DELET - Departamento de Letras
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Item Astúcias de Penélope : Sérgio Buarque lê Cláudio.(2021) Maciel, Emílio Carlos RoscoeReflexão sobre os limites e possibilidades de uma abordagem radicalmente historicista do passado literário, este artigo discute a impressionante análise de um soneto de Cláudio Manuel por Sérgio Buarque de Holanda, tomando por eixo as tensões entre de um lado, o compromisso de fazer jus ao horizonte de expectativas do período e, de outro, a dificuldade de estabelecer uma moldura final apta a abarcar a densa rede de alusões espreitando o poema. Explorar as implicações retóricas e teóricas desses e outros impasses é o que nos propomos a fazer no presente artigo.Item Escapando do supermercado cultural : Ngũgĩ wa Thiong’o e os usos da narrativa de vida.(2021) Cândido, Marcelo França Marques; Amorim, Bernardo Nascimento de; Amorim, Bernardo Nascimento de; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Cornelsen, Elcio Loureiro; Bispo, Fábio SantosImportante escritor e pensador pós-colonial, Ngũgĩ wa Thiong’o nasceu no Quênia em 1938 quando o país ainda se via sob o domínio imperial britânico, em vias de se transformar em palco da turbulenta guerra de independência. Nessa dissertação, nos centramos na análise do livro Sonhos em tempo de guerra: memórias de infância de Ngũgĩ no qual, muito mais do que narrar sua infância e adolescência na terra natal e trazer várias reflexões sobre aquele tempo e espaço para a nação, também cria um intrincado projeto com vários vetores de fuga do que Stuart Hall chama de “supermercado cultural”, efeito consequente da globalização no qual as identidades parecem flutuar livremente, disponíveis para que as usemos ou não, produtos do neoliberalismo. Autores pós-coloniais, nesse sentido, fariam parte do crescente interesse pósmoderno no consumo deliberado de identidades. Após levantarmos a trajetória intelectual de Ngũgĩ e, em seguida, a questão da mercadologização do pensamento/narrativas pós-coloniais, buscamos analisar seu relato memorialístico num movimento de contração e expansão, encontrando redes de sentido que perpassam a própria obra, e outras que a extrapolam, convocando diálogos com diversos autores – principalmente pós-coloniais –, no intuito de apontar que a obra pressente a homogeneização cultural característica do contemporâneo e, assim, cria rotas de fuga para se complexificar o suficiente para não ser absorvida pelo mercado. Assim, será possível perceber que, para densificar sua obra, Ngũgĩ incorre em dois principais assuntos: a questão da Memória Cultural e a apresentação da formação do sujeito em sua singularidade.Item Elitismo para o povo : Cesário Verde e a estética anti-burguesa.(2020) Maciel, Emílio Carlos RoscoeLeitura de um dos poemas mais intrigantes de Cesário Verde, este ensaio discute os modos pelos quais o texto de “Humilhações” tenta lidar com a natureza centrífuga e disruptiva da experiência moderna, tomando como primeira moldura de referência o novo frisson inaugurado pelas Flores do mal de Baudelaire. Ao mesmo tempo, ao analisar a violenta mudança de tom e velocidade nas últimas duas estrofes — quando o narrador deixa o átrio do teatro para descobrir-se bem no meio de um confronto entre povo e polícia —, procura-se mostrar, de um lado, como ao longo do poema o compromisso de dar rosto e voz aos novos atores políticos anda de mãos dadas com um intenso respeito pela opacidade e inacabamento dessa condição, e, de outro, as estratégias formais concebidas para honrar tal aposta.Item Memória e tradição : um estudo toponímico dos nomes de bairros mais antigos de Ouro Preto - MG.(2021) Fernandes, Fernanda Kelly Mineiro; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Antunes, Álvaro de Araújo; Carvalho, Ana Paula Mendes Alves deAo nomear as coisas à sua volta, o homem representa um mundo não só físico, mas também mental, emocional e intelectual, em que ele identifica pessoas e se identifica com pessoas, com grupos sociais e consigo mesmo. A linguagem é uma forma de se relacionar com o mundo, portanto, um instrumento fundamental no processo de constituição do sujeito e construção da sociedade. O homem usa o léxico para expressar ideias e sentimentos. Desse modo, a representação de um lugar por meio da linguagem constitui-se como uma importante prática social que implica sobre as construções identitárias. Assim, pessoas agem sobre o mundo e sobre outras pessoas. Partindo desse princípio, este trabalho teve como objetivo maior contribuir com a memória cultural da cidade de Ouro Preto – MG por meio do estudo toponímico dos nomes dos bairros ouro-pretanos mais antigos. Tomamos como princípios teóricos-metodológicos, as orientações da Toponímia e de disciplinas afins com ênfase nas categorias taxonômicas, que representam as principais motivações toponímicas brasileiras, sugeridas por Dick (1990), além do método dialetológico utilizado por Dauzat (1926). Ao discorrermos sobre o léxico e o ato de nomear um lugar, tomamos como base teórica, principalmente, Biderman (2001), Isquerdo (2001) e Seabra (2004; 2006). Ao considerarmos a sociedade e sua cultura nos estudos de sua linguagem, nos fundamentamos, principalmente, em Duranti (2000). No que concerne à memória cultural, fundamentamo-nos, sobretudo nos estudos de Assmann (2011). A Toponímia é concebida, no âmbito desta pesquisa, como um ramo da Onomástica que investiga os nomes próprios de lugares. Logo, um ramo dos estudos linguísticos mais especificamente dos estudos do léxico da língua. Ao considerar a interface entre língua, léxico, história, cultura e geografia, a Toponímia configura-se como uma disciplina com forte caráter interdisciplinar, dialogando com a cartografia, a história e a antropologia, entre outras áreas. O recorte toponímico investigado compreendeu 10 nomes de bairros ouro-pretanos na sincronia atual, os quais compõem o corpus da pesquisa e serão apresentados em fichas lexicográfico-toponímicas, de acordo com o modelo de Dick (1990). Com a presente pesquisa, buscou-se fomentar uma reflexão referente à motivação toponímica e a importância desses estudos para a sociedade, na medida em que o ato denominativo fornece pistas sobre aspectos históricos, sociais e culturais de uma comunidade. Portanto, propusemonos a realizar este estudo, a fim de resgatar parte da memória de Ouro Preto e contribuir para os estudos lexicais por meio do exame da toponímia urbana da cidade em destaque, mais especificamente, dos bairros antigos desse município mineiro, a saber: Alto da Cruz, Antônio Dias, Cabeças, Morro da Queimada, Morro São João, Morro Santana, Padre Faria, N. S. do Pilar, N. S. do Rosário e Taquaral, importante na constituição da história do país.Item Tear de reminiscências : memória, viagem e imagem em outros cantos, de Maria Valéria Rezende.(2021) Lobo, Isabela Rodrigues; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Gama, Mônica Fernanda Rodrigues; Rezende, Carolina Anglada de; Silva, Fabiana Carneiro daEsta dissertação é uma leitura do romance contemporâneo Outros cantos, de Maria Valéria Rezende, com enfoque na inerente relação entre as dimensões da memória, a viagem e a experiência do olhar. A memória é elo central a partir do qual norteamos esta pesquisa na qual refletimos e analisamos os processos de lembrança na instância da produção literária – especificamente, no romance Outros cantos, de Maria Valéria Rezende –, por meio dos estudos mnemônicos empreendidos por: Maurice Halbwachs, Aleida Assmann e Jan Assmann. Ademais contemplamos as concepções basilares de literatura contemporânea, de literatura de viagem e de visibilidade cunhadas pelos estudiosos: Karl Eric Schøllhammer, Erich Auerbach, Jacques Ranciére, Flora Süssekind, Georges Didi-Huberman, Walter Benjamin, Sérgio Cardoso, Marilena Chaui, Alfredo Bosi, Eurídice Figueiredo e Edward Said. No romance Outros cantos a memória é uma chave de leitura importante que permeia toda a narrativa. A protagonista Maria, por meio de rememorações confronta uma imagem remota do sertão nordestino, no contexto do pós-golpe de 1964, à imagem contemporânea, que é percebida dentro de um ônibus, em 2014, durante uma viagem de retorno aos vilarejos do semiárido. Partindo desses dois contextos surgem diversos desdobramentos da memória na obra. Na esfera individual, a protagonista reflete sobre o cenário e a vida sertaneja, nas duas temporalidades. Nesse movimento de resgate de sua própria história, por parte da narradora-personagem, são apresentados causos relatados por ela e pelos moradores do povoado em rodas de contação de histórias – o que configura a dimensão coletiva e cultural da lembrança. Visto que as rememorações estão presentes em diversos planos do romance – individual, afetivo, coletivo, cultural e simbólico –, constata-se que a memória é um ponto essencial para a compreensão da narrativa, e por isso o foco desta investigação.Item Lúcio Cardoso, Cornélio Penna e a retórica do Brasil profundo.(2015) Morais, Franklin Farias; Maciel, Emílio Carlos RoscoeObjetivou-se examinar a pertinência de Lúcio Cardoso e Cornélio Penna, em suas obras mais cultuadas, respectivamente Crônica da Casa Assassinada e A Menina Morta, no quadro das linhas interpretativas da historiografia literária brasileira, tentando entender, por um lado, a relação com a formação social brasileira em suas instituições mais significativas, sobretudo a família e a escravidão, e, por outro, a relação dos escritores com a formação do cânone literário nacional em suas balizas de pertencimento e exclusão.Item “De mim não desespere nunca” a memória do modernismo nas cartas de Mário, Bandeira e Drummond.(Programa de Pós-Graduação em Letras. Departamento de Letras, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto, 2013) Araújo, Paulo Henrique; Maciel, Emílio Carlos RoscoeConsiderando basicamente as discussões relativas ao processo de gênese literária no decurso da correspondência entre Carlos Drummond e Mário de Andrade, bem como das cartas entre o escritor paulistano e Manuel Bandeira, pretendemos analisar alguns poemas integrantes de duas obras do Modernismo brasileiro: Alguma Poesia (1930) e Libertinagem (1930). Utilizando os pressupostos teóricos da Crítica Genética, identificaremos, nos textos analisados, indícios de refacções, a partir de supressões, rasuras e propostas de reelaboração, apontadas entre os três missivistas, considerando o recorte temporal compreendido entre a Semana de Arte Moderna de 1922 e o início de 1945, ano em que a correspondência é interrompida pela morte prematura de Mário de Andrade. Organizando um estudo sistemático das cartas, apresentaremos, ainda no contexto da historiografia do Modernismo brasileiro, a importância de vetores como o engajamento social do artista na abordagem dos problemas enfrentados pela nação, a legitimação de uma língua nacional e seu consequente afastamento do legado lusitano como questões centrais dos debates sobre o nacionalismo literário, além da valorização da memória e da cultura brasileira, frequentemente apontada como primitiva e primitivista no início do século XX.Item Geração suplemento : memória e representação cultural.(Programa de Pós-Graduação em Letras. Departamento de Letras, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto., 2012) Nunes, Eliana Miriam Ferreira; Mindlin, Dulce Maria VianaEste trabalho apresenta a atuação do grupo denominado Geração Suplemento, no final da década de 60 e início dos anos 70 em Minas Gerais no periódico Suplemento Literário do Minas Gerais, como modo de refletir e analisar os modos de representação do grupo e da memória através da abordagem de textos produzidos e dedicados aos intelectuais que compunham esse grupo. A representação e a memória da Geração Suplemento foram abordadas por meio da análise de dois números especiais publicados no periódico, “Os Novos I e II”, de três séries dedicadas aos escritores que faziam parte do grupo, sendo elas: “O escritor mineiro quando jovem”, “Os novos de toda parte” e “Os novos em Antologia” e do estudo do romance Os Novos de Luiz Vilela, no qual pensamos a relação ficção/discurso factual. Com isso, buscou-se um diálogo entre as produções desses escritores de maneira a perceber como essas produções corroboraram para compor a identidade e a biografia do grupo.