DELET - Departamento de Letras
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3 resultados
Resultados da Pesquisa
Item Veredas e (re)configurações da formAção docente.(Editora UEMG, 2022) Carvalho, Carla Maria Nogueira de; Soares, Ivanete Bernardino; Costa, Mara Lúcia RodriguesItem I know why the caged bird sings : Letramento Racial Crítico em aulas de Língua Inglesa e a (des)construção identitária de estudantes negros brasileiros.(2022) Gonzaga, Marcela Cristina Fideles; Sól, Vanderlice dos Santos Andrade; Sól, Vanderlice dos Santos Andrade; Lima, Fernando Silvério de; Reis, Valdeni da SilvaEsta pesquisa está inserida na área da Linguística Aplicada (LA) e vem fazer coro aos estudos que alinham ensino-aprendizagem de Língua Inglesa (LI) e a identidade negra. A pesquisa buscou compreender de que maneira estudantes negros brasileiros do Ensino Médio de uma escola pública na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerias, (des)constroem suas identidades expostos a práticas de Letramento Racial Crítico (LRC) (FERREIRA, 2014; 2015) em aulas de LI. A pesquisa investigou como práticas de LRC em aulas de LI se relacionam com o enfretamento das violências raciais que atravessam a negritude dos sujeitos negros participantes da pesquisa. A pesquisa também buscou analisar de que maneira a professoraparceira (des)constrói conhecimento sobre educação antirracista a partir do planejamento e regências das práticas de LRC em colaboração com a pesquisadora. Assim sendo, o estudo se configura como qualitativo e de modalidade pesquisa açãocolaborativa (THIOLLENT, 2011; PIMENTA, 2005; LEITE, 2014). As práticas de LRC foram construídas colaborativamente, tendo como suporte o texto literário I know why the caged bird sings, uma autobiografia da escritora estadunidense Maya Angelou (2000), e foram também embasadas na teoria do Letramento Literário Crítico (LLC) (ZAPPONE, 2008; LOURENÇO, 2011; SANTOS; 2015). O corpus foi gerado a partir de questionários semiestruturados, entrevistas semiestruturadas, notas de campo e uma narrativa escrita. Os dizeres dos participantes da pesquisa foram analisados à luz das perspectivas discursiva, da LA e de noções advindas da psicanálise freudolacaniana. A partir da análise do corpus, foi possível visualizar momentos de identificação dos aprendizes com a história de vida da escritora, que narra sua infância, adolescência e juventude nos Estados Unidos da América (EUA) vítima do racismo e das Leis Segregacionistas Jim Crow. Os resultados apontam que, diante de práticas de Letramento Literário Racial Crítico (LLRC), conceito que o estudo tenta propor, aprendizes negros se (des)constroem identitariamente sob efeito de sentimentos de angústia e indignação frente às desigualdades raciais perpassadas na sua realidade e se movimentam para um estado de tomada da palavra (SERRANIINFANTE, 1998; INFANTE, 2013) que os posicionam significativamente dentro das relações de poder em que eles estão inseridos. As análises do corpus também revelam que o uso do texto literário como suporte de práticas de LRC colaboram para o enfrentamento das violências silenciosas acordadas na cordialidade do racismo à brasileira (MUNANGA, 2020) e no fortalecimento dos aprendizes, especialmente tratando do ícone identitário da negritude: o cabelo crespo. Os dizeres da professoraparceira do estudo revelam a carência da formação antirracista de professores de LI e apontam a urgência de uma formação propositalmente antirracista. Os resultados revelam que a professora- -parceira (des)constrói conhecimento sobre a relevância da contextualização sócio- -histórica das práticas antirracistas e da presença de vocabulário específico sobre as relações raciais brasileiras na sala de aula, sobre o “mito da inferioridade do negro” (MUNANGA, 2020; GOMES, 2002) e sobre a importância do diálogo formativo antirracista na sua formação. Dessa forma, entendemos que práticas de LRC nas aulas de LI corroboram a (des)construção identitária de aprendizes negros, movimentando-os para o fortalecimento das suas negritudes.Item O livro didático e os privilégios da branquitude na formação de professores de Língua Inglesa.(2021) Drumond, Erick Soares; Gonçalves, Clézio Roberto; Gonçalves, Clézio Roberto; Muniz, Kassandra da Silva; Araujo, Ridalvo Felix deEste trabalho é fruto de observações advindas da sala de aula da Educação Básica com relação a episódios de desvalorização da identidade negra e de supervalorização da identidade branca por parte dos estudantes. Nesse sentido, buscou-se investigar de que maneira o livro didático utilizado no curso de formação de professores de língua inglesa da Universidade Federal de Ouro Preto pode ser um instrumento de apoio e fomento à discussão étnico-racial, capaz de preparar o professor para incorporar esse debate às suas aulas. Para isso, buscou-se traçar a construção das identidades raciais no Brasil com ênfase na denúncia à tratativa dada a brancos no processo de construção do nosso país em detrimento da busca constante por apagamento da identidade negra. Então, através do arcabouço teórico da linguística aplicada crítica e das teorias relacionadas à temática étnico-racial, foram analisadas imagens de três volumes da quarta edição da coleção New Headway, adotada no curso de formação de professores de língua inglesa da Universidade Federal de Ouro Preto, sempre com um olhar atento aos momentos em que há a perpetuação dos privilégios simbólicos (associação dessa identidade à beleza, ao sucesso e à inteligência) e materiais (o acúmulo de bens e o acesso à educação, saúde e emprego) dos quais usufruem a branquitude. A partir de nossas investigações, percebeu-se que os volumes analisados trazem pessoas brancas representadas quase que na totalidade de suas páginas, ao passo em que a identidade negra aparece com muito menos frequência e quase sempre associada à presença de brancos. Além disso, essas páginas refletem os privilégios da branquitude e trazem essa identidade ocupando espaços designados unicamente a ela no decorrer do material. Embora em poucos momentos a identidade negra apareça refletida em alguma profissão menos popular ou gozando de algum espaço de chefia, essa presença se dá sem qualquer fomento ao debate étnico-racial, fazendo com que o material invisibilize essa diferença, o que acaba servindo como um dispositivo que alimenta os mitos da meritocracia e da democracia racial. As imagens mostram um lugar de prazer e encantamento e ocultam as barreiras que impedem que outras identidades raciais usufruam de tudo isso, sendo a principal delas o racismo estrutural que acaba por ser a base da construção das nossas relações e leituras de mundo.