DEENP - Artigos publicados em periódicos

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    O caráter antirrepresentacionalista da cognição no pensamento de Merleau-Ponty.
    (2020) Bouyer, Gilbert Cardoso
    Este artigo defende o ponto de vista de que as bases da ciência cognitiva contemporânea (CC) estão em sintonia com o pensamento de Merleau-Ponty, em seus aspectos antiobjetivista e antirrepresentacionalista. A ideia de representação mental é contestada, tanto na CC quanto no pensamento de Merleau-Ponty. A cognição não espelha um mundo exterior independente dos sujeitos incorporados. O mundo é um existencial, como afirmam Merleau-Ponty e a CC. A hipótese da representação mental supõe que o mundo pode ser percebido de forma independente do sujeito que percebe. Isso não é verdade. A percepção depende da forma como o sujeito age em seu mundo percebido. Todas as estimulações que o organismo encontra só são possíveis pelos seus movimentos precedentes que resultam na exposição do órgão receptor às influências externas. Os estímulos sensoriais que o organismo encontra dependem diretamente do seu comportamento motor e a forma como o organismo se move depende diretamente das consequências sensoriais dos seus comportamentos anteriores.
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    Economic approach to cognition (AEC) in work safety.
    (2019) Bouyer, Gilbert Cardoso
    This article presents a new approach on human cognition in work activity: an economic approach to cognition (EAC). Workers share a common world in which they understand and act in tune. This common world is called Umwelt or genus. An external observer does not have the same vision and the same understanding of the workers in his Umwelt. This explains the lack of understanding of an accident at work. Another point addressed was the three-level model of behavior (knowledge, rules and skills) proposed by Rasmussen. We affirm that this model is incorrect because the action occurs with the simultaneous presence of the three levels, horizontally, and not the hierarchical form proposed by this author.
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    A noção de gênero na Clínica da Atividade de Yves Clot e seu aspecto não-representacional.
    (2018) Bouyer, Gilbert Cardoso
    Este artigo faz uma revisão do conceito de gênero da Clínica da Atividade de Yves Clot. O objetivo é demonstrar que a noção de gênero é incompatível com a ideia de representação mental do cognitivismo. Os operadores não agem com base em representação mental, mas sim com base no conjunto de regras e normas tácitas do gênero. Eles não representam um mundo exterior objetivo como se a mente o espelhasse. Na verdade, eles sentem, percebem e agem de acordo com o seu gênero, que funciona como um guia para a ação eficaz sem a necessidade de uma representação mental. A mente não realiza um processamento de símbolos como um computador, mas funciona amparada pelo gênero enquanto uma categoria social e histórica que apoia a ação individual dentro de um coletivo.
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    O método da genealogia empregado por Foucault no estudo do poder­saber psiquiátrico.
    (2009) Bouyer, Gilbert Cardoso
    Pesquisadores interessados  no método genealógico são convidados a  buscar  pelas  descontinuidades e rupturas na história. Logo, este artigo enfoca o método genealógico,  usado por  Michel Foucault,  na  análise  do poder  psiquiátrico no século XIX.  Há  alguns  métodos de Foucault avaliados neste artigo: (a) Análise das práticas psiquiátricas e (b) Análise  das  formações discursivas  –  respectivamente os  métodos  genealógico (a) e  arqueológico (b) descritos por Foucault. O saber psiquiátrico da época era baseado em  tratamento moral da loucura, punição e outras táticas descritas por Foucault. No termo "genealogia",  há  a  sugestão das  origens  complexas  e  mundanas  das  práticas  psiquiátricas no século XIX. O asilo funcionava como um espaço médico demarcado pelo poder. As questões da direção administrativa, as técnicas de questionamento e punição ­  os  símbolos do conhecimento psiquiátrico ­ tornaram­se temas principais no estudo de  Foucault. 
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    Subjetivação e sofrimento no trabalho : o "si" que "se" produz na atividade.
    (2006) Bouyer, Gilbert Cardoso; Sznelwar, Laerte Idal; Costa, Maria José Birro
    A presente pesquisa revelou que alguns meios para lidar com o sofrimento no trabalho envolvem a adoção consciente, por parte do trabalhador, de certas técnicas voltadas para a sua própria interioridade. Diferem das estratégias coletivas de defesa, elucidadas pela Psicodinâmica do Trabalho, por envolverem a construção consciente de sentido para experiências angustiantes e ansiedade; senso de valorização do sofrimento e das vivências dolorosas com vítimas agonizantes ou fatais; dessensibilização e busca de nova relação consigo mesmo no trabalho. Resultam de formas de subjetivação, dinamizadas na exterioridade dos indivíduos e re-elaboradas na interioridade mediadora do contato com o real do trabalho.
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    Contribuição da Psicodinâmica do Trabalho para o debate : “o mundo contemporâneo do trabalho e a saúde mental do trabalhador”.
    (2010) Bouyer, Gilbert Cardoso
    O principal propósito deste artigo é ampliar o cenário teórico atual da Saúde Mental e Trabalho. Por isso, o texto se baseia, também, nas nossas próprias contribuições para esta área nos últimos dez anos de pesquisas empíricas e teóricas, em contextos de produção industrial e de serviços. Propõe-se discutir, por meio de algumas incursões no campo da saúde mental e trabalho, as repercussões psíquicas geradas pelo trabalho contemporâneo. O artigo debate, também, aspectos teóricos e práticos das relações entre organizações do trabalho contemporâneas e a subjetividade, de acordo com a Psicodinâmica do Trabalho, em seus fundamentos teóricos na psicanálise e na tradição compreensiva das ciências hermenêuticas. Utilizamos as atuais contribuições da clínica do trabalho dejouriana para a compreensão das relações entre saúde mental e trabalho. Há, também, referências à Psicodinâmica do Trabalho aplicada em organizações contemporâneas (indústria e serviços) baseadas na proposta teórico- metodológica de Dejours.
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    O problema do fisicalismo/cognitivismo na ergonomia e segurança do trabalho.
    (2014) Bouyer, Gilbert Cardoso
    Este estudo investigou os problemas causados pelo fisicalismo/cognitivismo na ergonomia e segurança do trabalho. Fisicalismo é uma abordagem ontológica para a qual tudo é físico. O centro da discussão é que a metáfora “trabalhador como máquina” não é meramente uma crença isolada nas práticas ergonômicas no Brasil. Ela é a base da estrutura experiencial que envolve valores, interesses, objetivos, práticas e teorias. Isso é um sério problema porque o fisicalismo/cognitivismo tornou-se causa de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
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    A mente incorporada no controle de processo contínuo : ação, cognição e comunicação na atividade de trabalho.
    (2008) Bouyer, Gilbert Cardoso
    O principal objetivo deste artigo é analisar, em detalhe, a cognição como ação incorporada no controle de processo contínuo. O método de pesquisa é a análise ergonômica do trabalho. Os resultados mostram que os operadores não representam um mundo externo, mas pensam e agem de forma interdependente. O ponto chave neste texto é que, sem nada como uma representação interna, trabalhadores (operadores) se engajam na atividade de trabalho numa coordenação sensório-motora em resposta para mudanças ambientais. Não há ruptura na experiência entre perceber, sentir e pensar. Esta pesquisa busca responder como os processos social e cultural são demandados para desenvolver esquemas-imagem e esquemas-incorporados, os quais podem realizar pensamento abstrato usando suas capacidades de percepção e resposta motora. Este trabalho postula que as expressões linguísticas e os processos cognitivos de nível superior evidenciam padrões dinâmicos de experiência corporal recorrente denominados esquemas-imagem. Este trabalho afirma que estes padrões podem ser estendidos a estruturas de experiências não-tácita, não-física e não-visual.
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    Sofrimento social e do trabalho no contexto da área “saúde mental e trabalho”.
    (2015) Bouyer, Gilbert Cardoso
    Este trabalho objetiva esclarecer as relações entre sofrimento individual e sofrimento coletivo (Sofrimento Social), no contexto dos atuais sistemas de produção. Há, na ciência, um espaço entre o coletivo e o patológico individual no âmbito da saúde coletiva e saúde pública. Investigou-se a relação entre Sofrimento Social e Sofrimento Psíquico no trabalho, no cenário teórico atual da área de Saúde Mental e Trabalho. O texto central tomado para análise é de Emmanuel Renault (2008). O método de pesquisa adotado foi uma revisão analítica, sistemática e crítica de conceitos, teorias e abordagens sobre aspectos sociais e psíquicos da relação entre sofrimento e trabalho. Os resultados confirmam que isso é uma séria e urgente questão e indicam que o sofrimento social opera em duas dimensões simultaneamente interligadas: coletiva (social) e individual (intrapsíquica). A revisão de como o Sofrimento Social agride a saúde coletiva e individual está baseada em fundamentos teóricos aprofundados.
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    Projeto ergonômico do trabalho e inovação na dinâmica virtual-atual : uma contribuição teórico-conceitual .
    (2015) Bouyer, Gilbert Cardoso
    O principal objetivo deste artigo é ampliar o atual cenário teórico da área “Ergonomia de Projeto”, de acordo com a teoria do conhecimento de criação/inovação, e seus conceitos de virtual e subjetividade no trabalho. Este artigo teórico-conceitual objetiva esclarecer, sob um novo ponto de vista, as relações entre inovação e os atuais esforços em direção a uma teoria científica do conhecimento no Trabalho, com sua complexa estrutura de teorias, hipóteses e disciplinas. Há, neste artigo, uma nova abordagem para compreender o Projeto Ergonômico Contemporâneo, segundo um tipo de abordagem sócio-epistemológica em Engenharia, iniciada por Markus F. Peschl, na Universidade de Viena. Os métodos empregados foram revisão sistemática e adaptação dos conceitos dessa abordagem sócio-epistemológica em engenharia, no atual contexto dos princípios epistemológicos e ontológicos da Ergonomia de Projeto.