DEJOR - Departamento de Jornalismo
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Item “I am done” : violência sexual, testemunho e reparação em ‘Hysterical Girl’.(2021) Barbosa, Karina Gomes; Mendonça, Carlos Magno CamargosRealizamos uma leitura do do- cumentário em curta-metragem Hysterical Girl (Kate Novack, 2020) com o objetivo de investigar os modos pelos quais a desarticu- lação da linearidade temporal e do diacronismo no audiovisual, por meio da linguagem, pode provocar fissuras em narrativas patriarcais, promover certo tipo de denúncia e ao mesmo tempo reparação de violências. Partimos de uma pers- pectiva feminista do audiovisual e do arquivo, que demanda pro- cessos de re-visão em busca de um novo olhar crítico, e nos de- bruçamos sobre duas estratégias cinemáticas empregadas no filme, a montagem e o off. Concluímos que o jogo da montagem, privile- giando o arquivo, o repertório e os discursos, cria um espaço teste- munhal para a verdade de Dora, usurpada por Freud, e a restitui simbolicamente.Item A instável verdade nos testemunhos sobre estupros na seção ‘Eu, leitora’ da revista Marie Claire.(2021) Barbosa, Karina Gomes; Carvalho, Rafiza Luziani Varão RibeiroNeste artigo, investigamos os modos como o jornalismo enquadra narrativas testemunhais de estupro publicadas na última década na seção ‘Eu, leitora’ da revista Marie Claire brasileira. A partir de uma análise textual narrativa, cotejada com estudos de trauma e testemunho e com estudos feministas, buscamos problematizar a maneira como o jornalismo lida com o testemunho. Dialogamos com o conceito de fait divers e sua presença no jornalismo dito feminino para compreender os modos como Marie Claire enquadra esses relatos. Concluímos que a revista opera ambiguamente em relação à verdade testemunhal das feridas traumáticas dessas mulheres, ao mesmo tempo se aproximando e se afastando delas, por meio de estratégias narrativas e editoriais.Item Meninas negras em animações infantis : entre protagonismo, branquitude e subalternidade.(2022) Reis, Maria Luísa Sousa; Barbosa, Karina Gomes; Assis, Mariana da SilvaO objetivo deste trabalho é investigar dez meninas negras protagonistas de animações veiculadas em meios de comunicação do Brasil em 2019. Ancoradas pela leitura de Bell Hooks (2019) e Gayatri Spivak (2010) sobre feminismos negros e subalternidade e pela perspectiva culturalista Douglas Kellner (2001), analisamos quantitativa e qualitativamente quais representações o audiovisual constrói acerca dessas protagonistas negras e quais afetos e possibilidades são apresentados a elas. Concluímos que há um apagamento da raça nas protagonistas, que ocupam lugares de subalternidade e não refletem a multiplicidade das experiências negras quando são protagonistas únicas.Item Nelas, através delas, em suas memórias : estigma, afeto e religiosidade em ativismos transcestrais no Brasil.(2022) Yu, Wendi; Farias, Daniel Oliveira de; Gomes, Itania Maria Mota; Barbosa, Karina Gomes; Mendonça, Carlos Magno CamargosInvestigo as relações entre estigma, identidade, experiência e afeto que atravessam as religiosidades em disputa por artistas e ativistas trans e travestis no Brasil – tais como Ventura Profana, Linn da Quebrada e Alice Guél – e no ativismo dos coletivos indígenas Tibira e Caboclas. Aciono a noção de paisagem afetiva, como práticas e discursos ainda não reconhecidos socialmente, e nomeio profana travesti como paisagem afetiva emergente, que desarticula o ódio, a violência e a exclusão que marcam as vidas que se opõem às normas da religiosidade cristã e rearticula outras possibilidades de experiências e transcestralidades travestis. Disputo as construções coloniais, ho- mogeneizantes e universalizantes das violentas marcações de gênero e sexualidade, para construir vidas em movimento e transformação. Concluo explorando a ideia de Deise como comunhão, uma multidão de eus em forma de d’eus.Item A prática laboratorial integrada : apontamentos sobre a virada editorial e pedagógica da Curinga.(2021) Santos, Ana Carolina Lima; Barbosa, Karina Gomes; Tavares, Michele da SilvaEste artigo aborda a experiên- cia das autoras com a Curinga, revista-laboratório do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto, a partir da implantação da disciplina “Laboratório Integrado II: Grande Reportagem” na nova matriz curricular, desenvolvida com base nas Diretrizes Curri- culares Nacionais (DCNs) de 2013, e da virada editorial aí envolvida. O texto é estrutu- rado em quatro eixos: a pro- posta da Curinga em sua fase inaugural; a mudança editorial e pedagógica que caracteriza um dossiê, com produções de grandes reportagens para o impresso e digital; a reade- quação dos produtos e pro- cessos ao novo perfil editorial; e a rotina e infraestrutura pro- dutivas nos limites laboratori- ais.Item Tensionamentos narrativos na cobertura jornalística de Barão de Cocais (MG).(2021) Carvalho, André Luís; Barbosa, Karina Gomes; Maia, Marta ReginaO estado de Minas Gerais, Brasil, passou por dois acontecimentos relevantes em quatro anos: os rompimentos da Barragem do Fundão, em 2015, e da Mina Córrego do Feijão, em 2019. No rastro dessas ocorrências, a cidade de Barão de Cocais vive, desde maio de 2019, momentos de instabilidade com a iminência – anunciada pela mineradora Vale – do rompimento do talude da mina de Gongo Soco. A partir desse acontecimento, problematizamos a cobertura jornalística inicial de dois jornais mineiros, percebendo os tensionamentos entre as narrativas da mineradora e as das comunidades de Barão, tendo como metodologia a análise das marcas da apuração e da composição das matérias, considerando, por fim, que a cobertura privilegiou as informações da Vale, configurando sua hegemonia discursiva.Item Violências de gênero em ambientes digitais : uma análise de discursos masculinistas em comentários sobre a Marcha das Vadias no G1.(2021) Barbosa, Karina Gomes; Barbosa, Yasmine Feital CalçadoCom o propósito de elucidar as marcas da dominação masculina, este artigo analisa comen- tários feitos em notícias do portal G1 sobre a Marcha das Vadias, movimento político e feminista que se vale de seios femininos nus como uma forma de protesto. Com o aporte teórico-metodológico da análise do discurso (BENETTI, 2016), destacamos um agrupamento específico de comentários, ca- racterísticos desses ambientes: aqueles que incitam o ódio e a violência, em grande parte, contra mu- lheres, gays e lésbicas, contribuindo com discussões acerca da manosfera e da presença de masculinis- tas nesses espaços (ZUCKERBERG, 2018; ARONOVICH, 2021). Nesses ambientes virtuais noci- vos, nos debruçamos sobre o papel da mídia não somente em conduzir debates (CHRISTOFOLE- TTI, 2019; FRANCHINI, 2018), mas também em superintendê-los, tendo em vista os espaços cri- ados para interações, impossibilitando o espalhamento dos discursos de ódio e princípios patriarcais e garantindo o direito à participação e cidadania de grupos oprimidos.