DEEDU - Departamento de Educação

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Resultados da Pesquisa

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    Pode um corpo transviado lecionar?
    (2023) Lopes, Lucas Eduardo Souza Assunção; Diniz, Margareth; Diniz, Margareth; Val, Alexandre Costa; Pereira, Marcelo Ricardo
    Com esta pesquisa pretendi interrogar a seguinte questão: Pode um corpo transviado lecionar? Advinda de uma experimentação onírica, onde a partir da ruptura de um saber inconsciente pude investigar aquilo que se apresentava como um enigma para mim. A fim de interrogar mais ainda sobre esse saber não sabido, ofertei um espaço para uma “conversa” com cada sujeito colaboradora/or em exercício docente em instituições de Ensino Superior, públicas e privadas do Estado de Minas Gerais, dissidentes do sistema sexo-gênero vigente a fim de esmiuçar a relação com o saber e o “estilo” docente de cada uma dessas pessoas. Desse modo, esperava responder - ainda que parcialmente - a pergunta que me “despertou”. No entanto, o que estava diante de mim não era uma pergunta genérica, endereçada a qualquer corpo docente transviado de uma normativa cisheterossexual, mas sim, atrelada ao meu corpo (marcado como um corpo viado ainda na infância) e o meu desejo de um dia lecionar. Desse modo, no momento à posteriori às “conversas” pude constatar a relação singular que cada uma dessas pessoas detinha com o saber e as reverberações das experiências docentes em suas práticas; os atravessamentos do amor de transferência e a incidência da sexualidade e do gênero em seus ofícios e; a emersão de um “estilo” próprio do fazer docente, o que se mostrou intimamente relacionado com a possibilidade de nomear a si mesmo. Ter me deparado com essas elucubrações me permitiu aceder mais um motor desta pesquisa, talvez o motor que faltava desde o início, aquele que, enfim, me autorizaria a falar do meu lugar enquanto um corpo transviado rumo à docência. Agora, diante de uma nova questão: Pode o meu corpo - transviado - lecionar? Foi em torno dessa autorização que eu propus como uma elaboração desta pesquisa um ensaio autobiográfico.
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    Docência e gênero em discurso : o caso escola sem partido.
    (2020) Souza, Andrezza Rodrigues Duarte; Torres, Marco Antônio; Torres, Marco Antônio; Tripodi, Maria do Rosário Figueiredo; Mattos, Amana Rocha
    Esta dissertação trata dos discursos do Movimento Escola Sem Partido a respeito de gênero e docência. Tendo em vista que o Movimento vem se expandindo de 2014 até os dias de hoje, usando fortemente a educação como base para empreender uma ofensiva antigênero e um ataque aos docentes, parto da constatação de que a temática se inseriu cotidianamente na vida dos brasileiros e tem movimentado o debate público sobre a educação. Fundamentado teoricamente nas elaborações de Michel Foucault, este estudo utiliza os conceitos de discurso, poder, sujeito e regimes de verdade, para se fazer consistente. A página pública do Movimento Escola Sem Partido, no Facebook, é o “lugar” da pesquisa, com isso quero dizer que o corpus analítico é constituído dos comentários, postagens, reações e compartilhamentos coletados dessa rede social. Portanto, a análise do discurso de inspiração foucaultiana é a metodologia aqui utilizada para responder a pergunta: Como emerge toda essa discursividade sobre gênero e docência no Movimento Escola Sem Partido? De maneira paralela: Que enunciados os perpassam? Como esses discursos são produzidos? Quais modos de subjetivação podemos identificar nas tramas discursivas analisadas? Na análise do discurso foi encontrada a produção de um governo, nos termos de Foucault, pela violência; os enunciados e os ditos do movimento expressam a produção de uma significação na qual o docente violentado é permitido e encorajado. Nas conclusões aponta-se para o Escola Sem Partido enquanto um tipo de movimento que intenta impedir que novas formas de reconhecimento e inteligibilidade se façam presentes no ambiente escolar, o que torna coerente caracterizá-lo com reativo, e violento.
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    Escolarização de adolescentes institucionalizados em locais de acolhimento : entre estigmas, conflitos e insucesso escolar.
    (2019) Silveira, Alcione Januária Teixeira da; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Silva, Luciano Campos da; Marques, Walter Ernesto Ude
    Esta pesquisa objetivou investigar os processos de escolarização de adolescentes institucionalizados(as) em locais de acolhimento. Para isso, buscou-se: a) realizar um levantamento nos documentos institucionais e, principalmente, no Projeto Individual de Atendimento (PIA), dos dados socioeconômicos e informações da instituição de acolhimento referentes à vida dos(as) adolescentes pesquisados(as); b) caracterizar os modos como se articulam as experiências de escolarização e as experiências de permanência na instituição de acolhimento e c) analisar as expectativas dos(as) adolescentes, seus professores(as) e educadores(as) frente à vida escolar e os projetos de futuro. Quanto ao percurso metodológico, de natureza qualitativa, englobando a aplicação de questionários a psicóloga da instituição e entrevistas semiestruturadas aos adolescentes, professores(as) e educadores(as), além de uma pesquisa documental exploratória, sendo os dados tratados por meio das técnicas de análise de conteúdo. Selecionamos quatro adolescentes, quatro educadores(as) e quatro professores(as) que lecionavam para esses(as) adolescentes, totalizando doze pessoas. Para a interpretação dos dados consideramos dois eixos de análise, sendo o cotidiano do abrigo e as experiências de escolarização. Os resultados indicam que os processos de escolarização e os itinerários escolares de adolescentes institucionalizados(as) sob tutela do Estado, além de uma clivagem imposta pela origem social e cultural, são influenciados pelas condições sociais e educacionais vivenciadas por eles(as) em uma dupla e híbrida experiência social de tensões e situações de fuga física e simbólica, estigmas, isolamento, problemas no aprendizado escolar, dificuldades de inclusão nas turmas e na escola, conformação e negação do sujeito, tanto no acolhimento institucional quanto nas escolas.
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    Sobre coragem e resistência : contando a história de Leona, professora e mulher trans.
    (2018) Modesto, Rubens Gonzaga; Torres, Marco Antônio; Torres, Marco Antônio; Nunes, Célia Maria Fernandes; Prado, Marco Aurélio Maximo
    É notória a dificuldade que transexuais/travestis enfrentam para permanecer nos espaços escolares, tendo em vista as agressões físicas e/ou psicológicas que lhes são infligidas cotidianamente nesses locais, por parte de seus pares e, até mesmo, de professores/as e profissionais da educação. No cotidiano escolar, as pessoas trans não sofrem apenas através das manifestações diretas de outras pessoas, mas também em razão do despreparo de professores/as e demais profissionais de educação para com a realidade vivenciada por essa população. Embora os espaços escolares possam se configurar como locais de reprodução e legitimação da transfobia, evidencia-se que alguns/as transexuais e algumas travestis, a despeito de todas as adversidades, constrangimentos e violência a que são submetidos/as para permanecerem-se nessas instituições, concluem seus estudos. Evidencia-se, ainda que de forma incipiente e reduzido a poucos casos, a emergência de docentes travestis/transexuais nas instituições escolares, que conseguiram suportar as imposições heteronormativas. Pressupondo-se que retornar à escola mesmo como professoras, pode se configurar como uma nova luta pelo seu reconhecimento e pertencimento social, esta dissertação investigou como se relaciona a história de vida de Leona, professora transexual da cidade de Congonhas/MG, seu ingresso e permanência na docência, por meio da narrativa de suas experiências e vivências. Com relação à metodologia, esse estudo optou, dentre as pesquisa qualitativas, pela pesquisa etnográfica. Relativo aos instrumentos de coleta e análise, foram utilizadas a entrevista preliminar, a entrevista narrativa e entrevista com a diretora de uma das escolas onde Leona trabalha, o levantamento bibliográfico, a análise de um memorial autobiográfico cedido pela colaboradora, além de observação participante em uma das escolas onde a colaboradora trabalha. Para análise da narrativa, baseando-se nas narrativas de outras professoras transexuais, estabeleceu-se os seguintes marcadores: seu processo de identificação e como se deu a construção de sua identidade de gênero; a relação com sua família; sua rede de apoio social; sua trajetória escolar; sua permanência nos espaços escolares e possíveis mecanismos para manter-se na profissão docente; a relação com seus/uas alunos/(as); a relação com os pais/mães de alunos/(as); a relação com o corpo docente e outros funcionários da escola e o uso do nome social. A análise dos dados permitiu estabelecer que Leona se autoidentifica como mulher trans buscando um distanciamento da identidade de gênero travesti; tendo uma trajetória escolar marcada por preconceito e discriminação, embora tenha iniciado seu processo de transformação após ter sido aprovada em concurso público para docente. Na sua relação com a família, evidenciou que houve uma rejeição paterna acerca de sua identidade de gênero. Em contrapartida, houve apoio por parte de sua mãe, que acabou por se configurar como um importante membro de sua rede de apoio social. Por diversas vezes, Leona deparou-se com atitudes transfóbicas enquanto docente, perpetradas por colegas e dirigentes. Assim como outras professoras transexuais, Leona utiliza mecanismos para manter-se na profissão docente, tais como ameaças de processos, realização de um trabalho singular e a estabilidade no serviço público. Seu nome social não é adotado em nenhum dos locais onde trabalhou/trabalha atualmente. Por outro lado, a relação com os alunos aponta para um reconhecimento e respeito ao gênero com o qual ela se identifica.
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    O que dizem os/as professores/as acerca da diversidade sexual na escola.
    (2016) Lara, Rafael Bonfim; Torres, Marco Antônio; Torres, Marco Antônio; Diniz, Margareth; Ferrari, Anderson
    Esta pesquisa investigou o que os/as professores/as pensam sobre seus saberes e fazeres no processo de socialização, ensino e aprendizagem dos/as alunos/as levando em consideração a diversidade sexual na escola, tendo como campo de estudo a Escola Estadual Dom Velloso, em Ouro Preto - MG. Em particular, este estudo buscou compreender como os/as professores/as desta instituição estão lidando com situações ligadas à diversidade sexual na escola conforme as seguintes indagações: qual é a importância da discussão de temas como o da diversidade sexual no ambiente escolar? Os/as professores/as consideram este assunto como importante tema transversal nas suas aulas? Como os docentes lidaram ao presenciar algum debate acerca das sexualidades dos/as alunos/as? Para a análise deste estudo, foram realizadas entrevistas com professores/as que atuam na escola com o intuito de responder tais questionamentos. Deste modo, foi possível reconhecer o que os/as professores/as compreendem por diversidade sexual, quais são as diversas formas de percepção e invizibilização da homofobia no contexto escolar, e também pensar como a homofobia, como dispositivo dinâmico da heteronormatividade, se apresenta no contexto pesquisado, com base no reconhecimento da importância das relações que professores/as estabelecem no processo de socialização, ensino e aprendizagem do alunado, a fim de trazer uma reflexão sobre a homofobia, o preconceito e das práticas heteronormativas presentes na instituição, tornando a escola um ambiente favorável ao convívio das diferenças.