PPGECRN - Mestrado (Dissertações)
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Item Estudo estrutural, textural e geoquímico dos hematititos da Mina do Pico e arredores, Itabirito – Quadrilátero Ferrífero – MG.(2022) Dadalto, Ráyna Durão; Nalini Júnior, Hermínio Arias; Endo, Issamu; Gonçalves, Cristiane Paula de Castro; Nalini Júnior, Hermínio Arias; Rios, Francisco Javier; Melo, Gustavo Henrique Coelho deA Mina do Pico está localizada no município de Itabirito, no estado de Minas Gerais, Brasil, no flanco leste do Sinclinal Moeda e está inserida na Província Mineral do Quadrilátero Ferrífero. A região é rica em minério de ferro, e os corpos hipogênicos são caracterizados pelos hematititos, denominados comercialmente de hematita compacta, tendo grande importância econômica devido ao seu elevado teor em ferro. Este minério está alojado nos itabiritos da Formação Cauê, a unidade Paleoproterozóica do Supergrupo Minas, depositada entre 2,58 e 2,42 Ga. Observa-se na Mina do Pico e arredores que os corpos de hematititos ocorrem de forma discordante ao bandamento composicional do itabirito, constituindo volumes significativos desse minério bem como como bandas ou lâminas de espessura milimétrica no itabirito, ou seja, subparalelas ao bandamento composicional. Estudos anteriores chegaram à conclusão de que houve ação de fluidos hidrotermais nos itabiritos da Formação Cauê, que teriam sido responsáveis pela reconcentração e enriquecimento de óxidos de ferro nessas rochas. Este trabalho teve como objetivo geral caracterizar geneticamente estes hematititos estudando a relação estrutural, a petrografia e a geoquímica dos corpos de hematititos e as bandas ou lâminas de hematititos nos itabiritos, com o intuito de confirmar a ação dos fluidos hidrotermais na gênese dessas rochas e caracterizar o controle estrutural dos corpos. Para isso foram realizados trabalhos de campo para estudo das relações estruturais entre os diversos litotipos da Formação Cauê. Foram realizados estudos petrográficos ao microscópio ótico e ao Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV), e análises via ICP-OES, ICP-MS e titulometria com K2Cr2O7 para obtenção dos elementos maiores, menores e traços (incluindo ETR +Y), Fe2+ e Fe3+. Nos trabalhos de campo foram levantadas as relações estruturais e medidas as atitudes de bandamento composicional, xistosidade e lineações de intersecção (S0xSn) e mineral. Através de análises petrográficas e geoquímicas, observou-se que os itabiritos são essencialmente compostos por óxidos de ferro e quartzo (SiO2), e os hematititos discordantes do bandamento composicional do itabirito é composto quase inteiramente por óxidos de ferro, onde a magnetita já teria sido quase completamente transformada em hematita microcristalina ou tabular. Além disso, a geoquímica também forneceu outras informações importantes, tais como a anomalia positiva de Eu em gráficos multielementares de ETR + Y, corroborando a ação dos fluidos hidrotermais. Os fluidos teriam atuado tanto nas bandas de óxidos de ferro dos itabiritos quanto nos corpos de hematititos discordantes do bandamento composicional do itabirito, uma vez que não foram observadas grandes diferenças texturais e geoquímicas entre eles. As observações estruturais de campo, fotointerpretação de imagens de relevo sombreado e dados geofísicos (magnetométricos) combinados com dados petrográficos e geoquímicos permitiram propor um modelo genético-estrutural para a formação dos corpos megascópicos de hematitito, associada a estruturas do tipo pull-apart nucleadas em sistema transtrativo sinistral controlado por duas falhas (Cata Branca e Pau Branco) de direção NW-SE. Essas falhas correspondem a reativação de descontinuidades crustais preenchidas por diques máficos de idade 1,7 Ga. Subsidiariamente, ocorrem corpos de hematititos no entrado de diques máficos dobrados, sugerindo que essas falhas devem ter agido como condutos para o fluido hidrotermal durante a xvi reativação Brasiliana. Adicionalmente, os fluidos hidrotermais teriam agido também ao longo das anisotropias reativadas, bandamento composicional dos itabiritos, transformando-as mineralógica e texturalmente, concentrando ainda mais as hematitas formando bandas ou lâminas de hematitito. Foram definidos dois tipos de minério de ferro hipogênico na região da Mina do Pico: Depósito de Minério de Ferro Bandado (Banded Iron Ore Deposits - BID) e o Depósito de Minério de Ferro Maciço (Massive Iron Ore Deposits - MID).Item A influência do magmatismo granítico Neoarqueano nos depósitos IOCG Salobo e GT-46, Província Carajás, Cráton Amazônico.(2022) Diniz, Ariela Costa; Melo, Gustavo Henrique Coelho de; Reis, Humberto Luis Siqueira; Reis, Humberto Luis Siqueira; Xavier, Roberto Perez; Silva, Rosaline Cristina Figueiredo eOs depósitos de óxido de ferro-cobre-ouro (IOCG) da porção norte da Província Carajás, Cráton Amazônico, Brasil, formaram-se principalmente no evento IOCG de 2,5 Ga. Esses depósitos comumente exibem amplos halos de alteração hidrotermal férrico-potássica (i.e., almandina-gruneritabiotita-magnetita) e apresentam uma associação temporal e espacial com corpos graníticos de idade 2,5 Ga, particularmente nos depósitos Salobo e GT-46. No entanto, essa associação ainda carece de investigação no que diz respeito à influência metalogenética dos corpos graníticos de idade 2,5 Ga na gênese do minério IOCG. Nesses depósitos, são reconhecidos granitos hidrotermalmente alterados de idade de ca. 2.5 Ga, que incluem o granito Old Salobo, no depósito Salobo, e os granitos G1 e G2, no depósito GT-46. A geoquímica de rocha total associada à petrografia apontou que os granitos G1 e Old Salobo provavelmente originam-se do mesmo magma parental. Por outro lado, o granito G2 parece representar um corpo distinto, embora os efeitos da alteração hidrotermal sejam muito intensos. O corpo G2 exibe texturas pegmatíticas, altas razões Sr/Y e padrões de ETR em geometria lístrica, que sugerem um magma com alto teor de água. Os resultados de química mineral em apatita apontam assinaturas fortemente magmáticas no diagrama MnO versus SiO2, apesar dos cristais de apatita apresentarem, em sua maioria, origem hidrotermal. A assinatura hidrotermal foi reconhecida apenas nos cristais de apatita da zona mineralizada do depósito Salobo (apatita OZS), que também apresentam os maiores valores (Eu/Eu*)N, indicativos de alta fugacidade de oxigênio. Os cristais de apatita da zona central dos depósitos (apatita OZS e OZGT-C) apresentam forte empobrecimento em ETR pesados, o que indica cristalização concomitante de almandina nos halos de alteração de Fe-K, além de apontar a presença de fluidos hidrotermais evoluídos. Cristais de apatita ígnea são preservados no granito G2 (apatita G2core). Assinatura de ETR correlacionada à G2core também é encontrada em apatita da zona mineralizada do depósito GT-46 (apatita OZGT-A), o que indica que o granito G2 pode ter tido um papel relevante no sistema hidrotermal IOCG. Assinaturas hidrotermais semelhantes dos cristais de apatita presentes nos granitos G2 e Old Salobo e na zona de minério do depósito GT-46 (apatita OSB, G2rim e OZGT-B) sugerem que um mesmo fluido pode ter afetado ambos os depósitos. Por fim, diagramas Sr versus Mn e Y apontaram assinaturas graníticas nos cristais de apatita da zona central dos depósitos. Esses resultados indicam que processos magmáticos e hidrotermais coexistem nos depósitos de IOCG do setor norte da Província Carajás. Isso pode sugerir que os depósitos IOCG de idade 2,5 Ga da Província Carajás podem ter sido formados durante o desenvolvimento de amplos sistemas magmático-hidrotermais.Item Caracterização geoquímica e isotópica in situ de apatita e plagioclásio : implicações petrogenéticas do sistema vulcano-plutônico de alta sílica Paleoarqueano do Bloco Gavião.(2020) Farias, Eliana Marinho Branches; Graça, Leonardo Martins; Zincone, Stéfano Albino; Graça, Leonardo Martins; Queiroga, Gláucia Nascimento; Dantas, Elton LuizO sistema vulcano-plutônico Paleoarqueano do Bloco Gavião situado na porção leste do Bloco Gavião, cráton São Francisco preserva rochas vulcânicas e graníticas com idades de ca. 3,2-3,3 Ga. O sistema vulcânico-plutônico é representado pelo riolito Contendas de 3,3 Ga e por granitos como o Boa Sorte de 3,2 Ga e Serra dos Meiras de 3,3 Ga que ocorrem na sequência supracrustal Contendas-Mirante. O granito Boa Sorte tem ocorrência próxima a complexos gnáissicos enquanto o granito Serra dos Meiras ocorre na forma de dique no domo Serra dos Meiras. O foco principal deste trabalho envolveu o estudo geoquímico mineral em apatita e plagioclásio assim como de isótopos de Sr em cristais de plagioclásio. O detalhamento geoquímico de elementos maiores, menores e de traços associado a observações texturais da apatita revelaram duas assinaturas composicionais do sistema magmático do granito Serra dos Meiras. As duas assinaturas geoquímicas dos elementos traços sugerem uma possível variação composicional em decorrência da cristalização fracionada e possivelmente de assimilação crustal. Tais fatores ocasionaram o aumento da solubilidade da apatita G1 e retardamento da saturação da apatita G2. No sistema vulcano-plutônico de 3,3 Ga, o riolito Contendas apresenta características texturais primárias como cristais de plagioclásio com hábitos tabulares, autólitos (microenclaves), texturas rapakivi além de glomerocristais. Variações composicionais de elementos menores e de elementos traços leves indicam diferenças dos cristais tabulares considerados como representantes de fenocristais de plagioclásio em relação a textura rapakivi (cristais com borda de plagioclásio sódico e núcleo de feldspato potássico). Cristais considerados texturalmente como xenocristais (cristais que compõe os microenclaves) exibem assinatura semelhante aos fenocristais demonstrando assim corresponderem a autólitos que desfragmentaram do mush durante o processo de transporte do líquido residual para profundidades mais superficiais. Processos como descompressão também atuaram para a desestabilização dos cristais de feldspato potássico e formação consequente de plagioclásio sódico na borda do mineral. Análises isotópica de Sr em plagioclásio indicam presença de maiores razões radiogênicas de Sr no núcleo dos cristais e menores na borda assim como são observadas variações radiogênicas nas bordas dos cristais com textura rapakivi. As heterogeneidades isotópicas de Sr são indicativas de influência de processos de mistura de magmas crustais e de assimilação crustal. Em complementação a análise de plagioclásio no riolito foi realizado o estudo de elementos maiores e menores dos cristais de biotita. O mineral destaca origem exclusivamente crustal e reforça a interpretação de interação de magmas crustais. No granito Boa Sorte a variação isotópica de Sr observada entre núcleo-borda associada a restrita variação de Sr/Ba sugere a ocorrência de processo de assimilação crustal. O detalhamento desses processos petrogenéticos no sistema vulcano-plutônico do Bloco Gavião revelam que durante o Paleoarqueano processos de diferenciação magmática operaram na diversidade composicional do cráton São Francisco.Item SATURN - uma nova ferramenta de correção de dados U-Pb para LA-ICP-MS.(2020) Silva, João Paulo Alves da; Lana, Cristiano de Carvalho; Lana, Cristiano de Carvalho; Cipriano, Ricardo Augusto Scholz; Gonçalves, Guilherme de OliveiraNa geocronologia, são tratados e reduzidos dados que permitem calcular razões isotópicas e incertezas de amostras analisadas em espectrômetros de massas. Dentre as técnicas existentes para aquisição de dados, este trabalho utilizou como enfoque LA-ICP-MS (Laser Ablation-Inductively Coupled-Mass Spectrometry) para o método geocronológico U-Th-Pb. A aquisição de dados, seja ela pelo sistema Multi-collector (MC), Setor Magnético (SF) ou Quadrupole (Q), necessita de tratamento e reduções. Os dados adquiridos passam por correções (ex.: interferências isobáricas e fracionamento induzido pelo laser) e reduções, as quais consistem no cálculo das razões isotópicas, e incertezas. As incertezas totais resultam da propagação das incertezas calculadas, quanto menos os dados necessitam serem reduzidos (corrigidos) menores serão as incertezas. Para este tratamento de dados, existem softwares disponíveis (ex.: Glitter, Iolite) que mesmo que possuam uma interface gráfica de fácil utilização e possibilitem a redução de dados on-line, não realizam correções de Pb comum ou o controle de dead-time dos contadores de íons. Como alternativa para estes softwares, existe a possibilidade de um tratamento de dados off-line utilizando de planilhas de Excel® e macros VBA. Neste último caso, é possível a aplicação das correções necessárias, porém o resultado final não é obtido de modo prático e dinâmico. Na busca por preencher essas lacunas, quanto ao tratamento de dados na geocronologia, o atual trabalho buscou o aperfeiçoamento de um software de redução de dados. Este software, desenvolvido no Departamento de Geologia da Universidade Federal de Ouro Preto, originalmente fez uso da linguagem computacional MatLAB®. A escolha por esta linguagem de programação se deve ao ambiente de fácil utilização para desenvolvimento dos algoritmos e interface gráfica, além de ferramentas nativas, funções inbuilt para processamento matemático-estatístico e ambiente dinâmico para depuração dos dados. Com o objetivo de aprimorar essa ferramenta, foram extraídos da literatura as equações para cálculo de concentrações, razões, idades, esquemas de correção de diversas interferências e propagação de incertezas, sempre considerando as devidas adaptações para dados originários tanto do Neptune ICP-MS-MC quanto do Element II ICP-MS. Com uma avaliação acerca dos métodos e equações aplicadas no processo, componentes de correções foram eliminados ou modificados, resultando na obtenção de melhores incertezas. Os dados analisados anteriormente, e previamente cedidos, em projetos realizados por pesquisadores do Departamento de Geologia da Universidade Federal de Ouro Preto, foram comparados quanto à sua redução no SATURN e por outros métodos utilizados atualmente pelo departamento. Através da comparação, com resultados preliminares, foram observadas menores incertezas aliadas a um processo mais eficiente e ágil.Item Denudação geoquímica em sistemas fluviais de cabeceira de drenagem da borda sul do Quadrilátero Ferrífero – MG.(2019) Martins, Ramon Messias; Bacellar, Luis de Almeida Prado; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Bacellar, Luis de Almeida Prado; Val, Pedro de Almeida; Magalhães Junior, Antônio PereiraA existência de processos de denudação geoquímica envolvidos na retração das cabeceiras ou mesmo no aparecimento de zonas deprimidas próximas às nascentes constituem processos complexos não totalmente entendidos. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo estudar a espacialidade da denudação geoquímica em bacias de cabeceira, na região centro-sudeste de Minas Gerais, a partir da perda geoquímica em diferentes hierarquias fluviais. A proposta tem como área de estudo duas bacias (bacia B1 e B2) situadas em rochas do Grupo Sabará, unidade supracrustal da seção estratigráfica do QFe. Foram empregados trabalhos de campo para caracterização hidrogeomorfológica e mapeamento geológico, morfometria fluvial dos canais principais, construções de sessões topográficas, caracterização hidrogeoquímica via sonda multiparâmetros e espectrometria atômica via plasma acoplado indutivamente. As bacias são classificadas como endorréicas, com drenagem Consequente coincidindo com mergulho do acamamento de trend N24W32NE. O padrão de drenagem é do tipo Retangular, com as direções perpendiculares e paralelas ao acamamento. A bacia B1 possui 0,701 km2 , altitude do centroide em 1261 m e amplitude altimétrica de 157 m. Nela estão contidas 2 microbacias de 1ª ordem com áreas entre 0,142 e 0,278 km2 , e 2 bacias de contribuição de nascentes entre 0,012 e 0,018 km2 . A bacia B2 possui amplitude de 93 m, centroide em 1302 m e 0,349 km2 de área em que são contidas 5 microbacias de 1ª ordem, entre 0,007 e 0,082 km2 , e 5 bacias de contribuição de nascente com área entre 0,005 a 0,018 km2 . Os resultados indicam que as bacias são alongadas com índice de circularidade ~ ou <0,51 e magnitude da rede de drenagem muito alta (>15 canais/km2 ) com grande capacidade de geração de canais. A densidade de drenagem é caracteriza como muito alta (>3,50 km/km2 ) e a área mínima para a manutenção de 1 m2 de canal fluvial ocorre entre 172 m2 /m e 220 m2 /m. Foram caracterizadas 4 morfologias de nascentes (afloramento, duto, concavidade e cavidade) com exfiltração associadas à interseção de duas famílias de fraturas N-S (paralela ao acamamento) e ENE-WSW que demonstra a articulação da drenagem subsuperficial e superficial em áreas fraturadas. As tipologias são de contato; tubular; e fraturada inclinada; com vazão fluvial de 6ª magnitude e 7ª magnitude. A mobilidade da exfiltração foi de 0,01 m a 4,99 m para pequenas migrações; 5 m a 19,99 m para migrações de distâncias intermediárias e 20 m a 49,99 m para grande distância. Os dados hidrológicos indicam 2 períodos distintos (chuvoso e seco) e as vazões são maiores nos 1º e 2º trimestres de mensuração (chuvoso) e menores no 3º e 4º (seco). O monitoramento do pH indica que estes tendem a acidez (< 6,0) e os valores de eH não apresentam distribuição homogênea. Os domínios de estabilidade da água (eH-pH) indicam ambiente isolado da atmosfera/ambiente transicional para as amostras de nascentes e ambiente transicional/ambiente em contato com a atmosfera para os canais. Os resultados de condutividade elétrica evidenciam que as nascentes possuem as maiores mineralizações dentre as hierarquias fluviais. Os resultados indicam baixa alcalinidade (< 30 mg/L de CaCo3-) em função das litologias mapeadas não apresentarem assembleia mineral de alta solubilidade ou rica em sais. A analise de espectrometria atômica via plasma identificou os Elementos Maiores (EM) Al, Fe, Ca, K, Na, Mg, S, Si e Elementos Menores e Traço (EMT) Ba, Sr, Zn, Mn e Li que agrupados como Sólidos Totais Dissolvido (STD) indicam maior concentração destes na estação seca. A hierarquia nascente apresentou valores de EMT entre 0,002 e 0,116 mg/L e a canais fluviais de 0,002 a 0,111 mg/L. Em relação aos EM, as nascentes apresentam valores entre 0,011 e 2,680 mg/L e os canais de 0,011 a 2,906 mg/L. A perda geoquímica instantânea é expressa pela somatória dos elementos. Para as nascentes estes valores oscilaram no 1º, 2º, 3º e 4º trimestres respectios de 1,106 a 2,917 mg/L; 0,773 mg/L a 5,693 mg/L; 1,275 mg/L a 3,393 mg/L e 2,597 a 5,445 mg/L. Para os canais fluviais a oscilação foi de 1,173 a 2,298 mg/L; 1,118 a 3,491 mg/L; 1,980 a 3,649 mg/L e 3,105 a 3,519 mg/L. No geral, observa-se que apesar de existir maior variedade de elementos químicos nas águas durante o período úmido é no período seco que ocorre maior quantidade de STD e maior perda geoquímica instantânea. A denudação geoquímica anual de EMT ocorre de 0,005*10-1 a 0,039 ton/ano/km2 para nascentes, 0,004*10-1 a 1,894 ton/ano/km2 no canais de 1ª ordem e 0,047 a 0,485 ton/ano/km2 nos canais de 2ª ordem. Já a de EM para as respectivas ordens foi de 0,001*10-1 a 1,101 ton/ano/km2; 0,001*10-1 a 76,200 ton/ano/km2 e 0,956 a 42,890 ton/ano/km2. Em relação a denudação média por área constata-se que as bacias de contribuição de nascentes perdem entre 0,054 a 2,119 ton/ano/km2 de massa, as bacias de 1ª ordem de 0,158 a 136,277 ton/ano/km2 e, as bacias de 2ª ordem, entre 57,987 a 71,350 ton/ano/km2 . Em conclusão os dados revelam que a bacia B1 possui perda anual de 40,820 ton/km2/ano e rebaixamento do relevo de 15,69 m por Ma e a bacia B2 perda anual de 6,880 ton/km2/ano com rebaixamento topográfico do relevo de 2,65 m por Ma.Item O permiano da bacia de Sergipe-Alagoas.(2020) Silva, Rafael Oliveira; Leite, Mariangela Garcia Praça; Lima, Wagner Souza; Leite, Mariangela Garcia Praça; Borba, Cláudio; Castro, Paulo de Tarso AmorimA Formação Aracaré representa o Eopermiano da fase de sinéclise paleozoica da bacia de SergipeAlagoas. Suas rochas afloram principalmente na região central da bacia. Diversas campanhas de campo resultaram no levantamento de cinco perfis estratigráficos, nos quais foram identificadas 28 fácies sedimentares. Para um melhor entendimento dessas fácies, 30 lâminas delgadas foram confeccionadas, 15 amostras foram selecionadas para análises de difratometria de raios X, 40 para análises geoquímicas de elementos maiores, menores e traços, e três amostras de rochas carbonáticas para análises isotópicas de carbono e oxigênio. As seções sedimentares são compostas predominantemente por arenitos estratificados, cherts, carbonatos silicificados, dolomitos finos e pelitos siliciclásticos a mistos. As fácies identificadas foram reunidas em seis associações de fácies que refletem as condições paleoambientais. AF1 é denominada de continental eólico-fluvial e é composta de arenitos variando entre finos a grossos, com estratificações tangenciais e tabulares. A AF2 representa uma planície de maré mista composta por sedimentos pelíticos com estruturas de ressecamento, microbialitos laminados com teepees, ritmitos heterolíticos tipo linsen e packstones intraclásticos. A AF3 é composta por mudstones laminados, siltitos maciços verde e folhelhos escuros, sendo interpretada como depósitos de laguna protegida. A AF4 representa depósitos gerados por onda da zona de Foreshore/shoreface sendo composta por arenitos com estratificações cruzadas de baixo ângulo e grainstones silicificados. As fácies representativas da barreira protetora da laguna estão agrupadas na AF5, sendo elas: grainstones ooidais, trombolitos e estromatólitos. A AF6, interpretada como tidal inlets de ligação entre a laguna protegida e a região aberta de alta energia, é composta por grainstones intraclásticos e brechas mistas. As principais feições diagenéticas observadas nas análises petrográfica foram silicificações eodiagenéticas nos carbonatos, dissoluções de feldspatos e litoclastos e sobrecrescimento de quartzo em mesodiagênese. As análises geoquímicas revelaram elevados teores de sílica na maioria das amostras, resultado do aporte de terrígenos e dos conspícuos processos de silicificação. Resultados dos percentuais de elementos maiores, menores, traço e terras raras, assim com suas relações, reforçaram a importância do aporte terrígeno e corroboraram a hipótese de uma deposição em ambiente plataformal em condições oxidantes. Infelizmente, a intensidade dos processos diagenéticos alteraram o sinal primário dos carbonatos amostrados, o que dificultou a correlação dos resultados de isótopos estáveis com dados do Eopermiano disponíveis na literatura. O conjunto de resultados obtido mostrou que os depósitos da Formação Aracaré compunham um ambiente costeiro com uma rampa de sedimentação mista adjacente, sendo parte um mar epicontinental. O paleoambiente, definindo internamente um sistema lagunar controlado por planícies de maré protegido da região da alta energia por shoals carbonáticos e construções microbiais. Na região costeira haveria campos de dunas e rios de pequeno porte desaguando em pequenos deltas dentro ou fora do sistema lagunar alimentando o ambiente marinho com grãos terrígenos. A região, localizada entre as latitudes de 40° e 50°, situaria-se no chamado cinturão árido, no centro do paleocontinente Gondwana. O clima semiárido com monções, com alternância de períodos mais secos com eventos de grande pluviosidade, ficou refletido nas fácies descritas, em que depósitos eólicos associado a tapetes microbiais se intercalam com fácies carbonáticas com grande aporte terrígeno e camadas com troncos fósseis de pteridófitas silicificados. Destaque para a ocorrência das espículas silicosas de esponjas, a grande diversificação de camadas de cherts e os carbonatos com diferentes graus de substituição por polimorfos de sílica. As análises químicas confirmaram a origem biogênica da sílica, apontando como principal fonte as espículas de esponjas. A ausência, porém, de espiculitos não permitiu uma correlação com o modelo de glass ramps; porém, tudo indica que as silicificações encontradas tenham uma relação direta com o chamado o Permian Chert Event (PCE). Apesar da contribuição dos resultados para a uma melhor compreensão do Eopermiano na Bacia de Sergipe-Alagoas, como tantos outros trabalhos, o presente estudo criou novas perguntas, que podem vir a ser respondidas através de pesquisas futuras com mais dados de isótopos estáveis, detalhamento das análises nos cherts e datações radiométricas dos depósitos da Formação Aracaré.Item Inventário de radionuclídeos em solos do Quadrilátero Ferrífero (Minas Gerais, Brasil).(2019) Oliveira, Daniel Duarte de; Leite, Mariangela Garcia Praça; Andrello, Avacir Casanova; Araújo, Teodoro Gauzzi Rodrigues de; Leite, Mariangela Garcia Praça; Val, Pedro Fonseca de Almeida e; López, Alexander Dario EsquivelEste estudo teve como objetivo inventariar as concentrações de 137Cs, 210Pb e 238U nos horizontes superficiais de solos preservados na região do Quadrilátero Ferrífero (QF), no estado de Minas Gerais. O mesmo procurou comparar distribuições horizontais e verticais destes radionuclídeos entre e ao longo dos cambissolos de oito Unidades de Conservação (UC) pertencentes a esta região: Parque Estadual do Rola Moça (RLM), Estação Ecológica de Fechos (FCH), Parque Nacional da Serra do Gandarela (GDR-1 and GDR-2), Reserva Particular do Patrimônio Natural da Serra do Caraça (CAR), Estação Ecológica de Arêdes (ARD), Floresta Estadual do Uaimií (UAI), Parque Estadual do Itacolomi (ITA) e Parque Estadual da Serra de Ouro Branco (OBR). Os solos estudados foram amostrados em perfis de 60 cm de profundidade e foram realizadas análises granulométricas, mineralógicas (difractometria de raios X em pó – DRX), químicas (espectrofotometria de emissão ótica em plasma induzido – ICP-OES), colorimétricas e de espectrometria de radiação gama. A realização destas análises é justificada pela escassez de dados relacionados ao comportamento dos radionuclídeos e à classificação dos cambissolos nesta região. Ainda foram utilizados métodos estatísticos tais como a correlação de Pearson, os testes de ANOVA e Tukey, e as análises de componentes principais (PCA) e de componentes principais categóricos (CATPCA). Para os solos estudados, os resultados demonstraram uma forte correlação entre as concentrações de carbono orgânico total (COT) e os radionuclídeos. Estes, principalmente os originados por fallout atmosférico, demonstraram uma distribuição vertical nos primeiros trinta centímetros nestes solos e uma boa correlação entre si, o que pode ser explicado pela sua distribuição horizontal bem semelhante no QF. Além disso, os radionuclídeos geogênicos demonstraram concentrações e um comportamento esperado para os solos originados a partir de rochas metamórficas. Por fim, os resultado obtidos neste estudo demonstraram a eficácia dos métodos anteriormente mencionados. Além disso, os dados obtidos permitirão calcular as taxas de erosão e sedimentação não só na região do QF, como também em outras com características físicas, químicas e bióticas semelhantes.Item Geoquímica e geocronologia U/Pb em monazita dos pegmatitos no sul do Espírito Santo.(2018) Costa, Flávia Compassi da; Cipriano, Ricardo Augusto Scholz; Marques, Rodson de Abreu; Romano, Antônio Wilson; Cipriano, Ricardo Augusto Scholz; Marques, Rodson de AbreuA área de estudo está inserida no contexto geotectônico do limite entre as faixas Ribeira e Araçuaí, dentro da Província Pegmatítica Oriental do Brasil, ao sul do Espírito Santo. O objetivo principal deste trabalho é o estudo dos pegmatitos, a partir de aspectos geoquímicos, para caracterizar a evolução desses corpos, sua potencialidade econômica e provável gênese. Analisou-se a mineralogia dos pegmatitos Fazenda Concórdia (FC) localizado no município de Mimoso do Sul e do pegmatito São Domingos (SD) localizado no município de Muqui. As técnicas analíticas empregadas foram microssonda eletrônica (para a composição química dos feldspato, muscovita, turmalina, berilo e monazita); LA-Q-ICP-MS (para a caracterização dos elementos traços dos minerais citados) e LA-SF-ICP-MS (para a obtenção das idades pela razão U/Pb, em grãos de monazita). O pegmatito Fazenda Concórdia apresenta zonalidade irregular com base no sistema de classificação de estruturas de proposto por Cameron et al. (1949), contém feldspato potássico, quartzo, muscovita, água-marinha, topázio e turmalina, não apresentam controle estrutural. O pegmatito São Domingos possui uma zonalidade menos evidente, quando observa-se uma zonação e compara-se com o pegmatito Fazenda Concórdia, e sua mineralogia é basicamente composta por feldspato potássico, quartzo e muscovita. Com base na geoquímica foi possível perceber que esses corpos apresentam um trend de evolução em que o pegmatito São Domingos é menos evoluído que o pegmatito Fazenda Concórdia e quando comparado com pegmatitos de outros distritos da Província Pegmatítica Oriental do Brasil fica evidente que estes corpos são das primeiras fases do processo de fracionamento do pegmatito. Com relação à datação de monazita, a idade foi de 610.0±4.2 Ma, podendo indicar que a monazita pode ser oriunda da rocha encaixante que foi incorporada ao pegmatito durante sua cristalização, ou este pegmatito seria de origem pré-colisional, o que explicaria o baixo grau de evolução desses pegmatitos.Item Geochemical and petrological constraints on the origin of the neoproterozoic Urucum iron formation, Santa Cruz deposit, Brazil.(2018) Souza, Fernando Ribeiro de; Nalini Júnior, Hermínio Arias; Nalini Júnior, Hermínio Arias; Oliveira, Lucilia Aparecida Ramos de; Lana, Cristiano de CarvalhoO Grupo Jacadigo-Boqui, situado no SW do Brasil e SE da Bolivia, hospeda a Formação Ferrífera e Manganesífera (FF-FMn) do Urucum; um das ocorrências mais conhecidas e arquetípica do Neoproterozoico e a ultima grande expressão de deposição conjunta de Fe e Mn do Pré-cambriano. A sequência sedimentar do GrupoJacadigo-Boqui foi depositada em rifts desenvolvidos no paleocontinente Amazonas-Rio Apa, paralelamente a um evento de glaciação e o começo do ciclo Brasiliano. A FF do Urucum é caracterizada por uma assembléia metamórfica de baixo a muito baixo grau, geralmente composta por hematita, cherte e carbonatos da série Fe-dolomite-ankerita. EMP e LA-ICP-MS foram usados para determinar a composição química de hematitas dos facies carbonático e silicoso encontrados no morro Santa Cruz, Brasil. Três estágios de mineralização foram reconhecidos com base na textura e morfologia: (i) hematita anédricamicrocristalina, (ii) hematita subédrica a euédrica microespecular e (iii) microplacóide. Os resultados da EMP mostram composições químicas quase puras em Fe2O3 com quantidades traço de impurezas. Os resultados das analises de EMP e LA-ICP-MS mostram concentrações similares de elementos traço para todos os estágios, com pequena margem de variação, indicando uma redistribuição pós-deposicional relativamente limitada dos elementos traço. A análise fatorial das composições discriminou quatro grupos de elementos traço: (i) elementos incorporados na estrutura cristalina das hematitas (Ti, Al, V, Mn, Mg), (ii) associados com contaminação por carbonatos (Mg, Ca, Mn, P, Sr), associados com contaminação por cherte (Si), e hidrógenos adsorvidos em partículas precursoras (ETR, Ba, U, Th, Zr, Hf, Cu). Padrões de elementos terras raras (ETR), normalizados com folhelho, com características marinhas e razões de Zr/Hf e Th/U fracionadas sugerem uma recristalização a partir de sedimentos hidrógenos compostos por ferrihidrita. A hematita microcristalina foi formada precocemente durante a diagênese, através de desidratação, no estado sólido,de partículas amorfas de ferrihidrita; equanto que as variedades microespecular e microplacóide se formaram por processos de difusão durante estágios posteriores de diagênese-metamorfismo de baixo grau relacionado com o inicio da Orogenia Brasiliana.Essas transformações ocorreram concomitantemente e, possivelmente, envolveram a participação de fluidos hipogenéticos basinais, os quais promoveram o enriquecimento da FF através da lixiviação de chert. Fluidos supergênicos promoveram a lixiviação de minerais de ganga, porémnão modificaram significativamente a textura e composição química de hematitas primárias. Anomalias negativas reais de Ce e razões fracionadas de Th/U indicam que o os sedimentos precursores foram depositados em uma bacia estratificada, acima da fronteira redox, em condições óxicas. A presença de pelóides de hematita corrobora um ambiente marinho raso; próximo ao nível de base das ondas em tempo normal. Esta camada óxica superficial apresentava uma conexão com o oceano aberto, baseado nas assinaturas de ETR caracteristicamente marinhas, particularmente a pronunciada depleção em ETR leves, mas também recebeu um influxo de água doce, indicado por razões de Zr/Hf dentro do campo CHARAC (charge-and-radius-controlled behavior).Item Petrogênese de rochas metaultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e geocronologia de terrenos associados.(2017) Fonseca, Gabriela Magalhães da; Jordt, Hanna Evangelista; Queiroga, Gláucia Nascimento; Jordt, Hanna Evangelista; Medeiros Júnior, Edgar Batista de; Zincone, Stéfano Albino; Szabo, Gergely Andres Julio; Uhlein, AlexandreNo Quadrilátero Ferrífero (QF), Cinturão Mineiro (CM) e Complexo Mantiqueira (CMA) encontram-se muitos corpos de esteatito e serpentinito e raros corpos de rochas metaultramáficas que preservam algum mineral e/ou textura da rocha ígnea original. O estudo petrogenético comparativo destes corpos objetivou obter informações sobre o tipo de magmatismo ultramáfico nas adjacências de Rio Manso, Amarantina, Mariana, Lamim, Queluzito e Lagoa Dourada. Adicionalmente foi realizada uma investigação detalhada, em termos geoquímicos e geocronológicos, dos terrenos de gnaisses atribuídos ao Complexo Mantiqueira (CMA) e Complexo Santa Bárbara (CSB) encaixante de inúmeros corpos ultramáficos a leste do QF. Os afloramentos das rochas metaultramáficas ocorrem na forma de blocos de metros a decâmetros, são maciços e estão encravados em terrenos gnáissicos do embasamento de composição granítica a tonalítica, que frequentemente apresentam intercalações de anfibolitos concordantes com a bandamento. Com exceção das amostras de Rio Manso que possuem textura spinifex, os metaperidotitos preservam uma textura equigranular plutônica com minerais ígneos como olivina, piroxênio e espinélio distribuídos em uma matriz metamórfica fina composta por talco, serpentinas, cloritas, anfibólios e minerais opacos. Os corpos das rochas encaixantes são constituídos por gnaisses de composição granítica a tonalítica, em alguns locais apresentam intercalações de níveis anfibolíticos, geralmente concordantes com o bandamento. Os metaperidotitos, com exceção das amostras de Rio Manso que possuem textura spinifex, possuem textura equigranular, que é característica de origem plutônica, com minerais ígneos preservados como olivina, piroxênio e espinélio distribuídos em matriz metamórfica fina com talco, serpentinas, cloritas, anfibólios e minerais opacos. O estudo geoquímico dos corpos ultramáficos do QF e CM, especialmente em relação ao conteúdo de ETR, juntamente com dados de petrografia, química mineral e metamorfismo, mostrou que as rochas metaultramáficas são semelhantes a peridotitos komatiiticos. A comparação da composição química com rochas komatitiiticas de outras partes do mundo mostra que os metaperidotitos são quimicamente semelhantes aos komatiitos não-desfalcados em alumínio, com conteúdo de MgO > 22% em peso e TiO2 < 0,9% em peso. Os litotipos encontrados no QF possuem empobrecimento em ETRL, possivelmente refletindo a fonte mantélica, enquanto as rochas do CM são enriquecidas em ETRL, sugerindo uma fonte de manto, possivelmente metassomatizado, mais rica nesses elementos. Portanto, os resultados deste trabalho sugerem que houve dois eventos de magmatismo ultramáfico nas regiões estudadas. O mais antigo, no QF (regiões de Amarantina, Rio Manso e Mariana), que teve como fonte manto empobrecido, está associado ao greenstone belt Rio das Velhas arqueano. O segundo tipo, no CM (regiões de Lamim, Queluzito e Lagoa Dourada) possivelmente originou-se a partir de manto metassomatizado durante acreção do arco magmático paleoproterozoico que deu origem ao CM. Os terrenos gnáissicos atribuídos ao CMA a leste do QF foram caracterizados com detalhe por serem encaixantes de inúmeros corpos metaultramáficos. Predominam biotita gnaisses, leucognaisses e augen gnaisses que possuem características químicas de três grupos: TTGs, formados pela fusão de rochas metaígneas máficas, biotita gnaisse, provenientes da fusão de TTGs e metassedimentos, e granitos híbridos de alto-K, formados por mistura de magmas. Geocronologia U-Pb em zircão via LA-ICPMS resultou em idades mais antigas do que as descritas na literatura para o CMA e são correlacionadas a eventos magmáticos que ocorreram no QF. Foram encontradas idades herdadas de 3202, 2974 e 2789 Ma, mostrando que já existia crosta arqueana no CMA. As amostras com idade magmática mais antiga vão de 3146 a 3140 Ma. Correspondente ao evento Rio das Velhas II tem-se três amostras de 2812 a 2778 Ma. Relacionadas ao evento Mamona, cinco amostras com intervalo de idades entre 2738 Ma e 2678 Ma, sendo que nove amostras apresentam idades de cristalização magmática mais novas do que 2680 Ma, mostrando que no CMA houve intenso magmatismo de idade inferior ao evento Mamona. Estes litotipos mais jovens, de 2501 a 2440 Ma, podem ter sido a fonte para os sedimentos da Serra do Caraça. Idades metamórficas entre 2100 a 1978 Ma ocorrem em diversas amostras e são equivalentes ao Ciclo Transamazônico. Como as idades obtidas para as rochas atribuídas na literatura ao CMA são mais antigas do que as idades postuladas por diversos autores para este Complexo, sugere-se que o CSB se estende mais para leste, o que constitui uma relevante contribuição para o conhecimento do embasamento oriental do QF.