DEMUL - Departamento de Museologia

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    Paisagem cíclica, lugares de retorno : um estudo de resiliência cultural em Cerro Ventarrón, Lambayeque, Peru.
    (2023) Fagundes, Marcelo; Suner, Marcia Maria Arcuri
    Com base nos conceitos de abandono, ancestralidade, memória e resiliência, esse artigo discute temas importantes para a pesquisa arqueológica voltada à compreensão de processos de constituição da paisagem. Além das cosmografias, entende-se a paisagem composta por movimento e dinamismo relacionados ao abandono, integrante das trajetórias históricas. Como estudo de caso, apresentaremos dados do Complexo Arqueológico Cerro Ventarrón, Peru. A discussão está embasada na literatura sobre essas temáticas, nos trabalhos de campo e resultados das análises disponíveis até então. Ao fim, acredita-se que as estruturas arqueológicas Ventarrón indicam que ali o abandono foi consciente, integrado aos processos de resiliência e fio condutor de ideias que permitiram e permitem a reprodução, colaboração e reciprocidade, alicerces do pensamento social nos Andes.
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    Por uma Museologia reflexiva aplicada à gestão de acervos arqueológicos : diretrizes do bacharelado em Museologia da Universidade Federal de Ouro Preto.
    (2022) Suner, Marcia Maria Arcuri
    Neste artigo apresentamos perspectivas conceituais e teóricas que norteiam a formação discente do Bacharelado em Museologia da Universidade Federal de Ouro Preto, no que tange às interfaces do patrimônio arqueológico com o universo das artes, da cultura material, das paisagens e do desenvolvimento socioeconômico de territórios fortalecidos por processos museológicos comunitários. O texto estrutura-se em três eixos de destaque nos conteúdos programáticos de nossa grade curricular, vinculados às questões práticas e conceituais que balizam os processos de salvaguarda e gestão do patrimônio arqueológico. São apresentadas reflexões acerca da relação entre os profissionais do campo acadêmico e outros agentes interessados no patrimônio arqueológico, a partir da experiência vivida no sítio arqueológico Morro da Queimada, Serra de Ouro Preto – MG.
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    Paisagem e suas interfaces em pesquisas sobre arte rupestre : um estudo de caso em Serra Negra, Alto Vale do Araçuaí, Minas Gerais, Brasil.
    (2021) Fagundes, Marcelo; Greco, Wellington Santos; Suner, Marcia Maria Arcuri; Bandeira, Arkley Marques
    Este artigo discute possibilidades de uso do conceito de paisagem (culturalista) em estudos sobre conjuntos rupestres. Inicialmente, dedica-se à discussão teórica sobre a paisagem, entendida enquanto uma produção humana sincrônica e diacrônica, composta por múltiplos compartimentos e camadas de trajetórias históricas a partir das quais as pessoas dão sentido à vida. Para tanto, são apresentadas pesquisas sobre arte rupestre e paisagem, desenvolvidas por meio da abordagem simbólico-culturalista, mas com diferentes perspectivas teórico-metodológicas. Por fim, concentra-se nos 04 estudos de sítios de arte rupestre localizados em Serra Negra (MG). O objetivo deste estudo é discutir os dados dessas pesquisas, ressaltando a diversidade teórico-metodológica de análises que consideram tais vestígios arqueológicos apoiados ao conceito de paisagem. Concluímos com a discussão que tanto a arte rupestre quanto a paisagem são marcas remanescentes de uma mesma construção humana que é sempre simbólica.
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    Repensando as velhas práticas : transversalidade e os papeis da arqueologia e museologia na preservação do patrimônio do Parque Municipal Arqueológico Morro da Queimada - Ouro Preto, MG.
    (2020) Suner, Marcia Maria Arcuri; Costa, Jemima Rodrigues
    O trabalho propõe uma reflexão sobre a interface entre os campos da Arqueologia e Museologia, no que tange às aproximações teóricas, às metodologias e às políticas públicas de preservação e gestão do patrimônio arqueológico. A reflexão fundamenta-se nos debates acadêmicos concernentes aos temas do patrimônio cultural, da memória social, dos territórios, das comunidades e do desenvolvimento local. Apresentamos dados obtidos nas atividades de pesquisa e extensão universitária que vêm sendo realizadas no Parque Municipal Arqueológico Morro da Queimada, com o objetivo de ampliar a discussão das estratégias de trabalho adotadas no enfrentamento cotidiano de desafios à pesquisa e gestão do patrimônio arqueológico da Serra de Ouro Preto.
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    As estruturas arqueológicas em Cerro Ventarrón – marcos sociogeográficos, lugares e paisagem durante o Formativo Inicial, Lambayeque, Peru.
    (2019) Fagundes, Marcelo; Suner, Marcia Maria Arcuri; Gontijo, Bernardo Machado; Vasconcelos, Alessandra Mendes Carvalho; Bueno, Flávia Brasil Baessa; Mafra, Luís Fernando Rangel de Oliveira
    A costa norte do Peru é uma das regiões responsáveis pelo surgimento da arquitetura monumental no continente sul-americano, destacando-se o remoto desenvolvimento sociocultural e econômico ainda no terceiro milênio da era pré-cristã. Além disso, muito precocemente, grupos que ocuparam essa região foram responsáveis por grandes obras de engenharia (como a irrigação por canais), possibilitando o crescimento vertiginoso de uma agricultura capaz de suportar grandes populações e, consequentemente, do aparecimento da complexidade tecnológica vinculada à produção têxtil, cerâmica e à metalurgia. Todo esse desenvolvimento está diretamente relacionado às cosmologias, que não apenas justificam, mas estruturam a vida nos Andes Centrais durante milênios. Esse trabalho tem como objetivo apresentar como surgem as estruturas arqueológicas em Cerro Ventarrón, no vale de Lambayeque, e como o estudo das características fisiográficas, associado aos conceitos de lugar e paisagem, tem cooperado para a compreensão do modo de vida dos vários grupos que ocuparam a área ao longo de 5 mil anos. Para tanto várias campanhas de campo foram realizadas no intuito de mapear, compreender o sistema de implantação e os vínculos cosmográficos destas estruturas arqueológicas, de acordo com o pensamento andino. Como resultado, observou-se que a implantação destas estruturas está vinculada aos marcos sociogeográficos regionais, contudo associados às formas comuns do pensamento e da organização social compartilhada por distintas sociedades que compõem os Andes.
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    Marcos sociogeográficos e arqueologia de Ventarrón-Collud : fisiografia, lugares persistentes e paisagem para compreensão das ocupações humanas na Costa Norte peruana.
    (2020) Fagundes, Marcelo; Suner, Marcia Maria Arcuri; Gontijo, Bernardo Machado; Meneses, Ignácio Alva; Vasconcelos, Alessandra Mendes Carvalho; Bueno, Flávia Brasil Baessa
    As estruturas do Complexo Arqueológico Ventarrón-Collud ocupam uma área de mais de 300 hectares do Vale de Lambayeque, no entorno da serra Ventarrón, à margem direita do rio Reque. Na sua vertente Oeste encontram-se os sítios arqueológicos Huaca Ventarrón e Collud-Zarpán, distantes entre si em menos de um quilômetro. Quando observadas em conjunto, as estruturas desse complexo formam uma das sequências estratigráficas mais extensas até hoje conhecidas na arqueologia dos Andes Centrais (4.600 a 500 A.P). Esse artigo tem como objetivo discutir acerca dessas estruturas a partir da hipótese de que humanos se apropriam da fisiografia regional para além da materialidade, observando signos que são lidos e interpretados (os marcos sociogeográficos), sendo que a partir deste momento se estabelecem os lugares utilizados em longa duração (os lugares persistentes).
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    Territórios e patrimônios na lama das negociações : desafios para a museologia comunitária na Barragem de Fundão.
    (2015) Suner, Marcia Maria Arcuri; Laia, Paulo Otávio de; Suñer, Rodrigo Almeida
    Este ensaio propõe uma reflexão sobre os processos de salvaguarda e gestão do patrimônio cultural impactado pelo rompimento da Barragem de Fundão (Samarco/ Vale/BHP Billinton), ocorrido no município de Mariana – MG, em novembro de 2015. A discussão enfoca os bens arqueológicos, históricos e paisagísticos de áreas dos distritos de Bento Rodrigues, Paracatu e Gesteira que foram destruídas pelo desastre e reúne informações obtidas em diferentes contextos do debate sobre a “recuperação” e salvaguarda dos bens culturais impactados. Os conceitos apresentados seguem a perspectiva museológica, em diálogo com referenciais teóricos dos campos da arqueologia, antropologia, sociologia e história. São abordadas discussões sobre os patrimônios culturais “esquecidos”, “selecionados”, “apropriados” ou “ressignificados”, temas que ganharam espaço notável nos estudos das Ciências Humanas e das Ciências Sociais Aplicadas a partir de meados dos anos 1980. O texto visa, por fim, questionar os moldes em que estão sendo conduzidos alguns processos de resgate do patrimônio cultural desses distritos e alertar para a necessidade de promover o protagonismo das populações atingidas nas discussões sobre suas memórias e no projeto de musealização do território impactado.