IFAC - Instituto de Filosofia, Artes e Cultura

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    Do detalhe à história : comentário do texto de Iannini “A psicanálise freudiana entre ciência e arte”.
    (2016) Guimarães, Bruno Almeida
    Além do comentar o texto de Iannini sobre a convergência entre a atitude científica e o pensamento estético na escrita de Freud, o objetivo desse artigo é questionar a suposta confiabilidade de um critério meramente positivista de cientificidade na fundamentação do trabalho psicanalítico. Em um primeiro momento, acompanhando alguns de seus comentários estéticos, escritos sob o anonimato no seu ensaio sobre o Moises de Michelangelo, veremos como Freud admite que o método para o reconhecimento da autoria das obras de arte, desenvolvido pelo médico italiano Giovanni Morrelli, exerceu considerável influência sobre ele, antes mesmo da descoberta da psicanálise. Este método consistia na observação de detalhes singulares periféricos das obras de arte, do mesmo modo como a psicanálise dispensaria atenção a traços pouco notados e coisas secretas para lançar luz sobre o inconsciente. Mais tarde, esse mesmo método teria sido atribuído também ao tipo de investigação levada a cabo pelo Sherlock Holmes de Conan Doyle, ao ser batizado por Carlo Ginzburg de paradigma indiciário, ou método presuntivo. Em um segundo momento, entretanto, recusaremos essa mesma tradição sherlockiana, ao sugerir que a atitude científica de Freud deva ser reconhecida mais na lisura de seus procedimentos investigativos e na retidão intelectual, que o levava a reconhecer limitações e as falhas de toda a investigação, do que na resolução definitiva de um quebra-cabeças, e aproximaremos nossas análises à leitura hermenêutica e pragmática da psicanálise. Finalmente, tomaremos distância também dessa última, ao mostrar que a persistência da pesquisa arqueológica de Freud sobre o sentido dos sonhos, dos sintomas e dos distúrbios de memória para melhorar a dinâmica do tratamento aproxima a psicanálise da perspectiva materialista de Benjamin, que recusa a noção de tempo finito e fechado e linear, em apoio a uma concepção não progressista, positivista e desenvolvimentista da história.
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    Nem physis, nem psyché : o papel da estrutura no reordenamento epistêmico da psicanálise.
    (2008) Iannini, Gilson de Paulo Moreira
    O principal objetivo deste trabalho é discutir o sentido do recurso de Lacan ao paradigma estrutural. A presente investigação enfatiza a função desse recurso no que tange as relações entre psicanálise e história das ciências. Freud, ao buscar estabelecer a identidade epistemológica da psicanálise precisou escolher entre Naturwissenschaften e Geisteswissenschaften. Sua opção pelo modelo das ciências naturais implica certo desconforto epistemológico entre modelo e objeto. O recurso lacaniano à estrutura é uma estratégia de criar um novo espaço para a psicanálise no âmbito das ciências. A influência dos trabalhos de Koyré é determinante. Apenas uma ciência estruturalista poderia formular uma concepção não-psicologicista e não naturalista de sujeito. Isso se mostra particularmente no que concerne à categoria de causa.
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    Psicanálise, ciência extima.
    (2007) Iannini, Gilson de Paulo Moreira
    A epistemologia contemporânea assistiu a um gradual esvaziamento de sua dimensão normativa, devido a falência de soluções epistêmicas para o problema da demarcação. Neste artigo estudo as relações entre psicanálise e ciência em outros termos. A noção lacaniana de extimidade é central em nosso argumento.