PPGECRN - Mestrado (Dissertações)
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Item O sinclinal de Ouro Fino : análise descritiva e cinemática de um segmento do sistema Fundão, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 1990) Fonseca, Marco Antônio; Alkmim, Fernando Flecha deO Sinclinal de Ouro Preto, localizado nas quadriculas de Capanema e Rio de Pedras corresponde a uma complexa estrutura, intimamente relacionada a um sistema de falhamentos de expressão regional, o denominado sistema do Fundão. A analise estrutural, realizada nas seqüência aflorantes na área em estudo, permite o grupamento das estruturas tectônicas em três famílias, cada uma das quais corresponde a uma fase deformativa. A fase antiga reconhecida na área em estudo (D1) associa-se um conjunto de estruturas dúctil-rupteis-falhas, zonas de cisalhamento e dobras, em todas as escalas alem de uma proeminente foliação, uma xistosidade (que localmente evolui para foliações miloniticas a protomiloniticas). Toda essa estrutura, bem como a própria estrutura sinclinal propriamente dita, tem como estrutura mestra e envoltória, o falhamento do Fundão. A orientação do eixo a cinemático, relativo a esta fase, mostra, na porção meridional da estrutura, valores orientados em torno de ¨60-70º. Em áreas adjacentes ao sul, notadamente no segmento do sistema fundão compreendido entre a região de Capanema e Timbopeba, estes valores são da ordem de 100-110º. Esta variação é atribuída à mudança de caráter da falha mestra, de geometria de rampa lateral e sul e sudeste para geometria de rampa frontal, a oeste e noroeste. A segunda fase de deformação (D2) é representada por um conjunto de estruturas uniformemente orientadas na direção leste-oeste, predominando amplos arqueamentos normais, podendo ai incluir-se o grande dobramento em crescente da estrutura maior. O aspecto cinemático dessa fase é de difícil determinação, dado o exíguo desenvolvimento de microestruturas relacionadas. Dado ao posicionamento da estrutura, na região de culminação do sistema, uma hipótese adicional de redobramento de arrasto seria gerado, em decorrência da movimentação do bloco do Sinclinal do Ouro Fino sobre o segmento lateral do sistema Fundão. Uma compressão de direção leste-oeste, gerando estruturas orientadas na direção norte sul, marca a ultima (D3) fase de deformação descrita para a área de estudo. As estruturas relacionadas, co entanto, ocorrem de forma confirmando a hipótese levantada por vários autores, de decréscimo em magnitude desta deformação em sentido oeste.Item Estilos estruturais e evolução tectônica da bacia do Acre.(1994) Oliveira, Carlos Maurício Monnerat de; Alkmim, Fernando Flecha de; Zalán, Pedro Victor; Martins Neto, Marcelo Augusto; Szatmari, PeterItem Evolução estrutural, geometria e deformação na área da falha de baixa grande bacia Potiguar emersa - Brasil/ RN.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 1996) Menezes, Paulo Eduardo de LemosEste estudo, comprendendo a porção S-SW do Rift Potiguar, visou abordar os aspectos estruturais e evolutivos das seqüências sedimentares que compõem a Formação Pendência, os processos tectônicos e a geometria da Falha de Baixa Grande. Para a realização do trabalho foram confeccionados mapas estruturais e de isópacas a partir da interpretação de seções sísmicas. A Falha de Baixa Grande delimita a borda S-SW do Rift Potiguar na região estudada. Tem sua origem no Cretáceo Inferior, com a deposição de sedimentos continentais de idade Neocomiana da Formação Pendência. As principais fases de atividade da Falha de Baixa Grande correspondem ao período de deposição da Seqüência 1, base da Seqüência 2 e porção superior da Seqüência 4 da formação Pendência. Durante a deposição da Seqüência 3 e base da Seqüência 4 houve uma atenuação das atividades tectônicas na falha, prevalecendo uma subsidência uniforme do substrato. A última fase tectônica identificada no Sistema de Falhas de Baixa Grande foi um evento de caráter direcional que gerou estruturas reversas locais. A geometria observada nos estratos deformados é reflexo da própria geometria do plano da falha. A geometria em rampa-patamar do plano da Falha de Baixa Grande em algumas regiões tem intrínseca relação com a formação de uma dobra distensiva nos estratos deformados do bloco baixo. Modelagens física, realizada por Aires (1992), e numérica corroboram a formação de dobras distensivas associadas à deformação causada por este tipo de geometria do plano de falha. O conhecimento da geometria dos estratos deformados possibilitou a reconstituição do plano de falha a partir da utilização de modelos geométricos que relacionam estes elementos. A reconstituição do plano da falha a partir dos estratos deformados evidencia a complexidade dos processos deformacionais relacionados a falhas distensivas com planos curvos. A distensão total na Falha de Baixa Grande na região de Juazeiro foi obtida a partir de modelagem numérica, sendo seu valor estimado em 5% para o período de tempo entre a deposição da Seqüência 2 e a base da Seqüência 4.Item Análise estrutural descritiva da mina do Lamego e do seu entorno, Quadrilátero Ferrífero, MG.(1998) Carmo, Vitalino Elizeu Ferreira do; Carneiro, Maurício Antônio; Carneiro, Maurício Antônio; Oliveira, Claudinei Gouveia de; Nalini Júnior, Hermínio AriasItem Avaliação e estudo das emissões de metais pesados pela barragem de Santarém (Samarco Mineração S.A.) no sistema hídrico da região de Ouro Preto e Mariana : um estudo da qualidade das águas.(1999) Matsumura, Marcelo da Silva; Lena, Jorge Carvalho deItem Mineralização de Au-Cu-(±Etr-U) associada às brechas hidrotermais do depósito de Igarapé Bahia, Província Mineral de Carajás, PA.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 1999) Tazava, Edison; Gomes, Newton SouzaO depósito de Au-Cu de Igarapé Bahia está localizado na Província Mineral de Carajás (PA) e é caracterizado por apresentar uma seqüência de rochas vulcanossedimentares arqueanas, metamorfizadas na fácies xisto verde, composta por rochas metavulcânicas básicas na base e por rochas metapiroclásticas/metassedimentares no topo da seqüência. A zona de mineralização principal é caracterizada por um domínio de brechas heterolíticas magnetíticas e sideríticas, posicionadas entre o pacote de rochas metavulcânicas e o de metapiroclásticas/metassedimentares. Essas brechas são ricas em calcopirita e, subordinadamente, bornita e possuem ouro associado. A seqüência vulcanossedimentar foi submetida à intensa alteração hidrotermal, sendo os principais resultados desta alteração, representados pela cloritização, que atingiu todas a rochas da seqüência, sulfetação, carbonatação, Fe-metassomatismo, turmalinização, silicificação e, subordinadamente, biotitização. Nas brechas mineralizadas, ocorre um enriquecimento principalmente em ETR, Mo, U, F, Cl e P. A presença desses elementos indica que fluidos salinos, ricos em flúor e com elevadas temperaturas, teriam sido os responsáveis pelo transporte do grande volume de ETR. Dados de isótopos de carbono e oxigênio em carbonatos hidrotermais sugerem a existência de dois fluidos responsáveis pela alteração e, conseqüentemente, pela mineralização. Um fluido de origem magmática é caracterizado pelos estreitos valores negativos de δ13C (-9,3 a -5,8 ‰). Além disso, a ampla variação de δ18O (0,7 a 9,4‰) mostra que os valores mais positivos podem estar associados a fluidos magmáticos de mais altas temperaturas. Estes teriam interagido progressivamente com fluidos, cujos valores muito baixos da composicão isotópica do oxigênio são sugestivos da participação de componentes meteóricos de baixas temperaturas. As evidências químicas e mineralógicas associadas à composição isótopica de carbono e oxigênio permite sugerir para o depósito Igarapé Bahia um modelo genético semelhante ao proposto para o depósito de óxido de ferro-(Cu-Au-U-ETR) Olympic Dam, sul da Austrália, no qual também se constata uma interação de fluidos magmáticos e superficiais na gênese da mineralização. Todos os depósitos classificados como do tipo óxido de ferro-(Cu-Au-U-ETR) são encontrados a partir do Proterozóico. Assim, o depósito de Igarapé Bahia seria o v primeiro depósito desta classe descrita no Arqueano. Apesar da química e da mineralogia da mineralização serem indicativas do envolvimento de fontes graníticas na gênese da mineralização, esta fonte ácida ainda não foi constatada nos vários furos de sondagem realizados na área. Todavia, a fonte da mineralização poderia estar relacionada a um dos eventos de granitogênese ocorrentes na região.Item Geoquímica das águas e dos sedimentos da bacia do rio Gualaxo do Norte, leste-sudeste do Quadrilátero Ferrífero (MG) : estudo de uma área afetada por atividades de extração mineral.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2001) Costa, Adivane Terezinha; Nalini Júnior, Hermínio AriasO presente estudo geoquímico foi conduzido no intuito de elucidar o comportamento físico-químico das águas c dos sedimentos frente às inúmeras interferências anlrópicas relacionadas aos quase trl3s séculos ele mineração na área abordada. Neste contexto, foram utilizadas diversas técnicas analíticas que, juntamente com informações geológicas e sócioeconômicas da área, permitiram a obtenção do quadro geoquímico ambiental elo local. O rio Gualaxo cio Norte, situado na região sueleste do Quadrilátero Ferrífero, recebe os efluentes das minas de ferro de Timbopeba, Capanema, Samarco e Samitri e de garimpos. Esles últimos vêm explorando ele maneria rudimentar os depósitos auríferos da região ao longo ck quase três séculos. No presente trabalho foram realizadas análises ele ;íguas e sedimentos no interior ela mina ele Timbopeba, nos efluentes elas minas de ferro supraciladas e no curso principal do rio Gualaxo do Norte, de sua cabeceira alé sua desembocadura. Esse rio percorre várias sequências geológicas associadas a ocorrências de minerais metálicos. Através da análise de parâmelros ele qualidade das águas, cátions e ânions principais em iÍguas superficiais e determinação de Fe, Mn e AI e metais traço em águas e seelimenlos de fundo procurou-se estabelecer as características geoquímicas presentes na bacia elo fiO Gualaxo elo Norte associadas direta ou indiretamente às ativielades de extração mineral. O rio Gualaxo elo Norte é constituído por águas sódicas bicarbonatadas. Os efluentes das minerações de ferro são fontes para anomalias de HC0 3 -, sol-, Na+ derivados cio processo de beneficiamento do minério de ferro. Estas substâncias são responsáveis pelos valores anômalos ela conelutividade elétrica, sólidos totais dissolvidos e salinidaele observados. O decréscimo nos valores destes parftmetros e nos teores dos elementos supracitados a partir dos eflllcntes das minas para jllsante sustenta esta hipótese. As diferenças sazonais nestes valores foram observadas essencialmente para os efluentes do Complexo Timbopeba. Os valores do "backgrounel" de Fe, Mn e AI estão acima do limite estabelecido pela legislação brasileira. Elevados teores de Fe e Mn nas águas e sedimentos estudados são atribuídos às fontes litogênicas associadas às atividades garimpeiras e ao enriquecimento desses elementos no ambiente secundário (lateritas), que é também explorado pelo garimpo. Através de análises de difração de raios X, foram caracterizados minerais corno quartzo, goetita, hematita, caulinita e moscovita corno principais constituintes mineralógicos dos sedimentos. O comportamento dos elementos químicos nos diagramas químicos são o prinCIpaIS indicadores de que o garimpo de Antônio Pereira, que vem historicamente explorando encostas e leitos de rios da cabeceira do rio Gualaxo do Norte, é a principal fonte antropogênica de elementos tóxicos (As, Mn, Sb, Ba e Hg ) em sedimentos do rio Gualaxo do Norte. Estes elementos se encontram associados ao Ca e Mg e são amplamente mobilizados e liberados para o ambiente aquático através da atividade garimpeira. Os teores destes metais excederam o limite estabelecido pela legislação e o "background" local. Anomalias químicas de Cr, Ni e Mo foram caracterizadas nos sedimentos de um tributário do rio Gualaxo (rio Natividade) aparentemente associadas à composiçilO litogeoquímica. O Cr apresentou teores 149 vezes acima do limite estabelecido pela legislação. Anomalias ele Cu, Pb e Zn identificadas em Bento Rodrigues são provavelmente atribuídas aos depósitos auríferos arqueanos. Foram caracterizadas correlações positivas entre manganês e metais traço (As, Ba, Sb, Hg, Ni, Pb, Cu e Co) nos sedimentos estudados evidenciando, além da associação destes elementos devido a uma rocha fonte comum, a provável presença do fenômeno de captura ("scaveging") por óxidos de Mn. A biodisponibilidade e o potencial tóxico de metais pesados e elementos como Fe e Mn dependem de sua especiação química. Os diagramas de pH-Eh permitiram caracterizar as principais espécies químicas de Fe, Mn, As, Sb, Cd e Cr presentes em água e sedimentos do rio Gualaxo do Norte.Item Falha de transferência de Caritá : o significado tectônico no rifte do Recôncavo-Tucano-Jatobá, NE Brasil.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2003) Vasconcellos, Dabylson Victor Farias; Gomes, Caroline Janette SouzaA falha de Caritá, localizada na Bacia do Tucano, nordeste do Brasil, representa uma importante estrutura na evolução do Rifte do Recôncavo-Tucano-Jatobá. A partir da análise estrutural detalhada com base, especificamente, em dados de campo, e apoiada em dados de subsuperfície, esta falha revelou-se um exemplo clássico de falha de transferência. O arcabouço estrutural do Rifte do Recôncavo-Tucano-Jatobá, formado sob regime distensional, apresenta dois tipos de falhas transversais: falhas de transferência e as recém-estudadas falhas de alívio. A análise estrutural da Falha de Caritá, desenvolvida ao longo de aproximadamente 50km de afloramentos, expostos no limite oeste do Bloco de Araticum, e no limite leste do Arco de Vaza- Barris, mostrou tratar-se de uma falha de rejeito normal-dextral com direção NW-SE. Toda seqüência rifte é afetada pela zona de falha, que expõe um consistente sistema conjugado de fraturas Riedel e anti-Riedel, de direções N-S e NE-SW, respectivamente. A análise dos paleotensores indica que as orientações de σ e σ13 são, respectivamente, 200° e 290o, e σ vertical, caracterizando um regime transcorrente. 2 Regionalmente, a Falha de Caritá liga dois semigrabens assimétricos opostos, os das bacias do Tucano Central e Norte, evidenciados, respectivamente, pelos baixos de Cícero Dantas e Salgado do Melão. A falha de transferência de Caritá atuou com estreita interação, durante toda a fase rifte, com duas outras estruturas de transferência, representadas pela Falha de Jeremoabo e pelo Arco do Vaza Barris.Item Modelagem e inversão 2D de dados magnetométricos aplicados na caracterização da geometria do Sinclinal Gandarela e Homoclinal Curral – Quadrilátero Ferrífero, MG.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2005) Oliveira, Natália Valadares de; Endo, IssamuA presente dissertação tem como proposta a caracterização geométrica, do sinclinal Gandarela e homoclinal Curral na região do Quadrilátero Ferrífero, com base na análise integrada de dados geofísicos. O sinclinal Gandarela é uma dobra reclinada cujo traço axial se orienta segundo a direção NE-SW e a charneira, localizada na sua porção meridional, apresenta caimento moderado para SE. A serra do Curral é um homoclinal constituído apenas pela aba invertida da anticlinal do Curral. As camadas possuem mergulhos elevados e são comuns falhas de alto ângulo cortando as unidades do Supergrupo Minas que afloram ao longo de toda a serra. A base de dados geofísicos utilizada é constituída por dados magnetométricos aerolevantados do projeto Brasil-Alemanha, do levantamento magnetométrico terrestre feito nas regiões de interesse, de dados gravimétricos provenientes da combinação de levantamento de altimetria por satélite, levantamentos terrestres e marinhos e de dados geológicos consubstanciados em diversos estudos realizados na região, além de informações geológicas complementares obtidas durante a realização do levantamento magnetométrico terrestre. A metodologia desenvolvida baseia-se na integração de dados geofísicos e geológicos, utilizando ferramentas que auxiliam na identificação e no ajuste de profundidades de fontes magnéticas. A técnica de deconvolução Euler 2D estima os topos de profundidades de fontes magnéticas ou de corpos magnéticos. O método poligonal de modelagem 2D permite ajustar as anomalias observadas às anomalias calculadas através de ajuste da geometria em corpos de formas finitas e irregulares. A inversão de anomalias magnéticas consiste na operação matemática de dados para a geração de modelos geofísicos aproximados a modelos geológicos/estruturais, em subsuperfície, com a entrada de parâmetros livre e fixo. Na inversão Linear 2D assumiu-se como parâmetro livre a distribuição de susceptibilidade magnética e como parâmetro fixo a geometria. Já na inversão não-Linear 2D, o parâmetro fixo é a distribuição de susceptibilidade e o livre, a geometria. Os resultados obtidos no presente estudo caracterizam a geometria das áreas investigadas, baseados na integração de dados geológico/geofísicos e na interpretação dos mesmos. A geometria obtida no sinclinal Gandarela apresenta-se similar na mo delagem 2D e nas inversões Linear e não-Linear 2D, sendo compatível com os modelos existentes (e.g. Padilha 1982, Franco 2003, Endo et al. 2004), confirmando o adelgaçamento tectônico progressivo tanto da estrutura quanto das camadas, em profundidade. O homoclinal Curral foi dividido em dois segmentos, o Curral Oeste e o Curral Leste. Na modelagem e inversões magnetométricas 2D do Curral Leste indicou a presença de um corpo intrusivo cuja geometria ainda não havia sido inferida em profundidade. Este corpo, provavelmente, corresponde ao Granito General Carneiro. No segmento oeste do homoclinal Curral, os resultados obtidos tanto na modelagem, quanto nas inversões magnetométricas 2D corroboram ao modelo proposto por Endo et al. (2005), onde a geometria é composta por uma a megadobra recumbente alóctone com o embasamento envolvido em seu núcleo, denominada de nappe Curral.Item Avaliação geoquímica ambiental da barragem do ribeirão da Cachoeira, sudeste do Quadrilátero Ferrífero, Ouro Preto, MG.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2005) Abreu, Adriana Trópia de; Lena, Jorge Carvalho deNo Quadrilátero Ferrífero, barragens são construídas com duas principais finalidades: contenção de efluentes produzidos por mineradoras e geração de energia elétrica para indústrias metalúrgicas. Nesse último grupo está inserida a Barragem do Ribeirão da Cachoeira, construída pela Alcan em 1956. A energia elétrica é usada pela fábrica de alumínio na cidade de Ouro Preto. Pelo norte, a barragem recebe contribuição do rio da Ponte e seus tributários. Pelo sul, ela recebe as águas do ribeirão Santa Rita e do córrego Meira e seus tributários. Na sub-bacia do Ribeirão da Cachoeira várias atividades de subsistência são desenvolvidas. A norte, ao longo do rio da Ponte se observa a presença de mineração de topázio, onde garimpeiros fazem a extração deste mineral usando técnicas rudimentares levando ao aumento da quantidade de material particulado em suspensão na água. Além disso, há atividade de mineração de manganês na região. A sul, se observa a ocorrência de esteatito cuja extração é feita em grande escala. No distrito de Santa Rita de Ouro Preto a pedra sabão é utilizada por muitos moradores para a fabricação de peças de decoração e utensílios e o rejeito produzido nesse trabalho é descartado, sem tratamento prévio, às margens do ribeirão Santa Rita. Como problema adicional, a barragem também recebe esgotos de pequenos distritos (Rodrigo Silva, Itatiaia e Santa Rita de Ouro Preto). Com o objetivo de avaliar os impactos dessas atividades na qualidade da água e do sedimento da Barragem do Ribeirão da Cachoeira, foram realizadas análises químicas em amostras de sedimento e de água. As análises incluíram determinação de alguns parâmetros físico-químicos (temperatura, pH, Eh, condutividade elétrica, sólidos totais dissolvidos, oxigênio dissolvido e turbidez), ânions (HCO3-, SO42- e Cl-) e elementos traços e maiores (Al, As, Ba, Be, Ca, Cd, Co, Cr, Cu, Fe, K, Li, Mg, Mn, Mo, Na, Ni, Pb, Sn, Sr, Ti, V e Zn) para as amostras de água e determinação de teores de elementos traços e maiores (Al, Ba, Ca, Co, Cr, Cu, Fe, K, Li, Mg, Mn, Na, Ni, P, Sc, Sr, Th, Ti, V, Y, Zn e Zr) em amostras de sedimentos de fundo com granulometria menor que 63 µm. Além disso, a distribuição dos elementos no sedimento foi determinada através de extração seqüencial para avaliar a disponibilidade de alguns metais e metalóides (As, Ba, Co, Cr, Cu, Ni, Mn, Pb e Zn). Os resultados da análise revelam que o sedimento da porção norte da barragem contém altos teores de Mn, provavelmente, como conseqüência da mineração de Mn. Na porção sul, os sedimentos apresentaram altos teores de Mg, Ni, Cr e V, provavelmente devido às atividades de extração de pedra sabão. A presença desses elementos reflete o conteúdo de talco no sedimento. No sul da barragem é possível distinguir entre a contribuição antropogênica e geogênica à composição do sedimento. Tanto o córrego Meira como o ribeirão Santa Rita carreiam sedimentos provenientes do Complexo Santo Antônio de Pirapetinga com afloramentos de pedra sabão. No entanto, sedimentos próximos ao ribeirão de Santa Rita contêm maiores concentrações desses elementos, provavelmente devido ao descarte dos resíduos das cantareiras. A água da barragem está relativamente livre de metais pesados e traços. O fracionamento dos sedimentos através da técnica da extração seqüencial mostrou que As, Cd, Cr, Cu, Ni e Zn estão predominantemente associados à fração residual do sedimento e, portanto, dificilmente serão disponibilizados para o meio aquoso. Já os elementos Ba, Mn e Co estão distribuídos em todas as frações estudadas, ou seja, trocável, redutível, oxidável e residual. Esse fato indica que esses elementos podem ser tornar disponíveis com possíveis alterações nas condições físico-químicas da água, tais como: pH, Eh e OD. A distribuição do Pb no sedimento se resume a duas frações: redutível e residual. Isto sugere que este elemento está associado aos óxidos de ferro e manganês, indicando que o Pb pode ser disponibilizado para o meio aquoso numa possível mudança na condição redutora natural como a representada pela introdução de esgoto no recurso hídrico.Item Análise por métodos hidrológicos e hidroquímicos de fatores condicionantes do potencial hídrico de bacias hidrográficas - estudo de casos no Quadrilátero Ferrífero (MG).(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2005) Costa, Fernanda Martineli; Bacellar, Luis de Almeida PradoOs meios hídricos superficiais e subterrâneos estão em dinâmica interação e, conseqüentemente, eventuais interferências em um meio são refletidas, a curto ou longo prazo, em todo o sistema, o que justifica a necessidade de gerenciamento integrado. Esta interconexão possibilita ainda a análise das condições dos aqüíferos a partir de informações hidrológicas por meio dos métodos indiretos de caracterização hidrogeológica, fundamento da presente pesquisa. Trata-se de investigações baseadas, em especial, na análise das taxas de recessão do fluxo de base, ou seja, na capacidade do aqüífero produzir água e contribuir para a vazão das drenagens superficiais. Com este método, a partir do conhecimento do regime hidrológico das bacias, é possível analisar as variáveis que participam da definição do potencial hídrico de uma região. Ressalta-se que tais variáveis, lém numerosas, atuam de forma integrada, tendo geralmente seus efeitos superimpostos. Neste trabalho, as variáveis consideradas foram: geologia, geomorfologia e uso e ocupação do solo, em especial a presença de voçorocas. Foram analisadas nove microbacias de drenagem com características preferencialmente homogêneas em toda a sua extensão e que se diferenciavam entre si por alguma particularidade pré definida. Buscou-se assim avaliar o efeito deste atributo diferencial no potencial hídrico da bacia, que foi determinado pelos métodos hidrológicos e hidroquímicos (métodos indiretos). A maioria das microbacias localiza-se no Complexo Metamórfico Bação, sendo duas estruturadas em rochas do Supergrupo Minas, ambas unidades localizadas no Quadrilátero Ferrífero – MG. No monitoramento destas microbacias, com duração de um ano hidrológico, foram utilizados pluviômetros alternativos com resultados satisfatórios. Na determinação da vazão utilizou-se vertedores portáteis de placa de metal semelhantes aos sugeridos pelo USGS, de baixo custo, altamente confiáveis e de grande praticidade. Paralelamente, foram analisadas bacias com dados fluviométricos históricos em tamanhos variados a fim de balizar os resultados. O índice hídrico “coeficiente de recessão” foi determinado por meio de técnicas pouco divulgadas em âmbito nacional e de grande utilidade por necessitar de séries fluviométricas relativamente curtas. Trata-se dos métodos da “Correlação” e “Matching Strip”, sendo que, para os dados disponíveis, o segundo apresentou melhores resultados. Para a separação dos hidrogramas, determinação do fluxo de base (utilizando-se, em especial, o índiceBFI: percentual do fluxo de base em relação ao fluxo total) e de outros índices foi aplicada a técnica “Smoothed Minima”, que gerou resultados igualmente coerentes. Foi aplicado também o tradicional método de Barnes, em especial nas bacias com dados fluviométricos históricos. A partir dos preceitos de Maillet e Rorabaugh, foi estimada, ainda, a difusividade (transmissividade/coeficiente de armazenamento) das microbacias e indicados alguns valores possíveis da transmissividade. A comparação entre as microbacias evidenciou que aquelas estruturadas em granito-gnaisse tendem a um maior potencial hídrico que aquelas estruturadas em xistos e filitos. E, sob mesmas condições geológicas, aquelas com relevo mais acentuado, apresentam menor potencial hídrico. Porém, deve-se considerar que há uma tendência do manto de intemperismo ser mais espesso em áreas de relevo mais plano nos terrenos granito-gnaissicos, o que tambémcontribui para o maior potencial hídrico das bacias. Não foi possível observar com clareza os efeitos das formas de uso e ocupação do solo sobre os recursos hídricos, sendo necessários estudos mais detalhados para interpretações definitivas. Porém, verificou-se uma significativa diminuição do fluxo de base nas microbacias afetadas por voçorocas, causando expressivo impacto sobre o regime hidrológico. Devido ao baixo custo e praticidade, a metodologia aqui empregada se mostrou adequada para analisar o potencial hídrico de regiões com deficiência de dados hidrológicos e hidrogeológicos.Item O complexo acamadado Itaguara-Rio Manso, MG.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2006) Goulart, Luís Emanoel Alexandre; Carneiro, Maurício AntônioO Complexo Acamadado Itaguara-Rio Manso (CAIRM) compreende um corpo intrusivo com características estratiformes e composição ultramáfica-máfica, situado entre os municípios de Itaguara e Rio Manso, MG. Nesse local, o CAIRM intrude unidades gnáissicas, atribuídas ao Complexo Metamórfico Campo Belo (ou Bonfim) e rochas metamáficas, metassedimentares e vulcanossedimentares atribuídas ao Supergrupo Rio das Velhas. Sobrepondo-se a isso, encontram-se os sistemas de diques máficos NW e SE (SDM-NW e SDM-NE), granitóides e uma unidade máfica Tardia. As estratificações do CAIRM têm espessura variável (centimétricas a métricas) e composição predominantemente lherzolítica-harzburgítica com intercalações subordinadas websteríticas, ortopiroxeníticas, gabronoríticas e gabróicas. São comuns as estratificações porfiríticas, de aspecto pegmatóide, gradando ou intercalando-se para variedades de granularidade mais fina. Microscopicamente, observa-se que as variedades mais finas apresentam textura adcumulática mono e poliminerálica ou, menos freqüentemente, textura mesocumulática, enquanto as variedades de granularidade mais grossa tendem a apresentar textura heteradcumulática com ou sem fase intercumulus. As análises geoquímicas das rochas do CAIRM indicam a afinidade komatiítica e, sob alguns aspectos, assemelham-se às rochas de outros complexos acamadados mundiais, tais como Gorgona, Bushveld e aqueles de Barberton. Regionalmente, as rochas do CAIRM apresentam padrão geoquímico semelhante às rochas da Seqüência Acamadada Ribeirão dos Motas e da Seqüência Cláudio, mostrando que podem ser oriundas de um mesmo evento magmático regional. Os metamafitos do CAIRM, se comparados às rochas metamáficas do Supergrupo Rio das Velhas, que ocorrem nas imediações do complexo, apresentam padrões geoquímicos ligeiramente semelhantes, muito embora os padrões do CAIRM sejam menos fracionados. Contudo, verifica-se que os diagramas bivariantes de razões entre elementos incompatíveis dessas unidades, mostram trends distintos, gerados pela maior contribuição de LILE nas rochas metamáficas atribuídas ao Supergrupo Rio das Velhas. Por isso, descarta-se, a princípio, a possibilidade de que as rochas do CAIRM e os metamafitos em questão, sejam oriundas de um mesmo processo de cristalização fracionada. Porém, regionalmente, os padrões geoquímicos do CAIRM assemelham-se aos padrões de basaltos komatiíticos, atribuídos ao Supergrupo Rio das Velhas, que ocorrem na região de Conselheiro Lafaete/Congonhas. Se, localmente, as rochas do CAIRM diferem das rochas do Supergrupo Rio das Velhas mas, regionalmente, ocorrem de rochas ultramáficas-máficas semelhantes ao CAIRM, é provável que na porção meridional do Cráton São Francisco tenha ocorrido dois ou mais eventos magmáticos de natureza ultramáfica-máfica. Um deles estaria relacionado aos komatiítos do Supergrupo Rio das Velhas. O outro (ou outros), estaria relacionados, por exemplo, ao CAIRM, a Seqüência Acamadada Ribeirão dos Motas, etc. Dessa forma é possível que o CAIRM e várias outras ocorrências de metaultramafitos presentes na porção meridional do Cráton São Francisco representem um evento intrusivo (parte plutônica, parte vulcânica) não suficientemente caracterizado. Sob muitos aspectos, essa possibilidade é corroborada pela presença de derrames komatiíticos contendo basaltos komatiíticos subordinados na região do Morro da Onça, no limite norte da área mapeada, em continuidade ao CAIRM.Item Estudo de elementos-traço em águas de abastecimento urbano e a contaminação humana : um caso de Ouro Preto, MG.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2006) Pereira, Margarete Aparecida; Paiva, José Fernando deA cidade de Ouro Preto possui um confuso sistema de distribuição de água com captações da administração municipal em 12 fontes, além de fontes alternativas clandestinas tais como antigas minas de ouro, chafarizes e bicas. Somente nos últimos anos, a qualidade destas águas tem sido estudada com base nas concentrações de metais e metalóides. Elevadas concentrações de arsênio já foram detectadas em algumas captações municipais, sendo que uma destas abastece a população de um bairro - o bairro Padre Faria. Por outro lado, não se tem qualquer idéia sobre a presença efetiva de contaminações por elementos traço diretamente em águas de residências, e tampouco uma constatação da sua absorção pelos moradores. Neste trabalho foram analisadas amostras de água coletadas em residências e fontes alternativas ao longo do bairro, e também amostras da primeira urina do dia de moradores. Nestas foram determinadas as concentrações de As, Al, Cd, Cu, Zn, Pb e Mn, utilizando-se como técnicas a espectrometria de emissão atômica com acoplamento de plasma (ICP-OES), e a Voltametria de varredura linear. Para alguns destes elementos nas águas, os limites máximos estabelecidos pela Portaria 518 do Ministério da Saúde para águas potáveis foram ultrapassados. Com efeito, para o As as concentrações estiveram entre 3,0 µg/L e 189 µg/L, para o Pb entre 3,0 µg/L e 32,73 µg/L e para o Al entre 1,3 e 364,8 µg/L. Nas urinas, em cerca de 27% das amostras o teor de Pb ultrapassou o índice biológico máximo estabelecido pela Norma Regulamentadora 7 do Ministério do Trabalho e Emprego, chegando em até 47,57 µg/gcreatinina. Em 30% das amostras o teor de As também ultrapassou este limite regulamentar, atingindo valores de até 553.53 µg/gcreatinina. O alumínio foi detectado na maioria das amostras de urina atingindo valores da ordem de 490,4 µg/gcreatinina. Como conseqüência do uso de uma rede de distribuição de água não planejada e pouco controlada, em regiões de linha de base geoquímica que oferece caráter potencialmente tóxico às águas naturais, tem-se uma exposição efetiva da população, e uma contaminação constatadas através da presença de metais e metalóides potencialmente tóxicos nas amostras de urina analisadasItem Modelagem estrutural e geofísica da porção centro-norte do Sinclinal Moeda, Quadrilátero Ferrífero, MG.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2006) Braga, Silvia Carolina Martins; Gomes, Caroline Janette Souza; Barbosa, Maria Sílvia Carvalho; Danderfer Filho, AndréO presente trabalho tem por objetivo apresentar um estudo da evolução geológica da porção centro-norte do Sinclinal Moeda, oeste do Quadrilátero Ferrífero. Com esta finalidade, empregaram-se os métodos geológicos clássicos de levantamento geológico-estrutural ao longo de perfis transversais ao sinclinal, de interpretação de fotografias aéreas e de construção de perfis geológicos-estruturais interpretativos. Além disto interpretaram-se dados aerogeofísicos, de gamaespectrometria e de magnetometria (do banco de dados da Companhia Mineradora de Minas Gerais, COMIG), e efetuou-se uma modelagem estrutural e geofísica. A gamaespectrometria estuda a radioatividade natural emitida pelos elementos químicos U, Th e K, na forma de radiação eletromagnética (raios γ). Com essa ferramenta, foi possível refinar o mapa geológico da área, confirmando e ajustando os contatos litológicos, que, em decorrência do avançado estado de alteração das rochas, eram, muitas vezes, inferidos nos mapas existentes. A magnetometria estuda o magnetismo natural das rochas. Para a interpretação das anomalias magnetométricas, em subsuperfície, empregou-se um método matemático conhecido como deconvolução de Euler. Este forneceu a posição, a geometria e a profundidade das falhas da área de estudo. A partir das informações magnetométricas foi possível confirmar, em mapa, os traços de falhas transcorrentes, tais como os da Cata Branca, do Bonga (flanco leste) e do Pau Branco (flanco oeste), e reconhecer uma falha regional até então desconhecida, que corta o sinclinal, na direção NW-SE (denominada de Falha das Codornas). Essa apresenta componente direcional e faz a conexão dos sistemas de falhas Cata Branca e do Bonga. De acordo com a interpretação desse trabalho, esta falha constitui uma estrutura antiga do embasamento, que foi reativada durante a inversão Brasiliana. Com base nas informações geofísicas e geológico-estruturais, escolheu-se a posição de duas linhas de perfis, um a norte e outra a sul da Falha das Codornas, e construíram-se, pelo método kink, perfis balanceados na escala 1: 10.000. Ao final, avaliou-se a viabilidade geométrica dos perfis geológico-estruturais a partir de dois procedimentos: a restauração estrutural e a modelagem geofísica. O primeiro, restaurou camadas e estruturas à sua posição pré-Brasiliana, pelo método da conservação do comprimento das camadas. O método demonstrou que as seções são viáveis e revelou que o encurtamento foi de baixa magnitude e foi maior no perfil sul do que na seção norte. A modelagem magnetométrica, que consiste em testar o ajuste entre o perfil magnetométrico e o perfil geológico, apresentou erro menor que 0,1%, para os dois perfis, com valores de susceptibilidade magnética dentro da faixa permitida para cada tipo de rocha, provando que os perfis também são viáveis do ponto de vista magnetométrico. De acordo com o conjunto de dados apresentados acima, pode-se constatar que o domínio sul foi deformado com uma maior magnitude, confirmando a hipótese de trabalho de que este domínio tenha sofrido processos de encurtamento e ejeção mais intensos do que o domínio norte, devido à atuação dos complexos metamórficos Bonfim e Bação como blocos rígidos. Ao final do trabalho, propõe-se para a história da evolução da porção centro-norte do Quadrilátero Ferrífero que após a formação do Sinclinal Moeda, um sistema de falhas distensivo se formou, fazendo uma conexão com a Zona de Cisalhamento Bonfim-Moeda, gerando as falhas que foram identificadas pelo método magnetométrico da deconvolução de Euler. Após, teria se instalado a inversão tectônica brasiliana, de baixa magnitude, que gerou a inversão do flanco leste do sinclinal, e também a reativação das falhas normais preexistentes, e também da Falha das Codornas, tendo esta atuado como falha de rasgamento para o evento brasiliano.Item Análise geoquímica de água e de sedimentos afetados por minerações na bacia hidrográfica do rio Conceição, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais - Brasil.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2006) Parra, Ronal Rafael; Roeser, Hubert Mathias PeterPara avaliar as características geoquímicas de água e sedimentos do rio Conceição e determinar a influência de atividades antrópicas nas variações das mesmas, foi realizado um estudo geoquímico ambiental. A área de estudo encontra-se localizada no Município de Santa Bárbara, Estado de Minas Gerais – Brasil. Geologicamente está inserida na porção nordeste do Quadrilátero Ferrífero e é caracterizada pelas unidades litoestratigráficas do Supergrupo Rio das Velhas e do Supergrupo Minas. Este estudo envolveu o monitoramento hidrogeoquímico sazonal de parâmetros físicoquímicos de qualidade da água, como temperatura, pH, Eh, oxigênio dissolvido, condutividade elétrica, sólidos totais dissolvidos, turbidez, alcalinidade, sulfato e cloreto; e a quantificação dos elementos Ca, Na, K, Mg, Fe, Mn, Al, As, Cd, Pb, Co, Cu, Cr, Ni, V e Zn na água e sedimentos. Para tal estudo foram coletadas 27 amostras de água, 25 amostras de sedimentos, no verão (julho e setembro de 2004) e no inverno (outubro 2003) ao longo do rio e nos seus principais tributários. Além das amostras de água e sedimentos, foram coletadas nas cabeceiras do rio Conceição, 6 amostras de rocha e 6 de solos (maio de 2004), para estabelecer a correlação entre a mineralogia e a geoquímica das rochas, solos, sedimentos e águas e determinar as fontes dos elementos maiores Al, Fe, Mg, Mn, K e Ca. Os sedimentos apresentaram valores variáveis nas concentrações dos elementos maiores e metais traços. Concentrações elevadas de Zn, Cu e As foram observadas à jusante do rio Conceição, as quais estão relacionadas as atividades de mineração de ouro, isto foi evidenciado nos gráficos de probabilidade normal. Usando os valores de linha de base foi calculado o Índice de Geoacumulação (IGEO), classificando o rio Conceição como praticamente não poluído pelos elementos Cr, Zn e Cu, moderadamente poluído por Pb e fortemente a extremamente poluído por As. A principal fonte litológica responsável pelas concentrações dos elementos determinados nos solos e nos sedimentos são as rochas do Supergrupo Rio das Velhas , para os elementos Al, K, Mg, Cd e Pb, e as rochas do Supergrupo Minas para os elementos Ca, Mg e Fe. Os resultados das analises de água evidenciaram aumento de turbidez, sulfato e cloreto nos pontos localizados nas proximidades dos aglomerados urbanos, sendo atribuídos ao lançamento de esgotos doméstico. Em relação à concentração dos elementos maiores e metais traço na água, cabe destacar que ao longo do rio, essas concentrações estão dentro dos níveis permitidos pela resolução CONAMA 357 (2005) para águas das classes 1 e 2. Somente os pontos C14, C29 e C27, apresentaram concentrações de Fe, Ni, Pb e Cr acima destes padrões, as quais estão relacionadas com as atividades de mineração. A concentração de elementos químicos nos solos, sedimentos e água estão relacionados com as litologias dos Supergrupos Rio das Velhas e Minas, sendo também influenciada pelas atividades antrópicas desenvolvidas na região, como a mineração.Item Análise da influência da geoquímica do ambiente e das características do substrato na estruturação da população de Corbicula flumínea, MULLER 1974, (Mollusca, Bivalvia) no reservatório da usina elétrica de Volta Grande - MG/SP.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2006) Mota, Hélen Regina; Leite, Mariangela Garcia PraçaCorbicula fluminea (Müller, 1774) é uma espécie de bivalve de água doce comum no continente asiático. Atualmente se encontra amplamente distribuída na Europa, América do Norte e do Sul. O presente estudo realizou uma análise geral da situação ambiental do reservatório de Volta Grande MG/SP, em seis pontos escolhidos como áreas de estudo, caracterizando a hidrosedimentologia dos pontos determinados, nos períodos de seca e de chuva, por meio da determinação das formas e granulometria do sedimento depositado no leito; caracterização petrográfica/mineralógica do sedimento; análise de elementos traço no sedimento, na água, na água de poro e nas conchas de C. fluminea; analisando também os parâmetros físico-químicos da água nestes pontos de coleta no reservatório, para que se pudesse confrontar os dados com os resultados biológicos, determinando a abundância e o tamanho dos indivíduos em cada ponto amostrado, caracterizando a estrutura da população de C. fluminea. Pôde – se perceber através da relação dos parâmetros da água em relação à abundância de C. fluminea que esta espécie é muito sensível a qualidade da água no que tange a análise físico-química. A ocorrência de ondas e de um fluxo maior de águas na estação chuvosa ocasionou dificuldades na coleta, ocorreu uma lavagem no substrato e, conseqüentemente, a suspensão e mobilidade de alguns indivíduos ocasionando diminuição de organismos aquáticos, geologicamente nos casos em que o substrato é mais fino ocorreu suspensão do material de fundo fazendo com que a filtração destes organismos se tornassem mais difícil e conseqüentemente influenciando na distribuição dos mesmos. A atividade antrópica, através da dragagem de areia para fins comerciais, em um dos pontos estudados apresentou clara influência no tamanho dos indivíduos coletados onde não ultrapassaram 0,5 mm de comprimento, além da variação na abundância durante duas estações (seca e chuva). Constatou-se que esta atividade antrópica dificulta a fixação e estabelecimento da população de C. fluminea no substrato o que pode ocorrer com outros indivíduos da fauna bentônica também. A granulometria do substrato para as estações amostradas demonstrou que a presença de C. fluminea não é determinada pela preferência de algum tipo da composição granulométrica do substrato, uma interação complexa de vários fatores condiciona sua distribuição, tais como disponibilidade de oxigênio, pH da água, estação do ano, ocorrência de ondas, etc. A caracterização granulométrica dos pontos apresentou grandes variações em todas as classes encontradas e a presença de C. fluminea era notada em todos os pontos de coleta, evidenciando também a grande capacidade adaptativa deste molusco em colonizar ambientes com características tão diferentes. A granulometria não pode ser aplicada para determinar o tamanho de indivíduos visto que em todas as faixas granulométricas o teste apresentou significância concluindo então que C. fluminea pode ter tamanhos parecidos em toda as faixas granulométricas, considerando a espécie apta a colonizar uma variedade de substratos que vão desde pedras e cascalhos, a areia e argilas, pelos dados obtidos esta espécie não demonstra preferência por algum tipo de substrato. A partir das análises dos resultados de elementos – traço, pode concluir que os valores estão dentro do parâmetro da normalidade, segundo a Resolução CONAMA Nº 357, de 17 de março de 2005.Item Atividades extrativas minerais e seus corolários na bacia do alto Ribeirão do Carmo : da descoberta do ouro aos dias atuais.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2006) Tavares, Ruzimar Batista; Sobreira, Frederico GarciaA descoberta de ouro nas cabeceiras do Ribeirão do Carmo no final do Século XVII trouxe um notável fluxo migratório para a região, originando diversos povoados, dentre os quais aqueles que originaram as atuais cidades de Ouro Preto e Mariana. Em mais de trezentos anos de ocupação, a região passou por uma alternância de períodos com predomínio marcantes de algumas atividades e outros de estagnação. Em toda sua história, a região foi palco de atividades extrativas minerais. Após o ciclo do ouro (Séc. XVIII), as atividades de mineração praticamente cessaram até meados do Séc. XX, quando as jazidas de pirita, alumínio, manganês e ferro chamaram de novo a atenção para a região. Atualmente também é notável a produção de gemas e rochas ornamentais. O objetivo principal da pesquisa foi identificar as áreas que foram ou estão sendo local de extrações minerais das mais diversas naturezas, analisando o impacto, o histórico, a evolução dos processos morfodinâmicos no tempo e as intervenções posteriores. Estas são as bases para a proposição de diretrizes mitigadoras dos problemas existentes. Os trabalhos foram desenvolvidos através da interpretação de fotografias aéreas, com a identificação das áreas, formas e feições típicas, desenvolvimento de análise temporal dos processos e levantamentos de campo. Foram avaliados os processos ocorrentes nesses locais, suas causas e possíveis conseqüências, além da atualização das informações obtidas na interpretação de imagens. As áreas foram agrupadas por atividades congêneres e contemporaneidade, visando sistematizar as classes de impactos. O agrupamento das áreas gerou classes com peculiaridades e caracteres transversais, visando soluções comuns aos grupos distintos. Tipificar as áreas permitiu analisar os processos e listar os efeitos das explotações de bens minerais correlacionando aos impactos e passivos ambientais nos meios físico, bióticos e antrópicos. O diagnóstico possibilitar sugerir ações para a minimização e mitigação de impactos em atividades atuais e estudo qualitativo dos passivos. Medidas mitigadoras conceituais são propostas como soluções, que atendem a maioria dos casos. Entretanto, não são dispensáveis análises “in locu” para a intervenção nesses locais, visando confirmar as soluções ou especificar a necessidade de outras medidas, com base em avaliação técnica.Item Caracterização da deformação frágil e sua relação com os processos de voçorocamento na porção sudeste do Complexo Metamórfico Bação – Quadrilátero Ferrífero – Minas Gerais.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2006) Campos, Maria Inês Bonaccorsi de; Danderfer Filho, AndréA porção sudeste do Complexo Metamórfico Bação (CMB) apresenta-se intensamente fraturada. As várias direções de fraturas observadas são conseqüência de eventos tectônicos que atuaram na região desde o Proterozóico. Dados obtidos por fotointerpretação e de campo evidenciaram a predominância de um sistema ortogonal formados por famílias de fraturas de direções NW-SE e NE-SW. A primeira é paralela a lineamentos morfoestruturais de idade cenozóica. A idade da segunda família é incerta, pois, localmente, ora ela se apresenta nitidamente mais nova que a primeira, com feições de encurvamento, ora mais velha. Estruturas morfotectônicas e frágeis reconhecidas na literatura como indicativas de tectônica ativa foram observadas na área estudada. Depósitos quaternários deformados fragilmente também foram encontrados na porção sudeste do CMB, evidenciando a ocorrência de atividade neotectônica recente. Por outro lado, a área em questão é um exemplo típico de região afetada por voçorocamento. A maioria das voçorocas é desencadeada a partir de fatores antrópicos, no entanto, constatou-se que essas feições erosivas estão intimamente relacionadas com as características litológicas e com as estruturas frágeis. As voçorocas e ravinas do sudeste do CMB ocorrem quase que exclusivamente em solos de gnaisses migmatíticos e os eixos principais e dígitos dessas feições erosivas são condicionados por fraturas. As mais bem desenvolvidas situam-se nas interseções de descontinuidades frágeis e anisotropias dúcteis de alto ângulo de mergulho reativadas fragilmente.Item Estudo da relação entre as características abióticas e bióticas na compartimentação de comunidades ecológicas no Parque Estadual do Rio Doce/MG com base na geomorfologia e na interação inseto-planta.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2006) Soares, Janaina Pizzatti; Ribeiro, Sérvio PontesDiferentes fatores abióticos como forma de relevo, permeabilidade e granulometria do solo influenciam nas condições nutricionais das plantas e conseqüentemente na distribuição de seus insetos herbívoros. No entanto, esta relação entre aspectos geomorfológicos e seus efeitos diretos e indiretos na cadeia alimentar foram pouco explorados cientificamente. Assim, a realização deste estudo visou estudar a influência de condicionantes geológicos, em especial a geomorfologia, nas condições de habitat e nutricionais das plantas de matas tropicais e na fauna de insetos herbívoros. Esse estudo foi realizado no Parque Estadual do Rio Doce/MG onde foram selecionados seis sítios de mata que se encontrava em três diferentes situações geomorfológicas e sobre a mesma unidade geológica: 2 sítios de matas de interflúvios e encostas íngremes, instaladas sobre solos não movimentados (eluviais); 2 sítios de matas instaladas sobre rampas de colúvio, responsáveis pelo barramento das canais fluviais atualmente ocupados pelos lagos e 2 sítios de matas que crescem sobre os aluviões do paleocanal do Rio Doce. Foram realizadas medidas estruturais e coletas de insetos herbívoros em 120 árvores selecionadas aleatoriamente, e uniformemente distribuídas entre os sítios, além de ensaios de permeabilidade in situ, peneiramento de sedimento e cartografia das feições. Um total de 74 espécies de plantas distribuídas em 25 famílias foram encontradas neste estudo. Algumas famílias apresentaram relação com a geomorfologia: Fabaceae (presente em todas as feições), Flacourtiaceae (presente na feição rampa de colúvio) e Lauraceae (apenas na feição baixada). A feição geomorfológica exerceu influencia sobre a estrutura da floresta. A mata da feição baixada foi a mais alta, sendo isso reflexo das condições ambientais, como disponibilidade de nutrientes, diretamente relacionados a um maior crescimento e, também, a eventos ocorridos no passado (estas são matas mais bem preservadas em solos mais estáveis). A despeito de localização geográfica, a comunidade de plantas presente nas feições de crista foram similares, o que significa que há mais coocorrências de espécies de plantas nos habitats gerados por esta feição. Por outro lado, a comunidade de plantas da feição rampa presente no sul do Parque, apresentou a maior dissimilaridade de espécies comparativamente as demais geomorfologias e locais, inclusive a rampa do norte do Parque, o que sugere que a feição rampa influencia menos a distribuição de espécies de árvores do que as outras feições. Além de influenciar a distribuição de plantas, a geomorfologia exerceu influência, também, sobre a fauna de insetos herbívoros. A mata presente sobre a feição rampa apresentou maior média de riqueza de insetos herbívoros, reforçando a hipótese inicial de que feições geomorfológicas diferentes originaram-se de processos de gênese diferentes, produzindo solos com condições ecológicas e evolutivas variadas e, assim, podem permitir distintas composições florísticas e manutenção de uma fauna de insetos herbívoros também variadas. A própria topografia da rampa ofereceu a combinação de vários aspectos físicos, aumentando a heterogeneidade ambiental e contribuindo muito para a maior diversidade de insetos nessa feição. Entretanto, a fauna de insetos herbívoros não respondeu ao tamanho do grão e a permeabilidade, sendo importante à análise de outras variáveis físicas para se ter certeza da existência de alguma relação direta entre a fauna e as características abióticas das feições estudadas. Com relação à composição da fauna, os dados são sugestivos de que haja condições ambientais identificáveis capazes de definir a distribuição espacial de diversas espécies de insetos, influenciando na beta diversidade florestal. O presente trabalho é pioneiro ao investigar a o dossel em uma floresta e a fauna de insetos herbívoros, explicitando o efeito de feições geomorfológicas. Os resultados obtidos sugerem que a inclusão de análises geomorfológicas pode auxiliar na compreensão da complexidade de florestas, na conformação do dossel superior, na distribuição dos insetos herbívoros e na estrutura taxonômica de ambientes, até então, entendidos como altamente similares.Item Bioacumulação de metais pesados em plantas nativas a partir de suas disponibilidades em rochas e sedimentos : o efeito na cadeia trófica.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2006) Corrêa, Tatiana Lopez; Ribeiro, Sérvio PontesAs altas concentrações naturais de metais pesados em um ecossistema podem oferecer efeitos nocivos à saúde humana e têm contribuído para a contaminação do meio ambiente. Por outro lado, algumas plantas foram naturalmente selecionadas para tolerância e até bioacumulação de elevadas concentrações destes metais. O objetivo deste trabalho foi avaliar a possibilidade de tolerância diferencial a metais pesados em populações de Pteris vittata L. (Pteridaceae) e Byrsonima variabilis A. Juss. (Malpighiaceae) em dois locais situados na região de Ouro Preto e Mariana e de descrever as possíveis variações anatômicas em folhas de plantas sujeitas a concentrações diferentes de metais pesados, correlacionando essas variações estruturais a um maior ou menor grau de herbivoria causados por insetos. As espécies selecionadas para este trabalho ocorrem nas encostas do ribeirão do Carmo (Mariana), próximo a uma área onde existe a presença de arsênio em grande quantidade e nas cangas lateríticas, ricas em ferro, alumínio e manganês pertencente à Universidade Federal de Ouro Preto. Foram coletadas 30 amostras de folhas de P. vittata e 30 de B. variabilis, metade em cada local de estudo. Além das amostras de plantas, também foram coletadas amostras de solo sob cada planta amostrada, totalizando 60 amostras. Foram realizadas análises químicas em amostras de plantas e de solos e análises mineralógicas em oito amostras de solo representativas. Também, feitas medidas de herbivoria, arquitetura de planta, esclerofilia foliar e de anatomia foliar das espécies estudadas. As amostras de solo coletadas junto às populações de P. vittata são distintas das amostras coletadas junto às populações de B. variabilis, tanto em Mariana quanto em Ouro Preto, indicando que estas espécies ocupam micro-habitats distintos. As análises químicas mostram que a maioria dos elementos no solo se encontra em concentração adequadas para solos não contaminados como, solos para agricultura. Algumas amostras apresentaram concentrações baixas de nutrientes (Ca, Mg e outros) e outros elementos em decorrência da lixiviação e outras apresentaram concentrações altas de Fe, Cr, Ni, As, Bi, Cd, Sb, Th e V devido a fontes naturais na região de Mariana e Ouro Preto. Nas plantas, a maioria dos metais pesados foi encontrada em concentração adequada à nutrição destas, exceto o As em P. vittata e o Mn em B. variabilis, que foram encontrados em concentrações acima do limite ótimo destes descritos na literatura para plantas em geral. Além disso, as concentrações de grande parte dos metais pesados nas plantas não refletem as concentrações encontradas nos solos, evidenciando a existência de mecanismos de tolerância, relacionados eventualmente com absorção seletiva. De maneira geral, as duas espécies estudadas apresentaram índices de bioacumulação de Cu, Zn, Ba e Sr altos. Também, B. variabilis apresentou um alto índice de bioacumulação de Mn e P. vittata de As, sugerindo uma grande eficiência em absorvê-los e translocá-los às folhas em concentrações acima das encontradas nos solos. A taxa de danos causados por herbívoros em P. vittata foi muito baixo, confirmando a hipótese de menor acúmulo de insetos herbívoros ao longo do tempo evolutivo associados às plantas inferiores. Embora as duas populações de B. variabilis tenham apresentado composição química semelhante, a população de Mariana apresentou plantas mais vigorosas, evidenciadas pelas características de arquitetura de planta, folhas menos atacadas por insetos herbívoros e menos esclerófilas do que a população de Ouro Preto. As plantas com maiores concentrações de Mn e maior espessura de cutícula no limbo foliar em B. variabilis foram menos atacadas por insetos herbívoros. Considerando a hipótese de que insetos especialistas associados às plantas esclerófilas são capazes de superar as defesas mecânicas dessas plantas, apresentar uma cutícula espessa não é suficiente para barrar ou inibir a entrada desses insetos. Portanto, sugere-se a possibilidade da B. variabilis acumular manganês na cutícula foliar, tornando esta defesa mais eficiente contra a herbivoria.