DELET - Departamento de Letras
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Item Pode uma literatura imensa?(2019) Souza Júnior, José Luiz Foureaux deO romance de Frederico Lourenço, Pode um desejo imenso(2005), oferece oportunidade de retorno a Camões, desta feita, por meio de uma leitura ficcionalizada. O presente artigo tenta esmiuçar essa ficcionalização – a realizada pelo romance – abordando o texto do romance pelo viés da Psicanálise. O movimento privilegia o contorno intertextual da “leitura” que o narrador do romance oferece ao leitor. Partindo deste pressuposto, o artigo se desenvolve buscando apontar como a leitura ficcionalizada, que o texto do romance apresenta, deixa aberta a possibilidade de releitura do próprio Camões. Os argumentos ficcionais utilizados pelo narrador do romance são a chave para o retorno a Camões, desta feita, inusitado pela articulação intertextual que se propõe. O campo da Literatura Comparada é o perí- metro crítico e teórico por onde a proposta do artigo se desenvolve. A Psicanálise, como referido, desempenha seu papel instrumental, sustentando algumas das hipóteses apresentadas pelo artigo.Item Astúcias de Penélope : Sérgio Buarque lê Cláudio.(2021) Maciel, Emílio Carlos RoscoeReflexão sobre os limites e possibilidades de uma abordagem radicalmente historicista do passado literário, este artigo discute a impressionante análise de um soneto de Cláudio Manuel por Sérgio Buarque de Holanda, tomando por eixo as tensões entre de um lado, o compromisso de fazer jus ao horizonte de expectativas do período e, de outro, a dificuldade de estabelecer uma moldura final apta a abarcar a densa rede de alusões espreitando o poema. Explorar as implicações retóricas e teóricas desses e outros impasses é o que nos propomos a fazer no presente artigo.Item Um livro por vir : autobibliografia(s) de Silviano Santiago.(2020) Maciel, Emílio Carlos RoscoeLeitura de Uma literatura nos trópicos, de Silviano Santiago, esse ensaio explora as tensões entre dito e implicado na arquitetura do livro, tomando como ponto de partida, de um lado, certos ecos telescópicos ligando algumas passagens decisivas, e de outro, a invisível teia de reverberações criada por tais ecos ao longo de todo o volume. Ao mesmo tempo, ao destacar a curiosa mescla de reverência e transgressão que constitui essa prosa, traço evidente no modo como Silviano cita e exorbita autores como Antonio Candido e Jacques Derrida, procura-se demonstrar como, nesse livro fundador, a autoridade associada ao amplo e ousado escopo de sua assinatura caminha lado a lado com uma profunda e paciente atenção aos impasses e pontos cegos que perturbam, em nível molecular, todo e qualquer texto.Item Abrindo a Caixa de Pandora : o ensaio como exorbitância.(2020) Maciel, Emílio Carlos RoscoeReflexão sobre os limites e possibilidades do ensaio como forma, esse artigo aborda as tensões entre, de um lado, o inacabamento estrutural inerente ao gênero – marcado pelo incansável compromisso em colocar em questão suas próprias premissas – , e, de outro, os constrangimentos institucionais usualmente associados à escrita acadêmica, cujas convenções e superstições, de um modo geral, operam como uma espécie de mecanismo defensivo contra a ameaça anti-fundacionista da tradição ensaística.Item Metonímias do desejo.(2016) Souza Júnior, José Luiz Foureaux deO presente artigo tenta articular leitura comparativa de três textos fragmentos de um romance, uma carta e fragmentos poéticos (de Guimarães Rosa, António Nobre e Álvaro de Campos, respectivamente) sob o signo da ausência do corpo. Na textualidade de cada um dos gêneros contemplados pelo olhar do leitor, a corporalidade se faz ausente de formas diferenciadas, articulando discursos metonímicos de um mesmo desejo, ainda que não necessariamente nominado. A perspectiva comparatista e o aparato psicanalítico se fazem operacionalmente interessantes e eficazes.Item Nas entrelinhas do desejo : uma carta.(2015) Souza Júnior, José Luiz Foureaux deEste artigo pretende apresentar a leitura/ análise de trecho de uma das cartas escritas por António Nobre a Alberto de Oliveira. Esta análise faz parte das atividades de investigação da correspondência entre os dois poetas, no âmbito do estágio sênior realizado na Universidade de Coimbra, financiado pela Capes. O que se pretende é apresentar uma possibilidade de interpretação do texto de uma das cartas de António Nobre, a partir do pressuposto do homoerotismo como categoria de abordagem de textos literários. O foco na amizade entre os dois poetas enseja a coerência do enfoque escolhidos, amparado por ideias de Roland Barthes, Sigmund Freud, Jurandir Freire Costa e Eve Kosofsky Sedgwick. O trabalho se circunscreve ao âmbito da Literatura Comparada em seu capítulo reconhecido como Estética da recepção.Item Ensinar língua portuguesa na Croácia : primeiras anotações de uma experiência.(2014) Souza Júnior, José Luiz Foureaux deO presente texto apresenta uma serie de consideracoes de ordem pratica. A experiencia de ensinar Lingua Portuguesa como lingua estrangeira, sobretudo com a atencao voltada para a apresentacao da variante” brasileira para alunos croatas e o ponto de origem destas observacoes. O texto nao traz nenhuma consideracao de ordem “teoric” nem, tampouco, oferece elementos para o esboco de metodologias inovadoras dependentes de instrumentos variados, para alem dos tradicionais. O que se quer, na verdade, e estabelecer parametros de comparacao com outras praticas, a partir de uma experiencia concreta que parte de um pressuposto subjetivo: o uso de recursos pessoais e certa dose de criatividade como instrumentos de operacionalizacao do convivio dos alunos croatas com a Lingua Portuguesa.Item Ecos e reverberações : o caminho (oculto) da amizade.(2015) Souza Júnior, José Luiz Foureaux deO presente artigo pretende esboçar um caminho de leitura de um conto de Mário Cláudio: “António Nobre e Alberto de Oliveira”. Na abrangência da Literatura Comparada em seu capítulo dedicado à Estética da Recepção a leitura apresenta se desenvolve a partir da articulação de dois conceitos fundamentais: homossociabilidade e homoerotismo. Na perspectiva de leitura a que se circunscreve, este trabalho procura se orientar por um arcabouço teórico que conta com ideias oriundas da Psicanálise (Freud e Lacan) e da Sociologia (Bourdieu). Ainda que eclipsadas, estas ideias contam com o respaldo do raciocínio de Michel Foucault. Sem a pretensão de ser definitivo, dado que se trata de trabalho originado e pesquisa pós-doutoral ainda em andamento, o presente artigo procura desenvolver leitura instigante do conto que aponta para uma releitura da correspondência entre os dois poetas que dão título à narrativa de Mário Cláudio.Item As paralelas que se encontram : elucubrações acerca da leitura de “Sargento Garcia”, de Caio Fernando Abreu.(2010) Souza Júnior, José Luiz Foureaux deO artigo pressupõe a análise de um texto, sob a perspectiva do olhar homoerótico. Em termos de linguagem, o homoerotismo manifesta uma poética do olhar, na insinuação de formas, na dança dos gestos e na possibilidade do encontro. A tradução desses dêiticos para a ficção é o passo a mais dado por Caio Fernando Abreu: sua expressão para os desejos por meio de palavras. A releitura que aqui se apresenta busca tirar proveito da imagem de uma impossibilidade: o encontro de duas retas paralelas, para falar da “infinitude” de possibilidades de leitura que um texto suscita.Item Nacionalidade como metáfora : fronteira (possíveis?) entre Literatura e História.(2000) Souza Júnior, José Luiz Foureaux deO presente texto defende a possibilidade de se delinear outras perspectivas da leitura da nacionalidade, considerada enquanto metáfora cultural de uma realidade político-social. O artigo não desenvolve em profundidade a análise das narrativas referidas, pela simples razão de que se quer apenas problematizar a questão. A teorização implícita refaz os encaminhamentos até aqui realizados pelos estudos de História e historiografia, apontando para possibilidades do exercício crítico dessa escrita no campo do literário numa perspectiva absolutamente independente dos parâmetros positivistas. Sem se deter em pormenores de ordem teórica, esse artigo apresenta pontos de vista diferenciados para a leitura do "cânone" tomado como uma construção discursiva da crítica, sem o poder de definir ou. mesmo legitimar a produção ficcional de qualquer autor. Assim, a leitura que se produz a partir desse operador, a "nacionalidade" não referenda o cânone já estabelecido, mas busca demarcar o campo de consolidação de cânones outros, que são fruto de leituras e releituras, a partir de "protocolos" que tornam a operacionalizar os mesmos conceitos.