Navegando por Autor "Dias, Valter de Carvalho"
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Item Compreendendo norma linguística para desatar outros nós.(2018) Gonçalves, Clézio Roberto; Costa, Mariana Mendes Correa da; Dias, Valter de CarvalhoItem Crenças linguísticas nas aulas de língua portuguesa de uma escola de periferia.(2022) Nascimento, Daniele Francisca Martins do; Gonçalves, Clézio Roberto; Gonçalves, Clézio Roberto; Brasileiro, Ada Magaly Matias; Dias, Valter de CarvalhoA proposta desta pesquisa foi investigar as crenças linguísticas nas aulas de língua materna, a partir das perspectivas de alunos(as) dos três anos do Ensino Médio e da professora de língua portuguesa, em uma escola da rede pública na periferia de Vespasiano (MG). Acreditamos que, a partir das reflexões sobre crenças linguísticas, é possível (re)pensar o ensino- aprendizagem de língua portuguesa. Para as concepções teóricas, baseamo-nos nos princípios da linguística aplicada e da sociolinguística, nos estudos sobre crenças linguísticas e sobre o ensino-aprendizagem e também práticas de letramentos. Adotamos, neste trabalho, a concepção de crenças linguísticas como construções sociais e individuais que influenciam nossos modos de perceber o mundo (BARCELOS, 2006), bem como impactam fenômenos da língua (BOTASSINI, 2015) e podem ser modificadas e ressignificadas (SOUZA, 2012). Tendo em vista o contexto de desenvolvimento desta investigação, uma periferia na região metropolitana de Belo Horizonte, fundamentamos nossa teoria também a partir das questões de raça, gênero, classe, identidades e suas implicações com a língua e a linguagem. Para a pesquisa, utilizamos procedimentos metodológicos diversificados, como quantitativo- qualitativo, análise documental, e observações sob um olhar etnográfico. Foram realizadas entrevistas, via questionário, com assertivas sobre crenças linguísticas aos(às) estudantes e à professora na escala Likert, que apontaram discordância ou concordância com as afirmações. Adicionalmente, foram realizadas observações virtuais, durante a pandemia, e em campo, quando da volta às aulas presenciais. Tendo em vista que a maior parte da pesquisa ocorreu durante o regime de estudo não presencial, realizou-se análise dos Planos de Estudos Tutorados (PETs), documentos elaborados pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEEMG). Nos resultados, observamos, por um lado, que há crenças como a existências de “certo” e “errado” na forma de falar, a homogeneidade da língua portuguesa com alto percentual de concordância entre alunos(as), assim como o dever de a escola ensinar a variedade culta aos estudantes, tanto para alunos(as) quanto para a docente. Por outro lado, crenças linguísticas como de que brasileiro(a) não sabe português já são avaliadas com discordância por grande parte de alunos(as) e docente – esta apresenta uma visão menos progressista quando comparadas suas crenças às dos(as) discentes. Nos PETs analisados, observamos que tais materiais não apresentam fundamentação teórica adequada acerca da variação linguística, razão esta de equívocos em definições e usos de termos sociolinguísticos. Não há utilização de gêneros textuais representativos de situações reais de uso; as abordagens, em sua maioria, limitam-se a aspectos lexicais baseados na gramática tradicional, além de desconsiderar a BNCC, mesmo quando se propõem a considerá-la. As observações em campo, principalmente virtuais, e as entrevistas semiestruturadas nos trouxeram como resultados o conhecimento de que os(as) alunos(as) estão envolvidos em práticas sociais de letramentos de reexistência, letramentos digitais, multiletramentos, em ambientes extraescolares como batalhas de hip-hop, igrejas, redes sociais, entre outros.Item Para conhecer norma linguística.(2018) Gonçalves, Clézio Roberto; Costa, Mariana Mendes Correa da; Dias, Valter de CarvalhoO livro Para Conhecer Norma Linguística, de autoria de Carlos Alberto Faraco e Ana Maria Zilles, publicado pela Editora Contexto em 2017, traz em suas 219 páginas os principais questionamentos sobre ideia de norma, sobretudo na Língua Portuguesa, fazendo com que seus leitores compreendam o seu conceito em diferentes contextos, contribuindo para o ensino de uma língua que respeite, acima de tudo, as variedades. Carlos Alberto Faraco é professor (aposentado) titular da Universidade Federal do Paraná. Possui experiência na área de Linguística com ênfase em Linguística Aplicada; seus livros e artigos muito têm contribuído para uma discussão sistemática sobre língua. Publicou vários livros, dentre os quais destaca-se Norma culta brasileira: desatando alguns nós. Ana Maria Zilles é professora titular de Linguística da Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Dedica-se atualmente a estudos da variação e mudança linguística, como também políticas linguísticas, aquisição da linguagem, dentre outros. Em cooperação com Faraco, publicou Pedagogia da variação linguística: língua, diversidade e ensino, importante obra que discute a língua, especialmente no contexto escolar. O livro ora comentado, além de uma breve apresentação, está organizado em quatro capítulos, a saber: (1) Norma: tecendo conceitos; (2) Norma: descrição e prescrição; (3) Breve histórico da normatização do português; e (4) Norma e ensino. Destaca-se ainda o caráter pedagógico da obra, ao disponibilizar, no final de cada capítulo, leituras complementares e questões a serem respondidas.Item A variação pronominal nós e a gente no falar de Ipatinga - MG.(2021) Silva, Alexandre Emanuel Alves da; Gonçalves, Clézio Roberto; Dias, Valter de Carvalho; Gonçalves, Clézio Roberto; Muniz, Kassandra da Silva; Vieira, Marília SilvaEste estudo investiga a variação dos pronomes de primeira pessoa do plural nós e a gente na função sintática de sujeito no português brasileiro falado na área urbana do município de Ipatinga (MG). O corpus utilizado para essa tarefa é constituído por dados do falar de moradores da localidade em estudo, coletados no primeiro semestre do ano de 2020. A abordagem teórica adotada aqui é a sociolinguística variacionista (LABOV, [1972] 2008), tendo como objetivo geral: analisar a variação pronominal nós e a gente no falar de Ipatinga (MG). Já os objetivos específicos são: (i) descrever quais fatores linguísticos condicionam a variação nós e a gente em diferentes faixas etárias; (ii) descrever quais fatores extralinguísticos condicionam a variação nós e a gente em diferentes faixas etárias; (iii) verificar se o fenômeno em questão revela um processo de mudança linguística em progresso ou um processo de variação estável. Este trabalho tem como hipóteses: (i) a forma a gente é mais utilizada pelos falantes mais jovens, apresentando diminuição de ocorrência à medida que se eleva a faixa etária; (ii) o uso da forma nós como sujeito implícito seguido de verbo com a marca morfêmica -mos é maior no falar de sujeitos com formação universitária; (iii) a variável referência indeterminada do sujeito contribui para a ocorrência de uso da forma a gente. Buscamos também propor um diálogo entre os resultados aqui obtidos e outros com temática similar (ARAÚJO, 2016; DEON, 2015; SANTANA, 2014; NASCIMENTO, 2013; GONÇALVES, 2003; FRANCESCHINI, 2011; MENDONÇA, 2010), bem como confirmar ou não nossas hipóteses, a fim de compreender melhor o fenômeno abordado. Para avaliar o fenômeno de variação, partimos de uma análise quantitativa dos dados, os quais foram coletados por meio de narrativas na modalidade oral, gravadas em fala casual e espontânea (LABOV, [1972] 2008). Ao tratar do fenômeno, propomos o estudo das variáveis linguísticas e variáveis extralinguísticas em que ele se materializa. Por isso, de maneira geral, este estudo tem como variáveis linguísticas: o preenchimento do sujeito, a marca morfêmica e a determinação do referente. Já como variáveis extralinguísticas, adotamos: sexo/gênero, faixa etária e grau de escolaridade. Devido à natureza do estudo, utilizamos o programa GoldVarb X (SANKOFF, TAGLIAMONTE, SMITH, 2005) para a análise quantitativa dos dados recolhidos. Por fim, o resultado geral indicou que a forma inovadora a gente (70,7%) é mais usada do que a forma conservadora nós (29,3%). Além disso, com os demais resultados, concluímos que a forma a gente é a mais favorecida e utilizada na maioria dos contextos linguísticos e extralinguísticos, e que a variação nós e a gente se trata de um processo de mudança linguística em progresso no município de Ipatinga (MG).