IFAC - Instituto de Filosofia, Artes e Cultura

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    Território da arte: intervenções artísticas e a construção de narrativas feministas na educação básica.
    (2024) Xavier, Dalila David; Prof. Dra. Neide das Graças de Souza Bortolini; neide.bortolini@ufop.edu.br; Dra. Ana Carolina Fialho de Abreu - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Dr. Ernesto Gomes Valença - Universidade Federal de Ouro Preto Dra. Gláucia Maria dos Santos Jorge - Universidade Federal de Ouro Preto
    Esta pesquisa aborda o ensino da Arte entre questões feministas ao apontar mudanças potenciais de pensamentos e ações e teve o objetivo de refletir acerca de intervenções nas escolas públicas. A dissertação analisa, portanto, dois projetos artístico-pedagógicos realizados em escolas da zona rural da rede municipal de ensino de Ouro Preto - MG, a saber, Escola Municipal Benedito Xavier, situada no distrito de Glaura; e a Escola Municipal Aleijadinho, situada no distrito de Santo Antônio do Salto. O espaço escolar apresenta limitações físicas e orçamentárias, questões sociais e culturais de cada comunidade, condições adversas de trabalho docente, além de opressões reproduzidas socialmente. No contexto da pesquisa participante, o estudo buscou compreender possibilidades de transformação social por meio do ensino de Arte a partir de dois projetos artísticos de perspectiva feminista e antirracista realizados com discentes do Ensino Fundamental II: o Museu Aberto e o Programa Papo Reto. Os resultados das discussões mostraram que o território da Arte é capaz de romper com o silenciamento das vozes femininas ao conferir lugar de fala a suas protagonistas.
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    A potência do blues clássico feminino evidenciada por Angela Davis e Herbert Marcuse.
    (2023) Barroso, Nathalia Nascimento; Kangussu, Imaculada Maria Guimarães; Kangussu, Imaculada Maria Guimarães; Carneiro, Silvio Ricardo Gomes; Guimarães, Bruno Almeida
    A presente dissertação apresenta o entrelaçamento entre a teoria estética desenvolvida por Herbert Marcuse ao longo de suas principais obras e a investigação realizada por Angela Davis na obra Blues Legancies and Black Feminism: Gertrude “Ma” Rainey, Bessie Smith and Billie Holiday. O Blues será apresentado enquanto uma manifestação estética que exemplifica a “nova sensibilidade” proposta por Marcuse. A partir das ideias de Davis, o gênero musical é tomado como um dos responsáveis por potencializar as significativas transformações na consciência social da classe negra trabalhadora norte- americana, sobretudo aquelas que envolvem as mulheres negras e que foram evidenciadas a partir da década de 1960 com a organização do Movimento Feminista Negro. O Blues Clássico feminino recebe destaque e a potência de mudança do gênero é evidenciada através da análise das principais canções de “Ma” Rainey, Bessie Smith e Billie Holiday a fim de demonstrar como a música apresenta um poder persuasivo sobre as mentes e corpos dos ouvintes. As cantoras preservaram em suas canções uma herança africana a ser apresentada aos negros norte-americanos que serviria de incentivo a modelos alternativos de comportamento e atitudes em relação aos estabelecidos.
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    Matrizes/motrizes diaspóricas da vida em movimento em A Rua da Amargura.
    (2023) Valério, Fernando Custódio; Maciel, Paulo Marcos Cardoso; Maciel, Paulo Marcos Cardoso; Rocha Júnior, Alberto Ferreira da; Santos, Clóvis Domingos dos
    A presente dissertação tem por objetivo investigar a presença afrodiaspórica como memória em A Rua da Amargura, partindo, neste sentido, da identificação da negrura como um conjunto de valores expressivos da vida em movimento incorporados pelo congado e pela folia de reis e presentes na linguagem do espetáculo do Grupo Galpão (1994), dirigido por Gabriel Vilella. Trata-se de um estudo de caso que visa, de forma mais ampla, pensar de que modo os signos cênicos da negrura têm sido transmitidos, agenciados e reorganizados, ao longo do tempo, no interior da/na cena mineira. Além disso, visa discutir as ideias de negrura (1995) e de performance do tempo espiralar (2021), elaboradas, originalmente, por Leda Maria Martins, partindo da sua interface com a noção de valores expressivos da vida em movimento, pensada, aqui, segundo o conceito de pathosformel desenvolvido por Aby Warburg (2010), em diálogo com as “motrizes culturais” de Zeca Ligiéro (1993).
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    O Grotesco como estratégia de desconstrução da feminilidade na cena cômica contemporânea.
    (2023) Araujo, Giulia Oliva de; Pereira, Elvina Maria Caetano; Pereira, Elvina Maria Caetano; Silva, Matheus; Gasperi, Marcelo Eduardo Rocco de
    Questionar os estereótipos de gênero dentro da cena cômica e encontrar estratégias performativas para desconstruir a feminilidade cisheteronormativa foram os principais objetivos desta pesquisa, que resultou, para além da escrita desta dissertação, em duas produções artísticas que, nela, serão analisadas: a video-palestra-performance MAQUIA E FALA {Sobre Gênero} (2021) e a personagem Plastika (2022-2023). Para tanto, foi realizado um estudo, baseado principalmente em Judith Butler, Letícia Nascimento, Margot Berthold, Sarah Monteath dos Santos e Neyde Veneziano, sobre a performance de gênero, de modo a refletir sobre suas possíveis consequências para a cena cômica produzida por mulheridades. Em seguida, com o aporte das entrevistas que realizei com as artistas cômicas Luciene Souza, Dagmar Bedê e Joice Aglae, discuto dois conceitos que considero estratégicos para a elaboração uma comicidade crítica de viés feminista: o grotesco, em que me valho das noções de Mikhail Bakhtin, Sodré e Paiva e Mary Russo para pensar suas aproximações e tensões com o feminino; e a paródia de gênero (BUTLER, 2019), por meio da qual identifico estéticas e categorias que me possibilitam a tentativa de desconstruir a feminilidade cisheteronormativa, sendo elas a bufonaria (BORDIN, 2013) e a montação/arte drag (BENTES NASCIMENTO, 2019), ambas experimentadas nas produções artísticas que analiso.
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    Coletivo Elas Tramam : prática, narrativas e feminismos na dramaturgia contemporânea capixaba.
    (2023) Perim, Brenda Caetano; Silva, Éder Rodrigues da; Oliveira, Aline Nunes de; Oliveira, Letícia Mendes de; Souza, Raquel Castro de; Silva, Éder Rodrigues da
    Esta pesquisa investiga as perspectivas metodológicas de criação dramatúrgica do coletivo Elas Tramam, do estado do Espírito Santo. Desde o seu surgimento em 2017, o coletivo compôs um repertório de dramaturgias tecidas por mulheres e tem atuado em uma frente de fomento, fortalecimento e de projeção do trabalho de dramaturgas na cena capixaba. O estudo parte da historiografia de mulheres dramaturgas no contexto do teatro brasileiro e se concentra nos reflexos dessa lacuna na cena capixaba. Ao partir de uma esfera lacunar em relação a como o trabalho das mulheres dramaturgas foi invisibilizado e apagado, o Elas tramam propõe um viés coletivista de escrita para a cena, cujas narrativas próprias operam, junto à inserção e à representação da mulher, uma perspectiva feminista e de empoderamento. No campo da dramaturgia, os apontamentos de Elza Cunha Vicenzo (1992), Ana Pais (2016), Conceição Evaristo (2009), Stella Fischer (2017), Lucia Helena Romano (2009), Ana Lucia Andrade e Ana Maria Edelweiss (2008) tangenciam as questões que envolvem as lacunas historiográficas e a práxis coletiva de escrita. No âmbito dos estudos feministas, Judith Butler (2003), Simone de Beauvoir (1980), bell hooks (2018), Djamila Ribeiro (2019), Ileana Diéguez Caballero (2011) e Carla Akotirene (2019) são referências que norteiam a análise das peças e também dos processos de criação dramatúrgica vivenciados pelo coletivo Elas tramam, protagonizado pela figura da mulher e suas pluralidades, em detrimento de uma visão hegemônica patriarcalista que, por muito tempo, dominou o ofício e a autoria das narrativas dramatúrgicas.
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    O absurdo como propedêutica à revolta em Albert Camus.
    (2023) Chrisostomo, Gustavo Henrique; Rangel, Marcelo de Mello; Rangel, Marcelo de Mello; Amitrano, Georgia Cristina; Batista, Gustavo Silvano; Pimenta Neto, Olímpio José
    A presente pesquisa tem como objetivo fazer uma análise interpretativa dos dois principais conceitos da obra de Albert Camus: absurdo e revolta, evidentes principalmente em O mito de Sísifo e O homem revoltado, respectivamente. Desse modo, tematizar o nascimento do afeto do absurdo a partir da constatação da indiferença do mundo aos lamentos humanos e mostrar por qual motivo o suicídio não pode ser uma resposta à falta de um propósito que acompanha essa constatação. Será necessário, também, mostrar a importância do afeto do absurdo para o nascimento de outro afeto: a revolta, que, para Camus, é a postura coerente para enfrentar o absurdo, conforme será trabalhado no decorrer da presente pesquisa. Assim, será importante analisar a história do afeto da revolta para entender o motivo pelo qual ela se corrompeu ao ponto de legitimar assassinatos em seu nome. Essa genealogia da revolta é importante para mostrar que ela pode ser uma postura coerente para enfrentar o absurdo, desde que não torne legítimo o crime de assassinato. Assim, para facilitar a compreensão desses conceitos filosóficos de Camus, uma relação entre a filosofia de Camus e a literatura, tanto do próprio filósofo franco-argelino quanto de outros autores, será necessária para ter uma perspectiva mais ampla sobre os temas camusianos, uma vez que o próprio autor utilizava a literatura como uma ferramenta essencial para elucidar seus conceitos filosóficos. Finalmente, uma aproximação dos temas camusianos com a realidade brasileira é importante, para entender que absurdo e revolta são afetos que estão além de uma determinada localização espacial, são afetos que todo ser humano está sujeito a experimentar. Essa aproximação será possível através da tematização da própria literatura brasileira, especialmente autores que também se interessam por questões semelhantes às de Camus, sobretudo absurdo e revolta. Enfatizamos, nesse sentido, o trabalho de Graciliano Ramos.
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    Da biopolítica de Foucault a necropolítica de Mbembe : alguns desdobramentos do desafio político da modernidade.
    (2023) Silva, Daniela Aparecida da Cruz; Guimarães, Bruno Almeida; Guimarães, Bruno Almeida; Alves, Marco Antonio Sousa; Rangel, Marcelo de Mello
    O presente trabalho busca considerar como os conceitos de biopoder e biopolítica elaborados por Michel Foucault relacionam-se com as análises mbembianas sobre a política da vida, a problemática da “guerra das raças” e consequentemente o racismo. Busca compreender como tal princípio de poder matar para viver se transforma em estratégias do Estado, não apenas orbitando em torno da questão jurídica, da soberania, mas em torno daquilo que diz do biológico de uma população, daquilo que se exerce no nível da vida, da espécie, da raça e dos fenômenos relativos à população. Evidenciando a extrapolação da lógica econômica para relações sociais e de como o racismo se comporta como peça fundamental na organização biopolítica de uma determinada população. Observa-se que a biopolítica e biopoder se apresentam como ferramentas analíticas (e políticas) relevantes para a compreensão dos modos através do quais a reflexão em torno das estratégias identitárias vislumbradas por Achille Mbembe, e as narrativas e projetos pós-coloniais podem ser redirecionadas. Interessa-nos, portanto, refletir sobre as dinâmicas de poder que moldam as formas de subjetivação e a construção da identidade, ao mesmo tempo em que ressalta a capacidade de resistência e transformação dos sujeitos diante dessas práticas de controle.
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    Afroperspectividades acerca do Teatro Negro Contemporâneo em Belo Horizonte.
    (2023) Silva, Giovany de Oliveira; Maciel, Paulo Marcos Cardoso; Maciel, Paulo Marcos Cardoso; Alexandre, Marcos Antônio; Baumgartel, Stephan Arnulf
    A pesquisa “Afroperspectividades acerca do Teatro Negro Contemporâneo em Belo Horizonte” foi desenvolvida junto ao PPGAC/UFOP, com fomento da FAPEMIG e tendo como orientador o Prof. Dr. Paulo Marcos Cardoso Maciel. Neste processo, buscam-se perspectivas afrocentradas para a reflexão acerca dos fazeres teatrais negros na contemporaneidade e mais especificamente em Belo Horizonte. Partindo da Filosofia Afroperspectivista, buscam-se entendimentos enegrecidos acerca de dois espetáculos belorizontinos, “In Sã O Universo do Rosário em Nós” e “Estranha Fruta”, das companhias União Performática Pessoas da Pessoa e Morro Encena respectivamente. A análise das espetacularidades face aos princípios da filosofia afroperspectivista, permitirá o aporte de novos entendimentos para a crítica teatral e a história do teatro negro em Belo Horizonte, sobretudo, na contemporaneidade. Na dissertação, buscou-se compreender que aspectos compõem as escolhas estéticas e políticas desses trabalhos e onde, neles, residem elementos afroperspectivizados. Compreender a maneira como esses signos se rearranjam em imagens e metáforas, é parte da procura por um aprofundamento das compreensões da Estética da Atitude e da Poética da Negrura rumo a uma afroperspectividade nas formas de pensar teatro. O que implica necessariamente na revisão da bibliografia da área e a aproximações entre conceitos da afroperspectividade com os de outras searas, como Ecologia Decolonial, Quilombismo, Tempo Espiralar, Fissura e Fabulação, Corpo Negro Pulsante, Afrofuturismo, dentre outros. Esse arranjo epistêmico encaminha ao encontro de metáforas de água presentes nos trabalhos aqui analisados e em outros textos e espetáculos da cena negra contemporânea em Belo Horizonte.
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    Da vênus negra ao meu corpo : escrevivências e fabulações em performances de criadoras negras.
    (2023) São José, Danielle Elisa de; Pereira, Elvina Maria Caetano; Pereira, Elvina Maria Caetano; Santos, Clóvis Domingos dos; Patrocínio, Soraya Martins
    A pesquisa que se reflete na escrita desta dissertação nasce do desejo de, na condição de mulher preta, investigar, por meio da experimentação de dispositivos performativos e de escrevivência (Evaristo, 2020), possibilidades de fissura das imagens de controle coloniais (Gonzalez, 1984; Collins, 2019) que permitam a fabulação de narrativas emancipatórias (Patrocínio, 2021) sobre o feminino corpo da negrura (Martins, 1995). Desde uma perspectiva feminista interseccional, coloco minhas práticas político-estéticas em diálogo com o pensamento-obra de outras mulheridades negras que, em seus trabalhos, confrontam a mulatarização de nossos corpos (Santana, 2021). São elas: a bailarina e coreógrafa Jaqueline Elesbão, com o solo Entrelinhas (2012), a atriz e dramaturga Mônica Santana, com Isto não é uma mulata (2016), a artista visual e performer Priscila Rezende, com Vem... pra ser infeliz (2017); le artista e performer Eli Nunes, com a cena curta Refém Solar (2018) e a atriz e bailarina Anne Vaz, com Benza em Rosas (2019). Também trago para a conversa algumas considerações sobre minha vídeo-performance, Clamor para Estrelas (2021), produzida como resultado prático desta pesquisa.
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    Os trajes de cena do espetáculo Oxum : o terreiro chega ao palco.
    (2023) Garcia, Thais Soares; Dulci, Luciana Crivellari; Dulci, Luciana Crivellari; Abreu, Ana Carolina Fialho de; Santos, Clóvis Domingos dos; Bortolini, Neide das Graças de Souza
    A dissertação discorre sobre o espetáculo Oxum, com o intuito de observar como se estabelece o entrelaçamento das manifestações culturais-religiosas com as práticas artísticas, entre os campos do Teatro e do Candomblé. Especificamente, tem por objetivo principal, pensar a relação entre traje de cena, ancestralidade e teatro, a partir da análise do espetáculo Oxum (Fernanda Júlia e José Carlos Arandiba, 2018), apresentado pelo Núcleo Afro-brasileiro de Teatro de Alagoinhas (NATA), na cidade de Salvador, Bahia. Propõe-se, ainda, a respeito dos trajes de cena utilizados no espetáculo Oxum, destacar de que forma o traje se torna um elemento “movente”, isto é, como ele foi pensado para a cena teatral a partir da vivência dos/as artistas do NATA no Candomblé. Assim, investigar como se estabeleceu a relação de um espetáculo teatral com o Candomblé, a partir de seu figurino (movente entre o Candomblé e o Teatro). Os trajes são analisados e narrados a partir da minha leitura sobre o espetáculo, dialogando com conceitos usados por Fausto Viana e Carolina Bassi e Gilda de Mello e Souza, no percurso sobre a história do traje. E ainda Zeca Ligiéro, Leda Maria Martins, Juana Elbein, Luis Parés, Luiz Rufino e Fernanda Julia, que muito me ensinaram em leituras e em vivências sobre Candomblé, Teatro e Culturas Afro-Brasileiras.