IFAC - Instituto de Filosofia, Artes e Cultura

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    A dimensão estética na filosofia de Pico della Mirandola.
    (Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Departamento de Filosofia, Instituto de Filosofia, Artes e Cultura, Universidade Federal de Ouro Preto., 2012) Alavina, Fran de Oliveira; Kangussu, Imaculada Maria Guimarães
    Em 1486, publicam-se, em Roma, as Conclusiones Nongentae de Pico della Mirandola (1463-1494). Tratava-se de um ambicioso projeto filosófico, que buscava conciliar as mais díspares culturas e tradições de pensamento: multiplicidade das vias e convergência de tradições para o estabelecimento de um novo princípio de unidade do saber. Considerando a busca desse novo princípio como fio de articulação da filosofia de Pico, observa-se, inserido em tal projeto, a presença e a contribuição de saberes como a Retórica, a Poética e a Filologia. Nessa proposta de convergência de saberes pode-se, assim indagar sobre a dimensão estética na filosofia mirandolana, pois mesmo que a Estética ainda não houvesse se constituído como disciplina filosófica de estatuto próprio, observa-se a presença de elementos estéticos em tal filosofia, oriundos do patrimônio retórico e poético da tradição clássica-humanista. Daí, a dimensão estética não se assemelhar a uma Filosofia da Arte, limitada ao sistema das artes, ou reflexão filosófica que identifica o belo como objeto particular de uma consideração estética. Desse modo, o caráter estético não é autônomo em relação à busca do novo princípio conciliador, mas encontra sentido na busca da unidade. Tal unidade por sua vez não deve desconsiderar a multiplicidade de vias, que no caso da dimensão estética se apresenta em diferentes caracteres estéticos. Com base no reconhecimento da multiplicidade a dimensão estética se encontra na herança do patrimônio retórico e poético como expressão da relação entre Retórica e Filosofia, nos comentários sobre as canções de amor, no nexo entre amore e bello, na tentativa de estabelecer uma teologia poetica, na reflexão sobre o estilo adequado para a expressão filosófica, na interpretação das fábulas e dos mitos de prisca sapientia, na construção de um discurso que faz uso dos símbolos, na exposição do tema da dignidade humana fundamentada na integralidade antropológica, na articulação entre capacidades intelectivas e apetitivas com as disposições do pathos, do ingenium, da aisthesis, da imaginação e da fantasia. Além disso, se Pico visa apresentar algo novo no âmbito da tradição filosófica, tal não poderia ser feito sem o exercício das capacidades inventivas, possibilitadoras de que a Filosofia não se torne uma prática somniculosa et dormitans. Dessa maneira, pode-se afirmar a relevância dos elementos estéticos na elaboração