PPBIOTEC - Programa de Pós-graduação em Biotecnologia
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Resultados da Pesquisa
Item Caracterização da atividade antioxidante do fulerol em infecções por Zika virus e Chikungunya virus.(2023) Malta, Wellington Carvalho; Silva, Breno de Mello; Silva, Breno de Mello; Garcia, Camila Carrião Machado; Ferreira, Gustavo PortelaOs arbovírus, Zika virus e Chikungunya virus, são de grande importância na saúde pública, havendo milhares de casos todos os anos. Ambas apresentam risco de epidemias, geram incontáveis gastos à saúde pública, além da possibilidade de desencadear casos graves, levando ao óbito. A febre zika e a febre chikungunya apresentam sintomas característicos de arboviroses como cefaleia, febre, dores pelo corpo, musculares e nas articulações, ambas podem levar a complicações graves. Até o momento não há vacinas ou tratamentos aprovados para estes vírus, tornando necessário o desenvolvimento de terapias alternativas. Já é relatado o aumento de espécies reativas de oxigênio (EROs) durante infecções virais, estudos sugerem que a modulação de vias oxidativas pode estar relacionado à multiplicação viral e infecção de novas células, logo, o controle de EROs e normalização das vias do elemento de resposta antioxidante (ARE), podem ser estratégias no combate à infecção. O fulerol, um nanomaterial derivado do fulereno de carbono C60, com alto poder antioxidante e, capaz de sequestrar EROs, poderia ser uma alternativa. Nesse contexto, este trabalho objetivou caracterizar a atividade antioxidante do fulerol em infecções pelos vírus Zika e Chikungunya. Para tal, avaliou-se a citotoxicidade do composto em células VERO e MRC-5. A atividade antioxidante foi avaliada pelo teste de EROs intracelular através do indutor exógeno, peroxido de hidrogênio (H2O2), e no contexto das infecções pelos vírus supracitados. Avaliou-se também a modulação dos vírus na transcrição da principal via de resposta antioxidante (NRF-2/ARE), e os efeitos do tratamento com fulerol. Os resultados demonstraram que o fulerol não apresentou efeito citotóxico nas concentrações de 6250 a 0,76 nM, o peroxido, utilizado como indutor exógeno, não presentou citotoxicidade nas concentrações de 0,1 a 26,6mM no período do estudo. O fulerol foi capaz de reduzir os níveis de EROs, após indução com 1 e 10mM de peroxido, nas concentrações de 6,25 a 0,781 nM e 25 a 0,195 nM, respectivamente. O composto foi capaz de reduzir os níveis de EROs na infecção por Zika nas concentrações de 12,5 a 0,781 nM, e para o Chikungunya nas concentrações de 6,25 a 0,781 nM, sendo a concentração de 3,125 nM a que apresentou maior capacidade antioxidante em todos os contextos estudados. O fulerol em 3,125 nM foi capaz de normalizar a modulação negativa na atividade transcricional da via NRF-2/ARE causada pelo vírus Zika, porém não foi observado o mesmo efeito para o Chikungunya, dando indícios da diferença dos mecanismos de modulação promovida por cada vírus nessa via. O conjunto dos resultados sugere que o fulerol possui grande capacidade antioxidante e potencial para auxiliar no tratamento contra os vírus Zika e Chikungunya, ou na redução dos efeitos, causados por danos oxidativos, pela infecção.Item Aumento da resistência ao estresse oxidativo induzido pelo extrato hidroalcoólico de carqueja (Baccharis trimera) no Caenorhabditis elegans : seria através de um mecanismo SKN-1/p38 MAPK e DAF-16 dependente?(Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto., 2011) Paiva, Franciny Aparecida; Oliveira, Riva de PaulaO alto consumo de comidas e bebidas ricas em flavonóides tem sido associado a um menor risco de doenças degenerativas crônicas como aterosclerose e câncer, devido tanto às suas atividades antioxidantes diretas de remoção de radicais livres, quanto à sua capacidade de atuar como antioxidante indireto ativando diferentes vias de sinalização em resposta ao estresse oxidativo. Baccharis trimera, conhecida como carqueja, é uma planta subarbustiva cujos extratos aquoso e hidroalcóolico são ricos em compostos antioxidantes tais como os ésteres do ácido quínico e os flavonóides nepetina, isoquercetina e quercetina. Recentemente, diversos estudos tem destacado as propriedades antioxidantes, anti-inflamatória, anti-proteolítica e anti-hemorrágica tanto em ensaios in vitro quanto in vivo. Neste projeto, nós investigamos o potencial antioxidante e pró-longevidade do extrato hidroalcóolico de carqueja (EHC) no organismo modelo Caenorhabiditis elegans. Para testar se o tratamento com o extrato hidroalcóolico de carqueja (EHC) aumenta a resistência ao estresse oxidativo, animais tipo selvagem foram tratados por 48 horas com 0,5, 5 e 50 mg/mL de EHC por 48 horas e depois submetidos ao estresse provocado por hidroperóxido de terc-butila (t-BOOH). O tratamento com 5 mg/ml aumentou significativamente a sobrevivência dos animais submetidos a 5 mM de t-BOOH. Embora o tratamento com 5 mg/ml por 48 horas ter aumentado a resistência ao estresse oxidativo, este mesmo tratamento não aumentou a resistência ao estresse térmico a 35 o C. O tratamento contínuo com 5 mg/ml de extrato de carqueja também não aumentou a longevidade dos animais tipo selvagem em condições normais. Apesar de apresentarem uma maior resistência ao estresse, os animais tratados com 5mg/ml do extrato de carqueja por 48 horas não apresentaram uma diferença significativa quanto aos marcadores bioquímicos (atividade da catalase) e indicadores de resistência (níveis de proteína carbonilada e sulfidrila totais) analisados em relação aos animais do grupo controle. Para averiguar se o aumento da resistência ao estresse oxidativo promovido pelo tratamento com extrato de carqueja depende da ativação dos fatores de transcrição SKN-1 e DAF-16, os ensaios de resistência ao estresse oxidativo foram repetidos usando mutantes de deleção ou “knockdown” para estes dois fatores. O tratamento com carqueja não aumentou a resistência ao estresse oxidativo dos mutantes skn-1(RNAi), sek-1 e daf-16. Por outro lado, também não foi observada a indução da localização nuclear nos animais tratados contendo gene repórter SKN-1::GFP e DAF-16::GFP. O presente trabalho sugere que EHC aumenta a resistência ao estresse oxidativo de uma maneira SKN/p38 MAPK e DAF-16 dependente. Porém, as análises de genes repórteres realizadas até o momento não corroboraram com estas observações.