IFAC - Instituto de Filosofia, Artes e Cultura

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    Um guia para a filosofia trágica.
    (2021) Pimenta Neto, Olímpio José
    Pretendo sumariar o principal das ideias de Roberto Machado a respeito da filosofia trágica de Nietzsche revisitando Nietzsche e a verdade, mas, principalmente Zaratustra: tragédia nietzschiana. Indicarei como o intérprete articulou uma visão de conjunto do pensamento estudado em que seus aspectos mais difíceis—por exemplo, a composição teórica e poética entre eterno retorno e vontade de potência nos termos desafiadores do livro Assim falou Zaratustra—foram esclarecidos de maneira consistente, legando ao público uma via de acesso autorizada e estimulante às contribuições nietzschianas para a História da Filosofia e para a Filosofia ela mesma. Rendo homenagem ao mestre recém desaparecido acrescentando ao relato breves notícias da convivência de anos havida entre nós.
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    Arte, discurso e afeto : o afeto trágico como fórmula suprema de afirmação em "Assim falou Zaratustra".
    (2020) Silva, Janete Ferreira da; Pimenta Neto, Olímpio José; Pimenta Neto, Olímpio José; Medrado, Alice Parrela; Gomes, Laurici Vagner
    Considerando a fase madura do pensamento de Friedrich Nietzsche (1844-1900), a fase de seus escritos dos anos 80 e não desconsiderando seus escritos das outras fases, tentaremos pensar o cultivo do afeto trágico como fórmula suprema de afirmação da vida. Este estudo surge num contexto de alargar o âmbito de leitura do legado nietzschiano e de contribuir com uma nova proposta teórica: a de que a fórmula afeto trágico cria condições para a afirmação suprema da vida e para uma revitalização do homem em geral. Apostando na vontade de afeto como fórmula reduzida da vida, supomos a fórmula afeto trágico também como uma fórmula reduzida da vida e com isto tomá-la como nova fixação da ideia de “vida”. Inserimos, portanto, a fórmula afeto trágico de modo ‘essencial’ na economia da vida. Nova fixação da ideia de “vida”, como “vontade de afeto”. Vida é vontade de afeto. Um recurso de justificação à fórmula afeto trágico, nós encontramos em Assim Falou Zaratustra. Zaratustra fora um filósofo-artista-legislador. Como experimentador dos sentimentos criou para si o ‘direito ao grande afeto’- um artista esculpindo sobre os despojos de vida, uma ínfima parcela de alegria sobre a terra. De modo que nos resta compreender isso como um jogo e um combate dos afetos trágicos, um emparelhamento de forças e, sobretudo um quanta de expressões da vida, criados. Por outro lado, em termos morais, dizemos como Nietzsche disse: [...] “Basta, as morais são também elas apenas uma mímica dos afetos. As morais como pantomima dos afetos: os próprios afetos, porém, como pantomima das funções de tudo que for orgânico”. Aqui, cabe-nos o dissecamento dos valores niilistas que enfraquecem a vida, causam a sua degenerescência e a nega. Sobremaneira, o humano tomando para si a gestação e o parto do seu ser numa autodissecação- muda de visão, muda de gosto, uma muda de pele moral. Um humano capaz de si, sustentando sua carcaça, criando sua sombra e seu meio-dia.