A potência mediadora do testemunho na configuração dos relatos jornalísticos sobre a violência contra mulheres na série Um vírus e duas guerras.

dc.contributor.authorMaia, Marta Regina
dc.contributor.authorBarretos, Dayane do Carmo
dc.date.accessioned2023-05-26T20:02:48Z
dc.date.available2023-05-26T20:02:48Z
dc.date.issued2022pt_BR
dc.description.abstractO trabalho aborda o papel do testemunho em narrativas de violência contra as mulhe- res em todo território nacional. Ao entender que tal violência se constitui de forma sistêmica e está intimamente vinculada às hierarquias de poder de caráter patriarcal arraigadas na sociedade, e que precisam ser denunciadas para que o futuro possa ser vislumbrado de outra maneira, realizamos uma leitura de várias reportagens que trazem a cobertura dessa vio- lência em 2020. A série, denominada Um vírus e duas guerras, foi veiculada a partir de uma espécie de consórcio, formado por sete mídias parceiras, que atuam fora do circuito mainstream do jor- nalismo: Amazônia Real, Agência Eco Nordeste, #Colabora, Portal Catarinas, Ponte Jornalismo, AzMina e Marco Zero Conteúdo. Tendo como eixo de discussão o “texto testemunhal” (Frosh, 2009), temos como objetivo compreender, a partir das falas das vítimas, profissionais de apoio, familiares e dos próprios jornalistas, os modos como as lógicas patriarcais e as nuances específicas do contexto brasileiro emergem de forma a complexificar esse problema público, evidenciando uma prática jornalística menos afeita a uma perspectiva presentista, além de revelar a relevância do testemunho no jornalismo. Compreendemos, portanto, a potência do aspecto testemunhal nas produções sobre violência como um importante gesto interpretativo que permite que um episódio temporalmente localizado de violência se insira em um continuum de permanências e rupturas. E é exatamente esse continuum que configura a dimensão estrutural da violência de gênero. Nessa perspectiva, entendemos que o testemunho midiático amplia a noção de testemunho no jornalis- mo ao envolver produtores e receptores em uma experiência comunicacional que garante outros tipos de acesso ao que está sendo noticiado. Consideramos ainda que é possível complementar os dados e informações disponíveis com os testemunhos de quem convive e/ou conviveu com a violência de forma direta ou indireta, garantindo, assim, a identificação das recorrências e dos ciclos que se repetem, o que pode contribuir para fomentar a discussão sobre políticas públicas de prevenção à violência contra as mulheres no Brasil.pt_BR
dc.description.abstractenThis article discusses the role of testimony in narratives of violence against women in Brazil. Several reports on gender-based violence in 2020 have been contextual- ized on the premise that gender-based violence is systemic. Intimately linked to patriarchal power hierarchies embedded in society, this violence must be denounced in order to envision a different future. The show A Virus and Two Wars was analyzed: it was broadcasted by a consortium of seven partner media outlets operating outside mainstream journalism circuits: Amazônia Real, Agência Eco Nordeste, #Colabora, Portal Catarinas, Ponte Jornalismo, AzMina and Marco Zero Content. Drawing from the concept of “testimonial text” (Frosh, 2009) and based on the testimonies of victims, welfare professionals, family members and journalists themselves, we sought to understand the ways in which patriarchal rationales and dynamics specific to the Brazilian context emerge from these accounts, complexifying the public issue. Our approach high- lights, on the one hand, a journalistic praxis that is not very “ present “, and on the other hand, the importance of personal testimony in journalism. Testimony in works about violence is pow- erful. It is therefore considered to be an important interpretative gesture that allows to embed an episode of violence that is situated in time in a continuum of permanencies and disruptions that shapes the structural dimension of gender-based violence. In this light, testimony in the media appears to broaden the notion of testimony in journalism as it engages transmitters and receivers in a communicative experience capable of fostering deeper forms of access to the topic of the report. Furthermore, combining the available data and information with the testimonies of those who directly or indirectly experience and/or have experienced violence, would allow to identify recurring patterns and cycles, which could contribute to the debate on public policies for the pre- vention of gender-based violence in Brazil.pt_BR
dc.identifier.citationMAIA, M. R.; BARRETOS, D. do C. A potência mediadora do testemunho na configuração dos relatos jornalísticos sobre a violência contra mulheres na série Um vírus e duas guerras. Sur le Journalisme, v. 11, n. 2, 2022. Disponível em: <https://revue.surlejournalisme.com/slj/article/view/491>. Acesso em: 01 mar. 2023.pt_BR
dc.identifier.doihttps://doi.org/10.25200/SLJ.v11.n2.2022.491pt_BR
dc.identifier.issn2295-0729
dc.identifier.urihttp://www.repositorio.ufop.br/jspui/handle/123456789/16711
dc.language.isopt_BRpt_BR
dc.rightsabertopt_BR
dc.rights.licenseEste trabalho está sob uma Licença Creative Commons - AtribuiçãoNãoComercial 4.0 Internacional. Fonte: o PDF do artigo.pt_BR
dc.subjectViolência de gêneropt_BR
dc.subjectDecolonialidadept_BR
dc.titleA potência mediadora do testemunho na configuração dos relatos jornalísticos sobre a violência contra mulheres na série Um vírus e duas guerras.pt_BR
dc.title.alternativeThe mediating power of testimony in the construction of journalistic accounts of violence against women in the show A Virus and Two Wars.pt_BR
dc.typeArtigo publicado em periodicopt_BR

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