IFAC - Instituto de Filosofia, Artes e Cultura

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    Poder religioso e poder secular no embate pelo modelo civilizador musical em fins do século XVIII.
    (2017) Lima, Edilson Vicente de
    Este artigo discute a disputa entre o poder secular e o poder religioso na capitania de São Paulo colonial, no último quartel do século XVIII, pelo modelo musical a ser exercido na igreja da Sé por ocasião da chegada do quarto mestre de capela André da Silva Gomes. Aborda os modelos comunicativos em jogo e como a música, a partir de sua expressividade calcada no modelo retórico, incluindo as tópicas, poderia representar o poder divino (o estilo antigo, mais próximo a um modelo barroco) ou o poder secular ilustrado (o estilo moderno, mais afeito ao modelo musical rococó-clássico). “Civilizar” os paulistas passava também pelo controle do modelo comunicacional musical, ligado não só ao caráter (ethos) da obra, mais suscitado por uma gama de afetos (pathos) articulados a partir das possibilidades expressivas do texto religioso ou profano. Mais do que uma disputa estético-estilística, dominar as estratégias sensíveis era governar também as almas e os corações dos ouvintes e, desse modo, controlar um modelo de conduta social.
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    “Através delas, por elas, para além delas” : estilo e verdade a partir das proposições contrasensuais do Tractatus de Wittgenstein.
    (2013) Iannini, Gilson de Paulo Moreira
    O principal objetivo deste artigo é discutir o estilo composicional das assim chamadas proposições contrasensuais tal como utilizadas por Wittgenstein no Tractatus Logico-Philosophicus. É possível dizer o que não podemos dizer. Parece que num certo sentido Wittgenstein aceita essa possibilidade por um instante, antes de “jogar a escada fora”. Como proposições contrasensuais poderiam conduzir a algum tipo de verdade filosófica. Em seguida, sugiro ainda que há pelo menos duas figuras da verdade neste texto, uma delas relacionada ao estilo em que Wittgenstein escreve seu livro. Proposições contrasensuais requerem um modelo não projetivo das relações entre sentido e verdade. Finalmente, sugiro um modelo alternativo, que chamo aqui de modelo estético, para a compreensão da proposição 6.54 do Tractatus, que, ao fim e ao cabo, pode nos conduzir a conclusões que vão além e até mesmo contra Wittgenstein.
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    Em que sentido podemos pretender uma “vida boa”? : reflexões a partir de minima moralia.
    (2012) Alves Júnior, Douglas Garcia
    Adorno possui um pensamento moral próprio, que já foi chamado por alguns intérpretes de “filosofia moral negativa”, e que prefiro chamar de “Teoria Crítica da Moral”. Trata-se de uma filosofia moral normativa, que examina as condições de constituição da autonomia e das relações intersubjetivas morais. Questões relacionadas à “vida boa” – no sentido de uma vida moralmente correta e bem-realizada, para os seres humanos – de modo algum são consideradas ociosas por Adorno. A “vida boa”, em Adorno, abrange uma noção materialista e intersubjetiva de felicidade, de liberdade e de justiça. Seu fundamento nas faculdades estéticas permite pensar em uma concepção integrativa de vida boa, em que atividades diretamente relacionadas com nossa dimensão sensível são centrais.