PPCBIOL - Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas

URI permanente desta comunidadehttp://www.hml.repositorio.ufop.br/handle/123456789/423

Navegar

Resultados da Pesquisa

Agora exibindo 1 - 10 de 64
  • Item
    Avaliação da atividade anti-Trypanosoma cruzi in vitro e in vivo da miltefosina em combinação com compostos nitro-heterocíclicos e com derivados azólicos.
    (2019) Mota, Suianne Letícia Antunes; Bahia, Maria Terezinha; Bahia, Maria Terezinha; Reis, Alexandre Barbosa; Diniz, Lívia de Figueiredo; Soeiro, Maria de Nazaré Correia; Mosqueira, Vanessa Carla Furtado
    A terapia combinada e o reposicionamento de fármacos ganharam atenção como uma possível estratégia para superar as deficiências do atual arsenal terapêutico para a doença de Chagas. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito anti-Trypanosoma cruzi da miltefosina em associação com compostos nitroheterocíclicos (benznidazol e metabólito sulfona do fexinidazol) e com derivados azólicos (posaconazol e ravuconazol). Para evitar efeitos tóxicos a citotoxicidade dos compostos (isolados ou combinados) para as linhagens celulares H9c2 e J774 foi avaliada. Não foi observada citotoxicidade destes compostos para as células hospedeiras nas concentrações próximas ao IC90 de cada fármaco isolado ou em combinação. Em seguida, o efeito in vitro da miltefosina em combinação com compostos nitro- heterocíclicos ou derivados azólicos contra amastigotas das cepas Y e colombiana foi avaliado em um ensaio de 72h, utilizando as mesmas linhagens celulares. Não foi observada uma marcante influência da cepa do parasito nos valores de IC50 ou IC90 para miltefosina e para os compostos nitro-heterocíclicos, sendo o valor de IC50 no máximo 3,4 vezes maior quando células H9c2 foram infectadas pela cepa colombiana e o IC90 no máximo 2.0 vezes. De forma diferente, os valores de IC50 do ravuzonazol e do posaconazol foram 23 e 11,7 vezes maiores para a cepa colombiana, em relação à cepa Y, respectivamente. Os valores de IC90 foram 4.26 e 7.66 vezes maiores para a cepa colombiana quando as células infectadas foram tratadas com ravuconazol e posaconazol, respectivamente. Os valores de IC50 e IC90 não foram influenciados pela célula hospedeira. As interações foram classificadas como aditivas para todas as combinações de drogas avaliadas (somas das concentrações inibitórias fracionárias - ∑ICF> 0,5). No entanto, é importante notar que os valores de ΣFIC para as combinações miltefosina/compostos nitro-heterocíclicos foram sempre <1,0. Diferentemente, os resultados de ΣFIC>1 foram observados na maioria dos experimentos realizados com miltefosina/derivados azólicos. Não foi observada a influência da cepa do parasito ou da célula hospedeira no tipo de interação entre os diferentes compostos. Em seguida, camundongos infectados pela cepa Y foram tratados com 10 doses de 40 mg/kg de miltefosina administradas em dias consecutivos ou alternados e com 20 doses de 50 e 100mg/kg de benznidazol administradas em dias consecutivos. Os fármacos foram administrados em monoterapia e em combinação nas mesmas doses. O tratamento com miltefosina e benznidazol a 50mg/kg em monoterapia levaram à supressão transitória da parasitemia. Os mesmos resultados podem ser observados entre animais tratados com 40mg/kg de miltefosina (dias consecutivos) em combinação com 50mg/kg de benznidazol. No entanto, o tratamento com a mesma dose de miltefosina, administrada em dias alternados, e 50mg/kg de benznidazol foi capaz de curar 62,5% dos animais. A administração de uma dose mais elevada de benznidazol (100mg/kg) e 40mg/kg de miltefosina aumenta significativamente a taxa de cura: 87,5% entre camundongos tratados com miltefosina em dias consecutivos e 100% naqueles que receberam o fármaco em dias em dias alternados. Estes resultados mostram uma interação positiva entre a miltefosina e o benznidazol. No entanto é necessário a avaliação da sua eficácia contra a infecção induzida por outras cepas do parasito, bem como no tratamento da fase crônica da infecção.
  • Item
    Avaliação do esôfago e estômago como portas de entrada na infecção experimental pelo Trypanosoma cruzi por via oral.
    (2022) Ferraz, Aline Tonhela; Vieira, Paula Melo de Abreu; Soares, Rodrigo Dian de Oliveira Aguiar; Vieira, Paula Melo de Abreu; Soares, Rodrigo Dian de Oliveira Aguiar; Melo, Luísa Helena Perin de; Lima, Wanderson Geraldo de
    A doença de Chagas é uma protozoonose endêmica na América Latina, cujo agente etiológico é o Trypanosoma cruzi. No Brasil após programa de controle do seu principal vetor domiciliar, o Triatoma infestans, o perfil epidemiológico se modificou, e após inúmeros surtos devido a infecção por ingestão de alimentos contaminados pela forma tripomastigota metacíclica, a infecção pela via oral se tornou a principal via de transmissão da doença no país. Nesse sentido, o trato gastrointestinal se tornou a principal via de entrada para o parasito, porém ainda não se sabe qual seria a porta de entrada do parasito frente a infecção pela via oral, sugere-se que seja o estômago, porém alterações foram observadas no esôfago deste estudo. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o esôfago e o estômago como possíveis portas de entrada na infecação por via oral com a cepa VL-10 do Trypanosoma cruzi em camundongos Swiss. Para isso, 130 camundongos foram distribuídos em três grupos experimentais: controle não infectado; infectado pela via intraperitoneal (VI) e infectado pela via oral (VO). Foram inoculadas nesses animais 1x105 formas tripomastigotas metacíclicas provenientes de culturas acelulares por gavagem incompleta (VO) ou por via intraperitoneal (VI). Foram realizadas eutanásias nos dias 14 e 21 após a infecção (DAI), onde foram coletados fragmentos do esôfago e do estômago, obtendo então curva de parasitemia e a taxa de sobrevida; a fenotipagem de células mononucleares (monócitos e linfócitos T CD8 + ) do sangue periférico por citometria de fluxo; o parasitismo tecidual pela técnica de PCR em tempo real; o processo inflamatório, por meio da coloração de Hematoxilina-Eosina; a quantificação de glicoproteínas por meio da coloração; e a dosagem das citocinas IL-10, IFNγ e TNF no estômago por CBA (Cytometric Bead Array). Em ambos os grupos o pico de parasitemia ocorreu no 17° DAI, a taxa de sobrevida no grupo VIP foi de 7,23%, já no grupo VO observou-se uma taxa de 23,40%, no 28° DAI. No que se diz respeito a resposta imune, observou-se aumento de monócitos em ambos os grupos no 14° e 21° DAI, já para os linfócitos T CD8+ foi observado que independente da via de inoculação houve um aumento no percentual dessas células no 21º DAI. Além disso observa-se um aumento no 21° DAI quando comparado ao 14° DAI no grupo VI. O parasitismo no estômago foi maior no 14° DAI do grupo VI quando comparado ao 14° DAI do grupo VO; já no esôfago foi observado maior carga parasitaria no grupo VO no 21° DAI quando comparado com o grupo VI. Em relação ao processo inflamatório no esôfago foi observado aumento em todos os grupos quando comparados ao grupo controle; já no estômago foi observado maior processo inflamatório no grupo VI quando comparado ao VO no 14 DAI, além disso observou-se aumento do processo inflamatório no grupo VO a partir do 14 DAI quando comparado ao 21 DAI. No que se diz respeito a quantificação de glicoproteínas foi observado queda de produção em todos os grupos com o dercorrer da infecção, sendo maior no 21 DAI. Em relação as dosagens de citocinas no estômago, não foi observada produção de IL-10 em nenhum dos grupos infectados, em realação a TNF foi observado aumento no grupo VI, não sendo observado este aumento no grupo VO, foi observado aumento da produção de IFN-γ no 14 DAI do grupo VI e no 21 DAI do grupo VO quando comparado aos animais não infectados. Diante disso, esses dados sugerem que o esôfago é a porta de entrada na infecção por via oral da doença de Chagas para o parasito nesse modelo de infecção experimental, dado as alterações no perfil parasitológico, patológico e de resposta imune em comparação com a via intraperitoneal. Além disso, este estudo revelou que a via de infecção oral resulta na alteração da produção de glicoproteínas no estômago, o que pode gerar alterações funcionais no órgão.
  • Item
    Efeito da Resolvina D1 na infecção experimental aguda e crônica pela Cepa Brazil do Trypanosoma cruzi.
    (2020) Horta, Aline Luciano; Silva, André Talvani Pedrosa da; Huang, Huan; Weiss, Louis M.; Silva, Vanessa Pinho da; Rachid, Milene Alvarenga; Magalhães, Cíntia Lopes de Brito; Costa, Daniela Caldeira
    A doença de Chagas é ainda hoje um grande problema médico- social que atinge cerca de 10 milhões de pessoas no mundo todo. Transmitida pelo protozoário Trypanosoma cruzi (T. cruzi), esta infecção desencadeia processos inflamatórios agudos e crônicos que, em última instância, culminam em disfunções neurológicas, digestórias e cardíacas em graus distintos. A ineficácia e alta toxicidade das terapias disponíveis para o tratamento da doença Chagas reforçam a necessidade de novas estratégias farmacológicas efetivas e seguras contra este parasito. A resolvina D1 (RvD1) é um mediador lipídico de pró-resolução com ações mitigadoras sobre a resposta inflamatória. Por esta ação imunoduladora, o presente estudo avaliou se o tratamento com a RvD1 atuaria sobre a imunopatogênese induzida pelo T. cruzi em modelo experimental murino. Assim, camundongos do modelo CD-1 foram infectados pela cepa Brazil do T. cruzi e tratados com 3 µg/kg de RvD1, por via intraperitoneal, nos dias 5, 10, e 15 pósinfecção e eutanasiados 45º dia pós-infecção (dpi) (fase aguda). Na fase crônica, os animais foram tratados com a mesma dosagem nos dias 60, 65, e 70 pós-infecção, e submetidos ao exame ecocardiográfico aos 90 dpi, e sacrificados com 120 dias de infecção. Após a eutanásia, o sangue e o coração foram coletados para ensaios imunoenzimáticos (IFN-γ, TGF-ß, IL-10), análise do infiltrado inflamatório, formação de tecido fibroso e quantificação relativa do RNA em tempo real - qPCR (TGF-ß). A terapia com RvD1 aumentou a sobrevida e reduziu o número de parasitos observados em animais em fase aguda de infecção, além de reduzir os níveis de IFN-γ e TGF-ß em fase crônica. Também observamos um aumento nos níveis de IL-10 em animais tratados com RvD1 tanto na infecção aguda quanto na crônica, e redução dos níveis de TGF- ß (mRNA) e do conteúdo de colágeno no tecido cardíaco. Juntos, estes dados indicam que a terapia com RvD1 minimiza a resposta inflamatória induzida por este parasito e previne a formação de fibrose cardíaca, contribuíndo para o quadro resolutivo da infecção experimental pela cepa Brazil do T. cruzi.
  • Item
    Atividade reguladora da via de degradação extracelular de nucleotídeos de adenina na virulência de diferentes cepas e formas evolutivas de Trypanosoma cruzi in vitro e in vivo.
    (2020) Leite, Ana Luísa Junqueira; Silva, André Talvani Pedrosa da; Silva, André Talvani Pedrosa da; Roatt, Bruno Mendes; Silva, Eduardo de Almeida Marques da; Bressan, Gustavo Costa; Borges, William de Castro
    Populações distintas de Trypanosoma cruzi interagem com células musculares cardíacas de mamíferos, causando diferentes padrões de inflamação e baixa funcionalidade do coração. Durante a infecção pelo T. cruzi, o ATP extracelular é hidrolisado em seu componente monofosfatado (AMP), com base na infectividade, virulência e regulação da resposta inflamatória. T. cruzi realiza essa hidrólise através da ectonucleotidase, TcNTPDase-1. Este estudo teve como objetivo avaliar o papel da via de degradação extracelular de nucleotídeos de adenina em culturas ricas em formas tripomastigotas metacíclicas (CTM) e formas tripomastigotas derivadas de cultura celular (TC) das cepas Colombiana (unidade de tipagem discreta - DTU I), VL-10 (DTU II) e CL (DTU VI) de T. cruzi. Para isso, medimos a atividade da ectonucleotidase no parasito e realizamos a infecção em células J774 infectadas e em camundongos C57BL/6 infectados com parasitos pré-tratados ou não com suramina para avaliar o perfil cardíaco parasitário e inflamatório na fase aguda da infecção. Nossos dados indicaram uma atividade mais alta para hidrólise de ATP no CTM da cepa Colombiana em comparação com as das cepas VL-10 e CL. A TC da cepa CL apresentou maior capacidade de hidrolisar o ATP do que as cepas Colombiana e VL-10. A suramina inibiu a hidrólise de ATP em todas as formas e cepas do parasito estudadas. A infecção em células J774 com parasitos pré-tratados com suramina foi reduzida e aumentou a produção de nitrito in vitro. Estudos in vivo mostraram uma redução do infiltrado inflamatório no tecido cardíaco de animais infectados com TC da cepa Colombiana prétratado com suramina. Em conclusão, a atividade dessa ectonucleotidase nas formas tripomastigotas direciona parte das características biológicas observadas em DTUs distintas e pode induzir patogênese cardíaca durante a infecção por T. cruzi.
  • Item
    Perfil de mediadores inflamatórios produzido por células da linhagem J774 após estímulo in vitro com a IL-33 e antígeno/parasito o Trypanosoma cruzi.
    (2020) Oliveira, Daniela Silva de; Silva, André Talvani Pedrosa da; Perucci, Luiza Oliveira; Silva, André Talvani Pedrosa da; Perucci, Luiza Oliveira; Estanislau, Juliana de Assis Silva Gomes; Isoldi, Mauro César
    Na infecção pelo protozoário Trypanosoma cruzi, citocinas de perfil inflamatório exercem importante papel na imunopatogênese, enquanto outras apresentam suas ações ainda incertas, como é o caso da interleucina (IL)-33. O objetivo deste estudo é avaliar o perfil de resposta inflamatória induzido por células de cultura estimuladas com a IL-33 e com o T. cruzi (parasito vivo e antígenos – Ags). Na etapa I, Ags obtidos de parasitos da cepa Y do T. cruzi em diferentes concentrações (0; 12,5; 25; 50; 100 e 200 µg/mL) foram utilizados para estimular células da linhagem J774, após 24h, sendo o sobrenadante coletado para a dosagem do TNF (fator de necrose tumoral) por imunoensaio enzimático (ELISA). Assim, a dose selecionada foi a de 100µg para estimular as células. Na etapa II, realizou-se o cultivo de células J774 adicionando 5x105 células/poço para o estímulo com antígeno. Na etapa III foram plaqueadas cerca de 1,25x105 células/poço utilizando1x106 formas tripomastigotas metaciclícas do T. cruzi como estímulo. Os estímulos seguiram o seguinte padrão: (i) cultura sem IL-33 e sem antígeno/T. cruzi; (ii) cultura com IL-33 (10 ng/ml) e sem antígeno/T. cruzi; (iii) cultura sem IL-33 com antígeno (100µg/mL) e T. cruzi; (iv) cultura com IL-33 (10ng/ml) e com antígeno (100µg/mL) e T. cruzi. As culturas foram avaliadas em diferentes tempos após os estímulos, sendo eles 0h, 24h e 48h e os sobrenadantes coletados para dosagem dos mediadores inflamatórios: TNF, IL-17 (interleucina 17), CCL2 (ligante 2 da quimiocina do grupo CC), IL-10 (interleucina 10), dosagem de nitrito pelo método de Griess e contagem de amastigotas. Observou-se diferenças na produção do TNF, IL-17, CCL2 para os grupos estimulados pelo antígeno ou pelo T. cruzi nos tempos de 24h e 48h. Para a citocina IL-10, essas diferenças foram observadas apenas nos grupos estimulados com o T. cruzi. Em relação ao nitrito, observou-se diferenças nos grupos estimulados com Ag ou T. cruzi paras os tempos 0h, 24h e 48h. O número de formas amastigotas foi maior nas células estimuladas com a citocina IL-33. De forma geral, tanto o antígeno quanto o T. cruzi vivo, induziu a produção de mediadores inflamatórios nas células J774 com 24h ou de 48h. A IL-33 mostrou-se importante nos eventos iniciais da infecção tanto em células estimuladas com o Ag quanto com o parasito vivo, bem como no controle da citocina IL-10 nos grupos infectados. Dessa forma, concluímos que a citocina IL-33 durante a infecção in vitro pelo T. cruzi, em cultura de células J774, participa na produção de mediadores inflamatórios e regulatórios.
  • Item
    Efeito do polimorfismo biológico e molecular do Trypanosoma cruzi sobre a resposta imune e as alterações teciduais no coração e cólon de camundongos na fase crônica da infecção.
    (2020) Duarte, Thays Helena Chaves; Vieira, Paula Melo de Abreu; Paiva, Nívia Carolina Nogueira de; Vieira, Paula Melo de Abreu; Paiva, Nívia Carolina Nogueira de; Estanislau, Juliana de Assis Silva Gomes; Béla, Samantha Ribeiro
    Vários fatores atuam na patogênese da doença de Chagas (DCh), alguns são inerentes ao Trypanosoma cruzi, enquanto outros estão relacionados ao hospedeiro. Estudos demonstram uma associação entre o desenvolvimento de distintas formas clínicas e o tropismo tecidual de diferentes linhagens do T. cruzi, apontando o polimorfismo genético como fator crítico para o prognóstico da doença. Dados prévios do nosso grupo de pesquisa demonstraram que um isolado da cepa Berenice-78 (Be-78is) tem características histopatológicas semelhantes à cepa Be-62, bem como parasitemia semelhante à Be-78 parental, na fase aguda da DCh. Diante disso, esse trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do polimorfismo biológico e molecular do T. cruzi sobre o processo inflamatório e as alterações da matriz extracelular no coração e cólon de camundongos ao longo da fase crônica da infecção experimental. Para isso 80 camundongos BALB/c foram divididos em quatro grupos experimentais: NI (não infectados), cepa Be-62, isolado Be-78is e cepa Be-78 parental, os animais foram eutanasiados aos 90 dias após a infecção (DAI). Os dados obtidos neste trabalho, mostram que os animais infectados pela cepa Be-78 parental mantiveram a carga parasitária no coração ao longo da infecção, se comparado aos dados da fase aguda (Nogueira-Paiva, 2015) no entanto, aos 90DAI, o processo inflamatório, exuberante na fase aguda foi capaz de gerar dano tecidual reparado com uma discreta fibrose, sugerindo na fase crônica recente, uma situação de equilíbrio entre parasito-hospedeiro, que pode estar relacionada à presença de amastigotas quiescentes, incapazes de gerar estímulo antigênico necessário à inflamação, portanto, “protegidas” do efeito citotóxico da resposta imune celular. Em contrapartida, os animais infectados pelo isolado Be-78is apresentavam um histotropismo preferencial para o cólon e uma resposta imune aparentemente controlada no coração, demonstraram, aos 90DAI, neste órgão, carga parasitária maior que a observada na fase aguda (Nogueira-Paiva, 2015) que embora, inferior em relação à cepa parental, acompanhada de processo inflamatório que foi importante no controle do parasitismo tecidual. Em detrimento do processo inflamatório sustentado na fase crônica, nenhuma alteração na expressão de laminina e conexina 43 foi observado nos animais infectados em relação os animais não infectados, o que pode estar relacionado ao aumento da citocina IL-10 encontrado nos animais infectados pelo isolado Be-78is que foi capaz de imunomodular o efeito citotóxico da resposta inflamatória. Assim, podemos concluir que no coração, o isolado Be-78is parece apresentar um perfil atrasado em relação à cepa Be-78 parental, podendo estar relacionado a uma patogenicidade inferior ou até mesmo por apresentar uma infecção mais silenciosa, sendo necessárias análises mais tardias que poderiam evidencia melhor as lesões causadas nos casos clínicos na DCh.
  • Item
    Caracterização dos aspectos inflamatório e funcionais do ventrículo esquerdo em cães infectados com a cepa Berenice 78 do Trypanosoma cruzi após terapia com doxiciclina e benznidazol.
    (2018) Lopes, Laís Roquete; Silva, André Talvani Pedrosa da; Figueiredo, Vivian Paulino; Silva, André Talvani Pedrosa da; Silva, Glenda Nicioli da; Estanislau, Juliana de Assis Silva Gomes; Silva, Marcelo Eustáquio; Giunchetti, Rodolfo Cordeiro
    A cardiopatia chagásica (CC) induzida pelo Trypanosoma cruzi é uma manifestação clínica dependente da resposta inflamatória gerada pelo hospedeiro, ocasionando destruição celular/tecidual e, consequente, remodelamento na matriz extracelular cardíaca. Citocinas, quimiocinas e outras proteínas solúveis ou de membrana participam desta resposta imune e, por isso, estratégias farmacológicas para regular estes mediadores e desacelerar o remodelamento cardíaco na CC tornam-se importantes focos de investigação. Na presente proposta, 30 cães sem raça definida foram infectados (ou não) pela cepa Berenice-78 (Be-78) do T. cruzi e submetidos ao tratamento diário com doses sub-antimicrobial do antibiótico doxiciclina/Dox durante 12 meses de infecção (sendo 50mg/Kg manhã e 50mg/kg noite), em associação (ou não) com o tratamento por 60 dias com o Benznidazol/Bz (7mg/kg – administrado à partir do 8º mês de infecção), fármaco com ação anti-T. cruzi. Antes e durante os 12 meses de infecção, estes animais foram avaliados trimestralmente quanto à função cardíaca (ecocardiografia/ECO) e, após a eutanásia, o tecido cardíaco (átrios e ventrículos) dos animais foram conservados para avaliação: (i) dos aspectos histopatológicos (ii) da cinética da CCL2 plasmática e ventricular esquerda e da expressão dos receptores de quimiocinas (CCR3 a 6, CCR8 e CXCR3), ambos no ventrículo esquerdo (VE). Estes parâmetros foram avaliados, em paralelo à análise ecocardiográfica. Observamos que os tratamentos reduziram a massa cardíaca nos animais. A avaliação histológica mostrou aumento do infiltrado inflamatório no VE dos animais infectados, mas Dox conseguiu reduzi-lo. A produção de CCL2, TNF e IFN-gama no VE foi semelhante em todos os animais infectados, mas no plasma aumentaram no 14º mês de tratamento em relação ao grupo não infectado. Juntos, esses dados apontam para o potencial papel das doses sub-antimicrobianas de Dox, em associação com o Bz, como estratégia farmacológica de melhora morfofuncional cardíaca associada à infecção pelo T. cruzi. Entretanto, novos estudos com diferentes populações genéticas do parasita e com o estudo da farmacocinética de Dox merecem atenção para consolidar essa proposta.
  • Item
    Papel imunorregulador das dietas ricas em ácidos graxos em tecidos adiposo e cardíaco de camundongos infetados pelo Trypanosoma cruzi.
    (2019) Souza, Débora Maria Soares de; Silva, André Talvani Pedrosa da; Pinto, Kelerson Mauro de Castro; Costa, Guilherme de Paula; Silva, André Talvani Pedrosa da; Costa, Daniela Caldeira; Amaral, Joana Ferreira do; Madeira, Mila Fernandes Moreira; Vieira, Paula Melo de Abreu
    A resposta imune do indivíduo infectado pelo protozoário Trypanosoma cruzi é determinante para o curso clínico da doença cardíaca, sendo este quadro dependente de proteínas inflamatórias. Fatores exógenos, como a composição das dietas, têm se mostrado importantes na regulação/intensificação deste estado inflamatório do hospedeiro, principalmente relacionados às dietas ricas em ácidos graxos. Na presente proposta, camundongos C57BL/6 foram infectados, ou não, com a cepa Colombiana do T. cruzi e submetidos a diferentes fontes de ácidos graxos: saturados (dieta com banha de porco - BP) e monoinsaturados (dieta com azeite de oliva - AO), sendo a resposta inflamatória sistêmica e cardíaca avaliadas na fase inicial (30 dias) e na fase crônica recente (100 dias) da infecção. Após a eutanásia dos animais, o sangue, coração, fígado, baço e tecido adiposo epididimal foram coletados para ensaios imunoenzimáticos (CCL-2 e IL-10), para avaliação de marcadores de processos redox (catalase, superóxido dismutase, glutationa total, reduzida e oxidada, proteína carbonilada) e para quantificação relativa do RNA em tempo real - qPCR (Foxp3, Irak-1, Smad’s -2 e -3, Ppar’s -alfa e -gama, Stat-6, TLR -2, -4, -9, além do parasitismo tecidual). Os resultados mostram que a “natureza lipídica” das dietas e a infecção alteram a massa do baço, do fígado e do tecido adiposo epididimal, mas não do coração. As dietas BP e AO favoreceram a permanência do parasito no tecido cardíaco, a inflamação no tecido adiposo e o aumento de gordura no fígado, principalmente aos 100 dias de infecção. Ambas as dietas induziram aumento de catalase e redução de superóxido dismutase nos órgãos avaliados, sendo a dieta AO responsável pela elevação das proteínas carboniladas, em associação ao T. cruzi, na fase aguda e a dieta BP mostrou esta ação na fase crônica recente. Além disso, a dieta AO, nas fases aguda e crônica recente da infecção, mostrou-se associada ao aumento de TLR-2, -4, -9, Irak-1, Ppar, Stat6 e Smads e Foxp3 no tecido cardíaco, enquanto a dieta BP induziu este perfil no tecido adiposo. Nossos resultados sugerem que o processo inflamatório induzido pelo T. cruzi é, em parte, dependente da fonte lipídica da dieta, o que sustenta a hipótese de uma relação direta entre a natureza das dietas lipídicas e o quadro imunopatológico induzido pelo T. cruzi.
  • Item
    Perfil leucocitário sistêmico e lesões no trato gastrointestinal de camundongos infectados experimentalmente pelo Trypanosoma cruzi por via oral.
    (2019) Carvalho, Lívia Mendes; Vieira, Paula Melo de Abreu; Vieira, Paula Melo de Abreu; Silva, André Talvani Pedrosa da; Veloso, Vanja Maria
    A Doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, é endêmica em quase todos os países da América Latina. No Brasil, a transmissão por via vetorial e transfusional foi controlada pela vigilância epidemiológica, tornando a infecção pela via oral o principal mecanismo de transmissão da doença no país. O trato gastrointestinal é a porta de entrada para o parasito por essa via de infecção, no entanto, pouco se sabe sobre o envolvimento desses órgãos e do perfil parasitológico e imunopatológico frente à via oral. Diante nisso, o objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil leococitário sistêmico e as alterações histopatológicas no trato gastrointestinal de camundongos infectados pela via oral com a cepa Berenice-78 do T. cruzi nas fases aguda e crônica. Para isso, 140 camundongos Swiss foram distribuídos em três grupos experimentais: controle não infectado; infectados por via intraperitoneal (VIP); infectados por via oral (VO). Esses animais foram inoculados com 1x105 formas tripomastigotas metacíclicas provenientes de culturas acelulares por gavagem (VO) ou por via intraperitoneal (VIP). Quatro animais de cada grupo foram eutanásia dos nos dias 14, 21, 28, 35, 42 e 180 após a infecção (DAI), sendo coletados fragmentos do estômago, duodeno e cólon. Foram então analisados ou quantificados a curva de parasitemia e a taxa de sobrevida; a fenotipagem de células mononucleares (monócitos, linfócitos T CD4+ , T CD8+ e B) do sangue periférico por citometria de fluxo; o parasitismo tecidual por meio da técnica de PCR em tempo real; o processo inflamatório, empregando a coloração de Hematoxilina & Eosina e a neoformação de colágeno, empregando a coloração de Tricrômico de Masson. O grupo VIP apresentou pico de parasitemia no 24º DAI (530.754 tripomastigotas/0,1 ml de sangue), e o grupo VO mostrou pico de parasitemia um pouco maior, também no 24º DAI (628.085 tripomastigotas/0,1 ml de sangue). A taxa de sobrevida dos animais infectados por via oral foi de 47,63%, já o grupo VIP apresentou uma sobrevida de 87,75%. Quanto à resposta imune, observou-se uma redução no percentual de monócitos já no 14º DAI no grupo VO enquanto que no VIP não houve alterações em seus percentuais. Com relação aos linfócitos, foi observada uma redução mais precoce dos linfócitos T CD4+ e dos linfócitos B do sangue periférico dos animais do grupo VO em comparação com o grupo VIP. Já os linfócitos T CD8+ aumentaram a partir do 21º DAI tanto no grupo VIP quanto no VO. O parasitismo tecidual mostrou-se aumentado no grupo VO no 28º DAI no estômago, duodeno e colón quando comparado a grupo VIP. Em relação ao infiltrado inflamatório, no estômago foi observado um aumento no 28ºDAI em ambos os grupos infectados. Já no duodeno esse aumento só ocorreu no grupo VO, e no cólon, não se observa diferenças significativas entre o número de células inflamatórias ao longo da infecção nos animais do grupo VO. Não foram observadas diferenças significativas quanto à neoformação de colágeno. Diante disso, estes dados sugerem que a infecção oral possui um distinto perfil de resposta parasitológica e imunopatológica em comparação com a via intraperitoneal, sendo que a via oral apresentou um maior parasitismo tecidual nos órgãos do trato gastrointestinal avaliados durante a fase aguda.
  • Item
    Resposta parasitológicas e inflamatória de diferentes doses da Nitazoxanida na infecção aguda em camundongos C57BL/6 infectados pela cepa Y do Trypanosoma cruzi.
    (2019) Pedrosa, Tamiles Caroline Fernandes; Silva, André Talvani Pedrosa da; Costa, Guilherme de Paula; Isoldi, Mauro César; Giunchetti, Rodolfo Cordeiro; Silva, André Talvani Pedrosa da
    Descoberta há mais de 100 anos, a infecção pelo Trypanossoma cruzi ainda demanda de uma estratégia terapêutica eficaz. O fármaco Benznidazol atua sobre o controle parasitário e regulação da resposta imune em fase aguda, mas apresenta resultados insatisfatórios em fase crônica com alta toxicidade e efeitos diversos, o que acarreta no abandono terapêutico. Por essa razão, novas estratégias farmacológicas têm sido propostas visando a eliminação dos parasitos e a regulação da resposta inflamatória, elementos chaves para a patogênese cardíaca associada a este protozoário. Dentre as novas estratégias, destaca-se o fármaco Nitazoxanida (NTZ) com atividade anti-viral, anti-helmíntica e anti-protozoário. Neste estudo, diferentes doses de NTZ (100, 200, 400, 600, 800, 1000 e 1200 mg / kg) foram administradas, via gavagem, durante 10 dias (12 em 12 horas) em camundongos C57BL/6 (n=9) infectados com 4.000 formas tripomastigotas do T. cruzi (cepa Y), além dos grupos: infectados não tratados e não infectados não tratados. A parasitemia foi realizada diariamente e, após a eutanásia (11º dia de infecção), amostras de macerado cardíaco e de plasma foram destinadas a análise de mediadores inflamatórios (TNF, IL-10, IL-17 e CCL2) e bioquímica (TGO e TGP). Foi observado aumento no pico de parasitemia em todos os animais infectados e tratados com NTZ. Não houve alteração na massa cardíaca após o tratamento com NTZ, porém observou-se 40% de mortalidade nos animais tratados com a dose de 1.200 mg/kg deste fármaco. A produção de TNF, CCL2 e IL-10 reduziu nos grupos tratados com NTZ em relação ao grupo não infectado e sem tratamento. Relativo à produção de IL-17, houve redução nos animais tratados com NTZ em relação ao grupo infectado, porém não tratado. Não houve alteração de TGP associada à infecção e ao tratamento, porém detectou-se níveis elevados de TGO com as doses de 800, 1000 e 1200 mg/kg de NTZ. Concluímos que doses menores de NTZ apresentaram regulação parcial dos mediadores inflamatórios (TNF, IL-10, IL-17 e CCL2) na fase aguda em camundongos infectados pelo T. cruzi com aumento no número de parasitos circulantes.