DEEDU - Departamento de Educação

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Resultados da Pesquisa

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    "Professora me ensina a aprender?" : sujeitos da Educação de Jovens e Adultos entre o ensinar e o aprender.
    (2023) Sousa, Maria do Carmo da Silva Gomes de Oliveira e; Silva, Fernanda Aparecida Oliveira Rodrigues; Soares, Leôncio; Silva, Fernanda Aparecida Oliveira Rodrigues; Soares, Leôncio; Reis, Sonia Maria Alves de Oliveira; Nunes, Célia Maria Fernandes
    A presente pesquisa se insere no campo da Educação de Jovens e Adultos (EJA) que vem ao longo da história da educação brasileira se consolidando como política de Estado. Uma vez destinada a todos, o direito à educação constitui um dos fundamentos da dignidade da pessoa humana e, ainda assim, parte significativa da população não usufruiu desse bem social, buscando na EJA aprender os conhecimentos escolares. Instituída pela LDB no 9.394/1996, a EJA é uma modalidade da educação básica com especificidades próprias, a começar pela singularidade do seu público e de suas trajetórias escolares afirmadas no Parecer 11/2000 e expostas na demanda “Professora, me ensina a aprender?” Partindo do questionamento de uma estudante e da intenção de descobrir como se dá o ensinar e o aprender para estudantes e educadores em uma escola exclusiva da EJA, apresentamos como objetivos investigar a medida em que estes educadores e estudantes aprendem quando ensinam e ensinam quando aprendem na relação com seus estudantes e inseridos em uma escola exclusiva para a modalidade. Além disso, pretendemos reconhecer se há nestes espaços práticas e experiências de trocas formativas que caracterizem os fundamentos da dodiscência, a identificação dos elementos constitutivos entre o aprender e ensinar e a análise dos elementos constitutivos dos percursos formativos em diálogo com as especificidades dos/as estudantes. A fim de tratar o tema buscou-se abordar o direito à educação e ao aprender com Arendt (2000), Bobbio (1992) e Tomasevski (2006) e os conceitos ensinar e aprender nas perspectivas de Lev Vygotsky (1996), Paulo Freire (2017) e Bernard Charlot (2000). O estudo responde seus questionamentos através de Cartas Pedagógicas, gênero textual dialógico, por meio da pesquisa qualitativa, pois a a produção dos dados nesta abordagem permite o uso de instrumentos - observação, entrevista semiestruturada e análise documental - que oferecem condições favoráveis para se chegar ao objetivo da investigação. O estudo é composto por 3 educandos e 6 educadores de uma escola situada em Belo Horizonte (MG) que atende somente jovens, adultos e idosos. Os dados produzidos foram tratados pela análise de conteúdo (Bardin, 2011) e deles extraíram-se os temas: trajetórias, percepções do aprender, do ensinar e das práticas pedagógicas que deram origem às cinco cartas. A partir das temáticas foi possível compreender os momentos da relação educador e educando em que se estabelecem o ensinar e o aprender que revelam ser o ensinar e o aprender ação cíclica, conjunção definida por Freire (2017) como Ciclo Gnosiológico. O estudo aponta dados para a formação docente nas dimensões inicial, contínua e autoformação.
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    As relações intergeracionais em salas de aula da educação de jovens e adultos sob a perspectiva do estudante idoso.
    (2023) Fonseca, Betania Sena; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Araújo, Regina Magna Bonifácio de; Reis, Lilian Perdigão Caixêta
    No Brasil a população idosa tem vivido mais e com melhores condições de saúde. Na busca de novas aprendizagens e da realização de sonhos antigos, muitas mulheres e homens acima dos 60 anos encontram na Educação de Jovens e Adultos (EJA) uma oportunidade para adquirir conhecimentos escolares que não foram acessíveis durante a infância e a juventude. Nas últimas décadas, as salas da EJA também têm sido o destino de adolescentes que, por diversos motivos, estão em defasagem escolar e buscam o diploma. A convivência com os mais velhos pode proporcionar ricos momentos de aprendizagem intergeracional ou tensões e conflitos. A presente dissertação buscou conhecer um pouco mais sobre as relações construídas entre jovens e idosos em uma mesma sala de aula, trazendo como objetivo principal investigar como são construídas as relações entre idosos e jovens de até 18 anos nas salas multigeracionais na EJA no município de Mariana, MG. A abordagem metodológica foi qualitativa. Além da análise documental e bibliográfica, a investigação contou com quatro entrevistas de estudantes acima dos 60 anos e questionários aplicados a duas professoras que atuam em salas multigeracionais da EJA. Os resultados demonstraram que para os estudantes entrevistados não existem graves problemas relacionados a conflitos etários nas salas de aula. Pelo contrário, eles reconhecem o aprendizado mútuo das duas gerações. O retorno ou o ingresso dos idosos às escolas na maturidade é decorrente da vontade de aprender, de se inserir socialmente e da realização de um antigo sonho, e não da busca do diploma e de melhores salários; Diferentemente do que se esperava encontrar, os alunos idosos gostam de estudar com jovens e não desejam salas de aula exclusivas para eles; A convivência entre os dois grupos etários em um mesmo espaço não apresenta maiores tensões, porém, atos de indisciplina como conversar durante a explicação da matéria, incomodam os mais velhos, que consideram desrespeito ao docente. Por isso, a forma como os professores lidam com as salas multigeracionais é fundamental para a aprendizagem e a permanência dos alunos idosos. As professoras reconhecem que a falta de formação específica para o ensino na EJA e a ausência de materiais voltados para salas multigeracionais dificultam o trabalho docente e exigem delas maior esforço de adaptação das metodologias e conteúdos. Tais fatores influenciam diretamente na qualidade do ensino e do clima escolar das salas de aula da Educação de Jovens e Adultos.
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    De volta à escola : experiências de idosos no processo de escolarização tardia.
    (2022) Cunha, Ingrid Teixeira; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Reis, Lilian Perdigão Caixêta
    O analfabetismo e a baixa escolaridade entre os idosos brasileiros é uma realidade constatada por inúmeras pesquisas. Muitos destes idosos seguem em busca da realização do sonho de aprender a ler e escrever, e de conquistar o diploma através da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Nesse sentido, o presente estudo analisou o retorno de estudantes com mais de 60 anos à escola na cidade de Mariana - MG. Assim, teve, como objetivo central, investigar quais condições contribuiram para o retorno dos idosos à escola. O referencial teórico foi construído baseado nas discussões da Sociologia da Educação e da Educação de Jovens e Adultos. A metodologia de pequisa foi qualitativa e a construção dos dados foi feita principalmente por meio das entrevistas interpretativas com quatro estudantes com 60 anos ou mais, sendo dois homens e duas mulheres. Nossos entrevistados relataram sobre suas experiências na infância, os impasses que os distanciaram do mundo escolar e, finalmente, o retorno ou ingresso na escola depois de muitos anos. Entre os principais resultados da pesquisa, destacamos como fatores responsáveis pelo abandono da escola por parte de alguns entrevistados: o trabalho durante a infancia e juventude, a longa distância da escola e a falta de acolhimento dos alunos das camadas populares pelos estabelecimentos escolares. Contudo, apesar das experiências vivenciadas num passado de muito trabalho e baixo capital econômico e cultural familiar, todos persistiram para iniciar ou continuar seus estudos, mesmo que tardiamente. A família foi um apoio importante no retorno aos estudos. Todos os entrevistados acreditam no saber escolar para alcançar uma vida melhor. Eles têm sonhos e projetos de futuro, como aprender a manusear o celular sem necessitar de auxílio de outras pessoas, ler a Bíblia, tirar a carteira de motorista ou mesmo pegar um ônibus. Concluímos que os idosos retornaram aos estudos impelidos pelo habitus. Todos estavam em busca de autonomia em um mundo letrado e da ruptura com a estigmatização sofrida com o analfabetismo. Também contribuiram para o retorno aos estudos a rede de apoio familiar e extra familiar e a busca de superação das situações adversas no trabalho e nos estudos. Com o acelerado aumento da população idosa na sociedade, é urgente a implementação de políticas públicas e educacionais que incluam a escolarização dos idosos e almejamos que os resultados desta pesquisa contribuam para os estudos no campo da Educação de Idosos e para a implementação de políticas voltadas para a valorização dos alunos idosos nas redes de ensino.
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    Tempo para trabalhar, sem tempo para estudar : contratempos de educandas e educandos adultos da EJA.
    (2019) Gonzaga, Marcos; Araújo, Regina Magna Bonifácio de; Araújo, Regina Magna Bonifácio de; Nunes, Célia Maria Fernandes; Teixeira, Inês Assunção de Castro
    Este trabalho se propôs a investigar experiências vividas por pessoas da Educação de Jovens e Adultos relacionadas aos seus processos de escolarização. Foram abordadas nove pessoas (seis mulheres e três homens) com idade superior a 50 anos em uma escola municipal de Itabirito-MG no ano de 2018. Utilizou-se de preceitos teórico-metodológicos da história de vida e da história oral de vida buscando aprofundamentos sobre o sentido de suas experiências. Foi possível, por meio da análise de questionário aplicado às nove pessoas e depoimentos recolhidos dentre sete delas, desocultar um processo de escolarização relacionado ao fenômeno do trabalho na infância, adolescência e idade adulta. Em colaboração mais demorada realizou-se um conjunto de entrevistas com uma dessas pessoas e a construção de uma narrativa de experiência singular. Atravessada pelo trabalho doméstico em casa de terceiros, esta narrativa, traz junto outros fenômenos vividos pelas mulheres e homens colaboradores da pesquisa: o agenciamento ao trabalho em idade precoce e em situações de desproteção e angústia por não poder frequentar a escola, condições precárias de moradia, vestuário e alimentação, dentre outros contratempos. Os efeitos do trabalho na infância e a escolarização deficitária são motivos de sofrimentos que se fazem sentir ainda hoje na vida dessas pessoas.
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    O que revelam as pesquisas sobre as classes multisseriadas nos anos iniciais do ensino fundamental da EJA?
    (2019) Ribeiro, Ada Guimarães; Araújo, Regina Magna Bonifácio de
    Este trabalho traz como objeto de estudo as Classes Multisseriadas na Educação de Jovens e Adultos. A Educação de Jovens e Adultos- EJA, é uma modalidade de ensino ainda hoje, alvo de intensas pesquisas e indagações no cenário educacional brasileiro. O objetivo desta investigação é apresentar as pesquisas educacionais desenvolvidas sobre o objeto de estudo acima citado, para assim, traçarmos um panorama do que já foi produzido sobre a temática, fazendo em seguida uma seleção das pesquisas realizadas entre os anos de 2010 a 2017 no país. Pretendemos com este estudo, apresentar parte do referencial teórico utilizado para fundamentar as bases da pesquisa de Mestrado, intitulada A prática docente na EJA multisseriada no programa de Pós-Graduação/ Mestrado em Educação da Universidade Federal de Ouro Preto-MG. A pesquisa procura investigar como se dá o processo de ensino em Classes Multisseriadas nos anos iniciais do Ensino Fundamental da EJA, mostrando o quão se faz importante refletir e revelar o papel docente nos contextos escolares pesquisados afim de compreender o cotidiano escolar desta modalidade de ensino. Foi realizado um estudo do tipo Estado do Conhecimento, onde foi possível verificar um número reduzido de trabalhos que abordam a temática.
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    Educação de jovens e adultos no município de Ouro Preto-MG : oferta, currículo, material didático e espaço físico.
    (2020) Barsante, Amanda Pedrosa; Araújo, Regina Magna Bonifácio de; Araújo, Regina Magna Bonifácio de; Silva, Marcelo Donizete da; Klinke, Karina
    Nos últimos anos, a EJA vem sendo alvo de intensas pesquisas e indagações no campo educacional do Brasil. As reflexões que norteiam a EJA incluem uma perspectiva dos direitos humanos, considerando ser necessário garantir que jovens e adultos que não estudaram ou que interromperam a trajetória escolar, tenham acesso a uma educação democrática e qualificada. O objetivo desta pesquisa é contribuir para com os estudos em torno da EJA no município de Ouro Preto e observar como ela vem sendo ofertada nas instituições de ensino. Partimos do pressuposto de que as pessoas que atuam na EJA, tanto professores quanto alunos, enfrentam diversos desafios no cotidiano escolar, sejam eles um currículo não específico para a modalidade, um material didático inapropriado ou um espaço físico impróprio. Dessa forma, como campo de pesquisa, foram escolhidas quatro instituições públicas no âmbito municipal e estadual e onze participantes para serem entrevistados, entre eles, quatro professores, quatro alunos e três pedagogas, sendo que, uma delas é pedagoga em duas escolas da rede municipal. Para a coleta de dados, optou-se pela pesquisa qualitativa, tendo como instrumento o questionário e a entrevista semiestruturada. Os dados revelam que nenhuma escola segue um currículo específico para a Educação de Jovens e Adultos e os professores adaptam suas aulas de acordo com o perfil e necessidades dos alunos. Quanto ao material didático, identificamos que os livros não atendem às necessidades tanto dos alunos quanto dos professores, pois esses os consideram superficiais e distantes da realidade da comunidade escolar. Sobre o espaço físico, verificamos que embora todos os ambientes da escola sejam disponibilizados para a EJA, devido à carga horária reduzida, os professores fazem pouco uso dos outros ambientes escolares, como sala de vídeo, biblioteca e laboratório. Por fim, analisamos a oferta de vagas e, de acordo com as narrativas dos participantes, embora os alunos procurem as escolas para se matricularem, nem sempre essa matrícula é efetivada, pois, se os critérios do número de vagas não forem atendidos, a escola não poderá abrir a turma. As entrevistas trouxeram narrativas importantes que auxiliam na compreensão do cenário da Educação de Jovens e Adultos no município de Ouro Preto. As vozes dos alunos, docentes e técnicos na EJA revelam um cenário ainda carente de ações efetivas e de políticas públicas capazes de atender às especificidades dessa modalidade de ensino.
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    O trabalho de jovens nas lavouras de café : entre as urgências da vida e as expectativas dos estudantes, seus pais e avós.
    (2020) Rosa, Mônica da Silva; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Portes, Écio Antônio; Fonseca, Marcus Vinícius
    A inserção no mundo do trabalho, mesmo que no setor informal, e a permanência na escola é um desafio para uma parcela significativa da população jovem em nosso país. No caso da juventude rural e de pequenas localidades os empecilhos para trabalhar e estudar são ainda maiores. O distrito de São José do Triunfo pertence ao município de Viçosa (MG) e tem na lavoura de café uma de suas principais fontes de renda. Diferentes gerações trabalham nessas lavouras, principalmente no período da colheita do fruto, inclusive os jovens estudantes. Na busca de compreender um pouco da vivência destes jovens e de suas famílias esta pesquisa surgiu da seguinte questão: Qual o lugar do trabalho na lavoura do café na vida de jovens do ensino médio em um distrito de Viçosa? Para responder a tal questionamento foi traçado o objetivo geral: compreender o lugar do trabalho na lavoura do café na vida de jovens do ensino médio distrito. A abordagem escolhida foi a qualitativa e priorizou a realização de entrevistas reflexivas com quatro jovens, seus pais e avós envolvidos no trabalho de colheita do café. Todos os jovens cursam o 1º ano do Ensino Médio da escola pública situada no distrito. A construção dos dados incluiu também análise dos documentos e observação participativa. A pesquisa revelou que o trabalho na lavoura do café ocupa um papel muito importante na vida das diferentes gerações do distrito. Há o envolvimento ativo dos jovens com a realidade de trabalho no período de colheita por influência familiar, mas também por desejo próprio, uma vez que o dinheiro que recebem representa independência relativa no consumo e nas suas escolhas. Embora demonstrem orgulho de verem seus filhos e netos trabalhando na lavoura, os pais e avós entrevistados valorizam o estudo e deixaram claro que desejam empregos melhores para os jovens, e que tais empregos somente serão possíveis por meio da escolarização. Contudo, entre os estudantes ouvidos na pesquisa, apenas um deles deseja continuar estudando, o que demonstra as urgências cotidianas que interferem em suas escolhas e influenciam nas as fracas expectativas profissionais e educacionais do grupo.
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    Caminhos a Hamburgo : efeitos do movimento CONFINTEA V no Brasil nas lutas pelo direito de jovens e adultos à educação.
    (2017) Melo, Raquel Silveira Martins de; Silva, Fernanda Aparecida Oliveira Rodrigues
    Convocadas pela UNESCO, as Conferências Internacionais de Educação de Adultos (CONFINTEAs) acontecem a partir de 1949 com objetivo de induzir os Estados-membros a ações e avaliações sobre a EJA. O interesse aqui é considerar efeitos no processo para a participação do Brasil na V CONFINTEA (Hamburgo/Alemanha,1997) no que tange ao direito de jovens e adultos à escolarização. Esse momento trouxe ganhos significativos no cenário brasileiro como a reunião dos estudiosos, militantes, governos locais e interessados em geral que decidiram dar continuidade às reuniões preparatórias de forma a acompanhar as políticas públicas e a efetivação do direito de brasileiros à escolarização, constituindo assim os movimentos do Fórum de EJA e do Encontro Nacional de EJA (ENEJA). Busca-se fazer análise das primeiras cinco edições do ENEJA sob a hipótese de que esse período lançou bases para a preparação da CONFINTEA VI realizada em 2009, no Belém do Pará/Brasil. O artigo se inicia pelo resgate histórico das Conferências, seguido dos Fóruns e seus desdobramentos. Busca nos relatórios sínteses dos ENEJAs elementos de lutas pelas políticas públicas nacionais de efetivação do direito à educação.
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    Formação inicial de professores para a EJA nos cursos de Pedagogia das universidades federais de Minas Gerais.
    (2016) Moreira, Thamyres Xavier; Jardilino, José Rubens Lima; Torres, Marco Antônio; Araújo, Regina Magna Bonifácio de; Pereira, Júlio Emílio Diniz
    Após a implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia em 2006, a formação do pedagogo se assenta nos anos iniciais e infância e as Instituições de Ensino Superior (IES) passam por reformulações curriculares, visando cumprir as exigências impostas nos documentos. Com o intuito de compreender como as universidades federais de Minas Gerais têm formado os professores do curso de Pedagogia, no que tange à EJA, adotamos, para este trabalho de investigação, a temática ―A formação inicial de professores para a EJA‖. Este estudo recorre à abordagem de natureza qualitativa e tem como objetivo geral analisar como os cursos de Pedagogia tratam a formação do professor para atuação na EJA. De modo específico, buscamos analisar as propostas curriculares dos cursos de Pedagogia das universidades federais de Minas Gerais no que se refere à formação para atuação na EJA, discutir a importância de iniciativas de pesquisa e extensão, nessas mesmas propostas, relacionadas à formação para atuação na área e apresentar e refletir sobre as concepções de formação inicial de professores para a modalidade, na percepção dos professores formadores. Para a construção do diálogo com a produção da área utilizado para as categorias de análise, embasamo-nos nas contribuições de Garcia (1999); Nóvoa (1995); Imbernón (2009); Diniz-Pereira (2008); Soares (2008) e (2011), Arroyo (2006); Jardilino e Araújo (2014); Schön (1995); Barreiro e Gebran (2006); Moreira e Silva (1994); Giroux e Simon (1994) e Apple (1994) e utilizamos como fundamentação teórica o modelo de formação crítica. A partir desses referenciais, analisamos os documentos legais das instituições e as entrevistas. Fez-se, também, um breve levantamento das produções acerca da temática em eventos de formação de professores, sendo alguns específicos da área, e no Banco de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Posteriormente, realizou-se a coleta de dados por meio de entrevistas semiestruturadas, com a participação de dezesseis professores formadores, sendo eles coordenadores de curso e professores que trabalham com a EJA nas instituições, e a seleção de documentos das universidades. Para a análise dos dados, estabelecemos três categorias ―currículo‖, ―ações extracurriculares‖ e ―concepções de formação‖, empregando a metodologia de Análise de Conteúdo, proposta por Bardin (2009). Os resultados da pesquisa indicam que a formação inicial de professores que tem acontecido nas universidades federais de Minas Gerais ainda formam precariamente seus alunos do curso de Pedagogia, no que diz respeito à Educação de Jovens e Adultos, exceto para aqueles que tiveram a oportunidade de participar das atividades de pesquisa e extensão. Mostra ainda que tem prevalecido a concepção de que as atividades de pesquisa e extensão podem suprir a ausência ou limitação da formação curricular, contradizendo a perspectiva de indisssociabilidade desses elementos.
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    A formação inicial de educadores de jovens e adultos nas universidades federais de Minas Gerais : a perspectiva dos pedagogos em formação.
    (2016) Queiroz, Ana Helena Oliveira; Araújo, Regina Magna Bonifácio de; Porcaro, Rosa Cristina; Silva, Fernanda Aparecida Oliveira Rodrigues
    Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), cujo objetivo geral foi investigar as condições propostas nos cursos presenciais de Pedagogia para a formação inicial do educador de jovens e adultos nas Universidades Federais de Minas Gerais. Como objetivos específicos, buscou-se mapear os cursos de licenciatura em Pedagogia existentes em Minas Gerais; delinear a identidade formativa desses cursos em relação à Educação de Jovens e Adultos; e identificar os desafios que os graduandos que têm interesse profissional por essa modalidade de ensino enfrentam em sua trajetória formativa. O estudo utilizou-se das abordagens qualitativa e quantitativa. Na perspectiva desta última, foi aplicado um questionário para os graduandos dos cursos de Pedagogia, com questões fechadas. Uma abordagem mais qualitativa foi utilizada na pesquisa documental, quando analisados os projetos pedagógicos, e ao tratamento das questões abertas do questionário. A aplicação deste ocorreu via internet, por meio do Sistema on-line Google Drive. O campo de estudo desta pesquisa foi formado pelas Universidades Federais de Minas Gerais que possuem o curso presencial de licenciatura em Pedagogia, totalizando nove Instituições. O foco foi a compreensão do olhar e da percepção do aluno concluinte do curso de Pedagogia com relação ao processo de formação que possibilite a sua atuação na EJA. Os resultados indicaram que oito Instituições concordaram com a realização da pesquisa. Contou-se com um público de 45 graduandos, em sua maioria do sexo feminino, solteiros, com a faixa etária entre 18 e 24 anos. Constatou-se com base nas falas dos graduandos que estes acreditam na importância de uma formação para o docente que seja específica e voltada para a EJA. Além disso, verificou-se que os cursos de Pedagogia possuem disciplinas específicas e ações voltadas para o ensino do futuro educador da EJA nas Instituições. Porém, segundo as narrativas dos participantes da pesquisa, estas não são suficientes para preparar o profissional que atuará em tal modalidade, com uma formação que seja de qualidade e que atenda às especificidades do público da EJA.