IFAC - Instituto de Filosofia, Artes e Cultura

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    Arte, discurso e afeto : o afeto trágico como fórmula suprema de afirmação em "Assim falou Zaratustra".
    (2020) Silva, Janete Ferreira da; Pimenta Neto, Olímpio José; Pimenta Neto, Olímpio José; Medrado, Alice Parrela; Gomes, Laurici Vagner
    Considerando a fase madura do pensamento de Friedrich Nietzsche (1844-1900), a fase de seus escritos dos anos 80 e não desconsiderando seus escritos das outras fases, tentaremos pensar o cultivo do afeto trágico como fórmula suprema de afirmação da vida. Este estudo surge num contexto de alargar o âmbito de leitura do legado nietzschiano e de contribuir com uma nova proposta teórica: a de que a fórmula afeto trágico cria condições para a afirmação suprema da vida e para uma revitalização do homem em geral. Apostando na vontade de afeto como fórmula reduzida da vida, supomos a fórmula afeto trágico também como uma fórmula reduzida da vida e com isto tomá-la como nova fixação da ideia de “vida”. Inserimos, portanto, a fórmula afeto trágico de modo ‘essencial’ na economia da vida. Nova fixação da ideia de “vida”, como “vontade de afeto”. Vida é vontade de afeto. Um recurso de justificação à fórmula afeto trágico, nós encontramos em Assim Falou Zaratustra. Zaratustra fora um filósofo-artista-legislador. Como experimentador dos sentimentos criou para si o ‘direito ao grande afeto’- um artista esculpindo sobre os despojos de vida, uma ínfima parcela de alegria sobre a terra. De modo que nos resta compreender isso como um jogo e um combate dos afetos trágicos, um emparelhamento de forças e, sobretudo um quanta de expressões da vida, criados. Por outro lado, em termos morais, dizemos como Nietzsche disse: [...] “Basta, as morais são também elas apenas uma mímica dos afetos. As morais como pantomima dos afetos: os próprios afetos, porém, como pantomima das funções de tudo que for orgânico”. Aqui, cabe-nos o dissecamento dos valores niilistas que enfraquecem a vida, causam a sua degenerescência e a nega. Sobremaneira, o humano tomando para si a gestação e o parto do seu ser numa autodissecação- muda de visão, muda de gosto, uma muda de pele moral. Um humano capaz de si, sustentando sua carcaça, criando sua sombra e seu meio-dia.
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    Entre a recusa e a afirmação : a ambivalência política da arte na filosofia de Herbert Marcuse.
    (2022) Dias, Gabriel; Kangussu, Imaculada Maria Guimarães; Kangussu, Imaculada Maria Guimarães; Guimarães, Bruno Almeida; Carneiro, Silvio Ricardo Gomes
    Imbuída de um potencial tanto afirmativo quanto negativo, a arte como interpretada por Herbert Marcuse expressa uma ambivalência política. Se por um lado, a arte pode servir de sustentação da cultura e do estado de coisas convencionado, por outro, ela é uma força de negação. Essa apreensão dialética da arte é disposta em obras do filósofo que perpassam, ao menos, um período de cinco décadas de produção intelectual e que serão aqui nossos objetos de análise – nos referimos, mais especificamente, a sua produção da década de 1930 à década de 1970. Veremos que, nestas obras, Marcuse se deterá preponderantemente em um dos aspectos políticos da arte, negativo ou afirmativo. No entanto, será possível observar igualmente que, em nenhum dos textos que aqui analisaremos, o filósofo abandonará o caráter ambivalente da arte, sempre considerando aspectos contrários aos quais ele está se referindo. O presente estudo se propõe, por conseguinte, analisar e refletir de que modo essa ambivalência política da arte se manifesta e opera no interior do pensamento de Marcuse, assinalando sua constante retomada na filosofia do autor e, portanto, sua importância para a teoria estética do frankfurtiano.
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    Adorno e o belo natural.
    (2020) Oliveira, Sara Ramos de; Freitas, Romero Alves; Freitas, Romero Alves; Pucciarelli, Daniel Oliveira; Alves Júnior, Douglas Garcia
    “Adorno e o Belo Natural” possui como objetivo investigar a forma como Adorno propõe em sua obra Teoria Estética uma nova forma de se pensar o conceito de belo natural na estética e na filosofia da arte, considerando que a linguagem é o seu elemento determinante, uma vez que no belo natural trata-se de pensar a natureza como expressão de algo que não pode expressar-se pelos próprios meios. Adorno parte do pressuposto de que a tradição filosófica ocidental herdou uma visão não autêntica sobre a relação estética do ser humano com a natureza, começando pela relação do sujeito transcendental de Kant, que observava a natureza ora como lugar de afirmação daquilo que foi dominado pelo homem, ora como lugar de contemplação daquilo que ainda não foi dominado. Para Adorno, essa relação com a natureza do sujeito kantiano inaugura o belo natural como campo de expressão de uma subjetividade burguesa, que tem como principal objetivo manter as relações de poder na sociedade esclarecida. Para oferecer uma alternativa a esta visão, Adorno considera que o belo natural é um campo de expressividade negativa, ou seja, ele oferece a possibilidade de se trazer o não-idêntico à sociedade esclarecida através da experiência estética, expressa de maneira dialética no belo artístico.
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    Os conceitos de ingênuo e sentimental em Friedrich Schiller : do belo ideal de poesia e humanidade.
    (2020) Mandarino, Jaqueline Almeida; Guimarães, Bruno Almeida; Guimarães, Bruno Almeida; Vieira, Vladimir Menezes; Alves Júnior, Douglas Garcia
    O objetivo desta dissertação é analisar a relação e os desdobramentos dos conceitos de ingênuo e sentimental com a proposta de uma educação estética para a humanidade em Schiller. Identificando a urgência de uma educação para a sensibilidade capaz de abranger a própria razão, partimos do princípio de que o ensaio Poesia ingênua e sentimental é a síntese prática dos objetivos presentes em A educação estética do homem. Apresentamos nossa ideia demonstrando as influências artísticas, políticas e culturais de Schiller que permitem estabelecer a necessidade de uma estética que ultrapasse o âmbito teórico. Propomos que os impulsos sensível e formal fomentam nossa leitura quando deles se deduz um terceiro impulso, o lúdico, que se relaciona diretamente com o vivo impulso criador do poeta. Para demonstrarmos essa articulação fizemos um paralelo entre a missão do poeta na modernidade e da humanidade em geral. Por fim, apresentamos como o poeta sentimental e seu processo de criação reflete a busca pelo Ideal de beleza presentes na educação estética.
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    (DE)composições e fugas : duas experiências de dança contemporânea entre dessemelhanças.
    (2020) Quimbay, Laura Carolina Mendoza; Silva, Cíntia Vieira da; Silva, Cíntia Vieira da; Oneto, Paulo Henrique Domenech; Peretta, Éden Silva
    Esta dissertação chama à atenção sobre alguns paradoxos produto das relações entre a institucionalidade que envolve a dança e as intensidades-corpos que dançam. Ela aborda alguns perigos em torno da criação de modelos no interior de algumas danças estudadas e mais visíveis em ocidente, mesmo nas práticas mais vanguardistas, e visa compreender as formas em que os discursos do maior (do modelo) se atualizam na dança desde antes de uma profissionalização, e atravessam os corpos porosos e dessemelhantes em movimento. Para isso, este trabalho se apoia na crítica à teoria das Ideais de Platão, realizada por Deleuze. Mas também, a partir de dois processos de dança contemporânea: ConCuerpos e Pulsar Cia, problematiza o jogo existente entre a modelação e a reversão dos modelos no interior das instituições de dança. Considera-se, neste trabalho, que esse jogo, de maneira imperceptível, gera rupturas institucionais e permite o surgimento de processos de minoração dos quais está interessada a pesquisa. Processos de minoração, entendidos como devires minoritários, ligados a algumas descidas ou desgraças resinificadas, a alguns “entres” que transbordam o entendimento dicotómico da deficiência e a normalidade na dança, criando figuras estéticas que afetam de diversas maneiras as singularidades que dançam a partir de diversos ritmos, extensões e acoplamentos.
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    Milan Kundera : arte e filosofia no romance : uma leitura de "A insustentável leveza do ser".
    (2020) Oliveira, Ana Júlia Moreira; Costa, Rachel Cecília de Oliveira; Freitas, Romero Alves; Costa, Rachel Cecília de Oliveira; Oliveira, Bernardo Barros Coelho de; Rangel, Marcelo de Mello
    Milan Kundera ao usar a meditação filosófica como elemento polifônico na construção das vozes de seus personagens, possibilita uma análise hermenêutica de seus romances diante de um viés existencial. Desta forma, diante de uma perspectiva pós-moderna, o presente estudo discorre sobre os elementos composicionais da obra “Insustentável leveza do ser”, no intuito de compreender se uma obra filosófica-ficcional é capaz de elucidar certos aspectos existências de um dado contexto histórico-social. Utilizaremos como arcabouço teórico o debate literário-linguístico moderno que possui bases nas inferências feitas por Heidegger, Gadamer e Derrida, juntamente com a proposta Bakhtiniana de análise dos elementos que compõem a lógica romanesca. Também utilizaremos como referência teórica as análises feitas por Kundera no ensaio “A arte do romance”, no qual, ele disserta sobre sua perspectiva diante da manipulação de elementos composicionais no processo de construção de uma narrativa romanesca.