Navegando por Assunto "Análise espacial - estatística"
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Item Distribuição espacial das famílias beneficiárias pelo Programa Bolsa Família e sua relação com as condições socioambientais no município de Ouro Preto, MG.(2016) Onuzik, Natália de Cássia; Lima, Cláudia Aparecida Marliére de; Tavares, Ricardo; Lima, Cláudia Aparecida Marliére de; Mendes, Larissa Loures; Pessoa, Milene Cristine; Tavares, RicardoIntrodução: É inegável o impacto do Programa Bolsa Família (PBF) na vida de milhões de famílias brasileiras, no entanto inúmeras são as estruturas que sustentam a desigualdade social no país, entre elas as condições socioambientais em que vivem as populações. Considerando a importância de articular políticas públicas ao PBF, esse estudo chama a atenção para uma reflexão acerca da relação entre o PBF e sua dependência espacial com a situação de pobreza extrema sob a óptica das condições socioambientais em que vivem as famílias beneficiárias pelo programa. Metodologia: estudo ecológico, censitário (2.910 famílias no total), quantitativo, baseado em dados do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) no período de 2006 a 2014. Os endereços das famílias beneficiárias foram georreferenciados pontualmente por meio de aparelho de GPS, e as coordenadas geográficas utilizadas na construção de mapas temáticos, os quais se encontram divididos na unidade de setor censitário, coletadas no Sistema Universal Transversal de Mercator (UTM). O Sistema Geodésico de Referência (SGR) adotado foi o SIRGAS2000. Para verificar a dependência espacial entre o percentual de extrema pobreza e o percentual médio de pobreza extrema na vizinhança, utilizou-se o Índice de Moran, e para as variáveis socioambientais e de renda empregou-se a técnica multivariada da Análise de Correspondência (AC). Resultados: O PBF concentra-se majoritariamente nas regiões periféricas, sobretudo nos distritos, estes localizados, em sua maioria, nos setores censitários de menor renda, retratando quadros de segregação socioespacial. Foi observada dependência espacial para o percentual de extrema pobreza e suas áreas vizinhas. As ACs revelaram que quanto mais grave a situação de pobreza, piores são as condições socioambientais em que vivem as famílias beneficiárias. Considerações finais: Embora o programa pareça apresentar boa cobertura em Ouro Preto, o número de 2.910 famílias beneficiárias pode estar aquém do total de famílias em situação de extrema pobreza e pobreza no município, visto que existe uma fila de espera para inclusão no PBF. A precariedade das condições socioambientais sugere fraca ou inexistente articulação de políticas públicas municipais ao PBF. Os achados pretendem chamar a atenção para a elaboração de ações articuladas que visem combater os sustentáculos da pobreza e desigualdade socioambiental. Palavras-chave: Programa Bolsa Família, determinantes socioambientais, pobreza, segregação socioespacial, análise espacial, análise de correspondência.Item Metodologia de construção de modelo geotécnica com uso de geoestatística.(2022) Sala, Leonardo Alberto; Santos, Tatiana Barreto dos; Santos, Tatiana Barreto dos; Santos, Alan Erlikhman Medeiros; Costa, Teófilo Aquino Vieira daO conceito de modelo geotécnico em mineração a céu aberto consiste na elaboração de um produto que defina espacialmente domínios ou unidades de mesmo comportamento geotécnico, com a finalidade principal de subsidiar o dimensionamento dos taludes. A construção de um modelo geotécnico deve ser feita a partir da união de outros quatro modelos: geológico, estrutural, geomecânico e hidrogeológico. O objetivo deste trabalho é desenvolver uma metodologia para construção destes modelos com uso de geoestatística e modelagem implícita e, posterior integração para elaboração de um modelo geotécnico de blocos unificado, tridimensional, com informações de índice de resistência, grau de fraturamento, rugosidade das descontinuidades, Geological Strength Index (GSI), anisotropia e condutividade hidráulica. A metodologia desenvolvida mostra-se eficaz para integração dos modelos temáticos produzidos. A abordagem geoestatística reduz a subjetividade da construção, tornando este processo mais quantitativo. Este é um dos principais diferenciais deste trabalho, pois permite a classificação da confiabilidade das informações geotécnicas atribuídas à cada bloco.Item Mudanças climáticas e a expansão da dengue em uma área urbana endêmica da doença.(2021) Cruz, Tamara Coelho; Vital, Wendel Coura; Ribeiro, Sérvio Pontes; Vital, Wendel Coura; Ribeiro, Sérvio Pontes; Carneiro, Mariângela; Amaral, Michelle Cristine Pedrosa Cortez doA dengue é uma das arboviroses mais importantes no mundo, visto que atualmente cerca de 2,5 bilhões de pessoas correm o risco de se infectarem, principalmente em países tropicais, em que as condições ambientais favorecem o desenvolvimento e a proliferação do principal vetor, o Aedes aegypti. Assim, a compreensão dos fatores abióticos que interferem na expansão da dengue é de fundamental importância para direcionar as ações do Programa de Controle, visando reduzir a incidência e a mortalidade pela doença. Desta forma, o presente trabalho avaliou os impactos das mudanças climáticas na expansão da dengue em Belo Horizonte, Minas Gerais, uma área urbana endêmica da doença. Foi avaliada a distribuição espacial da doença no período de 1996 a 2017, além da influência de variáveis climáticas no número de casos da dengue no município neste período. Foi utilizado o banco de dados com os casos notificados e confirmados laboratorialmente de dengue, registrados na Vigilância Epidemiológica do município. As variáveis explicativas climáticas foram obtidas no Instituto Nacional de Meteorologia. Foram confeccionados mapas coma distribuição dos casos e incidência suavizada da doença no município entre os anos de 1996 a 2017. Foi observado quatro picos epidêmicos da doença no período avaliado, sendo eles em 1998, 2010, 2013 e 2016 com respectivamente 86793, 51681, 96172 e 155819 casos de dengue e incidência de 4086,02 por 100.000 habitantes em 1998, 2175,90 em 2010, 3879,21 em 2013 e 6199,40 no ano de 2016. A partir da segunda década do estudo (2006) a frequência das epidemias de dengue aumentou, passando a ocorrer em intervalos de 3 anos (2010, 2013 e 2016), sendo que anteriormente ocorria em intervalos de 12 anos. A elevação da temperatura máxima do período seco resultou em aumento significativo no número de casos e, sendo essa variável crescente ao longo do tempo, o que possivelmente influenciou no aumento da frequência de anos epidêmicos. Os surtos epidêmicos tenderam a acontecer quando a temperatura máxima do período seco foi superior a 26°C. A diminuição e o aumento do número de casos nos anos seguintes foram acompanhados de uma diminuição ou aumento também da temperatura máxima do período seco. Assim, o monitoramento destas temperaturas pela vigilância epidemiológica, pode direcionar os esforços para ações de prevenção e controle da doença.Item Variação temporal de Leishmaniose visceral em área urbana endêmica em função de variáveis climáticas.(2021) Duarte, Rafael Vieira; Vital, Wendel Coura; Ribeiro, Sérvio Pontes; Vital, Wendel Coura; Ribeiro, Sérvio Pontes; Lira Noriega, Andrés; Carneiro, MariângelaA leishmaniose visceral (LV) é uma doença tropical negligenciada e endêmica em diversos países, sendo o Brasil um dos mais importantes mundialmente, responsável por cerca de 97% dos casos no continente americano. Nesse contexto, Belo Horizonte é um dos municípios brasileiros com as maiores taxas de letalidade, apesar de seu grande investimento no controle e prevenção da LV. O presente estudo teve como objetivo analisar a distribuição da doença e investigar a associação entre variáveis climáticas e a expansão da LV em Belo Horizonte. Foram analisados 1.813 casos de LV notificados e confirmados laboratorialmente durante o período de 1994 a 2018. Para avaliar as variações climáticas e a distribuição da LV ao longo do tempo foram utilizados dados climáticos obtidos junto ao Instituto Nacional de Meteorologia. Foram confeccionados mapas de incidência de LV, mostrando que desde o primeiro caso notificado, em 1994, a doença se espalhou pelo município. Desde o primeiro caso em 1994 até o ano de 2003 a doença estava concentrada ao norte da cidade, em áreas das regionais leste, nordeste e norte. De 2004 a 2008 foi observada uma grande expansão da LV por todo município, alcançando todas as regionais. Nos anos seguintes até 2018 ocorreu uma queda na incidência da doença, porém as áreas com maiores taxas foram das regionais norte, leste e nordeste. Os picos de casos ocorreram em 2004, 2006, 2008 e 2017. De 2008 a 2014 houve uma redução considerável no número de casos. A precipitação total explicou significativamente a expansão da LV, com mais casos em função da quantidade de chuvas (ANOVA, F1;23 = 7,96, p < 0,010, Y = 0,000958x + 2,667; R2 = 0,26). Evidenciamos a existência de um componente climático responsável por impulsionar parcialmente a expansão da doença e os picos das taxas de incidência. Sugerimos que ações do Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral sejam reforçadas em anos com previsão de chuvas acima da média, uma situação cada vez mais frequente no sudeste do Brasil devido às mudanças climáticas globais.