PPGECRN - Doutorado (Teses)

URI permanente para esta coleçãohttp://www.hml.repositorio.ufop.br/handle/123456789/469

Navegar

Resultados da Pesquisa

Agora exibindo 1 - 10 de 15
  • Item
    Impactos da área de empréstimo da construção de um reservatório (UHE Emborcação) sobre a geomorfologia fluvial e a comunidade de macroinvertebrados bentônicos em um córrego de baixa ordem.
    (2022) Silva Junior, Cláudio Tavares; Sant'Anna, Eneida Maria Eskinazi; Leite, Mariangela Garcia Praça; Sant'Anna, Eneida Maria Eskinazi; Lana, Cláudio Eduardo; Itabaiana, Yasmine Antonini; Rocha, Odete; Barroso, Gilberto Fonseca
    A demanda por energia elétrica é crescente e tem relação direta com o aumento populacional, desenvolvimento econômico e produção. O aumento da demanda de energia elétrica causou um aumento na demanda por matrizes energéticas renováveis. No Brasil, a principal matriz energética é a hídrica. No entanto, a construção de Usinas Hidroelétricas causa grande degradação no ambiente como perda de solo e cobertura vegetal, erosão, assoreamento de corpos d’água e perda de serviços ecossistêmicos. Esse projeto contempla uma proposta para recuperação do córrego Pedra Branca afetado pelos impactos da área de empréstimo da construção da UHE de Emborcação, Catalão, Goiás. O estudo teve como objetivos: i) analisar o processo de degradação de um córrego de 2° ordem, em função de alterações drásticas na matriz de paisagem adjacente e; ii) avaliar através de experimentos in situ se a disponibilidade de substratos artificiais simulando microhabitats fluviais (folhas, folhiço, pedras) contribuiu para o aumento da diversidade e abundância de macroinvertebrados bentônicos. O córrego Pedra Branca teve o seu ciclo hidrossedimentar afetado pela degradação da área de empréstimo situada em sua cabeceira. Nossos resultados indicaram a contribuição da área de empréstimo na alteração do perfil geoquímico dos sedimentos do córrego Pedra Branca e que a riqueza e composição de macroinvertebrados também foram afetadas pelo desequilíbrio causado no córrego. A implementação de atratores aumentou a heterogeneidade do leito do córrego Pedra Branca e promoveu um aumento na biodiversidade de macroinvertebrados, indicando alta resiliência e boas perspectivas de uso para a restauração ecológica do córrego. Nossos resultados demonstram uma necessidade para novas abordagens em estudos de impactos ambientais em ambientes lóticos e também para o estabelecimento de novos requisitos para processo de mitigação de tais impactos.
  • Item
    Contribuições à estratigrafia neocenozoica do Quadrilátero Ferrífero a partir do reconhecimento e caracterização de leques aluviais dissecados.
    (2023) Lopes, Fabricio Antonio; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Lana, Cláudio Eduardo; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Costa, Adivane Terezinha; Lima, Carlos Cesar Uchoa de; Santos, Gisele Barbosa dos; Barros, Luiz Fernando de Paula
    A geomorfologia da região do Quadrilátero Ferrífero é marcada por serras altas, rios encaixados e vales amplos, extremamente propícia ao desenvolvimento de leques aluviais. Apesar de propícia, escassos são os trabalhos que focaram no entendimento da referida feição geomorfológica e sedimentar. Este estudo buscou entender a gênese e evolução dos leques aluviais inconsolidados do Quadrilátero Ferrífero, acrescentando suas análises aos estudos sobre a estratigrafia neocenozoica regional, principalmente àqueles voltados à reconstituição paleogeográfica. Para identificar os leques aluviais foram realizadas análises da literatura geomorfológica e dos mapas geológicos da região que direcionaram os trabalhos de campo, onde foi possível o reconhecimento efetivo dos depósitos. Uma vez reconhecidos, os mesmos foram alvo de mapeamentos, análises morfométricas, morfológicas e sedimentológicas. Além disso, os sedimentos das fácies mais representativas foram coletadas e enviadas para datação por luminescência opticamente estimulada (LOE). A coleta foi realizada em tubos de metal com amostrador e alavanca específicos e desenvolvidos para minimizar problemas relacionados ao caráter rudáceo dos sedimentos. As análises morfológica e morfométrica permitiram evidenciar uma descaracterização do formato (semi-cônico) natural dos leques aluviais devido a atuação de processos naturais, representados pela expressiva incisão da rede de drenagem e, antrópicos, figurados pela abertura de estradas, loteamentos, atividades mineiras e agropecuária. Apesar disso, os leques do Quadrilátero Ferrífero apresentam características morfométricas similares aos parâmetros estabelecidos pela literatura especializada nacional e internacional. A presença de Itabiritos e minerais ferrosos possibilitou a segregação entre depósitos de leques aluviais e meras rampas de colúvio. Os estudos das fácies sedimentares dos leques aluvias do Quadrilátero Ferrífero evidenciaram ausência de processos agradacionais, estando os mesmos inativos. Cerca de 40% das fácies encontradas são de fluxos de detritos plásticos (Gmm) e pseudoplásticos (Gcm) intercaladas a eventuais fácies de preenchimento de canal (Gt), fluxos hiperconcentrados (Sm) e de lama (Fm). Cerca de 91% são cascalhosas. Importante destacar que as características sedimentares também estão similares com parâmetros e modelos propostos pela literatura especializada. Os dados de geocronologia obtidos por LOE elucidaram importância da utilização dos amostrador e alavanca para melhor aproveitamento do tempo e qualidade das amostras. Além disso, a utilização do protocolo SAR de 15 alíquotas foi fundamental para obtenção de idades confiáveis, onde os grãos de quartzo demonstraram alta sensibilidade e curvas dose-resposta adequadas, permitindo melhores reflexões e confiabilidade das idades. Com exceção ao leque aluvial Chapada da Canga, cuja idade máxima estimada remonta ao Neo-Oligoceno, os leques aluviais inconsolidados do Quadrilátero Ferrífero tiveram sua gênese ao longo do Pleistoceno. Na maioria das vezes essa gênese relaciona-se a um clima seco, com possível retração da vegetação e preenchimento sedimentar dos vales fluviais. A colmatação de fácies holocênicas em clima seco também foi elucidada nos leques da Serra de Ouro Branco (9.710 ka) e do Complexo Bonfim Setentrional (9.300 e 9.500 ka). A jovem fácies Gmm do leque 1 do Complexo Bonfim Setentrional, de 3.730 ka, relaciona-se ao retrabalhamento de sedimentos mais antigos. O principal reflexo da tectônica Cenozoica no contexto dos leques aluviais do Quadrilátero Ferrífero refere-se à forte incisão fluvial holocênica, provocada por soerguimentos da plataforma continental brasileira. Na mesma medida em que a referida dissecação fluvial gerou os terraços da região, também recortou os sedimentos dos leques aluviais. Essa dinâmica associada ao uso e ocupação do terreno são os fatores que descaracterizaram os depósitos, levando os mesmos a serem confundidos com meras pilhas estéreis de cascalhos erodidos e vegetados.
  • Item
    Couraças ferruginosas em superfícies de cimeira na Serra do Espinhaço Meridional : gênese e evolução macromorfológica, micromorfológica, mineralógica e geoquímica.
    (2022) Milagres, Alcione Rodrigues; Oliveira, Fábio Soares de; Varajão, Angélica Fortes Drummond Chicarino; Oliveira, Fábio Soares de; Mucida, Danielle Piuzana; Alves, Grace Bungenstab; Leão, Lucas Pereira; Knauer, Luiz Guilherme
    Formações superficiais com enriquecimento supergênico de ferro, alumínio, titânio e outros elementos residuais são comuns em regiões tropicais. A paisagem brasileira se insere neste contexto, sendo, por sua história evolutiva, caracterizada pela frequente presença de espessos mantos de alteração laterítica, que são bastante generalizados nas diversas regiões bioclimáticas, e dentre elas os altos relevos do sudeste. Minas Gerais é um estado brasileiro que se destaca pela ocorrência de mantos lateríticos, considerando que das seis principais áreas de ocorrência de couraças ferruginosas do país, três são encontrados neste estado, sendo dois destes na Serra do Espinhaço Meridional. Situada a leste do Cráton São Francisco e sobre o Cinturão Araçuaí, as superfícies de cimeira dessa Serra contêm couraças ferruginosas com propriedades muito particulares e cujo estudo pode enriquecer o estado da arte dos conhecimentos geológicos, pedológicos e geomorfológicos relativos a estes materiais. Pesquisadores já analisaram algumas características das couraças do Planalto de Diamantina e concluíram que são derivadas de filitos hematíticos, a partir de processos de enriquecimento relativo e absoluto. Entretanto, não existem estudos com a abordagem faciológica associada a análises macromorfológicas, micromorfológicas, mineralógicas e geoquímicas para uma efetiva interpretação da gênese e evolução das couraças na paisagem. A partir desta motivação, este trabalho buscou compreender a gênese, evolução e degradação de couraças ferruginosas situadas nas altitudes mais elevadas do Planalto de Diamantina, suas filiações litológicas e transformações pedogenéticas, determinando o contexto de evolução de cada fácies de alteração identificada e a relação entre elas. Para tal foram realizados trabalhos de campo envolvendo o reconhecimento geral da área e coleta de amostras, descrições macromorfológicas, análises mineralógicas (DRX), geoquímicas (FRX e ICP-OES e MS), análises micromorfológicas (Microscopia Óptica, MEV), microquímicas (EDS e WDS) e cartográficas. Os resultados evidenciam que as couraças ocorrem preferencialmente sobre a Formação Sopa-Brumadinho e sobre platôs elevados do Planalto Diamantina, onde foram encontrados dois tipos de perfis de couraças ferruginosas representativos para a região: (i) Perfil do Tipo 1 composto por uma couraça placoidal (isalterítica) originada in situ a partir da ferruginização e alteromorfização do bandamento de um hematita filito e que evolui para uma bauxita ferruginosa; (ii) Perfil do Tipo 2 representado por uma couraça maciça formada in situ pela laterização com enriquecimento relativo gradual de Fe a partir de um quartzo-fengita filito, que evolui para uma zona mosqueada, nodular e então a couraça maciça que ao ser degradada é transformada em um espesso Latossolo. Outra couraça encontrada nessa região é o ferricrete nodular, que consiste na cimentação de um paleopavimento pedregoso constituído por quartzos. Essa couraça, diferente das couraças maciça e placoidal, é formada pela acumulação absoluta de Fe. Todas essas couraças ferruginosas e materiais correlatos no Planalto de Diamantina reforçam a importância do clima, do relevo e principalmente do material de origem para suas distintas gêneses e evoluções.
  • Item
    Paleoflora e palinologia da Paleolagoa Seca (Catalão, GO, Brasil) e implicações para a paleoecologia da região meridional do Cerrado.
    (2022) Follador, Gabriela Luíza Pereira Pires; Varajão, Angélica Fortes Drummond Chicarino; Cassino, Raquel Franco; Rodrigues, Jonathas de Souza Bittencourt; Cassino, Raquel Franco; Kozovits, Alessandra Rodrigues; Sousa, Hildeberto Caldas de; Gomes, Makênia Oliveira Soares; Garcia, Maria Judite
    O presente estudo traz informações inéditas a respeito das condições paleoambientais e paleoclimáticas da Paleolagoa Seca, um depósito fossilífero do Quaternário Superior de origem lacustre situado no complexo ultramáfico-alcalino-carbonatítico (Catalão I) do município de Catalão, Goiás, Brasil. Neste estudo foram realizadas análises de 171 folhas fósseis encontradas no nível fossilífero do afloramento da Paleolagoa Seca. Foram realizadas nas folhas a Análise da Margem Foliar (AMF), Análise da Área Foliar (AAF) e a identificação taxonômica de cada espécime. Para essas análises foram utilizados modelos matemáticos baseados em equações lineares univariadas com calibrações para o Hemisfério Sul para determinar a temperatura e precipitação local na época de deposição dessas folhas. A fim de obter um resultado mais condizente com a realidade, os modelos matemáticos foram submetidos previamente a uma floresta moderna com condições geográficas similares às da Paleolagoa Seca, a Estação Ecológica do Panga. Dos 10 modelos utilizados para determinar a Temperatura Média Anual (TMA), seis apresentaram valores próximos à realidade e as outros 4 superestimaram a temperatura, sendo então desconsideradas. Quanto aos modelos utilizados para estimativa da Precipitação Média Anual (PMA) todos os cinco utilizados apresentaram valores próximos à realidade. A TMA atual do município de Catalão é de 22,6°C e os resultados obtidos por meio da AMF variaram entre 22,6°C e 26,6°C, a PMA atualmente é de 1434 mm, e os resultados obtidos por meio da AAF variaram entre 647 a 948 mm. Além das análises dos macrofósseis vegetais, também foram realizadas análises de Difração de Raios X (DRX), com a finalidade de realizar a identificação da associação mineralógica do afloramento e testemunho, análises palinológicas para complementar e comparar os dados do conteúdo da macroflora, e análises de fragmentos de carvão do afloramento e testemunho. Este estudo detectou o registro mais antigo de incêndios naturais no Cerrado, anterior há 43.500 anos AP (Antes do Presente). Os fragmentos de carvão foram identificados em morfotipos segundo a classificação de Enache and Cumming (2006), sendo o tipo F predominante nas amostras. No intuito de situar esse registro no tempo geológico, quatro amostras do testemunho e duas amostras do afloramento foram enviadas para datação radiocarbônica pela Espectrometria de Massa do Acelerador (MAS - Accelerator Mass Spectrometry) para o Laboratório Beta Analytic (Miami, USA). Apenas duas amostras do testemunho apresentaram idades dentro do limite de detecção do laboratório, as outras quatro ultrapassaram esse limite. A datação do nível fossilífero da Paleolagoa Seca apresentou uma idade de ~43.000 anos cal. AP e o do nível subsequente à camada fossilífera ~35.000 anos cal. AP. O conjunto de dados indicou que há 43.000 anos AP a temperatura na região de Catalão era até 3°C mais alta que a atual e a precipitação média anual era cerca de aproximadamente 500 mm mais baixa que a atual. Os resultados das DRXs revelaram a presença de jarosita, um hidrossulfato de ferro que ocorre normalmente quando há oxidação de minerais de sulfeto, como a pirita que foi encontrada na camada de argilito preto anterior à do nível fossilífero, indicando que o ambiente em que as folhas foram depositadas foi exposto à superfície, indicando uma diminuição do nível de água da lagoa, corroborando a baixa precipitação obtida na AAF. A análise palinológica do nível de argilito preto revelou a presença de uma vegetação típica de Mata de Galeria e um estrato herbáceo arbustivo típico de ambientes alagáveis, além da presença de árvores típicas da Mata Atlântica, como Cecropia e Podocarpus. Essa vegetação é condizente com condições climáticas mais úmidas antes de 43.500 anos AP. A identificação taxonômica das folhas fósseis e dos dados polínicos da camada fossilífera revelaram uma vegetação típica de Mata de Galeria e Mata Seca no entorno do lago e uma vegetação mais aberta do Cerrado, como Cerrado strictu sensu no platô de Catalão. Não foi identificado fragmentos de carvão na camada fossilífera. A predominância do morfotipo F nas análises dos fragmentos de carvão da camada de argilito preto, indicam que os incêndios que ocorreram na região eram incêndios de superfície, típico dos incêndios naturais que ocorrem no Cerrado. Os resultados da Paleolagoa Seca foram comparados com o estudo de outra macroflora fóssil presente em um sítio próximo ao da Paleolagoa Seca, denominado Paleolago Cemitério e com dados de espeleotemas do Centro-leste e do Nordeste do Brasil.
  • Item
    Geoquímica e geologia isotópica (U-Pb, Lu-Hf) do Complexo Belo Horizonte : implicações para evolução crustal arqueana no Cráton São Francisco.
    (2022) Martins, Lorena Cristina Dias; Lana, Cristiano de Carvalho; Novo, Tiago Amâncio; Lana, Cristiano de Carvalho; Barbuena, Danilo; Alkmim, Fernando Flecha de; Cipriano, Ricardo Augusto Scholz; Bersan, Samuel Moreira
    O Complexo Belo Horizonte (CBH), exposto na porção norte do distrito mineral do Quadrilátero Ferrífero, no setor meridional do Cráton São Francisco, é composto por um ortognaisse bandado, migmatizado, exibindo estrutura estromática e ou schlieren, nos quais enclaves máficos e intrusões de granitoides são comuns. Apesar das intensas investigações na década passada, as informações detalhadas sobre a geoquímica e a evolução isotópica do respectivo complexo está limitada a um pequeno número de amostras, dificultando o entendimento a respeito de sua conexão com outros complexos que compõem o embasamento do Cráton São Francisco. Na presente tese, foram realizados estudos no CBH, a partir de observações de campo, geoquímica de rocha total e investigações de isótopos (U-Pb, Lu-Hf). Neste trabalho, apresentou-se pela primeira vez os processos de tratamento térmico e abrasão química implementados na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) que foram realizados com o intuito de limpar as áreas danificadas e fraturadas e homogeneizar as porções dos fragmentos, por meio de uma lavagem ácida nos cristais de zircão promovendo a remoção destes domínios e resultando em um grão menos alterado. A partir da técnica de CA-LA-ICP- MS investigou-se em detalhe as características texturais em aproximadamente 300 zircões, além da obtenção de idades U-Pb e dados isotópicos de Hf de 15 amostras coletadas ao longo do complexo, com o objetivo de revelar detalhes sobre os eventos de fusão parcial que precederam a estabilização do cráton. A integração das observações de campo, idades U-Pb obtidas de zircões através de CA-LA-ICP-MS e composições isotópicas de Hf obtidas de ortognaisses migmatíticos e de granitoides do CBH, indicam um período intenso de fusão parcial e produção de rochas félsicas durante o Neoarqueano. Nossas observações mostram que o complexo é um local importante para o estudo de processos de fusão parcial do embasamento cristalino da crosta Arqueana. Grande parte do CBH expõe migmatitos estromáticos de granulação fina intrudidos por diversos veios leucograníticos e diques. Tanto os migmatitos quanto os leucogranitos são cortados transversalmente por diversas fases de granitoide e pequenos corpos graníticos; ambos fortemente associados com o gnaisse bandado hospedeiro, por meio de intrusões. A aplicação de abrasão química seguida de catodoluminescência revelou ampla variedade textural dos zircões, consistente com um longo período de fusão parcial e remobilização crustal. Os resultados dos isótopos de U-Pb e Hf revelam o complexo como parte de um segmento crustal muito mais amplo, abrangendo toda a porção meridional do Cráton São Francisco. A compilação de idades U-Pb disponíveis sugere que este segmento crustal foi consolidado entre 3000 e 2900 Ma e que ele experienciou três principais episódios de fusão parcial antes da estabilização em 2600 Ma. Os episódios de fusão parcial ocorreram entre 2750 e 2600 Ma como resultado de acreção tectônica e delaminação por “peeling off” do manto litosférico e da crosta inferior. O processo de fusão parcial e delaminação por “peeling off”, provavelmente é responsável pelo posicionamento de volumosa granitogênese potássica ao longo de todo o Cráton São Francisco. Nesse sentido, compreender a composição de terrenos arqueanos leva ao entendimento substancial da evolução do planeta. As análises de elementos traços foram feitas em pó prensado via LA-ICP-MS para investigar a evolução do CBH. Essa técnica pode ser usada para restringir o grande conjunto de elementos traço relevantes com alta precisão e acurácia. Dados obtidos do CBH indicam dois principais grupos de granitoides: gnaisses de médio-K e granitos com alto-K. Ambas as rochas de médio e alto-K possuem composição com ampla variação nas concentrações de elementos traços e maiores, com características geoquímicas similares aos TTGs e granitos a duas-micas, gerados pelo retrabalhamento de crosta continental antiga. As rochas com alto-K possuem composição de elementos traços distintos, com maior conteúdo de LREE, maior teor de elementos incompatíveis, Ba, Sr, LaN/YbN, além de anomalias negativas de Eu significante. Os resultados geoquímicos obtidos para o CBH vão de encontro com as investigações anteriores, em que as xvii rochas de médio-K tiveram origem a partir da mistura de um membro obtido da fusão parcial de rochas metamáficas e de um componente resultante do retrabalhamento de um TTG antigo. A composição química de granitos de alto-K, por outro lado, indica que esses granitos foram formados através da fusão parcial de protólitos TTG, incluindo metassedimentos Arqueanos. Dados deste estudo corroboram interpretações anteriores de que o magmatismo está ligado a uma mudança fundamental da tectônica do cráton, com a produção de rochas de alto-K em substituição às rochas de médio-K. O magmatismo e tectônica foram responsáveis pela intrusão difundida de grandes corpos sieníticos na porção norte do cráton e pela construção de intrusões máficas-ultramáficas no Complexo Campo Belo a sul do CBH.
  • Item
    Arco magmático Rio Doce : estudos litoquímicos, petrológicos, isotópicos e cronológicos no limite dos Orógenos Araçuaí e Ribeira.
    (2021) Soares, Caroline Cibele Vieira; Queiroga, Gláucia Nascimento; Soares, Antônio Carlos Pedrosa; Queiroga, Gláucia Nascimento; Alkmim, Fernando Flecha de; Nalini Júnior, Hermínio Arias; Heilbron, Monica da Costa Pereira Lavalle; Novo, Tiago Amâncio
    A porção plutônica do Arco Magmático Rio Doce compreende a Supersuìte G1, uma assembleia de rochas pré-colisionais do tipo-I, cálcio-alcalina, magnesiana, composta principalmente por rochas de composição tonalítica a granodiorítica, frequentemente contendo enclaves dioríticos a máficos. Esse arco foi edificado por uma intensa atividade magmática entre c. 630 e 580 Ma em uma margem continental, ligando os orógenos Araçuaí e Ribeira no sudeste do Brasil. Os estudos no setor limítrofe entre os orógenos Araçuaí – Ribeira consistiram em trabalhos de campo, petrográficos, litoquímicos, isotópicos (Sm – Nd e Sr), caracterização de zircão (isótopos U-Pb e Lu-Hf, e análises ETR) e modelagem de equilíbrio de fases (P-T) de representantes da Supersuíte G1 e de um enclave de silimanita-granada paragnaisse. Os resultados foram comparados com os compilados do mesmo setor estudado, dos setores central e norte do Orógeno Araçuaí e do setor norte do Orógeno Ribeira. As amostras estudadas incluem rochas graníticas metamorfizadas em graus distintos, identificadas por seus nomes ígneos no diagrama QAP, sienogranito, monzogranito, granodiorito, tonalito, quartzo diorito, ortopiroxênio tonalito e de ortopiroxênio-quartzo diorito. Os numerosos enclaves máficos a dioríticos indicam processos de mistura de magma; o ortopiroxênio magmático assim como o alto teor de CaO (9.34 - 10.36 % em peso) da granada sugerem cristalização de magma na crosta profunda. Os valores εNd (t) variam de - 2,9 a - 13,6, razões intermediárias a altas de 86Sr / 87Sr, de 0,7067 a 0,7165 e idades do modelo TDM Nd de 1,19 Ga a 2,13 Ga. Os resultados εHf(t) e as idades modelo TDM Hf exibem um intervalo amplo entre -30.69 a +1.06 e 1.44 a 2.86 Ga. Os resultados isotópicos indicam fusão parcial da cunha do manto na zona de subducção e anatexia profunda da crosta terrestre com assimilação de material crustal mais antigo (os complexos Juiz de Fora e Pocrane, e paragnaisses). Os dados geocronológicos fornecem uma geração de rocha magmática prolongada, divididos em cinco estágios (E1 a E5) considerando as médias das idades de concórdia: c. 638 Ma (E1), c. 622 Ma (E2), c. 606 Ma (E3), c. 590 Ma (E4) e c. 577 Ma (E5). As determinações geotermobarométricas no enclave do paragnaisse anatético (CS19GRT) resultou em condições P-T de metamorfismo de alto grau de c. 765 °C a 775 °C e 7,6 kbar a 9,2 kbar. Considerando que o (meta) granodiorito que encaixa o enclave apresenta idade mínima de c. 630 Ma (E1 e E2) em grãos de zircão com bordas corroídas, o metamorfismo com anatexia deve ter ocorrido após essa idade, a c. 610 Ma, que é a idade máxima obtida em zircão sem indícios de bordas absorvidas. As condições estabelecidas para assembleia ígnea da amostra CS14CPX, um clinopiroxênio tonalito, são de c. 590 °C a 630 °C e 7,1 a 8,05 kbar. De acordo com a idade de cristalização obtida para essa amostra, essas condições foram atingidas a partir do E3 (c. 608 Ma). Ao comparar a evolução do arco magmático registrada nos setores (i) limite Araçuaí-Ribeira (Orógeno Araçuaí) e norte do Ribeira com os (ii) setores central e norte do Orógeno Araçuaí, o amplo espectro de dados isotópicos de Hf e Nd dos setores (i) aponta para a incorporação de embasamento Riaciano - Orosiriano evoluído e envolvimento mantélico mais jovem. Enquanto os resultados dos setores (ii) sugerem um retrabalhamento de um componente crustal evoluído com pouca mistura de reservatórios crustais. Por sua vez, os dados isotópicos U-Pb compilados em zircão, demonstram que o arco magmático do Rio Doce foi mais ativo no período Ediacarano, entre 574 e 625 Ma, com idades Criogenianas-Tonianas mais antigas (dois intervalos, 641 Ma a 651 Ma e 716 Ma a 760 Ma), registrada nos setores (i). Nos setores (ii) as idades são mais jovens e restritas (pico de 576 Ma a 583 Ma) em comparação aos setores (i) (pico de 583 Ma a 597 Ma). Os picos de idades Ediacaranas definem períodos nos quais o magmatismo deve ter sido mais ativo, mas não indicam quiescência magmática, uma vez que os intervalos são separados por lacunas equivalentes aos erros de idade. O final da construção do arco em c. 574 Ma é proposto para todos os setores, no entanto, as idades mais velhas revelam particularidades tectônicas. Em conjunto, os resultados corroboram com o modelo de que a formação do Sistema Orogênico Araçuaí-Ribeira inicia com a subducção da placa oceânica no sul, onde é mais ampla e o Arco Magmático Rio Doce apresenta maior mistura de componentes crustais e envolvimento mantélico.
  • Item
    A paisagem e o geopatrimônio na região leste do Quadrilátero Ferrífero, MG.
    (2022) Nascimento, Stênio Toledo; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Costa, Adivane Terezinha; Mansur, Katia Leite; Nolasco, Marjorie Cseko; Azevedo, Úrsula Ruchkys de
    Nas últimas décadas, os trabalhos que tratam do tema do geopatrimônio vêm aumentando e diversificando a temática em relação aos elementos que podem fazer parte deste conjunto de locais de interesse. Neste estudo, a paisagem é o foco de um trabalho que busca avaliar o geopatrimônio na região leste do Quadrilátero Ferrífero (QFe) a partir da definição de critérios e métodos de análises que permitam o reconhecimento das estruturas naturais da paisagem, suas interações e a organização do espaço. Para isso, partiu-se da hipótese de que diferentes elementos da paisagem podem auxiliar na definição de locais de interesse geomorfológico e/ou geológico sob a perspectiva da geodiversidade, geoconservação e geoturismo. O QFe é uma importante província mineral, localizada na região central do Estado de Minas Gerais, cuja diversidade geológica e geomorfológica formam paisagens que traz para região um reconhecimento nacional e internacional. A geodiversidade foi quantificada a partir de 123 diferentes elementos abióticos das seguintes classes: litologia, unidades geológicas, idades geológicas, densidade de lineamentos, declividade, orientação das vertentes, densidade de drenagens e ocorrências minerais. A escala de trabalho, de 1:50.000, e o teste de tamanhos de grid, de 250 x250 metros, foram fundamentais para a determinação da geodiversidade local e permitiram o conhecimento regional da área de estudo. O trabalho de campo foi realizado de forma complementar para a avaliação da geodiversidade e identificação das paisagens. Na segunda etapa do trabalho foi desenvolvido um dos objetivos deste estudo: apresentar metodologia para avaliação da paisagem seguindo os conceitos e parâmetros que permitem a avaliação do geopatrimônio. Além da revisão de literatura, foi utilizado o método Delphi na consulta por e-mail em 2020 a 76 especialistas na temática do geopatrimônio realizada em duas etapas para determinação de quais critérios e suas relevâncias para avaliação do geopatrimônio em relação a paisagem. Foi, então, criado o do “Protocolo de inventariação para paisagens como geopatrimônio” que foi então aplicado a 73 locais de interesse geomorfológico (LIGe) na região leste do QFe, a partir dos quais foi possível reconhecer diferentes paisagens e diferentes pontos de observação destas. Por fim, esses locais foram agrupados em seis unidades que receberam o nome de acordo com a região, a saber: Unidade Caraça, Unidade Bento Rodrigues, Unidade Antônio Pereira, Unidade Mariana, Unidade Rio das Velhas e Unidade Ouro Preto. Estas unidades configuram um patrimônio paisagístico na região, já conhecida por duas rotas turísticas de relevância nacional: o Caminho dos Diamantes e Nos Passos de Dom Viçoso, relacionas à história da mineração e pela religiosidade. O trabalho cumpriu seu objetivo ao definir os critérios de avaliação e a determinação do conjunto patrimonial da paisagem no QFe. É importante ressaltar a necessidade de maior divulgação deste patrimônio paisagístico, pois apesar de conter áreas protegidas legalmente, como Reserva Particular de Patrimônio Natural – Santuário do Caraça, Parque Natural Municipal das Andorinhas e Parque Estadual do Pico do Itacolomi, grande parte da região passou e ainda passa por processos antrópicos que modificam a paisagem, processos relacionados a mineração e as ocupações urbanas irregulares.
  • Item
    The subcontinental lithospheric mantle and the diamond occurrences in the Alto Paranaíba region, southwestern São Francisco Craton, Brazil.
    (2022) Carvalho, Luisa Diniz Vilela de; Cipriano, Ricardo Augusto Scholz; Jalowitzki, Tiago Luis Rei; Cipriano, Ricardo Augusto Scholz; Queiroga, Gláucia Nascimento; Martins, Maximiliano de Souza; Stachel, Thomas; Harris, Jeff
    O manto litosférico sob a Província Ígnea do Alto Paranaíba, sudoeste do Cráton do São Francisco, foi investigado pior meio do estudo de concentrados minerais de um kimberlito cretáceo recém-descoberto (idade U-Pb em zircão 90,0 ± 1,3 Ma; 2σ), denominado Osvaldo França 1, e por meio de diamantes recuperados em depósitos aluvionares da região do Alto Paranaíba. Xenocristais de granada indicam alta predominância de lherzolitos sobre harzburgitos e wehrlitos. Inclusões minerais em diamantes sugerem que lherzolitos são as principais rochas-fonte do diamante, seguidos por eclogitos, harzburgitos e websteritos. Baixo nível de depleção química registrado por inclusões e xenocristais lherzolíticos indica provável idade pós-arqueana para o manto litosférico sob essa parte do Cráton do São Francisco. Inclusões e xenocristais de granada documentam que substratos previamente depletados no manto foram afetados por metassomatismo. Padrões sinusoidais de elementos terras raras indicam baixos graus de metassomatismo por fluidos ou fusões sílico-carbonatíticas (proto-kimberlíticas). Padrões de elementos traços de inclusões eclogíticas e websteríticas estabelecem clara ligação entre processos de subducção e a formação dos diamantes na margem sudoeste do Cráton do São Francisco. Elementos terras raras calculados para rocha total correspondem a típicas seções da crosta oceânica superior e termometria das inclusões indica derivação da base da litosfera. Termobarometria baseada em inclusões de piroxênio indica gradiente geotérmico de 39 mW/m2 no momento da formação do diamante e último equilíbrio. Termobarometria baseada em xenocristais de granada, por outro lado, está de acordo com uma geoterma de ~37 mW/m2, proposta anteriormente para a região. Com uma janela de ~60 km de espessura na zona de estabilidade do diamante, substratos eclogíticos e websteríticos indicam derivação da base da litosfera, enquanto diamantes lherzolíticos são menos profundos. Temperaturas calculadas com base no estado de agregação do nitrogênio no diamante indicam que eclogitos, websteritos e pelo menos parte da população de diamantes peridotíticos experimentaram longo tempo de residência no manto (~2,0 Ga) a altas temperaturas (> 1200 °C). O envolvimento de material subductado e o longo período de residência no manto necessário para explicar o alto estado de agregação do nitrogênio nos diamantes deste estudo apontam para provável acréscimo/modificação das raízes mantélicas na borda sudoeste do Cráton do São Francisco durante uma orogenia paleoproterozoica (2,2-1,9 Ga). Embora a presença de um manto eclogítico seja evidente a partir do estudo de inclusões, a ausência de granadas eclogíticas no kimberlito Osvaldo França 1 e a baixa representação nos dados de xenocristais da literatura, podem implicar em preservação restrita de xenólitos/xenocristais eclogíticos relacionada ao caráter do magma que trouxe os diamantes à superfície. Fases primárias do kimberlito Osvaldo França 1 sugerem componente enriquecido na fonte do magma, conferindo caráter exótico ao kimberlito. Com base nos resultados deste estudo, futuras campanhas de exploração devem considerar novas abordagens para avaliar o potencial lherzolítico e eclogítico de fontes primárias.
  • Item
    Composição química de sulfetos associados à mineralização de ouro orogênico no Greenstone Belt Pitangui : exemplos dos depósitos Pitangui e Papagaios.
    (2022) Maurer, Victor Câmara; Melo, Gustavo Henrique Coelho de; Lana, Cristiano de Carvalho; Melo, Gustavo Henrique Coelho de; Silva, Rosaline Cristina Figueiredo e; Caxito, Fabrício de Andrade; Cipriano, Ricardo Augusto Scholz; Graça, Leonardo Martins
    O greenstone belt Pitangui (GBP) é uma nova fronteira na pesquisa e na exploração de ouro orogênico no Brasil. A utilização de LA-ICP-MS na determinação dos elementos traços, presentes na composição química dos sulfetos, contribui na investigação desse tipo de sistema mineral, entretanto poucos estudos nacionais são encontrados com essa abordagem na região. Existem dois modelos principais para a fonte de metais e fluidos mineralizantes na geração dos depósitos de ouro orogênico no GBP: (i) desidratação do pacote metavulcanossedimentar do greenstone belt; e (ii) contribuições magmáticas de fluidos hidrotermais, metais e calor. Além disso, altas temperaturas têm sido reportadas para a gênese dos depósitos no GBP. No depósito Pitangui, as rochas hospedeiras correspondem a metagrauvacas e metapelitos da Formação Onça do Pitangui e o controle estrutural das zonas de cisalhamento subverticais de direção NW-SE delineiam o depósito quanto à geometria. Veios de quartzo representam a zona mineralizada e a zona proximal apresenta intensa formação de sericita, ambas com pirita e pirrotita. Cinco tipos de pirita (PyI, PyII, PyIII, PyIV e PyV) e dois de pirrotita (PoI e PoII) foram reconhecidas nesse depósito. A PyI apresenta altas concentrações de Co, Bi, Pb, Sb, Te, Se, Ag e Au e somado às características texturais sugerem uma origem singenética. As concentrações de Co, Ni, Pb, Te, Sn, Se, As, Bi, Sb, Ag, Mo e W na pirita epigenética (PyII-IV) sugerem que a desidratação das sequências metavulcanossedimentares do GBP constituem as principais fontes de metais e fluidos. A PyV, por sua vez, só aparece no dique metamáfico pós-orogênico e sua origem permanece incerta. No depósito Papagaios as zonas de cisalhamento subverticais mineralizadas ocorrem predominantemente nas rochas metavulcânicas máficas, com subordinadas lentes de formação ferrífera bandada (BIFs) da Formação Rio Pará. A sulfetação da zona mineralizada é marcada pela presença de quatro tipos de pirita (PyI-IV), quatro de pirrotita (PoI-IV) e três de arsenopirita (ApyI-III). Esses sulfetos constituem quatro assembleias distintas. Elementos traços com afinidade tipicamente de rochas máficas (e.g., Ni, Cu, Co) ou de rochas metassedimentares como as lentes de metaBIF e filito carbonoso (e.g., Sb, Bi, Pb e Sn) indicam as próprias rochas da Formação Rio Pará como fonte de metais que constituem os sulfetos. Por outro lado, os teores de Mo, W e Se nos sulfetos podem indicar alguma contribuição de rochas magmáticas félsicas. As altas temperaturas indicadas pela (i) deformação dúctil; (ii) sincronicidade da alteração hidrotermal e sulfetação com a deformação; (iii) fácies anfibolito inferior das rochas hospedeiras; (iv) assembleia de sulfetos; (v) química mineral dos sulfetos; e (vi) geotermômetro da arsenopirita (568 °C a 610 °C = ApyI; 425 °C a 465 °C = ApyII) sugerem características de depósito hipozonal ou mesozonal formado sob altas temperaturas para a gênese do depósito Papagaios, em que a segunda hipótese deve ser a mais acertiva. O depósito Pitangui parece corresponder a um depósito mesozonal sin- a pós tectônico. Demonstra-se ainda que, quanto maior o teor de Bi, Ag, Pb, Sb, Zn, Co, Ni e Cu nos sulfetos, maior o teor de ouro da zona mineralizada no depósito Papagaios. Enquanto que os elementos Bi, Ag, Pb, Sb e Te são aqueles diretamente proporcionais ao Au quando relacionados à pirita do depósito Pitangui.
  • Item
    Formação e evolução da crosta continental terrestre no paleoarqueano : relações entre TTGs e dioritos durante a constituição do Bloco Gavião, Cráton São Francisco.
    (2022) Santos, Cláudia dos; Queiroga, Gláucia Nascimento; Zincone, Stéfano Albino; Zincone, Stéfano Albino; Castro, Marco Paulo de; Marques, Rodson de Abreu; Dantas, Elton Luiz; Barbuena, Danilo
    Os processos responsáveis pela formação e evolução da crosta continental terrestre durante o eo-paleoarqueano são incertos devido à escassez de crosta preservada. Os principais remanescentes da crosta continental antiga são representados por gnaisses tonalíticos-trondhjemíticosgranodioríticos (TTG). A interpretação da gênese e diversidade das composições químicas dos TTGs é fundamental para o entendimento de como a crosta continental evoluiu ao longo do tempo. O Bloco Gavião (BG), cráton São Francisco (Brasil), é uma região promissora para investigar essas questões, uma vez que contém remanescentes de crosta eo-paleoarqueana expostos e bem preservados. Este estudo apresenta novas idades de U-Pb, isótopos Hf, geoquímica de rocha total e química mineral de tonalitos e dioritos de 3,51 a 3,4 Ga do Complexo Caldeirão (BG) e faz uma comparação com dados geoquímicos e isotópicos anteriormente publicados de rochas eo-paleoarqueanas do BG. Além disso, foi realizada uma comparação entre os isótopos de Hf de zircões do BG com zircões hadeanos/eopaleoarquianos de outros cratons primitivos. As rochas estudadas apresentam características químicas semelhantes aos TTGs de baixa e média pressão definidos por Moyen (2011), porém possuem baixo teor de SiO2 e alto conteúdo de óxidos ferromagnesianos, quando comparados aos típicos TTGs arqueanos. Os dados apresentados trouxeram novas evidências sobre a gênese dos TTGs, mostrando que os tonalitos e dioritos do Complexo Caldeirão foram formados por processos de mistura entre magmas derivados do manto e crosta mais antiga disponível na área. O evento de ~ 3.4 Ga do Bloco Gavião é representado por tonalitos e dioritos do Complexo Caldeirão e TTGs de média e alta pressão do domo Sete Voltas. Este estudo mostra que essas rochas podem ser cogenéticas e a variabilidade geoquímica, frequentemente atribuída a diferentes profundidades para o processo de fusão parcial de crosta máfica, é interpretada por processo de cristalização fracionada controlado pelo fracionamento e/ou acúmulo de plagioclásio e hornblenda/hornblendito. Os remanescentes crustais eo-paleoarqueanos do Bloco Gavião registram uma história de ~ 360 milhões de anos de eventos magmáticos datados de ~ 3,66 Ga a 3,30 Ga. Cada um dos eventos mais jovens do que 3,6 Ga registram novas adições juvenis que assimilaram a crosta mais velha, enquanto que as rochas mais antigas do que 3,6 Ga são formadas exclusivamente pelo retrabalhamento de uma protocrosta hadeana e, em menor extensão, da crosta eoarquiana inicial. A mudança no processo de geração de crosta no BG, registrada pela entrada de material juvenil, foi documentada em um período de ~ 3,8- 3,5 Ga em outros complexos cratônicos primitivos, incluindo Wyoming, Pilbara, Kaapvaal, Slave, Singhbhum e Yilgarn. Conforme documentado nesses outros crátons, este estudo sugere que a mudança no registro do isótopo Hf para rochas mais jovens que 3,6 Ga reflete uma transição da tectônica stangant-lid para uma tectônica mobile-lid no processo de formação da crosta continental do cráton do São Francisco. Esta mudança no regime geodinâmico parece ter sido global em ~ 3,8- 3,5 Ga e pode ter facilitado a extração de magmatismo juvenil, formação de magmatismo evoluído e a produção/estabilização do manto litosférico depletado, que foi fundamental para a formação dos primeiros crátons da Terra.