CIPHARMA - Mestrado (Dissertações)

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    Medicamentos potencialmente perigosos na atenção primária à saúde em um município de médio porte de Minas Gerais : desafios para a segurança do paciente.
    (2023) Ferreira, Wandiclécia Rodrigues; Nascimento, Renata Cristina Rezende Macedo do; Nascimento, Renata Cristina Rezende Macedo do; Martins, Maria Auxiliadora Parreiras; Belo, Vanessa de Almeida
    Em 2004, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, com o objetivo de incentivar a qualidade e a segurança na assistência em saúde. Mas somente em 2013, foi instituído, no Brasil, o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Dentre os seis protocolos estabelecidos pelo PNSP, destaca-se o “Protocolo de Segurança na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos”, que visa promover boas práticas em todas as etapas do processo de medicação, nos serviços de saúde. Neste contexto, destacam-se os Medicamentos Potencialmente Perigosos (MPP), que possuem risco aumentado de provocar danos significativos ao paciente em decorrência de uma falha no processo de utilização. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar o conhecimento dos profissionais de saúde sobre os MPP e identificar os problemas relacionados à prescrição de insulina na Atenção Primária à Saude (APS), em Ouro Preto, Minas Gerais. Trata-se de um estudo observacional do tipo transversal, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas estruturadas, realizadas entre os meses de março e agosto de 2023, e análise de prescrições contendo insulina, um MPP padronizado na APS, atendidas na Farmácia Escola da UFOP, no período de agosto/2022 a julho/2023. Após leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, foram entrevistados 62 profissionais de saúde atuantes na APS e que estavam vinculados ao processo de prescrição, dispensação, uso e/ou administração de medicamentos, a fim de avaliar o conhecimento dos mesmos sobre MPP. Dentre estes, 77,4% eram do sexo feminino, tinham idade média de 41±10,2 anos e trabalhavam em média há 14,0±9,3 anos na função. Apenas 12,9% afirmaram ter um grau de conhecimento suficiente sobre MPP e dentre os 26 medicamentos classificados como MPP, 61,0% foram identificados corretamente. Além disso, foram avaliadas 257 prescrições totalizando 1.114 medicamentos, sendo 74,3% digitadas. Apenas 10,5% continham a data de nascimento do paciente, que é um dado obrigatório, e 78,4% das insulinas apresentavam as abreviaturas U ou UI, as quais tem a recomendação de serem abolidas para evitar erros de medicação. A partir destes dados foi possível identificar um baixo conhecimento sobre MPP e falhas na implantação do protocolo de segurança na prescrição de insulina, indicando a necessidade de uma capacitação para os profissionais de saúde, com foco nos MPP, a fim de promver o uso racional de medicamentos e a segurança do paciente, conforme preconiza o PNSP.
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    Caracterização dos efeitos da suplementação nutricional com nanoesferas de própolis verde no perfil metabólico em camundongos submetidos a uma dieta hipoproteica.
    (2022) Lima, Ana Carolina; Moura, Sandra Aparecida Lima de; Moura, Sandra Aparecida Lima de; Oliveira, Lisandra Brandino de; Cardoso, Leonardo Máximo
    A desnutrição é considerada um fator agravante para o desenvolvimento de alterações metabólicas no ambiente clínico levando a graves condições patológicas. Em função disso, há uma busca por novas estratégias terapêuticas com o intuito de modular os processos metabólicos. Dentre essas estratégias, o uso da nanotecnologia utilizando a própolis verde vem ganhando grande visibilidade e é necessário saber em que medida essa tecnologia é capaz de potencializar o uso do extrato aquoso da própolis verde como estratégia de combate à desnutrição hipoproteica e seus efeitos. Este trabalho teve como objetivo caracterizar os efeitos da suplementação nutricional com nanoesferas de própolis verde no perfil metabólico em camundongos submetidos à dieta hipoproteica. Para tanto, utilizou-se um modelo animal de desnutrição hipoproteica no qual 64 camundongos da linhagem Swiss fêmeas com 6 semanas de vida foram divididos em 8 grupos de maneira aleatória e submetidos a dietas normoproteica e hipoproteica. A dieta normoproteica possuía 12% de proteína, enquanto a dieta hipoproteica possuía 3% de proteína. A partir da 10a semana de vida, iniciou-se o tratamento via oral com nanoesferas contendo extrato aquoso da própolis verde, na dose de 500 mg/kg por dia, aos grupos tratados. Ao realizar a avaliação de parâmetros importantes, como a média de peso e os níveis séricos de proteínas observou-se que o modelo experimental de desnutrição hipoproteica empregado mostrou-se eficiente. O tratamento também reduziu a atividade bioquímica das enzimas presentes na função hepática independente do estado nutricional dos animais. Em relação ao perfil lipídico o tratamento foi capaz de reduzir todos os marcadores independente do estado nutricional e do tempo de tratamento. Os resultados evidenciaram que as nanoesferas de extrato aquoso da própolis verde apresentaram efeito hepatoprotetor nos animais tratados. O tratamento com as nanoesferas reduziu a expansão das lesões hepáticas revelando algumas ilhas de hepatócitos íntegros nos grupos hipoproteicos tratados, diferentemente dos grupos não tratados, cujo parênquima hepático estava totalmente comprometido. Concluiu- se que a tecnologia empregada com o uso de nanoesferas de extrato aquoso de própolis verde pode constituir-se em uma promissora estratégia alternativa na prevenção e tratamento dos efeitos maléficos decorrentes da desnutrição contribuindo assim para proposição de novas estratégias de prevenção e tratamento dessa importante questão de saúde pública.
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    Estudo fitoquímico e atividades biólogicas de extratos etanólicos especiés Nectandra nitidula, Curatella americana e Albizia niopoides.
    (2019) Lima, Lienne D’Auria; Brandão, Geraldo Célio; Teixeira, Luiz Fernando de Medeiros; Magalhães, José Carlos de; Santos, Orlando David Henrique dos; Brandão, Geraldo Célio
    Foi realizada uma triagem fitoquímica preliminar de extratos das espécies Curatella americana, Nectandra nitidula e Albizia niopoides ocorrentes no estado de Minas Gerais. Os extratos foram preparados via percolação exaustiva a frio com etanol (92,8o GL), os principais metabólitos secundários foram identificados por cromatografia em camada delgada comparando-se com amostras de referência, e pela técnica de cromatografia líquida de ultra eficiência acoplada a ultravioleta, espectrometria de massa (CLUE-UV-EM) e espectrometria de massa sequencial (EMEM). Os principais constituintes identificados foram flavonoides da classe flavonol para a espécie Curatella americana e alcaloides da espermidina para a espécie Albizia niopoides. O extrato de folhas de C. americana foi submetido a um fracionamento por partição líquido-líquido, utilizando solventes de polaridade crescente. A fração em acetato de etila foi refracionada por cromatografia de exclusão molecular utilizando resina de Sephadex LH-20, e por cromatografia em coluna de sílica gel de fase reversa ligada a octadecilsilano (C18), e obteve dois sólidos isolados denominados CAFAE-1 e CAFAE-2. Neste trabalho foram realizados ensaios que permitiram a avaliação da atividade citotóxica, anti-Zika vírus, antibacteriana e anti-Trypanosoma cruzi dos diferentes extratos. O extrato de folhas de C. Americana mostrou-se moderamente citotóxico, mas com atividade significativa contra o Zika vírus, com CE50 de 85,23 μg/mL (IS = 2,56). Adicionalmente, a fração acetato de etila também apresentou forte atividade contra o Zika vírus com CE50 de 40,72 μg/mL (IS = 1,38), enquanto que somente a CAFAE-1 mostrou atividade contra o Zika vírus com CE50 de 152,8 μg/mL (IS = 2,0). A espécie N. nitidula revelou-se moderadamente citotóxica e foi ativa contra o Zika vírus com CE50 104,2 μg/mL (IS = 1,38), além disso, apresentou atividade antibacteriana contra Staphylococcus spp. O extrato de caules da espécie A. niopoides mostrou-se moderamente citotóxico para linhagens de células Vero e MRC-5 com CC50 de 62,22 e 30,54 μg/mL, respectivamente. Adicionalmente, este extrato apresentou uma atividade antibacteriana significativa contra a maioria das bactérias Gram-positivas e negativas testadas. Já o extrato de folhas dessa espécie demonstrou ausência de citotoxicidade e foi o mais ativo contra as formas amastigotas de T. cruzi, demonstrando 85% de inibição desses parasitos (IS = 2,65). Portanto, conclui-se que os constituintes de média polaridade podem ser os responsáveis pela atividade anti-Zika vírus observada e que os alcaloides da espermidina podem ser os responsáveis pelas atividades biológicas observadas para a espécie Albizia niopoides.
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    Fatores de risco e polimorfismos dos genes ECA E GNB3 associados à hipertensão no município de Ouro Preto, MG.
    (2022) Agostini, Lívia da Cunha; Silva, Glenda Nicioli da; Teixeira, Luiz Fernando de Medeiros; Silva, Glenda Nicioli da; Isoldi, Mauro César; Ribeiro, Daniel Araki
    A Hipertensão arterial (HA) é uma doença crônica caracterizada por pressão arterial sistólica igual ou superior a 140mmHg e/ou pressão arterial diastólica igual ou superior a 90mmHg. A HA é um fator de risco considerável para doenças como aterosclerose e trombose, acometendo principalmente o sistema cardíaco, cerebral, renal e vascular periférico. As complicações clínicas decorrentes, bem como a frequência elevada em nossa população, fazem com que a HA tenha um importante papel nos programas de saúde pública. Dentre os fatores responsáveis pelo desencadeamento da HA encontram-se alterações genéticas, envolvendo vários genes e suas variantes. Dessa maneira, estudos clínicos, epidemiológicos e genéticos têm sido realizados para melhor compreender os mecanismos envolvidos na HA, com a finalidade de melhorar o diagnóstico e contribuir para a prevenção desta doença. Os objetivos do presente projeto foram identificar os fatores de risco, os parâmetros bioquímicos e os diferentes polimorfismos genéticos (genes da Enzima Conversora de Angiotensina - ECA e Subunidade Beta 3 da Proteína G - GNB3) associados à hipertensão arterial na população de Ouro Preto/MG. Os polimorfismos dos genes GNB3 (rs5443) e ECA (rs4291/rs4363 e rs4335) foram feitas por q- PCR, usando o sistema TaqMan®. Os exames de triglicérides, colesterol total, HDL-colesterol, LDL-colesterol, não-HDL colesterol, VLDL, ureia, creatinina, glicose e ácido úrico foram feitos por espectrofotometria UV/Vis com a utilização dos reagentes da Cobas® Substratos (Roche) e processadas no equipamento COBAS INTEGRA® 400 Plus (Roche). As dosagens dos íons sódio e potássio foram realizadas por eletrodo íon seletivo (Roche) e processadas no equipamento AVL 9180. Os resultados mostraram que a hipertensão arterial esteve associada à idade, nível de escolaridade, renda familiar, tabagismo, obesidade, triglicérides, VLDL, ureia, creatinina, glicose, ácido úrico e sódio. Influências das variantes genéticas da ECA e GNB3 sobre a hipertensão arterial não foram observadas, mas estiveram associadas com o triglicérides, colesterol total, HDL-colesterol, LDL-colesterol, não-HDL colesterol, VLDL, ureia, glicose e ácido úrico. Em conclusão, a HA foi associada à condição socioeconômica, hábitos de vida e alteração de parâmetros bioquímicos. Apesar dos polimorfismos estudados não estarem associados à HA, eles podem estar associados à desregulação de outros parâmetros bioquímicos, mostrando a importância de se avaliar geneticamente indivíduos de familiares com HA, a fim de prevenir as causas e consequências dessa doença.
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    Planejamento, síntese e avaliação citotóxica de novas chalconas derivadas do 2-METOXI-4-PROPILFENOL, a partir da otimização estrutural de um composto hit.
    (2023) Nakao, Izadora Amaral; Souza, Thiago Belarmino de; Souza, Thiago Belarmino de; Dias, Danielle Ferreira; Braga, Saulo Fehelberg Pinto
    O câncer representa a segunda maior causa de mortes no Brasil e no mundo e a busca por novas terapias para esta doença é um desafio constante, em vista da agressividade e toxicidade associadas aos tratamentos disponíveis. Atualmente existem diversos fármacos disponíveis para o tratamento do câncer porém, apesar do seu objetivo principal consistir na destruição das células neoplásicas, estes atuam de forma não seletiva, o que consiste na principal limitação do tratamento, justificando a busca por novas substâncias mais potentes e seletivas. No âmbito das substâncias naturais biologicamente ativas, as chalconas, flavonoides de cadeia aberta contendo dois anéis aromáticos unidos por um sistema α,β-insaturado, são amplamente distribuídas no reino vegetal, e exibem um diversificado espectro de atividades biológicas, dentre elas, potencial antitumoral. Recentemente nosso grupo relatou a síntese de uma série de chalconas inéditas derivadas do eugenol e análogos, dentre as quais uma delas (substância I, derivada do 2-metoxi-4-propil-fenol), se destacou quanto ao seu potencial citotóxico, sendo mais de duas vezes mais potente e três vezes menos tóxica que a doxorrubicina contra células de hepatocarcinoma humano (HepG2). Considerando estratégias de modificações moleculares, como hibridação molecular e bioisosterismo, realizou-se neste trabalho o planejamento e síntese de novas chalconas derivadas da chalcona I e a avaliação do seu potencial citotóxico contra diferentes linhagens de células tumorais. Todas as substâncias sintetizadas foram devidamente caracterizadas por espectroscopia de ressonância magnética nuclear (RMN) de 1H e 13C e sua atividade citotóxica avaliada contra as linhagens tumorais HeLa, HepG2, T24 e TOV-21G, além da linhagem humana sadia MRC-5. Dentre os derivados ativos, a chalcona 19 apresentou a atividade mais promissora, sendo ativa contra todas as linhagens tumorais avaliadas, com valores de CC50 de 7,05 μM (HeLa), 5,61 μM (HepG2), 6,60 μM (TOV-21G) e 2,08 μM (T24), e índice de seletividade até 250 vezes maior que a doxorrubicina, fármaco utilizado como controle positivo nos testes realizados, para a linhagem TOV-21G.
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    Atividades antioxidante e hipouricêmica por via uricosúrica e de inibição da xantina oxidase hepática de Coffea arabica e seus constituintes químicos.
    (2018) Coelho, Grazielle Brandão; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Coelho, Marcio de Matos; Vieira Filho, Sidney Augusto; Guimarães, Dênia Antunes Saúde
    A gota é caracterizada por artrite inflamatória dolorosa proveniente do depósito de cristais de urato monossódico (MSU) nas articulações, fluido sinovial e outros tecidos. Os fármacos disponíveis para o tratamento da gota são restritos e possuem diversos efeitos adversos. Assim, agentes eficazes e bem tolerados são procurados como nova opção terapêutica. O café contém substâncias com propriedade antioxidante e outras atividades biológicas relatadas. Considerando o elevado consumo de café no Brasil e a sua importância como fonte de compostos bioativos, a realização de estudos para comprovar seus efeitos farmacoterapêuticos é importante para encontrar novos tratamentos para doenças. Neste trabalho, foram preparados extratos utilizando água a 98oC e a 25oC dos grãos do café (Coffea arabica) verde (CAVq e CAVta) e em três diferentes condições de torrefação: torra clara (CATCq e CATCta), torra média (CATMq e CATMta) e torra escura (CATEq e CATEta), além do café tradicional (TRADq e TRADta) e descafeinado (DESCq e DESCta). Nas impressões digitais obtidas por CLAE dos extratos CAVq, CAVta, CATCq, CATCta, CATMq, CATMta, CATEq, TRADq e TRADta foram identificadas as substâncias trigonelina, ácido neoclorogênico, ácido clorogênico, cafeína, ácido cafeico e ácido quínico. Nas impressões digitais de DESCq e DESCta foram identificadas as substâncias, exceto cafeína. Os extratos aquosos de Coffea arabica demonstraram atividade antioxidante (AA), sendo que os extratos preparados com água a 98oC apresentaram uma AA melhor tanto no ensaio do DPPH quanto no ensaio do ABTS que os extratos preparados com água a 25oC. Todos os extratos avaliados apresentaram atividade hipouricêmica em todas em todas as doses testadas (75, 225 e 675 mg/kg), estes atuaram por via uricostática em todas as doses e exerceram efeito uricosúrico em pelo menos uma das doses avaliadas em ratos Wistar machos hiperuricêmicos. Cafeína, trigonelina, ácido quínico, ácido clorogênico e ácido neoclorogênico (10 mg/kg) reduziram os níveis séricos de ácido úrico e apresentaram efeito uricostático e não exerceram efeito uricosúrico. Estes resultados destacam a espécie Coffea arabica como promissora para um desenvolvimento futuro de um fitoterápico e nutraceutico e as substâncias ativas como potenciais fitofármacos para o tratamento da hiperuricemia e gota.
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    Caracterização de aspectos farmacológicos e biofarmacêuticos de antidiabêticos orais da classe dos inibidores da dipeptidil peptidase-4.
    (2017) Mapa, Bruna de Carvalho; Barcellos, Neila Marcia Silva; Souza, Jacqueline de; Volpato, Nádia Maria; Guimarães, Andrea Grabe; Barcellos, Neila Marcia Silva
    O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença metabólica crônica de alta prevalência, sendo a forma mais frequente a DM tipo 2 (DM2). Os novos antidiabéticos orais (ADO) da classe dos inibidores da dipeptidil peptidase-4 (IDPP-4) se apresentam como alternativa eficaz e segura ao tratamento do DM2. Porém, o elevado custo dos IDPP-4 disponíveis no mercado brasileiro, dificulta sua inserção em políticas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS). Os medicamentos genéricos e similares se apresentam como alternativa para ampliação do acesso a esses medicamentos. A garantia da equivalência terapêutica é fornecida pela obrigatoriedade da realização de estudos in vivo de biodisponibilidade comparativa: denominada bioequivalência (BE) para genéricos e biodisponibilidade relativa (BR) para os similares. O Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB), criado em 1995, vem sendo utilizado pelas agências FDA, EMA e ANVISA, como uma ferramenta regulatória visando avaliar a possibilidade de substituir os estudos in vivo de BE/BR por estudos in vitro, ou seja, bioisentar alguns fármacos veiculados em formas farmacêuticas sólidas de liberação imediata (FFSOLI) e, com isso, aumentar os medicamentos disponíveis, vendidos a um menor custo e com segurança comprovada. Segundo o SCB, os fármacos são agrupados em quatro classes de acordo com sua solubilidade e permeabilidade. Atualmente são considerados como possíveis candidatos à bioisenção fármacos de classe I e III para a EMA, FDA e OMS e fármacos de classe I para a ANVISA. Assim, foi identificada por nosso grupo de pesquisa a importância da realização de estudos que avaliem e discutam: (1) a importância farmacológica da utilização terapêutica destes medicamentos (2) as características biofarmacêuticas, principalmente de solubilidade e permeabilidade destes fármacos, identificando-as para que viabilizem uma definição da classificação destes pelo Sistema de Classificação Farmacêutica (SCB); e, subsequente utilização desta classificação como critério para avaliação da possibilidade de bioisenção no desenvolvimento e registro de novos medicamentos contendo estes fármacos. Adicionalmente, foi desenvolvido e validado o método analítico por CLAE, para quantificação do fosfato de sitagliptina nos meios fluido gástrico simulado sem enzina (pH 1,2), tampão acetado (pH 4,5) e suco entérico simulado sem enzina (pH 6,8); o qual mostrou-se adequado para faixa de concentração de 50 a 150 μg/mL. O método foi aplicado ao estudo da solubilidade em equilíbrio do fosfato de sitagliptina e os resultados permitiram sua definição como um fármaco de alta solubilidade (razão dose/solubilidade < 250 mL) nos meios biorrelevantes estudados (0,9702 mL para o meio pH 1,2, 1,19 mL para o meio pH 4,5 e 1,60 mL para o meio pH 6,8). Adicionalmente, os dados de biodisponibilidade em humanos (87%) da literatura, bem como o valor de log P (1,85) obtido in silico, classificam o fosfato de sitagliptina como um fármaco de alta permeabilidade. Assim, este fármaco pôde ser definido como de classe I pelo SCB. Ao serem avaliados os critérios de bioisenção relativos a: classificação pelo SCB, farmacocinética linear, adjuvantes presentes e dissolução a partir de FFSOLI, para o fosfato de sitaglipitina, pode-se concluir que novos medicamentos contendo este fármaco poderão ser bioisentos, desde que cumpram com os requisitos de dissolução na comparação com o medicamento de referência (85% em 30 minutos).
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    Efeitos de extratos aquosos de Coffea arabica e de seus constituintes químicos na artrite gotosa.
    (2019) Matosinhos, Rafaela Cunha; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Coelho, Marcio de Matos; Alzamora, Andréia Carvalho; Guimarães, Dênia Antunes Saúde
    A gota é caracterizada por artrite inflamatória dolorosa decorrente do depósito de cristais de urato monossódico (MSU) nas articulações. A inflamação nas articulações estimula a liberação de radicais livres e, assim, provoca um quadro de estresse oxidativo, caracterizado pela liberação de neutrófilos, interleucinas IL- 1β, IL- 6 e TNF- α. O tratamento da gota tem como objetivo primordial o alívio da dor e se dá por meio do uso de anti-inflamatórios não esteroidais, corticosteroides e medicamentos uricosúricos. Porém, os fármacos disponíveis para seu tratamento possuem efeitos adversos severos, como vertigem, diarreia e úlceras gástricas. Assim, existe a necessidade da busca por novas opções terapêuticas, mais eficazes e mais bem toleradas. A espécie Coffea arabica já foi previamente identificada como rica em substâncias com atividade antioxidante e anti- inflamatória. Neste estudo, foram avaliados os efeitos antinociceptivo, anti- inflamatório e antioxidante promovidos por tratamentos com extratos aquosos de C. arabica, preparados com água a 25°C e a 98°C, provenientes dos grãos do café verde (não torrado), torras clara, média e escura e com cafés descafeinado e tradicional, provenientes de fontes comerciais, em camundongos C57BL/6 induzidos à artrite gotosa pela injeção de cristais de MSU. Também foram avaliados os efeitos promovidos por tratamentos com os constituintes químicos principais dos extratos: ácidos cafeico, clorogênico, neoclorogênico, nicotínico e quínico, cafeína e trigonelina. Os extratos descafeinado e tradicional, preparados com água a 25°C, nas doses de 25 e 75 mg/kg, respectivamente; os extratos torra clara e não torrado, preparados com água a 98°C, na dose de 25 mg/kg; os extratos descafeinado e tradicional, preparados com água a 98°C, na dose de 225 mg/kg; e as substâncias ácidos cafeico e clorogênico, na dose de 10 mg/kg, promoveram aumento no limiar nociceptivo dos animais, inibiram a migração de neutrófilos, diminuíram a concentração de citocinas pró-inflamatórias (IL-1β, IL-6 e TNF-α) e promoveram aumento significativo na atividade das enzimas antioxidantes superóxido dismutase e catalase na região onde a inflamação foi induzida, o que indica serem potenciais para se tornarem novas opções terapêuticas para gota.
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    Avaliação biofarmacêutica da goiazensolida.
    (2020) Tana, Iara Dévula Tiso; Souza, Jacqueline de; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Caldeira, Tamires Guedes; Fernandes, Cristian; Barcellos, Neila Marcia Silva; Souza, Jacqueline de
    A avaliação biofarmacêutica permite estudar o comportamento de fármaco ou substância bioativa frente a soluções que mimetizam as condições do trato gastrointestinal (TGI) visando prever sua solubilidade e permeabilidade em condições fisiológicas. Os resultados são preditivos do comportamento in vivo de candidatos a fármaco. Assim, um candidato a fármaco precisa de, além da eficácia clínica comprovada e ausência de toxicidade, possuir características físico-químicas que permitam a sua absorção no TGI em velocidade e extensão apropriadas. A avaliação por meio de testes in vitro das substâncias bioativas, quanto à solubilidade, e de testes in vivo de permeabilidade, permite a alocação dentro de uma das 4 classes do Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB). A goiazensolida, lactona sesquiterpênica presente em espécies do gênero Lychnophora, apresentou atividades farmacológicas variadas, o que torna necessário elucidar suas características biofarmacêuticas, visando o desenvolvimento farmacotécnico de um medicamento contendo essa substância. Estudos in silico demonstraram que a goiazensolida apresenta alta solubilidade e baixa permeabilidade. Um método por cromatografia a líquido de alta eficiência (CLAE), para sua quantificação nos estudos de solubilidade, foi desenvolvido e validado nos meios tamponados pH 1,2, pH 4,5 e pH 6,8. O método foi linear na concentração de 10,0 a 50,0 μg/mL, seletivo, preciso e exato. A solubilidade da goiazensolida, determinada pelo método da agitação orbital em frasco, foi de 0,57 mg/mL (pH 1,2), 0,51 mg/mL (pH 4,5) e 0,45 mg/mL (pH 6,8). A razão entre a maior dose terapêutica, por extrapolação alométrica, e a solubilidade em cada um dos meios avaliados resultou nos valores de 175,16 mL (pH 1,2), 194,99 mL (pH 4,5) e 222,07 mL (pH 6,8), que apontaram a alta solubilidade da goiazensolida, visto que são inferiores a 250,0 mL. Ela se mostrou estável nos três meios tamponados. A permeabilidade foi avaliada pelo ensaio em membrana artificial paralela (PAMPA). Foi necessário validar o método por CLAE para a quantificação da goiazensolida no estudo de permeabilidade, o qual se mostrou linear na concentração de 3,6 a 117,0 μg/mL, seletivo, preciso e exato para os meios pH 6,8 e pH 7,4. Foram utilizados como padrão de alta permeabilidade o cloridrato de propranolol e de baixa permeabilidade a furosemida. Para a goiazensolida foi encontrado o valor de permeabilidade efetiva de 0,03 x 10-6 cm/s, inferior ao da furosemida (1,03 x 10-6 cm/s). Dessa forma, a avaliação biofarmacêutica permitiu predizer a absorção no TGI da goiazensolida e direcionar os estudos pré-clínicos necessários ao desenvolvimento de um novo fármaco.
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    Otimização de derivado triazólico do 2-metoxi-4-propilfenol (di-hidroeugenol) : síntese de novas substâncias, avaliação biológica e estudos de modelagem molecular.
    (2022) Reis, Rúbia Castro Fernandes Melo; Souza, Thiago Belarmino de; Braga, Saulo Fehelberg Pinto; Souza, Thiago Belarmino de; Bernardes, Lílian Sibelle Campos; Mosqueira, Vanessa Carla Furtado
    A doença de Chagas ainda afeta cerca de 6 milhões de pessoas no mundo, sendo considerada uma doença endêmica em muitos países, sobretudo na América Latina. O tratamento para essa doença no Brasil é restrito a dois fármacos, benznidazol e nifurtimox, ambos com limitações tanto no que diz respeito à toxicidade quanto à sua ineficácia na fase crônica da doença. Os produtos naturais, dentre eles o eugenol e seus derivados, ganham destaque por apresentarem diversas atividades biológicas, incluindo atividade antiparasitária. Além disso, relatos na literatura relacionam derivados contendo um núcleo 1,2,3-triazólico a uma promissora atividade tripanocida, dentre eles um derivado 1,2,3-triazólico do di-hidroeugenol recentemente descoberto por nosso grupo de pesquisas, que apresentou resultados tripanocidas promissores in vitro e in vivo. Estudos de docking molecular realizados no trabalho mostraram uma afinidade desse derivado pela cruzaína, uma enzima lisossomal importante para a sobrevivência do Trypanosoma cruzi no hospedeiro. Somados, esses resultados tornam o derivado citado acima um hit para possíveis modificações moleculares e apontam a enzima cruzaína como um importante alvo molecular do T. cruzi. Diante disso, no presente trabalho foi proposta a otimização deste derivado 1,2,3-triazólico a partir de uma síntese convergente entre diferentes alquilazidas derivadas do eugenol (e seus análogos) com alquilfenóis contendo um alcino terminal, via reação click, além de outras modificações em sua estrutura, que originaram 20 substâncias puras inéditas. Os resultados de docking molecular apontaram, novamente, a enzima cruzaína como um forte candidato a alvo molecular de ação dessas substâncias, principalmente por apresentarem melhores pontuações quando comparadas a dois outros alvos avaliados, tripanotiona redutase e CYP51. Quanto aos resultados da avaliação do potencial tripanocida e citotóxico das substâncias sintetizadas, destacam-se os triazóis 21, 26, 27 e 28, com valores de CI50 abaixo de 53 M (resultado apresentado pela substância protótipo). Dentre elas, a substância 27, derivada do di-hidroeugenol e contendo um grupo nitro, apresentou CI50= 7,32 M e índice de seletividade de 77,62, superior aos valores encontrados para o protótipo e para o benznidazol, neste ensaio.
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    Avaliação do efeito anti-hipertensivo de uma formulação nano-estruturada contendo extrato de Baccharis dracunculifolia em ratos Wistar com sobrecarga de sódio.
    (2021) Batista, Marcos Adriano Carlos; Cardoso, Leonardo Máximo; Cardoso, Leonardo Máximo; Colombari, Eduardo; Brandão, Geraldo Célio
    A hipertensão arterial (HA) está relacionada com aumento de doenças cardiovasculares. O desenvolvimento da HA pode estar ligado a fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida (ARMSTRONG; JOHNSON, 2018). O aumento da ingestão de sal é um dos principais fatores de risco que predispõem ao desenvolvimento da HA, sendo comumente conhecida como hipertensão sódio-dependente (OSBORN, 1991; OSBORN; PROVO; MONTANA; TROSTEL, 1993). Contudo, os mecanismos que estão envolvidos com a alta ingestão de sal e o aumento da pressão arterial (PA) ainda não estão elucidados (DE WARDENER; HE; MACGREGOR, 2004). Vários estudos correlacionam o desenvolvimento da hipertensão sódio-dependente com disfunções no controle neuroendócrino, em especial o controle da atividade simpática eferente (ADAMS; MADDEN; SVED; STOCKER, 2007; ADAMS; MCCARTHY; STOCKER, 2008). A atividade simpática eferente modula a PA por meio da resistência vascular periférica (RVP), débito cardíaco e volume circulante (BIE; EVANS, 2017). Além do controle neuroendócrino, outros mecanismos também estão ligados ao desenvolvimento da HA, tais como alterações na função barorreflexa (GOLDSTEIN; BENTHO; PARK; SHARABI, 2011; GRONDA; SERAVALLE; BRAMBILLA; COSTANTINO et al., 2014), ação central e periférica da angiotensina II (Ang II) em receptores para angiotensina do tipo 1 (AT1) e do tipo 2 (AT2) (BIANCARDI; SON; AHMADI; FILOSA et al., 2014; NICKENIG; STREHLOW; ROELING; ZOLK et al., 1998). Além da Ang II, a arginina vasopressina (AVP) também pode estar ligada com o aumento de PA principalmente em casos de alta ingestão de sódio (ANTUNES; YAO; PICKERING; MURPHY et al., 2006). Ademais, alterações osmóticas transitórias também são frequentemente associadas a alta ingestão de sódio e desencadeiam respostas contra regulatórias importantes que impactam o sistema cardiovascular (STOCKER; MADDEN; SVED, 2010; TONEY; STOCKER, 2010). Atualmente, há várias classes de medicamentos disponíveis no mercado para tratamento da HA, como, por exemplo os inibidores da enzima conversora de angiotensina I (ECA-1), antagonistas de receptores AT1, bloqueadores de canais de cálcio, diuréticos e betabloqueadores (BOUHANICK; VAISSE; SCHAVGOULIDZE; GANDIA, 2019). Contudo, existem pacientes que possuem um quadro de resistência ao tratamento da HA com os medicamentos que se encontram disponíveis no mercado. Um estudo observacional publicado no ano de 2019 demonstrou que 1 em 8 pacientes diagnosticados com HA é resistente aos tratamentos (MAW; THOMPSON; HO; KENNEDY et al., 2020). Avaliando o contexto de pacientes que possuem resistência ao tratamento convencional da hipertensão, os medicamentos fitoterápicos têm 2 atraído grande atenção cientifica, devido a sua alta popularidade e claro seus efeitos terapêuticos (HADI; POURMASOUMI; GHAEDI; SAHEBKAR, 2019). O uso de produtos fitoterápicos, que são compostos de plantas medicinais, é muito discutido envolvendo razões econômicas e culturais (VAHEKENI; NETO; KAYIMBO; MÄSER et al., 2019). Dentro da classe das plantas medicinais com potencial efeito anti-hipertensivo temos o Baccharis dracunculifolia (DC) que pertence à família Asteraceae, que estão distribuídas em mais de 500 espécies entre as áreas tropicais da América do Sul, onde também é conhecido como alecrim-do-campo ou vassourinha (DE MIRANDA; LANNA; NASCIMENTO; DE PAULA et al., 2019). Mesmo que estudos envolvendo o DC seja escasso na literatura, alguns autores já relataram efeitos anti- hipertensivos ligados ao uso de extrato etanólico da própolis verde (MARUYAMA; SUMITOU; SAKAMOTO; ARAKI et al., 2009). O potencial terapêutico atribuído a própolis verde está intimamente ligado à presença de compostos fenólicos e flavonoides (GUIMARÃES; MELLO; PAIVA; BUENO et al., 2012). Compostos estes que também estão presentes nas folhas de DC (CHANG; PILÓ-VELOSO; MORAIS; NASCIMENTO, 2008; MARÓSTICA JUNIOR; DAUGSCH; MORAES; QUEIROGA et al., 2008).
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    Validação de um modelo experimental animal de associação de alta ingestão de sódio e inflamação crônica : efeito do tratamento com a nanoemulsão de extrato de Baccharis Dracunculifolia.
    (2022) Lopes, Andre Luciano; Moura, Sandra Aparecida Lima de; Cardoso, Leonardo Máximo; Moura, Sandra Aparecida Lima de; Barcelos, Luciola da Silva; Costa, Guilherme de Paula
    A inflamação é um processo biológico complexo que inclui componentes vasculares, celulares e uma gama de mediadores químicos. A alta ingestão de sódio, influencia a liberação de mediadores pró-inflamatórios no organismo dos indivíduos. O sódio, altera o equilíbrio plasmático desencadeando alterações funcionais e agravando o processo inflamatório. Nesse trabalho foi desenvolvido um modelo experimental onde se associou dois processos patológicos simultâneos, inflamação crônica (induzida por um implante subcutâneo de uma esponja de poliéster-poliuretano) e uma dieta com alto teor de sal em ratos Wistar (para estabelecer o estado hipertensivo sódio- dependente). O objetivo do projeto foi determinar a influência de um processo patológico sobre o outro, e testar uma nanoformulação de extrato alcoólico de Baccharis Dracunculifolia afim de avaliar os possíveis efeitos sobre os parâmetros metabólicos e inflamatórios dos animais. Além disso, propôs-se determinar os níveis de compostos fenólicos e flavonoides presentes nos extratos e partir desse dado, produzir a nanoformulação para ser ministrada aos animais diariamente por via oral pelo tempo de 14 dias pós introdução do estado hipertensivo. O total de 64 ratos Wistar machos foram distribuídos em grupos de dieta contendo 0,27% de sódio (SDP e SDDC) e outro grupo com dieta de 0,90% de sódio (HSP e HSDC). Os grupos denominados DC receberam a nanoformulação contendo extrato de B. dracunculifolia pelo tempo de 14 dias. Foram realizadas prova de função hepática, renal e perfil metabolico. Os resultados mostraram que o modelo de implante de esponja em ratos Wistar foi efetivo e se manifestou de forma similar ao modelo camundongo. Nem a associação das dietas e nem o tratamento alterou o perfil metabólico e inflamatório em nenhum dos grupos avaliados. Os resultados obtidos da análise de sódio e potássio no soro mostrou diferença significativa nos grupos HSDC quando comparados ao grupo SDP. Pode-se concluir que o modelo proposto está adequado e de acordo com as referências obtidas na literatura.
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    Desenvolvimento de um nanocarreador lipídico sólido com atividade antioxidante e anti-inflamatória à base de subastâncias vegetais para formulações cosméticas de skincare e anti-aging.
    (2022) Luz, Gládia Fernanda Silva da; Santos, Orlando David Henrique dos; Silva, Elton Luiz; Santos, Orlando David Henrique dos; Santos, Délia Chaves Moreira dos; Silva, Gisele Rodrigues da
    O presente trabalho discorre sobre o desenvolvimento de um carreador lipídico nanoestruturado (CLN) como um insumo para incorporação em formulações cosméticas designadas ao rejuvenescimento cutâneo (anti-aging). Tem-se como objetivo principal a síntese de uma nanopartícula lipídica, incorporando ativos da flora brasileira, e a avaliação de seu potencial antioxidante. Foi utilizada uma combinação de manteiga de ucuúba (Virola surinamensis) e óleo essencial de candeia (Eremanthus erythropappus), devido aos seus ótimos potenciais antioxidantes e anti-inflamatórios dérmicos, juntamente com uma mescla de tensoativos hidrofílico e hidrofóbico biodegradáveis. Inicialmente, foi feita a otimização de uma nanopartícula contendo apenas manteiga de ucuúba através do método de inversão de fases, com o intuito de averiguar e selecionar os tensoativo que apresentem resultados satisfatórios na síntese e na estabilidade do carreador. Após a avaliação do tamanho da partícula e potencial zeta da CLN, deu-se início à incorporação do óleo essencial na formulação para a obtenção da CLN final, seguida de sua caracterização. A CLN final apresentou um tamanho de 105,0nm ± 0,2, com um índice de polidispersão de 0,120 ± 0,002, potencial zeta --0,165 ± 0,017 e um teor de encapsulação de 100%. Embora o potencial zeta não tenha apresentado uma carga desejável, sugere-se que a estabilidade apresentada pela formulação, em termos de tamanho e índice de polidispersão, seja decorrente do impedimento estérico causado pelas cadeias peguiladas do tensoativo selecionado. Os resultados da análise da atividade antioxidante in vitro da nanopartícula carregada foram promissores, mostrando que atende com as propriedades desejadas. Como o carreador lipídico nanoestruturado (CLN) possui características desejáveis para tratamentos cosméticos anti-envelhecimento, sugere-se futuros estudos em relação à estabilidade a médio e longo prazo dos ativos vegetais e formulação do insumo final.
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    Avaliação da solubilidade e permeabilidade da loratadina e desloratadina visando a classificação biofarmacêutica.
    (2018) Silva, Débora dos Santos da; Souza, Jacqueline de; Barcellos, Neila Marcia Silva; Souza, Jacqueline de; César, Isabela da Costa; Coutrim, Maurício Xavier
    O Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB), proposto em 1995, é fundamentado nos parâmetros de solubilidade e permeabilidade de fármacos e tem sido utilizado como ferramenta na decisão regulatória da substituição dos estudos de bioequivalência por testes in vitro. Devido à necessidade de estudos biofarmacêuticos para segura classificação e a discussão acerca da bioisenção, a loratadina e a desloratadina são fármacos de estudo que apresentam estreitas relações farmacocinética e estrutural entre si. Esses fatores despertaram a necessidade de um método analítico capaz de quantificá-los simultaneamente, sendo desenvolvido e validado um método por cromatografia a líquido de alta eficiência com as condições cromatográficas: C18 (150x4,6 mm, 5 μm), fluxo 1,0 ml/min, temperatura 25ºC, volume de injeção 20 μl, detecção na região do UV a 248 nm, a fase móvel foi composta por ácido acético a 0,1% em água (v/v) (A) e metanol (B) eluídos em modo gradiente (tempo (min)/% B): 0,0/5,0%; 3,0/100,0%; 5,0/100,0%; 6,0/5,0% e 7,0/5,0%. O método desenvolvido foi aplicado a estudos de solubilidade em equilíbrio pelo método da agitação orbital em frasco (shake-flask) e mostrou-se indicativo de estabilidade, sendo seletivo, linear, preciso e exato. A loratadina apresentou solubilidade dependente do pH, tendo razão dose/solubilidade de 0,59 mL, 415,0 mL e 17787, 64 mL nos meios tamponados FGSSE pH 1,2, TA pH 4,5 e FISSE pH 6,8, respectivamente. A desloratadina por sua vez apresentou alta solubilidade caracterizada com razão dose/solubidade 0,19 mL, 0,76 mL, 1,30 mL nos três meios tamponados FGSSE pH 1,2, TA pH 4,5 e FISSE pH 6,8, respectivamente. Em relação à permeabilidade, os dados da literatura compilados não compreendem estudos in vivo em humanos sadios, de forma que a partir dos dados disponíveis sugere-se que ambos os fármacos se comportem como altamente permeável, sendo a desloratadina passível de pertencer a classe I e a loratadina a classe II segundo o SCB. Nesse contexto, a desloratadina é um possível candidato a bioisenção enquanto que a loratadina não é um fármaco bioisento. A identificação e avaliação da composição dos medicamentos contendo esses fármacos isoladamente permitiu verificar a ausência de excipientes considerados críticos no processo de absorção nos medicamentos contendo 10 mg de loratadina, enquanto que duas das formulações contendo 5 mg de desloratadina apresentaram manitol em sua composição. Ao passo que esse excipiente pode afetar a biodisponibilidade dos fármacos, os estudos de bioequivalência que todos esses medicamentos foram submetidos asseguram a eficácia clínica e segurança dos mesmos.
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    Atividade antinociceptiva, antiartrite gotosa e antioxidante de Lychnophora pinaster.
    (2019) Barros, Camila Helena; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Costa, Luciana Souza Guzzo; Guimarães, Andrea Grabe
    A gota é uma enfermidade que acomete as articulações e tecidos subcutâneos devido à deposição de cristais de ácido úrico nestes locais, seguido de inflamação, dor e disfunção do membro atingido. Os fármacos disponíveis atualmente para o tratamento da artrite gotosa são reduzidos, sua farmacoterapia não abrange todos os sintomas da gota em apenas um medicamento e apresentam uma série de efeitos adversos, justificando a necessidade da busca por novas opções terapêuticas. As Lychnophoras, conhecidas popularmente como “arnica”, são espécies utilizadas na medicina popular na forma de soluções hidroalcóolicas ou pomadas para o tratamento da dor, reumatismo e inflamação. Pesquisas anteriores realizadas na UFOP demonstraram os efeitos do extrato etanólico da Lychnophora pinaster (EEL) sobre a hiperuricemia, inflamação e nocicepção. O presente estudo avaliou os efeitos do EEL e de seus constituintes químicos principais sobre a artrite induzida por cristais de urato monossódico (MSU) na articulação fêmur-tibial de camundongos C57BL/6 e sobre o estresse oxidativo. Como resultado da atividade antinociceptiva, o EEL na maior dose avaliada, reduziu o limiar de nocicepção de maneira equivalente a indometacina, fármaco anti-inflamatório (padrão) do experimento. Provavelmente as substâncias presentes no EEL, ácido cinâmico, quercetina, lupeol e estigmasterol foram responsáveis pelo efeito antinociceptivo de EEL, sendo que o lupeol foi mais efetivo que a indometacina. Na determinação da atividade antioxidante, o EEL não apresentou efeito sobre a atividade das enzimas superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT) no tecido periarticular. Das substâncias avaliadas, apenas vitexina promoveu o aumento da atividade da CAT e o ácido E-licnofórorico estimulou o aumento tanto da atividade da SOD quanto da CAT. A redução da migração de neutrófilos para a cavidade periarticular da articulação fêmur tibial dos camundongos foi observada nos grupos tratados com diferentes doses do EEL e nos grupos tratados com as substâncias presentes em L. pinaster, ácido cinâmico, rutina, quercetina, vitexina, lupeol, estigmasterol, ácido cafeico e ácido clorogênico. Neste trabalho o efeito anti-inflamatório do EEL observado, ocorreu pela inibição da migração de neutrófilos e pela redução das concentrações das citocinas próinflamatórias, IL-1β e TNF-α, na região inflamadada. Todas as substâncias detectadas no EEL contribuíram para os efeitos do extrato sobre a artrite. O ácido cinâmico, a rutina, ácido E-licnofórico e o estigmasterol demonstraram sua capacidade de inibição da IL-1β. Já o ácido cafeico e a vitexina promoveram a diminuição tanto da citocina IL-1β, como do TNFα. Dessa forma, o extrato etanólico de Lychnophora pinaster e seus constituintes principais se mostraram promissores para o tratamento da dor e inflamação decorrentes da artrite gotosa.
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    Avaliação da microbiota facial humana e propriedades prebióticas dos extratos vegetais da Annona crassiflora e Mangifera indica e incorporação dos extratos em um produto cosmético.
    (2022) Sampaio, Larissa Silva; Santos, Orlando David Henrique dos; Santos, Orlando David Henrique dos; Silva, Breno de Mello; Watanabe, Evandro
    A microbiota da pele humana é composta por uma grande variedade de microrganismos que atuam de forma simbiótica e trazem benefícios para o ser humano, quando em equilíbrio, contribuindo inclusive para a imunidade local. Esta é única em cada indivíduo, podendo ser influenciada pela idade, tipo de pele, local do corpo em que se encontra, local de residência, hidratação, pH da pele, sexo, entre outros. É evidente a crescente preocupação das pessoas acerca dos cuidados com a pele e também com o uso de produtos cosméticos que apresentam grandes quantidades de conservantes e tensoativos, que podem prejudicar esta microbiota. Com o objetivo de amenizar estes danos, surgiram os produtos com apelo prebiótico. Desta forma, o objetivo do trabalho foi avaliar o extrato etanólico bruto extraído do fruto maduro da Annona crassiflora e das folhas da Mangifera indica em uma formulação tópica, direcionado para aplicação na pele da face, através de uma avaliação fitoquímica onde foram quantificados compostos fenólicos, flavonoides e taninos totais; microbiológica qualitativa, CIM e CBM e avaliação da propriedade prebiótica; citotoxicidade em fibroblastos murinos (L929) e avaliação da estabilidade da formulação. Foi possível observar alterações relacionadas aos extratos na população bacteriana avaliada e desenvolver o cosmético para a pele da face.
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    Análise do potencial fotoprotetor dos extratos de Humulus lupulus e formulação de protetor solar de amplo espectro.
    (2022) Sampaio, Jéssica Silva; Santos, Orlando David Henrique dos; Santos, Orlando David Henrique dos; Araújo, Raquel Silva; Goulart, Gisele Assis Castro
    Os raios solares são responsáveis por causar danos às estruturas celulares da pele humana, podendo levar à formação de rugas, descamação, manchas, pele seca e câncer de pele, se tornando uma fonte de grande preocupação para a população, sendo imprescindível o uso de filtros solares. Os filtros solares sintéticos são amplamente utilizados, mas existem estudos sugerindo que estes produtos podem estar associados a alergias de contato e danos ambientais, desta forma, o uso de filtros solares naturais seria mais vantajosos. As plantas biossintetizam metabólitos como uma forma de proteção às agressões externas e alguns destes compostos são reconhecidamente eficazes na absorção de radiação UV. O lúpulo (Humulus lupulus) apresenta compostos bioativos capazes de exercer esta função. Assim sendo, o objetivo deste trabalho é identificar a eficácia fotoprotetora do extrato bruto e frações de H. lupulus e desenvolver uma formulação para incorporá-los. A caracterização fitoquímica foi realizada por meio de testes quantitativos de identificação de compostos bioativos, com a finalidade de detectar compostos que possuam grupos cromóforos que absorvam radiação na faixa UV, como compostos fenólicos e flavonoides. Foi realizado um delineamento experimental para desenvolvimento de hidrogel a base de poloxamer para incorporação dos extratos. A citotoxicidade dos extratos e formulações foi avaliada em fibroblastos murinos. Análises do Fator de Proteção Solar e da razão UVA/UVB das formulações foram realizadas por método in vitro, utilizando espectrofotômetro UV-Visível. Foi avaliado o potencial antioxidante do extrato bruto e frações e formulações, a partir das metodologias de sequestro dos radicais livres DPPH e ABTS. Dentre os extratos testados, a fração butanólica foi a que apresentou o maior teor de compostos fenólicos e flavonoides totais (83,64 EAG/g e 7,21 ER/g, respectivamente). Foram desenvolvidas formulações utilizando o extrato etanólico bruto e fração butanólica, resultando em produtos com FPS 4,68 e 9,38, respectivamente. As formulações apresentaram melhor atividade antioxidante quando comparadas com os respectivos extratos e foi capaz de alterar sua atividade citotóxica. Este trabalho demonstrou a capacidade de produção de formulação fotoprotetora de amplo espectro e com atividade antioxidante a partir de folhas de H. lupulus.
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    Efeitos de polimorfismos nos genes ADIPOQ e NOS3 e fatores de risco no controle e nos níveis de pressão arterial em hipertensos.
    (2022) Cunha, Warlley Rosa; Belo, Vanessa de Almeida; Lima, Angélica Alves; Paula, Gustavo Henrique Oliveira de; Belo, Vanessa de Almeida; Soares, Fernanda Rodrigues; Nascimento, Renata Cristina Rezende Macedo do
    O tratamento e o controle da hipertensão arterial (HA) são essenciais para reduzir a morbimortalidade das doenças cardiovasculares. Enquanto polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) nos genes adiponectina (ADIPOQ) e óxido nítrico sintase endotelial (NOS3) têm sido associados a distúrbios cardiovasculares, a contribuição desses SNPs para o controle e níveis de pressão arterial (PA) em hipertensos com adesão à terapia ainda não está claro. Particularmente, não há estudos testando os efeitos dos polimorfismos da ADIPOQ no controle da pressão arterial. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar se os genótipos, haplótipos e a interação entre os SNPs dos genes NOS3 (rs3918226 e rs1799983) e ADIPOQ (rs266729 e rs1501299) afetam o controle e os níveis de PA em hipertensos em tratamento com anti- hipertensivos. Foram recrutados, em um estudo transversal de fevereiro a setembro de 2021, 196 hipertensos adeptos a terapia onde a média das três últimas medidas de PA obtida dos prontuários foi usada para agrupá-los em: HA controlada (PA <140 / 90mmHg) e HA não controlada (PA ≥ 140 / 90mmHg). Amostras de sangue venoso foram coletadas destes indivíduos e os genótipos foram determinados pelo ensaio de discriminação de alelos Taqman®. As frequências dos haplótipos foram estimadas usando o programa haplo.stats. Análises de regressão logística múltipla e regressão linear múltipla foram realizadas ajustando para etnia, dislipidemia, obesidade, doenças cardiovasculares e níveis de ácido úrico. Todos os SNPs apresentaram equilíbrio de Hardy-Weinberg. O genótipo CG para o polimorfismo rs266729 do gene ADIPOQ apresentou associação com a HA não controlada e com maiores níveis de pressão arterial sistólica (PAS) e média (PAM) (P<0,05). Além disso, o haplótipo GT dos polimorfismos rs266729 e rs1501299 do ADIPOQ foi associado a HA não controlada e a maiores níveis de pressão arterial diastólica (PAD) e PAM em comparação com o haplótipo CT. Não foram observados efeitos dos genótipos ou haplótipos dos SNPs do gene NOS3 nem a interação com SNPs do gene ADIPOQ no controle da PA em hipertensos em tratamento. Os resultados deste trabalho sugerem que polimorfismos no gene ADIPOQ influenciam o controle da HA e níveis pressóricos de hipertensos em tratamento, surgindo como potencial marcador para resposta a terapia anti-hipertensiva.
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    Avaliação de problemas farmacoterápicos e fatores associados identificados em pacientes atendidos pelo serviço de conciliação de medicamentos em um hospital de médio porte de Minas Gerais.
    (2022) Ramalho, Paula Carneiro; Nascimento, Renata Cristina Rezende Macedo do; Guimarães, Andrea Grabe; Nascimento, Renata Cristina Rezende Macedo do; Costa, Josiane Moreira da; Jeremias, Wander de Jesus
    Introdução: Erros de medicação (EM) decorrentes da falha de comunicação entre profissionais de saúde, em diferentes níveis de cuidado, correspondem à causa mais frequente no surgimento de problemas relacionados ao uso de medicamentos (PRM). A conciliação de medicamentos (CM) é um serviço farmacêutico que visa a prevenção de EM resultantes de discrepâncias da prescrição. Objetivos: Avaliar PRM identificados por meio da CM na admissão hospitalar de pacientes, em um hospital de médio porte. Metodologia: Estudo transversal quantitativo que envolve um serviço de CM no período de março 2021 a fevereiro de 2022 de pacientes admitidos no setor clínica médica e que fazem uso de ao menos um medicamento de uso contínuo. A primeira entrevista do serviço de CM foi realizada em até 48 horas após admissão dos pacientes, sendo realizada a coleta de dados sociodemográficos, indicadores de saúde, informações detalhadas sobre a farmacoterapia domiciliar e análise de discrepância medicamentosa (DM) classificada como intencional e não intencional. Os medicamentos foram descritos conforme o segundo e quinto nível da Anatomic Therapeutic Chemical (ATC). O banco de dados foi construído em planilhas do Microsoft Excel. Foram variáveis desfechos, ocorrência de DM e PRM identificados pelos farmacêuticos na CM, sendo o PRM avaliado na população idosa. Além disso, avaliado a adesão médica às intervenções farmacêuticas . As análises descritivas e estatísticas foram realizadas no Software Stata 13.0, e o limiar de significância foi de 5%. Trabalho aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa da Universidade Federal de Ouro Preto (CEP/UFOP), parecer no 4.845.642. Resultados: Fazer uso de ao menos um Medicamento Inapropriado para Idosos (MPI) (p<0,001), polifarmácia (p=0,014) e internações por doenças do aparelho circulatório (p=0,007) apresentaram relação significativa para a ocorrência de ao menos um PRM. Já a análise multivariada, verificou-se que a ocorrência de ao menos um PRM em idosos foi associada ao uso de pelo menos um MPI (RP: 2,33; IC95% 1,68 - 3,25), apresentar história de alergia medicamentosa (RP:1,48; IC 95% 1,07-2,06), internações por doenças infecciosas e parasitárias (RP:1,52; IC95% 1,16-2,01) e doenças do aparelho circulatório (RP:1,30; IC95% 1,00-1,70). As variáveis, faixa etária (p=0,005), polifarmácia (p<0,001), ser portador de ao menos uma das duas comorbidades mais prevalentes (hipertensão arterial ou diabetes mellitus) (p=0,001), internações por doenças infecciosas e parasitárias (p<0,001) e doenças do aparelho circulatório (p=0,040) possuem relação significativa para a ocorrência de ao menos uma DM em prescrições. Com relação à adesão da equipe médica foi observada correlação estatisticamente significativa com a presença de DM do tipo não intencional (p=0,002), via de relato a equipe médica (p<0,001) e internações por doenças do aparelho respiratório (p=0,006). Medicamentos utilizados no Diabetes Mellitus (p<0,001), agentes que atuam no Sistema Renina-Angiotensina (p=0,028), agentes modificadores de lipídio (p=0,026), Medicamentos para doenças obstrutivas das vias aéreas (p=0,001), nutrientes gerais (p=0,005) e medicamentos hormonais tireoidianos (p=0,002) foram associados à DM não intencional. Conclusão: O serviço CM é capaz de avaliar PRM na população idosa e identificar um percentual significativo de DM em prescrição. A caracterização da população e o conhecimento do perfil de medicamentos utilizados pelos pacientes é uma estratégia essencial para reduzir os EM durante a transição do cuidado. Sugere- se que a adesão médica está mais favorecida nos casos de contexto epidemiológico atual devido o estudo ter ocorrido em período de pandemia pela COVID-19. Sendo assim, o serviço de CM é capaz de promover segurança do paciente em âmbito hospitalar.
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    Avaliação biofarmacêutica da losartana visando subsidiar a discussão de bioisenção.
    (2015) Souza, Janine Braga de; Barcellos, Neila Marcia Silva; Souza, Jacqueline de; Barcellos, Neila Marcia Silva; Souza, Jacqueline de
    O Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB) agrupa os fármacos de acordo com as suas características de solubilidade e permeabilidade, e tem sido utilizado como ferramenta regulatória para embasar a possibilidade de isenção dos estudos de bioequivalência in vivo (bioisenção), para certos fármacos veiculados em formas farmacêuticas sólidas orais de liberação imediata (FFSOLI). A solubilidade, a permeabilidade e dissolução são os principais fatores que controlam a absorção e logo a atividade terapêutica de um fármaco. Neste estudo, foram realizadas avaliações biofarmacêuticas para o anti-hipertensivo losartana buscando complementar informações, ainda ausentes, que possam contribuir para a definição de sua classe no SCB e para uma segura decisão sobre a possibilidade ou não de bioisenção. Foi desenvolvido e validado o método para a quantificação da losartana por CLAE nos meios que simulam o fluido gástrico simulado sem enzimas (FGSSE, pH=1,2), tampão acetato (TA, pH=4,5) e suco entérico simulado sem enzimas (SESSE, pH=6,8). Ométodo foi linear, preciso, exato e seletivo na faixa de trabalho selecionada em todos os meios tamponados e aplicado a estudos de solubilidade pelo método da agitação orbital em frasco (shake-flask) e por dissolução intrínseca. No método da agitação orbital e frasco, a losartana apresentou baixa solubilidade no meio FGSSE (pH=1,2) - razão D/S >250 mL - e no meio SESSE (pH=6,8) houve uma divergência em relação a sua classificação de acordo com as condições utilizadas. Por outro lado, no estudo de dissolução intrínseca o fármaco apresentou alta solubilidade no meio FGSSE (pH=1,2) - VDI=0,90 mg/min/cm2 - e no meio SESSE (pH=6,8), VDI=10,04 mg/min/cm2. Não foi possível obter resultados conclusivos em relação à solubilidade do fármaco no meio TA (pH=4,5). Os resultados obtidos pelos estudos de Química Quântica forneceraminformações moleculares e eletrônicas que auxiliaram no entendimento acerca da solvatação da losartana nas diferentes faixas de pH. Também foram avaliados os perfis de dissolução da losartana a partir de comprimidos revestidos disponíveis no mercado brasileiro nos meios tamponados e os excipientes destes produtos. Foi verificado que eles não apresentaram rápida dissolução (85% em 30 minutos) em nenhum dos meios tamponados avaliados. Além disso, não houve diferença estatística entre os perfis de dissolução dos produtos avaliados. Entretanto, em relação a eficiência de dissolução, foi observada diferença estatística (P<0,05) do Produto A (referência) e do Produto B (similar) em comparação ao Produto C (genérico) no meio TA (pH=4,5). No meio SESSE (pH=6,8), também houve diferença estatística do Produto A em comparação com o Produto C. Esse fato indicaria que o medicamento genérico analisado possuiria diferenças importantes na liberação e, logo, na biodisponibilidade do fármaco que poderiam estar relacionadas com a presença de um excipiente. Emrelação a permeabilidade, os dados encontrados na literatura demonstraram a baixa permeabilidade da losartana. Portanto, a losartana poderia ser um fármaco de classe IV (baixa solubilidade e baixa permeabilidade) do SCB, o que inviabiliza a possibilidade de bioisenção pelas agências reguladoras.