Caracterização da atividade antioxidante do fulerol em infecções por Zika virus e Chikungunya virus.
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2023
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Resumo
Os arbovírus, Zika virus e Chikungunya virus, são de grande importância na
saúde pública, havendo milhares de casos todos os anos. Ambas apresentam risco
de epidemias, geram incontáveis gastos à saúde pública, além da possibilidade de
desencadear casos graves, levando ao óbito. A febre zika e a febre chikungunya
apresentam sintomas característicos de arboviroses como cefaleia, febre, dores pelo
corpo, musculares e nas articulações, ambas podem levar a complicações graves. Até
o momento não há vacinas ou tratamentos aprovados para estes vírus, tornando
necessário o desenvolvimento de terapias alternativas. Já é relatado o aumento de
espécies reativas de oxigênio (EROs) durante infecções virais, estudos sugerem que
a modulação de vias oxidativas pode estar relacionado à multiplicação viral e infecção
de novas células, logo, o controle de EROs e normalização das vias do elemento de
resposta antioxidante (ARE), podem ser estratégias no combate à infecção. O fulerol,
um nanomaterial derivado do fulereno de carbono C60, com alto poder antioxidante e,
capaz de sequestrar EROs, poderia ser uma alternativa. Nesse contexto, este trabalho
objetivou caracterizar a atividade antioxidante do fulerol em infecções pelos vírus Zika
e Chikungunya. Para tal, avaliou-se a citotoxicidade do composto em células VERO e
MRC-5. A atividade antioxidante foi avaliada pelo teste de EROs intracelular através
do indutor exógeno, peroxido de hidrogênio (H2O2), e no contexto das infecções pelos
vírus supracitados. Avaliou-se também a modulação dos vírus na transcrição da
principal via de resposta antioxidante (NRF-2/ARE), e os efeitos do tratamento com
fulerol. Os resultados demonstraram que o fulerol não apresentou efeito citotóxico nas
concentrações de 6250 a 0,76 nM, o peroxido, utilizado como indutor exógeno, não
presentou citotoxicidade nas concentrações de 0,1 a 26,6mM no período do estudo.
O fulerol foi capaz de reduzir os níveis de EROs, após indução com 1 e 10mM de
peroxido, nas concentrações de 6,25 a 0,781 nM e 25 a 0,195 nM, respectivamente.
O composto foi capaz de reduzir os níveis de EROs na infecção por Zika nas
concentrações de 12,5 a 0,781 nM, e para o Chikungunya nas concentrações de 6,25
a 0,781 nM, sendo a concentração de 3,125 nM a que apresentou maior capacidade
antioxidante em todos os contextos estudados. O fulerol em 3,125 nM foi capaz de
normalizar a modulação negativa na atividade transcricional da via NRF-2/ARE
causada pelo vírus Zika, porém não foi observado o mesmo efeito para o
Chikungunya, dando indícios da diferença dos mecanismos de modulação promovida
por cada vírus nessa via. O conjunto dos resultados sugere que o fulerol possui grande
capacidade antioxidante e potencial para auxiliar no tratamento contra os vírus Zika e
Chikungunya, ou na redução dos efeitos, causados por danos oxidativos, pela
infecção.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Zika virus, Chikungunya virus, Fulerol, Antioxidante
Citação
MALTA, Wellington Carvalho. Caracterização da atividade antioxidante do fulerol em infecções por Zika virus e Chikungunya virus. 2023. 96 f. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia) – Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2023.
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