Avaliação biofarmacotécnica IN VITRO de formas farmacêuticas sólidas orais de liberação imediata contendo fármacos pouco solúveis
Data
2009
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Editor
Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
O estudo biofarmacêutico de formas farmacêuticas sólidas administradas por via oral (FFSO) contendo fármacos puco solúveis é de suma importância para subsidiar a dispensação farmacêutica. Embora a intercambialidade entre medicamentos genéricos e referência seja prevista pela legislação brasileira, existem relatos sobre a busca de redução dos custos terapêuticos por pacientes que fazem a substituição por produtos similares ou magistrais. As variações entre as formulações e as tecnologias de fabricação dessas FFSO podem provocar alterações nas etapas de liberação e dissolução do fármaco gerando deferenças na sua absorção e resposta terapêutica. As características físico químicas do fármaco como solubilidade e permeabilidade intestinal também são importantes para prever seu comportamento in vivo. Os fármacos classificados como pouco solúveis pelo Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB), classes II e IV, tem a velocidade e a extensão de sua absorção significamente afetada pelas características da formulação. Os estudos de dissolução in vitro, permitem utilizar as características do fármaco e a simulação de condições fisiológicas do trato gastrintestinal (TGI) para avaliar a sua cinética de liberação comparando deiferentes formulações e estimando seu comportamento in vivo. O presente trabalho objetiva realizar avaliação biofarmacotécnica de medicamentos genéricos, similares, magistrais e referência, contendo fármacos pertencentes às classes II (carbamazepina) e IV (furosemida) do SCB, avaliando sua qualidade e as características de liberação in vitro simulando diferentes líquidos biológicos quando à sua constituição e pH. Os experimentos consistiram na análise dos parâmetros farmacopéicos para avaliar a qualidade de um produto genérico, similar magistral e o referência contendo furosemida e carbamazepina (exceto magistral). Todos os produtos cumpriram os requisitos mínimos que qualidade preconizados pelas farmacopéias. Os estudos de dissolução possibilitam verificar se a liberação dos fármacos ocorre em quantidade e tempo adequados à sua absorção, por meio dos parâmetros de eficiência e cinética de dissolução, análise estatística e cálculo dos fatores de diferença e similaridade. Para avaliar a liberação do fármaco em decorrência das alterações do pH e da constituição de líquidos do TGI foram traçados perfis de dissolução de furosemida (ácido fraco) nas seguintes meios: água, tampões fosfato pH 5,8, a acetado pH4,6. Os resultados obtidos indicaram diferenças na velocidade e quantidade de furosemida liberada entre os produtos avaliados e para omesmo produto em meios diferentes sugerindo que a libaração do fármaco pode ser afetada pelo pH do TGI. Os estudos de dissolução para carbamazepina (base fraca) foram realizados utilizando os seguintes meios: solução aquosa de lauril sulfato de sódio a 1%, tampão fosfato pH 5,8 e suco gátrico simulado sem pepsina pH 1,2. Os resultados obtidos indicam qua a velocidade e quantidade de carbamazepina liberada pode ser afetada pela constituição dos líquidos do TGI, mas não varia significamente devido às mudanças no Ph. Dentre os produtos analisados, o similar apresentou resultados de dissolução significamente maiores que o referência. Estas observações podem subsidiar discursões sobre alterações clínicas importantes, como maior incidência de efeitos adversos, quando são administrados produtos contendo carbamazepina que se dissolvem in vitro mais rapidamente que o referência.
Descrição
Palavras-chave
Dissolução, Avaliação biofarmacêutica, Fármacos de baixa solubilidade, Carbamazepina, Furosemida, Formas farmacêuticas sólidas orais
Citação
SILVEIRA, G. S. Avaliação biofarmacotécnica IN VITRO de formas farmacêuticas sólidas orais de liberação imediata contendo fármacos pouco solúveis. 2009. 172 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2009.