Mudanças climáticas e a expansão da dengue em uma área urbana endêmica da doença.

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Data
2021
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Resumo
A dengue é uma das arboviroses mais importantes no mundo, visto que atualmente cerca de 2,5 bilhões de pessoas correm o risco de se infectarem, principalmente em países tropicais, em que as condições ambientais favorecem o desenvolvimento e a proliferação do principal vetor, o Aedes aegypti. Assim, a compreensão dos fatores abióticos que interferem na expansão da dengue é de fundamental importância para direcionar as ações do Programa de Controle, visando reduzir a incidência e a mortalidade pela doença. Desta forma, o presente trabalho avaliou os impactos das mudanças climáticas na expansão da dengue em Belo Horizonte, Minas Gerais, uma área urbana endêmica da doença. Foi avaliada a distribuição espacial da doença no período de 1996 a 2017, além da influência de variáveis climáticas no número de casos da dengue no município neste período. Foi utilizado o banco de dados com os casos notificados e confirmados laboratorialmente de dengue, registrados na Vigilância Epidemiológica do município. As variáveis explicativas climáticas foram obtidas no Instituto Nacional de Meteorologia. Foram confeccionados mapas coma distribuição dos casos e incidência suavizada da doença no município entre os anos de 1996 a 2017. Foi observado quatro picos epidêmicos da doença no período avaliado, sendo eles em 1998, 2010, 2013 e 2016 com respectivamente 86793, 51681, 96172 e 155819 casos de dengue e incidência de 4086,02 por 100.000 habitantes em 1998, 2175,90 em 2010, 3879,21 em 2013 e 6199,40 no ano de 2016. A partir da segunda década do estudo (2006) a frequência das epidemias de dengue aumentou, passando a ocorrer em intervalos de 3 anos (2010, 2013 e 2016), sendo que anteriormente ocorria em intervalos de 12 anos. A elevação da temperatura máxima do período seco resultou em aumento significativo no número de casos e, sendo essa variável crescente ao longo do tempo, o que possivelmente influenciou no aumento da frequência de anos epidêmicos. Os surtos epidêmicos tenderam a acontecer quando a temperatura máxima do período seco foi superior a 26°C. A diminuição e o aumento do número de casos nos anos seguintes foram acompanhados de uma diminuição ou aumento também da temperatura máxima do período seco. Assim, o monitoramento destas temperaturas pela vigilância epidemiológica, pode direcionar os esforços para ações de prevenção e controle da doença.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Aedes aegypti, Análise espacial - estatística, Dengue - epidemiologia, Modelos lineares - estatística, Mudanças climáticas
Citação
CRUZ, Tamara Coelho. Mudanças climáticas e a expansão da dengue em uma área urbana endêmica da doença. 2021. 59 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2021.