, que de mão em mão, percorre o Brasil de ponta a ponta (1930 a 1945).(2021) Spindula, Alice Lopes; Carvalho, Rosana Areal de; Carvalho, Rosana Areal de; Hamdan, Juliana Cesário; Barreto, Raylane Andreza Dias NavarroA fim de desvendar mais sobre as questões da transmissão de conhecimento, entendido aqui como educação, apresentaremos nesta dissertação uma gama de mensagens de cunho educacional direcionadas à moral, à escolarização formal e científica publicadas pela revista Vida Doméstica, que alcançou milhares de leitoras entre os anos 1930 e 1945. O conteúdo veiculado nas páginas da revista em destaque considerava que somente mulheres com adequada educação intelectual, profissional, cívica, moral e doméstica seriam capazes de cumprir a missão de proteger a saúde e formar o caráter dos futuros cidadãos do Brasil. Vida Doméstica, circulou mensalmente entre 1920 e 1962 e iniciou-se pelas mãos do empresário espanhol Jesus Gonçalves Fidalgo. A publicação era mensal, no Rio de Janeiro, e a distribuição da revista era feita em todo o Brasil, incluindo capitais e diversas cidades do interior do país, tais como em Minas Gerais, Amazonas, Pará, Santa Catarina, Maranhão, Rio Grande do Sul, São Paulo, entre outros. Seu alcance não parava por aí. A publicação chegou a outros países das américas como Estados Unidos, Argentina e Uruguai, bem como circulou na Europa entre Portugal, Alemanha e Espanha. Ao que se refere à circulação e vendagem temos informação, da própria revista, que sua tiragem chegou em 1941 a mais de 50.000 exemplares. O recorte cronológico escolhido para ser revistado compreende alguns anos que antecedem o sufrágio feminino no Brasil e avança até os anos 1945, quando teremos o fim da Era Vargas. Por outro lado, o recorte também abrange os anos que antecederam a Segunda Grande Guerra, quando vamos nos deparar com mudanças significativas na organização social e na posição da mulher frente à família, à sociedade e ao mercado de trabalho. A partir do fim da década de 1930, no decorrer dos investimentos industriais sob a égide do Governo Vargas, percebe-se um impulso no consumo de revistas e outros periódicos. Neste momento os meios de comunicação passam a desenvolver um papel importante de (in)formação dessa nova sociedade que está se consolidando, trazendo informações em seu corpus sobre o modo de vida e aspirações das personagens que moldam essa sociedade. Atrelamos as mensagens veiculadas na revista Vida Doméstica aos estudos históricos culturais, que nos revelam que os discursos nunca são neutros: ao serem escritos nas páginas dos impressos, produzem práticas e estratégias (sociais, escolares, políticas) por um grupo que se impõe, ou tenta impor, a sua concepção do mundo social, os seus próprios valores e o seu domínio.Item A educação moral e cívica nos tempos da ditadura civil-militar (Mariana-MG/1969-1975).(2018) Evangelista, Raquel de Jesus; Carvalho, Rosana Areal de; Silva, Fernanda Aparecida Oliveira Rodrigues; Carvalho, Rosana Areal de; Silva, Fernanda Aparecida Oliveira Rodrigues; Hamdan, Juliana Cesário; Gonçalves Neto, WenceslauEste trabalho estuda o desenvolvimento da Educação Moral e Cívica (EMC) no Grupo Escolar “Dom Benevides” em Mariana-MG e sua convergência na promoção do ideário cívico-religioso entre os anos de 1969 a 1975. A literatura estudada neste trabalho, Baia Horta (2012) Filgueiras (2006a), Abreu (2008) e Pelegrini (2011), aponta que a EMC pretendia adequar os cidadãos ao desenvolvimento social e econômico da nação, disciplinar os corpos e restaurar a ordem para controlar possíveis resistências e subversões ao governo. O presente estudo apresenta a inserção da disciplina EMC no espaço escolar, sua defesa pela instituição religiosa e sua presença nas determinações oficiais. As fontes selecionadas contribuem para a pesquisa no sentido de entender a EMC tanto para o espaço escolar quanto para as instituições que influenciaram esse lugar, pois partimos da concepção de que a educação é uma prática social que extrapola os muros da escola. O Decreto-Lei n° 869/1969 reestabeleceu a disciplina EMC como obrigatória na matriz curricular escolar brasileira, a qual, posteriormente, foi regulamentada pelo Decreto n° 68.065/1971. Esses documentos mostram as finalidades e os interesses sociais em se implementar de forma obrigatória tal disciplina. Ao analisarmos a documentação do Grupo Escolar “Dom Benevides”, principalmente os livros de Atas de Reuniões de Professoras, encontramos registros relacionados à disciplina EMC. Identificamos um conjunto de ideias oficiais circulando na escola a partir da Revista do Ensino divulgada pela Secretaria da Educação de Minas Gerais. Nos artigos do jornal O Arquidiocesano (semanário editado pela Arquidiocese de Mariana-MG no período de 1959-1992 com circulação regional) podemos entender um pouco sobre a sociedade marianense do período, a defesa dessa disciplina pela instituição católica e perceber a correlação entre os preceitos religiosos e as determinações oficiais sobre as finalidades da disciplina EMC no ambiente escolar.Item A Escola Normal de Ouro Preto : instituição e formação docente no contexto educacional mineiro do século XIX (1835-1889).(2016) Pedruzzi, Jumara Seraphim; Jardilino, José Rubens Lima; Hamdan, Juliana Cesário; Faria Filho, Luciano Mendes deA presente Dissertação de Mestrado insere-se nos estudos sobre história das instituições escolares e/ou educativas e formação docente. Possui como objeto a Escola Normal de Ouro Preto, desde o ato de sua criação em 1835, até o final do período imperial, em 1889. Estabelece como objetivo compreender, através da análise da bibliografia e documentação referente à Escola Normal e a instrução pública mineira no recorte indicado, o processo de implantação e funcionamento da referida instituição formadora no contexto imperial, focalizando principalmente seus momentos de crise e reestruturação ao longo do século XIX e ao seu funcionamento a partir da década de 1870. Pela análise das fontes utilizadas nesta investigação foi possível entender que, assim como as outras instituições de formação implantadas na primeira metade do século XIX no Brasil, a de Ouro Preto também passou por uma série de dificuldades para se estabelecer, fechando suas portas por duas vezes, no recorte da investigação. Muitos são os motivos atribuídos ao fechamento da Escola Normal em suas duas primeiras fases, entre eles, é possível destacar a falta de professores qualificados para regê-la, a baixa procura do público em frequentá-la, a falta de aplicabilidade prática dos métodos ministrados em seu interior, e a alegada escassez de recursos financeiros do governo provincial para mantê-la. Porém, na década de 1870 presencia-se o restabelecimento definitivo da Escola Normal de Ouro Preto no contexto do século XIX. Pela análise das fontes constatou-se que esta passou a funcionar com relativa estabilidade na sua terceira fase, percebeu-se também a inversão de gênero no corpo discente da instituição a partir de 1872, e o destaque de seus docentes no cenário intelectual mineiro da época. Ainda assim, a Escola não deixou de enfrentar muitas dificuldades neste contexto, sobretudo de ordem estrutural e no que tange ao cumprimento pleno de seu principal objetivo: formar docentes para atuarem no magistério primário público mineiro. Entretanto, apesar dos problemas e dos períodos de instabilidades vividos ao longo do século XIX, não é possível deixar de pontuar a relevância e centralidade da Escola Normal de Ouro Preto neste contexto, sendo esta a primeira instituição mineira a tentar fornecer - mesmo que muitas vezes com pouco sucesso e passando por muitas dificuldades - uma formação específica para os professores primários mineiros, em um período em que ainda se construía a ideia da necessidade da formação e da profissionalização docente em Minas Gerais e também no Brasil.Item Firmino Costa : um intelectual da república e o propósito educativo (1907 - 1937).(2012) Hamdan, Juliana CesárioNeste artigo pretende-se analisar a atuação do educador mineiro Firmino Costa, retomando antecedentes históricos que estão na base das formas de sua atuação política e intelectual. Para esta análise, recorremos aos trabalhos de Alonso (2008), de Oliveira (1999) e de Carvalho (2003), considerando que trazem expressivas contribui¬ções para a compreensão acerca das histórias das ideias em circulação entre os anos que antecederam e as primeiras décadas da Proclamação da República. As três obras, ainda que a partir de objetos e objetivos distintos, rejeitam interpretações que, por um lado, tratam a ambiência intelectual da República por meio de clivagens de tipologias de inte¬lectuais, que estariam absorvendo passivamente as teorias europeias e americanas e, por outro, as que são marcadas por estudos que focam as ações individuais, empenhadas em levar à frente suas bandeiras ideológicas. Pelo contrário, esses autores entendem que os sujeitos estão imersos em determinadas ambiências culturais, constituídas pelas redes de sociabilidades e por repertório de ideias em circulação e, por isso mesmo têm formas distintas de atuação política e intelectual. Condicionando, esses fatores em grande me¬dida, as possibilidades de atuação. Assim, neste artigo buscam-se estabelecer conexões entre alguns elementos da ambiência cultural presentes nos anos que antecederam e nos que sucederam a República, relacionando-os às formas de atuação política e intelectual, que informaram a ação educacional do educador mineiro. Esse movimento analítico, por sua vez, exigiu que recorrêssemos a algumas das formulações teóricas de Antonio Gramsci (1975), no que se refere aos sentidos da atuação dos intelectuais, como forma de compreendê-los a partir do contexto e das possibilidades de atuação que permitiriam ao educador mineiro a realização de seus intentos.Item Firmino Costa, un intelectual de la República y sus propósitos educativos (1907-1937).(2014) Hamdan, Juliana CesárioEl presente artículo pretende analizar la actuación del educador Firmino Costa, nacido em Minas Gerais, al retomar sus antecedentes históricos que se localizan en la base de las formas de su actuación política e intelectual. Para este análisis, recurrimos al trabajo de Alonso (2008),1 Oliveira (1999)2 y Carvalho (2003),3 consideramos las expresivas contribuciones para su comprensión en relación con la historia e ideas que circularon en este periodo, comprendido entre los años que antecedieron a las primeras décadas de la Proclamación de la República en Brasil (I889). Las tres obras, pese a que se escribieron a partir de objetos y objetivos distintos, refutaron interpretaciones que, por un lado, tratan El escenario intelectual de la República por médio de tipologías de intelectuales, que estarían absorbiendo pasivamente las teorías europeas y norteamericanas. Y, por otro lado, las que son marcadas por estudios que enfatizan las acciones individuales, empeñadas en llevar adelante sus banderas ideológicas. Al contrario, los autores entienden que los sujetos están inmersos en determinado entorno cultural, constituido por lãs redes de sociabilidad y por el repertorio de ideas en circulación y, por eso mismo, tienen formas distintas de actuación política e intelectual. Y esse escenario condiciona, en gran medida, las posibilidades de actuación. Así, este artículo busca establecer conexiones entre algunos elementos del escenario cultural, presentes en los años que antecedieron y en lós que sucedieron a la República, relacionándolos a las formas de actuación política e intelectual que informan la acción educacional del educador minero. Ese movimiento analítico, por su vez, exigió que recorriésemos a algunas de las formulaciones teóricas de Antonio Gramsci, en lo que se refiere a los sentidos de actuación de los intelectuales, como forma de comprenderlos a partir del contexto y de las posibilidades de actuación que permitían al educador minero la realización de sus intentos.Item Ideário educativo católico no ginásio São Francisco em Conceição do Mato Dentro : instrução, escolarização e formação moral de 1956-1979.(2020) Vasconcellos, Flávia Cristina Lages; Hamdan, Juliana Cesário; Hamdan, Juliana Cesário; Jardilino, José Rubens Lima; Lage, Ana Cristina PereiraEsta dissertação de mestrado tem como objetivo estudar a história do Ginásio São Francisco, situado na cidade de Conceição do Mato Dentro, Minas Gerais e as mudanças ocorridas neste contexto escolar, no período de 1956 a 1979. Inaugurado em 1918, o Ginásio foi dirigido até o seu fechamento, em 1979, pela Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Em 1964 com os militares no poder, vem à tona novas formas de organização social e mecanismos de controle, tudo isso acreditamos ter levado instituições de ensino, como o Ginásio São Francisco à reformulação de novos regulamentos, normas e mecanismos de controle. Dessa forma, nossos objetivos específicos são: pesquisar o ideário educacional católico do Ginásio São Francisco, no cotidiano escolar e nos processos educativos; analisar as relações político-sociais entre o Ginásio São Francisco e as mudanças que ocorriam na cidade de Conceição do Mato Dentro e compreender os principais elementos de controle educacional e suas representações no cotidiano escolar trazidos pelo momento político delineado neste marco temporal. A pesquisa é de natureza qualitativa e para seu desenvolvimento utilizamos duas abordagens metodológicas: a pesquisa documental e a história oral. Para isso, realizamos a análise dos discursos expressos e subliminares existentes nos documentos disponíveis e nos relatos de cinco ex-alunos do educandário. Os resultados dessa investigação apontam que o ideário católico se manteve atuante no cotidiano escolar do Ginásio São Francisco, especialmente entre os anos de 1964 a 1979. Com a análise do contexto escolar observamos que os mecanismos de controle, tiveram pequenos reflexos nas dependências do educandário através das práticas educativas e no cotidiano dos alunos. Consideramos que essa pesquisa contribuiu para o entendimento da construção dos processos educativos, sua evolução e as possíveis contradições no cotidiano escolar, nesse marco temporal.Item Museu da Inconfidência e as marcas da educação nos livros de visitantes (1945-1965).(2018) Carmo, Betânia dos Anjos do; Hamdan, Juliana Cesário; Hamdan, Juliana Cesário; Coelho, Priscilla Arigoni; Segantini, Verona CamposO objetivo deste trabalho foi o de identificar e qualificar, no Museu da Inconfidência, localizado na cidade de Ouro Preto, Minas Gerais, a sua relação com o público vindo de instituições educacionais que o visitaram e assim compreender as estratégias e movimentos feitos por grupos de interesse público, particular e pessoal que procuravam reconstruir o discurso da história dos Inconfidentes, a partir das escolhas das memórias que deveriam ser preservadas como instrumentos ideológicos. Foram utilizadas como fontes cartas e ofícios encaminhados por professores e diretores de escolas, direcionados aos diretores do Museu e utilizou-se também os cadernos com as assinaturas dos visitantes, objeto privilegiado nesta pesquisa, com foco na visitação de sujeitos que puderam ser identificados como ligados a instituições educacionais. Para a referida pesquisa optou-se pelo período compreendido entre os anos de 1945 a 1965, uma vez que estes espaços institucionalizados muitas vezes serviram como referência para discursos republicanos e nacionalistas, amparados por vários tipos de suportes de divulgação. O tipo de análise da pesquisa iniciou-se a partir dos textos constitucionais elaborados nas primeiras décadas do século XX, a fim de compreender os desdobramentos das constituições promulgadas entre as décadas de 1930 e 1960, com a finalidade de localizar nos textos as referências entre as legislações voltadas à educação e à preservação do patrimônio histórico nacional e os sujeitos envolvidos nesses processos. Em seguida, foram verificados os visitantes auto declarados estudantes, instituições de ensino e professores, para uma análise do público alvo. Como referencial teórico a pesquisa fundamentou-se nos estudos voltados às análises quantitativas em educação para o tratamento das fontes estudadas. Assim concluindo, verificou-se quais foram as instituições escolares que buscaram esse espaço de memória, de parte dessa história do país e qual foi a relação entre as escolas e o museu, no período delimitado.Item Museu da inconfidência e as marcas da educação nos livros de visitantes (1945-1965).(2019) Carmo, Betânia dos Anjos do; Hamdan, Juliana Cesário; Carvalho, Rosana Areal deEste artigo se originou de uma pesquisa, cujo principal objetivo foi o de identificar, quantificar e analisar, no Museu da Inconfidência, localizado na cidade de Ouro Preto, Minas Gerais, a presença de sujeitos auto declarados escolares. Para isso, foram utilizados como fontes, cartas e ofícios encaminhados por professores e diretores de escolas, direcionados aos diretores do Museu, e os livros com as assinaturas dos visitantes, fontes privilegiadas nesta pesquisa. Trata-se de uma fonte original ainda pouco explorada pelas pesquisas no campo da História e da História da Educação. O período definido para este estudo compreendeu os anos de 1945, quando o museu foi inaugurado, e 1965, quando se iniciou uma nova fase política, com a instauração da ditadura, em que se observa modificações nos discursos culturais, de forma geral, e educacionais, de forma particular. As análises foram feitas a partir dos levantamentos quantitativos dos visitantes autodeclarados estudantes e professores, ou ligados a instituições de ensino. Observou-se a predominância de um maior número de visitantes ligados a instituições particulares e religiosas, e um registro significativo de visitantes de escolas militares, enquanto a presença de sujeitos ligados à escola pública, mesmo as geograficamente próximas, foi bem rarefeita.Item O negro nos manuais de história da educação : as marcas de uma ausência.(2019) Machado Junior, Joatan Nunes; Hamdan, Juliana Cesário; Hamdan, Juliana Cesário; Fonseca, Marcus Vinícius; Gatti Junior, DécioEsta pesquisa analisou todos os manuais didáticos, encontrados até então, da História da Educação, disciplina obrigatória em quase todos os cursos de licenciaturas para a formação de professores da educação básica no Brasil, que tratam a questão da presença da História e Cultura da África e dos Afro-brasileiros em seus textos. Tais manuais foram editados e escritos no Brasil, sobretudo a partir da última LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394 de 1996. Os objetos e também as fontes privilegiados neste estudo são de autoria de Maria Lúcia de Arruda Aranha (1996), Eliane Marta Teixeira Lopes e Ana Maria de Oliveira Galvão (2001), Maria Lucia Spedo Hilsdorf (2003), Maria Stephanou e Maria Helena Camara Bastos (orgs.) (2005), Cynthia Greive Veiga (2007) e Paulo Ghiraldelli Jr. (2006), escolhidos por abordarem a história da educação brasileira e por terem sido sucessivamente editados. Estamos considerando que, não obstante a Lei 10.639 de 2003, que altera a referida LDB; as substantivas contribuições dos movimentos sociais que se articulam em torno da causa antirracista e na defesa da preservação do patrimônio cultural africano e afro-brasileiro; as muitas pesquisas produzidas no interior dos programas de pós-graduação em educação; e a Revista Brasileira de História da Educação (RBHE), que focalizam o tema da história dos negros e afrodescendentes; concluímos que os referidos manuais não apropriaram esse debate aos respectivos textos. A análise busca explicitar e compreender historicamente a ausência do debate nos respectivos manuais didáticos a partir do diálogo com a produção contemporânea de autores, com trabalhos bastante relevantes na área, tais como Marcus Vinícius Fonseca (2007, 2016), Nilma Lino Gomes (2007, 2017), Petrônio Domingues (2007, 2008) e Surya Aaronovich Pombo (2015, 2016). Estamos defendendo que esta ausência causa uma invisibilidade ainda maior dessa parcela da sociedade.Item Por uma sensibilidade objetiva : Tavares Bastos e a educação no Império.(2017) Hamdan, Juliana CesárioO texto a seguir foi escrito com Aureliano Candido Tavares Bastos a quatro mãos. Começou quando ele escreveu, em 1866, a lista de apontamentos que expressariam suas ideias sobre a instrução no Império, e continuou comigo, na condição de historiadora, por meio de uma determinada forma de operação historiográfica. Aqui, em 2017, reescrevi suas notas procurando recuperar que tipo de lógica, de pensamentos e de ideias poderiam estar sustentando os apontamentos feitos pelo político. Para esse objetivo, o texto foi escrito na primeira pessoa do singular, da mesma forma como foi escrito pelo autor, na maioria das vezes, quando faz referência a si próprio. Para além de uma atualização do discurso e da língua, trata-se de uma narrativa que pretende fazer emergir com maior força a presença do sujeito e colocar no nível mais imperceptível possível a presença do historiador ou ainda das categorias interpretativas.