IFAC - Instituto de Filosofia, Artes e Cultura

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    A literatura na filosofia de Merleau-Ponty : uma leitura do período intermediário de seu pensamento.
    (2020) Santos Júnior, Iracy Ferreira dos; Furtado, José Luiz; Furtado, José Luiz; Souza, Guiomar Maria de Grammont Machado de Araújo; Oliveira, Wanderley Cardosos de
    Neste trabalho busca-se destacar o tema da literatura no período intermediário (1948-1955) do pensamento de Merleau-Ponty. Em primeiro lugar, apresenta uma visão panorâmica da noção de linguagem em Merleau-Ponty, para depois centrar-se especificamente no seu uso literário. Nesse período, Merleau-Ponty se debruça sobre os problemas da linguagem e da expressão interpelado pelas análises de Sartre sobre a linguagem literária em sua obra O que é a literatura? A noção de diacriticidade, inspirada na linguística de Saussure, permite a Merleau-Ponty uma reformulação e ampliação do escopo do papel da linguagem, atribuindo-lhe um relevo ontológico e um potencial criador e expressivo através da literatura. A segunda parte do trabalho explicita a literatura como criação expressiva que, através de uma linguagem falante e conquistadora, é capaz de instituir o sentido na história e na cultura, mantendo-se sempre como matriz de novas ideias. Por fim, evidencia-se que o contato de Merleau-Ponty com as obras de Valéry e de Stendhal o conduz a uma nova concepção de literatura que conserva os paradoxos e as contradições inerentes ao exercício de escrita e introduz uma outra noção de verdade, não como correspondência – prévia ao gesto de escrever –, mas como verdade histórica, como sedimentação do sentido através dos livros, como estilo do escritor em sua capacidade de improvisar.
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    Cinismo : passado e presente.
    (2017) Guimarães, Valmir Percival; Souza, Guiomar Maria de Grammont Machado de Araújo; Freitas, Romero Alves; Souza, Guiomar Maria de Grammont Machado de Araújo; Freitas, Romero Alves; Flores Júnior, Olimar; Coelho, Venúncia Emília
    A dissertação Cinismo: Passado & Presente, pretende refletir, a partir de uma base filosófica, a noção ambivalente relativa ao termo Cinismo. O cinismo aparece na Grécia nos primórdios da civilização ocidental e adquire uma grande linhagem filosófica que tem seus contornos mais significativos estendidos até a modernidade. Desse modo, o termo cinismo se inscreve em uma longa tradição do pensamento ocidental que, ao contrário, é tão cara às reflexões contemporâneas na arte. Diante disso, nos termos contemporâneos, a ideia de cinismo aparece sob as mais diversas formas, desde as instâncias privadas às públicas. Assim, promoveremos a comparação entre o cinismo grego e o cinismo moderno. Para o cinismo moderno, buscaremos a sua representação no âmbito da literatura moderna. Para o grego, recorreremos às anedotas. Entendemos que essa interdisciplinaridade como causa do diálogo de algumas importantes obras da literatura moderna e da filosofia, sobretudo, nos fará buscar um tropo capaz de traduzir e colocar em evidência os motivos que levaram ao falseamento dessa consciência, aqui entendida como cinismo. Portanto, esse é exatamente o artificio por meio do qual tentaremos conectar a corrosão dos tropos em um oxímoro que é por sua vez quase um modo indireto de representar uma coisa ou uma ideia sob a aparência de outra; sobretudo no realismo estético oitocentista, cujo centro de impasse entre o sentido literal e um sentido figurado pode ser encontrado em obras que são capazes de concatenar suas violências com a mesma tranquilidade de quem diz o óbvio.
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    Signos e sensações Deleuzeanas como elementos principais na Recherche de Proust.
    (2016) Correia, Christian Frazeir; Silva, Cíntia Vieira da; Silva, Cíntia Vieira da; Jardim, Alex Fabiano Correia; Souza, Guiomar Maria de Grammont Machado de Araújo
    Em Proust e os signos, a unidade da Recherche não está na memória (nem no tempo), mas de acordo com Deleuze, nos signos, no aprendizado e na verdade. O importante não é lembrar, mas aprender; a memória tem apenas a função de interpretar certos signos, e o tempo se liga de forma diferente a cada tipo específico de signo. O essencial, portanto, não está na madeleine e nem nas pedras do calçamento. Depois, em O que é a filosofia?, a memória é citada como não tendo papel predominante na obra de Proust; ela não nos tira das percepções vividas nem solda o todo da obra, apenas nos traz antigas sensações; a memória não é base do fazer artístico, apesar de poder estar presente. A questão da memória parece ser importante uma vez que Deleuze afirma que ela ocupa um plano secundário na Recherche em duas obras. A partir disso cabe a pergunta: “Se a memória está em segundo plano, então, o que está em primeiro?”. Pretende-se, neste trabalho, expor os dois elementos que tornam a memória secundária na obra de Proust, segundo Deleuze: o signo e a sensação. Primeiramente, trataremos dos signos e de seus tipos, com destaque aos artísticos e, em seguida, veremos que a discussão da memória como elemento secundário aparece em meio à questão da sensação.
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    Como a literatura pode ser formativa? : sobre os modos de uma diferenciação mimética da razão.
    (2015) Alves Júnior, Douglas Garcia
    Que a literatura é importante para a formação é uma declaração geralmente bem aceita. Quando se pergunta pelos conceitos reguladores de literatura e de formação envolvidos, no entanto, as discussões, frequentemente, dão margem a desacordos fundamentais. Pretendo indicar que, quando se põe em questão o vínculo entre literatura e formação, se trata, a cada vez, de maneiras distintas de articular a relação entre o estético e o prático. A partir da atenção dada pela teoria crítica à dialética de razão em natureza, argumentarei a favor de uma potência formativa da literatura, remetendo-a à criação histórica de sentidos alternativos de mundo nos planos subjetivo, natural e social.
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    O Brasil e as utopias.
    (2014) Kangussu, Imaculada Maria Guimarães
    O texto apresenta como o encontro com a terra e os primeiros moradores do que veio a ser o Brasil colocou para os europeus, entre outros, um desafio na dimensão hermenêutica: como interpretar a existência daquele vasto território povoado, por eles desconhecido, cujo significado não podia ser encontrado nas tradições da razão europeia? Veremos que o recurso primeiro foi a fantasia. A emergência de um mundo novo, tão distinto e distante da Europa tanto geográfica quanto culturalmente, apareceu como um espaço em branco no qual os europeus projetaram suas mais diversas fantasias. Entre elas, destacamos a da existência de um paraíso terrestre, salientando a de que este já fora figurado sob algumas denominações que remetem ao nome Brasil. Assim, como reação aos “descobrimentos”, na chamada idade das luzes, desenvolveu-se um tipo de literatura bastante fantasiosa cujos temas encontram-se ligados aos da utopia.
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    Sobre a alteridade do artista em relação ao mundo que o cerca, segundo Herbert Marcuse.
    (2005) Kangussu, Imaculada Maria Guimarães
    O artigo apresenta a primeira reflexão de Herbert Marcuse a respeito da separação entre arte e vida, desenvolvida em sua tese de doutorado, Der deutsche Kunstlerroman (O romance do artista alemão). A dissonância entre o mundo da arte e o mundo da vida percebida nesse texto inicial permeia o pensamento do filósofo em toda sua obra futura. A infinita riqueza interior da imaginação e da criatividade humana será sempre vista em conflito estético e social com o chamado mundo real.
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    Macunaíma, literatura, cinema e filosofia.
    (2012) Kangussu, Imaculada Maria Guimarães; Fonseca, Jair Tadeu da
    Nosso assunto é o personagem do livro de Mário de Andrade (1893-1945), Macunaíma, um herói sem nenhum caráter (1928), criado a partir da história de um mito indígena - coletado pelo etnologista alemão, Theodor Koch-Grünberg, em Mythen und Legenden der Taulipang und Arekuna-Indianer (1924) - cujas aventuras foram adaptadas para a tela por Joaquim Pedro de Andrade. Macunaíma pode ser considerado o último filme do Cinema Novo e também o mais popular, em grande parte graças ao charme do herói sem nenhum caráter, cujas significativas pegadas serão (per)seguidas no presente ensaio para apresentar as relações entre filosofia, literatura e cinema. O texto é composto por três partes. A primeira foi escrita por Imaculada Kangussu, Jair Tadeu da Fonseca escreveu a segunda parte, e a terceira e última traz reflexões dos dois autores.