DEART - Departamento de Artes
URI permanente desta comunidadehttp://www.hml.repositorio.ufop.br/handle/123456789/636
Navegar
Item Ana Mendieta : vestígios de colonialismo, performance e feminismos na América Latina.(2022) Dias, Luciana da CostaProfundas mudanças levam a uma revisão da arte no século 20, sobretudo a partir da influência do trabalho seminal das vanguardas e de artistas dos anos 1960 e 1970, que acabariam por conduzir a uma estética que vê a arte como ação, acontecimento e, sobre- tudo, presença – o paradigma da performatividade. Paralelamente, houve a emergência de estudos que questionam a lógica moderna, ao ver a indissociabilidade do par modernidade/ colonialidade, inquietação essa que atinge também o fazer artístico e levanta questiona- mentos sobre a história da arte como narrativa moderna e colonial. Esse aporte servirá de pano de fundo para discussão da obra de Ana Mendieta (1948-1985), performer de origem cubana exilada nos EUA. Partindo da metodologia de revisão bibliográfica, este trabalho discute como sua obra é atravessada e profundamente marcada por questões de gênero e questões ligadas aos feminismos e, ao mesmo tempo, também por questões oriundas da colonialidade, que colonizou corpos e fazeres nas Américas. Investiga-se assim como tais questões (de gênero e colonialidade) podem surgir e ser problematizadas na obra de Ana Mendieta, sobretudo em sua Silueta Series (1973-1980).Item Antonin Artaud, o México e os Raramuri : questões raciais e colonialismo nas viagens de Artaud pelo México.(2022) Dias, Luciana da CostaA viagem de nove meses de Artaud através do México, geralmente tratada como uma nota de rodapé em sua biografia, precisa ser vista como sendo mais do que isso: foi um momento decisivo para os rumos de sua obra/vida. Para Jay Murphy (2017), haveria um Artaud antes e outro depois de sua jornada ao México, pois – mesmo que deixemos de lado sua “loucura” – podemos observar uma metamorfose profunda em seu trabalho, uma mudança paradigmática que engloba a evolução de um Teatro da Crueldade em direção ao conceito de Corpo sem Órgãos. Dentro deste contexto, este texto objetiva primeiramente, apresentar criticamente, em perspectiva pós- colonial, as intenções de Artaud ao buscar uma linguagem teatral primordial nos cânions mexicanos – seus limites e possibilidades; e, em segundo lugar, interrogar como as questões raciais foram problematizadas em tal busca e como elas reverberam através de seu trabalho e além, afetando e mudando profundamente o campo dos Estudos em Teatro e Performance.Item Artaud e a poesia sonora : o som como meio e desconstrução da linguagem.(2017) Dias, Luciana da Costa; Barbosa, Tamira Mantovani GomesThis article discusses the ideas of deconstruction of language in art proposed by Antonin Artaud in his books The Theatre and Its Double and Language and Life for the formulation of a hybrid art that distances itself from the classical theater executed in Europe of century XIX. The authors Vilém Flusser, Jacques Derrida and Gilles Deleuze are activated in order to potentiate and stimulate the discussion of how Artaud may be the forerunner of a new aesthetic paradigm to new medias.Item Arte e história do ser : algumas considerações sobre o caminho do pensamento de Heidegger a partir do ensaio A origem da Obra de arte.(2014) Dias, Luciana da CostaPretende-se discutir a relação entre a questão da arte e a história do ser, tal como esta progressivamente se constrói na obra de Martin Heidegger, sobretudo a partir de meados da década de 1930, de modo a identificar e destacar o papel fundamental que a abordagem desta questão detém para a chamada viragem (Kehre) e o caminho do seu pensamento para além dos limites da analítica existencial, empreendida em Ser e Tempo (1927) e em direção à construção da chamada “história do ser” e à questão do acabamento da metafísica como niilismo, desenvolvida na última fase de sua obra.Item Como performar uma utopia chamada América? : um posfácio.(2022) Dias, Luciana da Costa; Barbosa, Tamira Mantovani GomesNeste texto reflete-se sobre o próprio entendimento de uma “América Latina”: é esta uma utopia dos colonizadores ou algo a ser revisado como Abya Yala, nome hoje dado pelos povos originários? A partir deste questionamento, discute-se alguns problemas para a arte latino-americana, especialmente, para o teatro e a performance latino-americanas em geral, ao mesmo tempo em que se pretende demarcar congruências e questões futuras – e urgentes – para o campo.Item Da palavra mítica à palavra dialogada : confluências entre as origens do teatro e da filosofia na Grécia antiga.(2015) Xavier, Dalila David; Dias, Luciana da CostaO presente artigo procura discutir alguns pontos de confluência entre a origem trágica do teatro ocidental e o nascimento da filosofia, na Grécia dos Séculos VI-IV a.C. Para tanto, parte do fenômeno em comum da laicização da palavra e da descoberta do diálogo (pautado na argumentação racional e na coesão do discurso), elementos marcantes do período.Item Das lacunas e do diálogo : as origens da tragédia na Grécia antiga.(2017) Dias, Luciana da CostaEssa pesquisa tem por objetivo central discutir alguns pontos de confluência entre o teatro ocidental, em sua origem trágica, e o nascimento da filosofia, na Grécia dos séculos VI-IV a.C., a partir do fenômeno em comum da laicização da palavra e descoberta do diálogo (pautado na argumentação racional e na coesão do discurso), elementos marcantes do período. Para melhor clarificar esta relação, é necessário discutir conceitos como: mito e ritual, determinantes para o nascimento do teatro ocidental, e também o conceito de logos (ou razão), o qual, como se pretende alcançar, além de ligado às origens do pensamento filosófico, se relaciona também com a consolidação do fenômeno teatral no ocidente em sua forma trágica. E, por último, pretende-se investigar também aspectos relativos à encenação das tragédias nos anfiteatros gregos.Item O diálogo entre arte, filosofia, poesia e técnica na construção de uma “história do ser” no pensamento tardio de Martin Heidegger.(2015) Dias, Luciana da CostaPretende-se discutir a relação entre arte, filosofia, poesia e técnica na construção de uma “história do ser”, tal como esta progressivamente se constrói na obra de Martin Heidegger, sobretudo em seus escritos a partir de meados da década de 1930.Item A educação como formação ou “cultivo de si” em Friedrich Nietzsche.(2016) Dias, Luciana da CostaObjetivamos aqui discutir a importância de uma educação como formação (Bildung) e cultivo de si em Nietzsche, filósofo conhecido pelo caráter intempestivo de seus escritos. Sua abordagem da educação é, na verdade, um profundo questionamento da própria função e propósito não só da prática educativa, mas do próprio sentido da cultura, a qual ele diagnosticou como estando, em sua época, não mais voltada para a formação total do indivíduo – o oposto de uma educação como cultivo de si, isto é: voltada para o desenvolvimento das potencialidades individuais de cada um. Nosso ponto de partida é a obra III Consideração Intempestiva: Schopenhauer Educador, de 1874.Item Educar para quê? Observações acerca da educação e cultura a partir do pensamento de Friedrich Nietzsche.(2016) Dias, Luciana da CostaO presente artigo tem por objetivo discutir a relação entre cultura e educação a partir da obra III Consideração Intempestiva: Schopenhauer Educador, escrita por Friedrich Nietzsche em 1874. Sendo Nietzsche um filósofo conhecido pelo caráter intempestivo de seus escritos, foi um profundo crítico de sua época e, como tal, não poderia deixar de refletir também sobre a educação e as grandes mudanças e desafios que esta enfrentava em sua época. A metodologia aqui utilizada é a da revisão bibliográfica. Contudo, mais do que uma exposição sistemática e pontual do texto central a ser discutido, pretende-se explorar a relação entre a educação e a cultura na perspectiva de outros elementos relevantes presentes à obra de Nietzsche como um todo e que se mostram fundamentais para o pleno entendimento da crítica realizada, uma vez que não se pode perder de vista que a contribuição de Nietzsche para pensar a educação se põe na esteira de sua crítica à Modernidade e à decadência da cultura ocidental como um todo, que ele considera enfraquecida em seus instintos. Como alcançaremos, sua abordagem da questão da educação é, na verdade, um profundo questionamento da própria função e propósito da prática educativa, a qual ele diagnosticou como estando, já em sua época, cada vez mais submissa e atrelada aos interesses de uma economia de mercado, mero adestramento e preparação para o mercado de trabalho, uma vez que seu discurso se constrói a partir de uma visão extremamente crítica ao surgimento do ensino profissionalizante na Alemanha do período.Item Experimentar Artaud : sobre a cartografia como metodologia para a pesquisa e investigação artística em artes cênicas.(2019) Dias, Luciana da Costa; Barbosa, Tamira Mantovani GomesUm dos aspectos mais importantes de uma investigação artística é a necessidade de utilização da metodologia de pesquisa mais apropriada a cada caso. Quando se trata das Artes Cênicas, que somente na segunda metade do século XX ganharam força enquanto campo independente do saber, essa necessidade se faz ainda mais fremente – e metodologias adequadas que deem conta do processo criativo do ator-pesquisador ainda estão em fase de consolidação. Neste trabalho, através de um estudo de caso, pretendemos investigar a Cartografia como metodologia possível para a pesquisa baseada em artes na área das Artes Cênicas. O Estudo de caso aborda alguns aspectos da Oficina de Criação realizada, ao longo de um semestre letivo, no âmbito da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP/ Brasil). O referencial teórico utilizado engloba autores como Antonin Artaud, Gilles Deleuze Jacques Derrida e Sueli Rolnik. Nesta disciplina, ministrada pelas autoras, proposições artísticas para uso da voz e do corpo, extraídas do pensamento artaudiano para criação de um ‘novo teatro’ no século XX, foram experimentadas pelos alunos e mapeadas em sua evolução até a apresentação das cenas/performances finais, que encontram neste artigo a discussão de alguns aspectos observados.Item Inquietações : pandemia, crise, necropolítica, Artaud.(2020) Dias, Luciana da Costa; Pereira, Luis Gustavo Ferigati; Silveira, Marina de Nóbile da; Baldin, Pedro Methner; Maia, Ricardo José CorreiaEste artigo parte da pandemia por COVID-19, no Brasil de 2020, para propor uma reflexão que coadune conceitos como o de Necropolítica, Crise e Biopoder com o pensamento anárquico de Antonin Artaud, figura-chave para os estudos teatrais, de modo a propor linhas de fuga ao momento atual, tentando pensar para além da crise. Articula-se aqui referências importantes do pensamento contemporâneo sobre a situação pandêmica com as inquietações que nos assolam enquanto artistas e pesquisadores do Aporia - Grupo de pesquisas em Filosofia e Performance, discutidas virtualmente ao longo dos meses de isolamento social ocasionados pela pandemia.Item Liberdade de des-fundamentar : uma abordagem sobre a essência do fundamento (1929) de Martin Heidegger.(2014) Vale, Thiago Gandra do; Dias, Luciana da CostaEste artigo aborda o problema do fundamento, tematizado por Heidegger ao realizar específicas análises sobre alguns filósofos que lhe foram antecessores. Com isto, Heidegger demonstra a ausência de fundamento ou de apoio último para o pensamento. Diante dessa problemática, acenamos também para a solução que esse autor nos dá como interpretação possível e que aponta, sobretudo, para os caminhos da liberdade.Item Nietzsche, Artaud e o pós dramático : elementos de uma crise anunciada?(2015) Dias, Luciana da CostaIremos discutir alguns pressupostos teóricos que possibilitam pensar o resgate da “corporeidade” como ato fundamental da cena, ocorrido nas artes cênicas do século XX. Para tanto, o referencial teórico se constrói a partir de três fontes centrais. Nietzsche, em sua crítica fundamental ao racionalismo e niilismo característicos da modernidade, na medida em que visa a superá-la, resgata o corpo como origem de toda significação, abre o campo teórico da questão. Já Artaud, por procurar resgatar outra forma de teatralidade, primordial, na qual o corpo (assim como o grito e a respiração) seria o lugar do ato teatral, rejeita a supremacia da palavra (e da razão) na construção da cena, nos ajudando a entender a relação entre superação da modernidade e superação do logocentrismo também no teatro. Por último, as consonâncias entre as chamadas crise da modernidade e crise do drama serão discutidas à luz do pensamento de Lehmann e seu conceito de pós-dramático. A circularidade e pertinência da questão se evidencia: na medida em que, para Lehman (cuja obra é tensionada por questões longamente alicerçadas na filosofia alemã), o projeto de Artaud pode ser entendido como aquele que antecipa e anuncia as mudanças fundamentais e a própria crise das artes cênicas no século XX.Item Pelas vestes de Oxum : ancestralidade e memória em cena.(2020) Garcia, Thais Soares; Dias, Luciana da CostaEmbora uma das mais importantes matrizes culturais brasileiras, a matriz africana é muitas vezes relegada à segundo plano - sobretudo na história do teatro, onde aparece marginalmente. Justamente por isso, escolhemos discutir aqui relações possíveis entre figurino, ancestralidade e memória, a partir do espetáculo Oxum (2018), do NATA, escolhido pelo caráter extremamente simbólico de seu figurino, que transita liminarmente entre o ritual e o teatral.Item Performance & Filosofia na América Latina : a antropofagia como um tipo de “Epistemologia do Sul”.(2021) Dias, Luciana da CostaEste artigo discute o caráter paradigmático da antropofagia como um tipo de epistemologia do sul, i.e: como uma filosofia genuinamente brasileira que, partindo da possibilidade de um pensamento necessariamente “incorporado”, se mostre capaz de superar as dicotomias e os descaminhos da filosofia no Ocidente. Assim sendo, propõe também a performance latinoamericana como uma forma de “filosofia crua”. Em articulação com os trabalhos de autores como Vilém Flusser e de performers como Ana Mendieta, nos utilizamos aqui da antropofagia de Oswald de Andrade como ferramenta epistemológica (e como forma de “corporificação radical”): um modo possível para as questões filosóficas serem absorvidas e se tornarem “carne, osso e sangue” no Brasil e na América Latina.Item Platão e a Arte : algumas observações sobre as origens da Teoria da Arte no ocidente em perspectiva hermenêutica.(2020) Dias, Luciana da CostaEste artigo aborda como a relação entre arte e verdade (pode a arte expressar a verdade?) é colocada pela primeira vez no mundo ocidental em Platão, com isso se esboçando o horizonte possível de desenvolvimento e interpretação da questão. Objetiva destacar sua relevância para o início da discussão teórica sobre o que é arte, sua função, conceito e como pode ser entendida. Cabe observar que esta abordagem é construída em perspectiva hermenêutico-fenomenológica, a partir do diálogo, sobretudo, com o pensamento de Martin Heidegger.Item O teatro e a cidade : notas sobre uma origem comum.(2012) Dias, Luciana da CostaTeatro e cidade: origem comum? O artigo pretende abordar a tragédia grega em sua relação intrínseca e originária com a polis, isto é: com o fenômeno urbano que se consolida com a democracia grega, no modo como estes se interpenetram e se co-determinam. Não é possível pensar a tragédia fora da pólis grega na inteireza do que seu fenômeno representa. Mais do que isso: o desenvolvimento e crescimento da cidade, em todas as suas instâncias, principalmente políticas e “democráticas” é vital para o desenvolvimento da tragédia, desde o ritual até a ênfase cada vez maior no diálogo.Item The crisis of representation, the performative turn and presence : possibilities toward a performance philosophy.(2020) Dias, Luciana da CostaIn this paper, the so-called Crisis of Representation is discussed as a hallmark of Western Theatre and Modernity. The key hypothesis of overcoming such a crisis is investigated through the emergence of a performative turn, in which performance is understood in a broader sense derived from Performance Studies. To address this, the paper builds on authors such as Artaud, Derrida, Heidegger, Gumbrecht and Féral for a general theoretical background, and on the work of authors such as Cull, Street and others for a more specific approach concerning the field of Performance Philosophy. This paper argues that a philosophical turn in Performance Studies has happened through a radicalization of ‘Presence’.