PPCBIOL - Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas

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    Efeito da dieta hiperlipídica consumida pela progenitora sobre o metabolismo do tecido adiposo branco da prole de segunda geração.
    (2023) Lima, Taynara Carolina; Alzamora, Andréia Carvalho; Carneiro, Cláudia Martins; Carneiro, Claudia Martins; Alzamora, Andreia Carvalho; Castro, Carlos Henrique de; Souza, Gabriela Guerra Leal de; Araujo, Ronaldo de Carvalho; Borges, William de Castro
    A dieta hiperlipídica (H) da progenitora pode induzir alterações metabólicas na prole. O presente estudo avaliou o efeito da dieta H consumida pela progenitora G0H durante o período de acasalamento, gestação e lactação (59 dias), no metabolismo do tecido adiposo branco da prole segunda geração F2- G0H. Ratos Fischer foram submetidos à dieta H (G0H) ou dieta controle (C; G0C) durante o acasalamento, gestação e lactação (59 dias), gerando as proles F1 e F2, que receberam dieta C após desmame até completarem 90 dias de idade. A prole F2 foi dividida em dois grupos de acordo com alimentação da G0: prole F2 de progenitoras G0H (F2-G0H) e de progenitoras G0C (F2-G0C). Nossos resultados revelaram que a dieta H materna induziu aumento da massa corporal, da eficiência alimentar, dos depósitos de gordura inguinal, retroperitoneal e epididimal, da relação TAV/TAS, do índice de adiposidade, da massa do fígado na prole F2-G0H. Além disso, a prole F2-G0H apresentou o TAB disfuncional gerando lipotoxicidade, mostrado pela hipertrofia do depósito de gordura retroperitoneal com aumento no teor de lipídeos, no colesterol total, no número de células inflamatórias e nas áreas dos adipócitos, além de aumento do processo redox e dos marcadores do processo inflamatório mostrado pelos níveis proteicos de CCL2 e da expressão gênica de componentes da via Toll (Tol2R; Tol4R; MyD88; Tirap e Traf). E ainda aumento da expressão gênica do sistema renina angiotensina (Agto; AT1R), de marcadores da lipólise (UCP-1; UCP-3; PGC1-α e leptina) e adipogênicos (BMP4+; Wnt10; Wnt1; C/EBPα) no depósito de gordura retroperitoneal. Já o depósito de gordura inguinal apresentou aumento do número e da área dos adipócitos e aumento de células inflamatórias. Adicionalmente, o fígado apresentou aumento do teor de lipídeos, do triglicerol e colesterol hepáticos e dos níveis séricos de ALT e AST, caracterizando um quadro de doença hepática não alcóolica. Nossos dados em conjunto sugerem que o consumo da dieta H pela progenitora, induziu na prole F2-G0H expansão do TAB por hipertrofia, seguido de processo inflamatório e lipotoxicidade, ocasionando disfunção no TAB e do fígado, contribuindo para o quadro de síndrome metabólica na prole F2-G0H.
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    Estudo dos efeitos da Hesperidina em células e camundongos submetidos à ventilação mecânica.
    (2022) Souza, Ana Beatriz Farias de; Bezerra, Frank Silva; Menezes, Rodrigo Cunha Alvim de; Bezerra, Frank Silva; Valença, Samuel dos Santos; Silva, Pedro Leme; Vieira, Paula Melo de Abreu; Souza, Gustavo Henrique Bianco de; Menezes, Rodrigo Cunha Alvim de
    A ventilação mecânica (VM) é uma ferramenta utilizada na assistência ao paciente crítico, porém pode desencadear processos inflamatórios e oxidativos capazes de causar ou agravar lesões pulmonares. A hesperidina é um flavonoide encontrado em frutas cítricas que apresenta propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da administração de hesperidina em células e camundongos submetidos à VM. O estudo foi dividido em ensaios in vitro e in vivo, inicialmente foi avaliado os efeitos in vitro da hesperidina. Utilizando diferentes concentrações de hesperidina (12,21; 24,42; 48,84; 97,7; 195,4 μg/mL) e lipopolissacarídeo (LPS) (0,25; 0,5; 1,0; 2,0; 4,0 μg/mL) avaliamos em macrófagos da linhagem J774A.1 por meio do teste de MTT alterações na viabilidade celular e, posteriormente utilizando as melhores concentrações e hesperidina e LPS foi avaliada a produção intracelular de espécies reativas de oxigênio (ERO). Para os ensaios in vivo foram utilizados 50 camundongos C57BL/6 com idade entre 7 e 8 semanas. Os animais foram divididos em 2 ensaios (n = 25), e para ambos experimentos os camundongos foram randomizados em 5 grupos: grupo controle (GC), grupo ventilação mecânica (GVM), grupo VM + hesperidina 10 mg/kg (VMH10), grupo VM + hesperidina 25 mg/kg (VMH25) e grupo VM + hesperidina 50 mg/kg (VMH50). Os animais receberam solução salina (GC e GVM) ou solução de hesperidina (VMH10, VMH25 e VMH50) via gavagem orogástrica, sendo que para o primeiro ensaio a administração das soluções ocorreu seis horas antes do início da VM, já para o segundo estudo os animais receberam as respectivas soluções por 30 dias consecutivos antes do início da VM. Em ambos ensaios após o tempo de administração das soluções os animais foram submetidos à VM no modo controlado à volume por uma hora utilizando os seguintes parâmetros: volume corrente de 10 mL/kg, fração inspirada de oxigênio de 21%, frequência respiratória de 150 incursões respiratórias por minuto e pressão positiva ao final da expiração de 2 cmH2O. Ao término da VM os animais foram eutanasiados e foram coletados sangue, lavado broncoalveolar (LBA) e pulmões. No ensaio in vitro, células expostas por 24 horas à hesperidina, nas concentrações de 24,42; 48,85; 97,7 e 195.4 μg/mL apresentaram aumento da viabilidade celular quando comparado com o controle. Além disso, as células que foram incubadas com hesperidina (24,42; 48,85 e 97,7 μg/mL) e LPS (1,0 μg/mL) apresentaram menor produção de ERO quando comparado com as células expostas apenas ao LPS. Para os ensaios in vivo, os animais receberam a hesperidina seis horas antes do início da VM, especialmente os grupos VMH25 e VMH50, apresentaram menor influxo de células inflamatórias para as vias aéreas e menor dano oxidativo, quando comparado com GVM. Além disso, a administração de hesperidina modulou a resposta inflamatória, reduzindo os níveis de CLL2 e IL-12. A administração da hesperidina por trinta dias antes do início da VM promoveu em todas as doses utilizadas, uma diminuição do influxo de células inflamatórias, dano oxidativo e nos níveis de CCL2, TNF-α e IL-12. Em conclusão, a administração de única ou múltiplas doses de hesperidina exerceu efeitos protetivos sobre os pulmões de camundongos submetidos à ventilação mecânica.
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    Ingestão de dieta hiperlipídica por ratas progenitoras induz aumento da ingesta calórica, inflamação sistêmica e disbiose na prole da segunda geração.
    (2022) Barbosa, Claudiane Maria; Alzamora, Andréia Carvalho; Alzamora, Andréia Carvalho; Costa, Daniela Caldeira; Moreira, Leandro Marcio; Vieira, Maria Aparecida Ribeiro; Campos, Wellington Garcia de
    Este trabalho apresenta os efeitos da dieta hiperlipídica (DH) consumida pela progenitora (G0) nos distúrbios cardiometabólicos e na microbiota intestinal na prole segunda geração (F2). Ratos submetidos a DH (G0H) ou dieta controle (DC) (G0C) durante o período de acasalamento, gestação e lactação, geraram a prole F2 (F2-G0H e F2-G0C, respectivamente), que receberam apenas DC. Ambos, G0H e F2G0H, apresentaram alterações na microbiota intestinal, aumento da PAM, níveis plasmáticos de TAG, índice de adiposidade e processo inflamatório no depósito de gordura retroperitoneal e no cólon evidenciado pelo aumento da expressão gênica de TNF-α, MCP-1, MyD-88 e CAV-1. Além disso, a prole F2-G0H apresentou aumento da ingestão alimentar, resistência à leptina, colesterol total e níveis plasmáticos de MCP-1 e redução de adiponectina. Em relação às comunidades microbianas, observou-se maior diversidade com 5 famílias de bactérias exclusivas que foram correlacionadas com distúrbios cardiometabólicos. Em geral, a progenitora induziu aumento na ingestão alimentar, inflamação sistêmica e alterações na microbiota na prole F2G0H.
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    Avaliação do potencial terapêutico da quercetina sobre o desequilíbrio redox e inflamação em células e camundongos expostos à fumaça de cigarro.
    (2021) Araújo, Natália Pereira da Silva; Bezerra, Frank Silva; Menezes, Rodrigo Cunha Alvim de; Bezerra, Frank Silva; Souza, Gustavo Henrique Bianco de; Araújo, Raquel Silva; Cardoso, Valbert Nascimento; Zin, Walter Araújo
    A fumaça de cigarro é altamente tóxica e a sua inalação promove o aumento da produção de espécies reativas, bem como uma resposta inflamatória pulmonar e sistêmica em seja em modelos experimentais ou em humanos. A quercetina é um potente antioxidante dietético que exibe atividades antiinflamatórias. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da quercetina na redução do desequilíbrio redox e da inflamação induzidos pela exposição, in vitro e in vivo, em curto e longo prazo, à fumaça do cigarro. In vitro, a quercetina nas concentrações de 25 e 50 μM, atenuou os efeitos do extrato da fumaça do cigarro diminuindo a geração de espécies reativas de oxigênio e óxido nítrico em macrófagos alveolares J774A.1. In vivo, camundongos machos C57BL/6 foram divididos em cinco grupos: controle (CG), veículo (VG), quercetina (QG), fumaça de cigarro (CSG), quercetina e fumaça de cigarro (QCSG). CSG e QCSG foram expostos à fumaça de cigarro por cinco e sessenta dias consecutivos. Ao término do protocolo experimental, os animais foram eutanasiados e foram retirados o lavado broncoalveolar, o sangue, o tecido pulmonar e hepático. Os camundongos que receberam 10 mg/kg/dia de quercetina diluída em uma solução de propilenoglicol/Salina (50%) via gavagem orogástrica, uma hora antes da primeira exposição à fumaça de cigarro por cinco dias, apresentaram uma diminuição no influxo de leucócitos no lavado broncoalveolar, reestabelecendo o desequilíbrio redox, com isso, preservando o padrão histológico do parênquima pulmonar e a função pulmonar em comparação com o grupo exposto à fumaça de cigarro. No segundo estudo, os camundongos que receberam a mesma dose de QC antes da exposição à fumaça de cigarro por 60 dias apresentaram um menor influxo de células inflamatórias, estresse oxidativo, reação inflamatória e alterações histopatológicas no fígado em comparação aos animais expostos a fumaça de cigarro. Esses resultados sugerem que a quercetina atuou de forma preventiva em células e tecidos de diferentes modelos experimentais de exposição a fumaça de cigarro.
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    Efeitos da associação entre a desnutrição proteica e a exposição à fumaça de cigarro no desenvolvimento pulmonar da prole de camundongos C57bl/6.
    (2022) Castro, Thalles de Freitas; Bezerra, Frank Silva; Menezes, Rodrigo Cunha Alvim de; Bezerra, Frank Silva; Silva, Breno de Mello; Souza, Bruna Romana de; Silva, Glenda Nicioli da; Russo, Remo de Castro; Menezes, Rodrigo Cunha Alvim de
    Estudos demonstram que tanto a dieta pobre em proteínas quanto o tabagismo durante a gestação são prejudiciais ao feto em desenvolvimento e pós-nascimento, sendo relatado baixo peso ao nascer, alterações metabólicas, comprometimento renal e cardiovascular. No entanto, existem informações limitadas destes insultos sobre o comprometimento pulmonar, o que nos levou a analisar os efeitos da associação entre a desnutrição proteica e a exposição à fumaça de cigarro durante a gestação no desenvolvimento pulmonar da prole de camundongos C57BL/6. Para isto, as fêmeas grávidas foram alimentadas com: dieta padrão (grupo controle, GC, contendo 22% de proteína); dieta com baixo teor proteico (GRP, contendo 6% de proteína); dieta padrão associada à exposição a fumaça de cigarro (GFC); dieta com baixo teor proteico associada à fumaça de cigarro (GRFC). Após a realização dos protocolos experimentais, os descendentes machos de cada grupo foram divididos aleatoriamente em: Estudo 1, grupos GC e GRP, avaliando os recém-nascidos de 24 horas e 31 dias após o nascimento; Estudo 2, grupos GC, GRP, GFC e GRFC, avaliando os recém- nascidos de 24 horas após o nascimento. Foram avaliadas a massa corporal e pulmonar, o comprimento, a massa relativa e densidade pulmonares e coletados o sangue, o lavado broncoalveolar e o pulmão da prole. No estudo 1, no GRP (24 horas) houve redução nos valores de massa corporal e pulmonar, comprimento, massa relativa e densidade pulmonar, maior peroxidação lipídica, estresse oxidativo e inflamação e alterações no parênquima pulmonar quando comparado ao GC. No GRP com 31 dias, houve redução dos valores de massa corporal e pulmonar, aumento do estresse oxidativo e inflamação, modificações na histoarquitetura pulmonar, comparado ao GC. No estudo 2, houve interação entre a dieta com restrição proteica e exposição à fumaça de cigarro comprometendo a massa corporal e pulmonar, o comprimento, a massa relativa e densidade pulmonares, o parênquima pulmonar, o estresse oxidativo e inflamação nos grupos GRP, GFC e GRFC quando comparados ao GC. Observou-se aumento da expressão gênica de NF-κB e IL-1beta no GRP e GRFC comparados ao GFC, e também de MMP-9 no GFC e GRFC comparados ao GRP. Concluimos que à restrição proteica e exposição à fumaça do cigarro influenciam o peso ao nascer, portanto podem alterar o desenvolvimento pulmonar da prole como consequência dos processos inflamatórios e estresse oxidativo no parênquima pulmonar.
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    Artrite reumatoide experimental : o papel do consumo da polpa de açaí (Euterpe oleracea Mart.) no estresse oxidativo e na inflamação.
    (2019) Silva, Carla Teixeira; Freitas, Renata Nascimento de; Amaral, Joana Ferreira do; Freitas, Renata Nascimento de; Magalhães, Cíntia Lopes de Brito; Hermsdorff, Helen Hermana Miranda; Peluzio, Maria do Carmo Golveia; Pedrosa, Maria Lúcia
    A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune caracterizada por inflamação sinovial crônica que conduz a uma destruição articular/óssea e associa-se à incapacitação progressiva, complicações sistêmicas, morbidade e mortalidade precoce. O processo de destruição da articulação observado na artrite reumatoide é mediado por vias intracelulares de sinalização, que envolvem fatores de transcrição, tais como o fator nuclear κB, citocinas, quimiocinas, fatores de crescimento, ligantes celulares, e moléculas de adesão. A produção excessiva de espécies reativas de oxigênio (ERO) pode levar ao aumento da inflamação na AR em humanos e animais. O consumo de alimentos com putativos efeitos funcionais em humanos e modelos experimentais de AR tem mostrado efeitos benéficos no controle dos sintomas O açaí (Euterpe oleracea Mart.), fruto rico em polifenóis, insere-se neste contexto pois apresenta alta capacidade antioxidante e propriedades anti-inflamatórias. Assim, o objetivo deste estudo foi verificar o efeito do consumo da polpa de açaí sobre marcadores do metabolismo oxidativo e inflamatórios de camundongos C57BL/6 portadores de artrite induzida por antígeno (mBSA). Camundongos C57BL/6 fêmeas foram divididos em cinco grupos experimentais: três grupos (C, AR e AÇT) receberam dieta padrão AIN-93M e outros dois (AÇ e AÇP) receberam uma dieta com 2% de açaí, ao longo de 2 semanas. Após este período, foi realizada uma imunização na base da cauda dos animais dos grupos AR, AÇP e AÇT, com emulsão composta por mBSA+CFA+Mycobactrium tuberculosis. Neste momento, o grupo AÇT passou a receber dieta com 2% de açaí. Novamente, após duas semanas, os mesmos animais receberam um desafio intra-articular contendo mBSA. Os animais foram eutanasiados após 24h desse desafio. Camundongos do grupo AR apresentaram aumento na produção de anticorpos anti-mBSA, maior edema de pata e infiltrado inflamatório articular, maior peso de órgãos linfoides, aumento do estresse oxidativo e da produção de citocinas pró- inflamatórias. O consumo de açaí na dieta mostrou efeito protetor sobre a AR, com redução na produção de anticorpos, do edema e infiltrado inflamatório, como consequência da melhora no balanço oxidante/antioxidante local e modulação na produção de citocinas e balanço de células Treg/Th17 de forma sistêmica. Estes resultados mostram a necessidade da realização de mais estudos que melhor esclareçam os mecanismos aqui envolvidos, e apontam para um possível efeito antioxidante e anti-inflamatório do açaí na AR experimental, possibilitando sua utilização como estratégia dietética preventiva e/ou terapêutica para a doença.
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    A influência da desnutrição proteica pós-desmame e os efeitos da Ivabradina sobre a função ventricular esquerda e sua interação com o estado redox cardíaco, inflamação e expressão dos canais HCN2 e HCN4.
    (2022) Guedes, Mariana Reis; Chianca Júnior, Deoclécio Alves; Menezes, Rodrigo Cunha Alvim de; Silva, Fernanda Calcilda dos Santos; Chianca Júnior, Deoclécio Alves; Menezes, Rodrigo Cunha Alvim de; Silva, Fernanda Calcilda dos Santos; Alves, José Luiz de Brito; Rosa, Thiago dos Santos; Gomes, Silvia de Paulo; Isoldi, Mauro César
    A desnutrição energético-proteica é uma patologia de caráter clínico-social, de natureza multifatorial, caracterizada pela existência de um desequilíbrio entre o fornecimento de nutrientes e a demanda corporal, promovendo um inadequado funcionamento do organismo. No coração, a desnutrição está associada ao aumento das EROs, que estimula a produção de citocinas inflamatórias e a deposição de colágeno, promovendo assim a hipertrofia do tecido cardíaco. Estudos mostram uma super-expressão dos canais HCNs (canais ativados por hiperpolarização e modulados por nucleotídeos cíclicos) e elevação da corrente funny (If) no ventrículo esquerdo de corações hipertrofiados. A super-regulação da If pode estar relacionada a automaticidade patológica no miocárdio ventricular esquerdo. Tais alterações podem ser reparadas pela ação da ivabradina, uma droga capaz de inibir corrente If por meio do bloqueio dos canais HCN, bem como apresentar impactos positivos sobre a função cardíaca. Diante do exposto, investigou-se a ação do tratamento com a ivabradina sobre a função ventricular, expressão dos canais HCN, inflamação e estado oxidativo em animais desnutridos. Para tal, realizou-se o protocolo nutricional (dieta padrão contendo 22% de proteínas e dieta hipoproteica apresentando 6% de proteínas) por um período de 35 dias, seguida do tratamento com ivabradina (1mg/Kg/dia, i.p.) ou PBS (1mL/Kg, i.p.) por 8 dias consecutivos. Após a realização dos protocolos experimentais os tecidos cardíacos e pulmonares foram retirados e utilizados para análises de inflamação e espessura da fibra VE, dano oxidativo e expressão do RNAm dos canais HCN2 e HCN4. Nossos resultados apontam que a ivabradina diminuiu a FC de repouso e a PAM nos animais desnutridos e apresentou efeitos positivos sobre a função cardíaca, aumentando a duração diastólica e a duração do ciclo cardíaco. Adicionalmente, o tratamento com o fármaco ivabradina reverteu o processo inflamatório e diminuiu a espessura da fibra, observado no VE de animais desnutridos, bem como, promoveu o aumento da expressão do RNAm dos canais HCN 2 e 4 do VD destes animais. Portanto, nossos resultados sugerem que a ivabradina apresenta importante papel em situações patológicas (i.e. desnutrição), atuando na função ventricular esquerda bem como, revertendo o processo inflamatório ventricular observado em animais desnutridos.
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    Atividade reguladora da via de degradação extracelular de nucleotídeos de adenina na virulência de diferentes cepas e formas evolutivas de Trypanosoma cruzi in vitro e in vivo.
    (2020) Leite, Ana Luísa Junqueira; Silva, André Talvani Pedrosa da; Silva, André Talvani Pedrosa da; Roatt, Bruno Mendes; Silva, Eduardo de Almeida Marques da; Bressan, Gustavo Costa; Borges, William de Castro
    Populações distintas de Trypanosoma cruzi interagem com células musculares cardíacas de mamíferos, causando diferentes padrões de inflamação e baixa funcionalidade do coração. Durante a infecção pelo T. cruzi, o ATP extracelular é hidrolisado em seu componente monofosfatado (AMP), com base na infectividade, virulência e regulação da resposta inflamatória. T. cruzi realiza essa hidrólise através da ectonucleotidase, TcNTPDase-1. Este estudo teve como objetivo avaliar o papel da via de degradação extracelular de nucleotídeos de adenina em culturas ricas em formas tripomastigotas metacíclicas (CTM) e formas tripomastigotas derivadas de cultura celular (TC) das cepas Colombiana (unidade de tipagem discreta - DTU I), VL-10 (DTU II) e CL (DTU VI) de T. cruzi. Para isso, medimos a atividade da ectonucleotidase no parasito e realizamos a infecção em células J774 infectadas e em camundongos C57BL/6 infectados com parasitos pré-tratados ou não com suramina para avaliar o perfil cardíaco parasitário e inflamatório na fase aguda da infecção. Nossos dados indicaram uma atividade mais alta para hidrólise de ATP no CTM da cepa Colombiana em comparação com as das cepas VL-10 e CL. A TC da cepa CL apresentou maior capacidade de hidrolisar o ATP do que as cepas Colombiana e VL-10. A suramina inibiu a hidrólise de ATP em todas as formas e cepas do parasito estudadas. A infecção em células J774 com parasitos pré-tratados com suramina foi reduzida e aumentou a produção de nitrito in vitro. Estudos in vivo mostraram uma redução do infiltrado inflamatório no tecido cardíaco de animais infectados com TC da cepa Colombiana prétratado com suramina. Em conclusão, a atividade dessa ectonucleotidase nas formas tripomastigotas direciona parte das características biológicas observadas em DTUs distintas e pode induzir patogênese cardíaca durante a infecção por T. cruzi.
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    Caracterização dos aspectos inflamatório e funcionais do ventrículo esquerdo em cães infectados com a cepa Berenice 78 do Trypanosoma cruzi após terapia com doxiciclina e benznidazol.
    (2018) Lopes, Laís Roquete; Silva, André Talvani Pedrosa da; Figueiredo, Vivian Paulino; Silva, André Talvani Pedrosa da; Silva, Glenda Nicioli da; Estanislau, Juliana de Assis Silva Gomes; Silva, Marcelo Eustáquio; Giunchetti, Rodolfo Cordeiro
    A cardiopatia chagásica (CC) induzida pelo Trypanosoma cruzi é uma manifestação clínica dependente da resposta inflamatória gerada pelo hospedeiro, ocasionando destruição celular/tecidual e, consequente, remodelamento na matriz extracelular cardíaca. Citocinas, quimiocinas e outras proteínas solúveis ou de membrana participam desta resposta imune e, por isso, estratégias farmacológicas para regular estes mediadores e desacelerar o remodelamento cardíaco na CC tornam-se importantes focos de investigação. Na presente proposta, 30 cães sem raça definida foram infectados (ou não) pela cepa Berenice-78 (Be-78) do T. cruzi e submetidos ao tratamento diário com doses sub-antimicrobial do antibiótico doxiciclina/Dox durante 12 meses de infecção (sendo 50mg/Kg manhã e 50mg/kg noite), em associação (ou não) com o tratamento por 60 dias com o Benznidazol/Bz (7mg/kg – administrado à partir do 8º mês de infecção), fármaco com ação anti-T. cruzi. Antes e durante os 12 meses de infecção, estes animais foram avaliados trimestralmente quanto à função cardíaca (ecocardiografia/ECO) e, após a eutanásia, o tecido cardíaco (átrios e ventrículos) dos animais foram conservados para avaliação: (i) dos aspectos histopatológicos (ii) da cinética da CCL2 plasmática e ventricular esquerda e da expressão dos receptores de quimiocinas (CCR3 a 6, CCR8 e CXCR3), ambos no ventrículo esquerdo (VE). Estes parâmetros foram avaliados, em paralelo à análise ecocardiográfica. Observamos que os tratamentos reduziram a massa cardíaca nos animais. A avaliação histológica mostrou aumento do infiltrado inflamatório no VE dos animais infectados, mas Dox conseguiu reduzi-lo. A produção de CCL2, TNF e IFN-gama no VE foi semelhante em todos os animais infectados, mas no plasma aumentaram no 14º mês de tratamento em relação ao grupo não infectado. Juntos, esses dados apontam para o potencial papel das doses sub-antimicrobianas de Dox, em associação com o Bz, como estratégia farmacológica de melhora morfofuncional cardíaca associada à infecção pelo T. cruzi. Entretanto, novos estudos com diferentes populações genéticas do parasita e com o estudo da farmacocinética de Dox merecem atenção para consolidar essa proposta.
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    Papel imunorregulador das dietas ricas em ácidos graxos em tecidos adiposo e cardíaco de camundongos infetados pelo Trypanosoma cruzi.
    (2019) Souza, Débora Maria Soares de; Silva, André Talvani Pedrosa da; Pinto, Kelerson Mauro de Castro; Costa, Guilherme de Paula; Silva, André Talvani Pedrosa da; Costa, Daniela Caldeira; Amaral, Joana Ferreira do; Madeira, Mila Fernandes Moreira; Vieira, Paula Melo de Abreu
    A resposta imune do indivíduo infectado pelo protozoário Trypanosoma cruzi é determinante para o curso clínico da doença cardíaca, sendo este quadro dependente de proteínas inflamatórias. Fatores exógenos, como a composição das dietas, têm se mostrado importantes na regulação/intensificação deste estado inflamatório do hospedeiro, principalmente relacionados às dietas ricas em ácidos graxos. Na presente proposta, camundongos C57BL/6 foram infectados, ou não, com a cepa Colombiana do T. cruzi e submetidos a diferentes fontes de ácidos graxos: saturados (dieta com banha de porco - BP) e monoinsaturados (dieta com azeite de oliva - AO), sendo a resposta inflamatória sistêmica e cardíaca avaliadas na fase inicial (30 dias) e na fase crônica recente (100 dias) da infecção. Após a eutanásia dos animais, o sangue, coração, fígado, baço e tecido adiposo epididimal foram coletados para ensaios imunoenzimáticos (CCL-2 e IL-10), para avaliação de marcadores de processos redox (catalase, superóxido dismutase, glutationa total, reduzida e oxidada, proteína carbonilada) e para quantificação relativa do RNA em tempo real - qPCR (Foxp3, Irak-1, Smad’s -2 e -3, Ppar’s -alfa e -gama, Stat-6, TLR -2, -4, -9, além do parasitismo tecidual). Os resultados mostram que a “natureza lipídica” das dietas e a infecção alteram a massa do baço, do fígado e do tecido adiposo epididimal, mas não do coração. As dietas BP e AO favoreceram a permanência do parasito no tecido cardíaco, a inflamação no tecido adiposo e o aumento de gordura no fígado, principalmente aos 100 dias de infecção. Ambas as dietas induziram aumento de catalase e redução de superóxido dismutase nos órgãos avaliados, sendo a dieta AO responsável pela elevação das proteínas carboniladas, em associação ao T. cruzi, na fase aguda e a dieta BP mostrou esta ação na fase crônica recente. Além disso, a dieta AO, nas fases aguda e crônica recente da infecção, mostrou-se associada ao aumento de TLR-2, -4, -9, Irak-1, Ppar, Stat6 e Smads e Foxp3 no tecido cardíaco, enquanto a dieta BP induziu este perfil no tecido adiposo. Nossos resultados sugerem que o processo inflamatório induzido pelo T. cruzi é, em parte, dependente da fonte lipídica da dieta, o que sustenta a hipótese de uma relação direta entre a natureza das dietas lipídicas e o quadro imunopatológico induzido pelo T. cruzi.