Avaliação das atividades biológicas de espécies do gênero Lychnophora (arnicas) e estudo fitoquímico do extrato ativo de Lychnophora staavioides Mart.
Data
2008
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Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
Vinte e dois extratos de cinco espécies de Lychnophora e uma espécie de Lychnophoriopsis, tradicionalmente usadas no Brasil como analgésica, antiinflamatória e para o tratamento de reumatismo foram examinados para as atividades de inibição da xantina oxidase (XO), antioxidante e citotóxica. Realizou-se também o estudo fitoquímico do extrato clorofórmico de Lycnhophora staavioides (LS2) que apresentou atividade frente a todos os testes. Para a inibição da XO, enzima que catalisa o metabolismo de hipoxantina a xantina e esta a ácido úrico, foram testados dezesseis extratos. Para todos eles foi encontrada excelente atividade inibitória da XO, com inibição maior que 38% na concentração de 100 μg/mL na mistura ensaiada. As espécies com maior atividade foram Lychnophora ericoides, Lychnophora trichocarpha, Lychnophora staavioides, Lychnophoriopsis candelabrum, com inibição de 78%, 77%, 67% e 66% a 100 μg/mL, respectivamente, e valores de IC50 de 8,28; 6,16; 51,07 e 49,34 μg/mL, respectivamente. Para a determinação da atividade antioxidante, utilizou-se o radical livre DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazila). A formação de radicais livres ocorre naturalmente no organismo devido à exposição ao oxigênio molecular. Eles são moléculas instáveis que contém um elétron desemparelhado levando a alterações e danos moleculares às células. Observou-se atividade antioxidante maior que 25% em doze dos vinte e dois extratos testados, na concentração de 100 μg/mL. As espécies com maior atividade foram Lychnophora passerina, Lychnophora trichocarpha, Lychnophora ericoides e Lychnophora pinaster, com inibição de 76,0%, 63,0%, 63,0% e 55,0% a 100 μg/mL, respectivamente. A atividade citotóxica foi avaliada através do teste larvicida com o microcrustáceo Artemia salina buscando a presença de lactonas sesquiterpênicas, marcadores químicos do gênero Lycnhophora¸ que possuem atividade antitumoral e citotóxica descrita. Vinte dois extratos foram testados. Observou-se que os extratos etanólicos brutos de L. trichocarpha, L. passerina, L. pinaster, L. ericoides e Lychnophoriopsis candelabrum, as frações hexânicas de L. candelabrum e L. ericoides, as frações clorofórmicas de L. candelabrum e L. staavioides, as frações acetato de etila de L. pinaster, L. trichocarpha, L. ericoides e a fração etanólica de L. candelabrum x apresentaram uma atividade citotˆxica menor que 1000 ‘g/mL e portanto podem conter as lactonas sesquiterpŠnicas. O estudo fitoqu‹mico do extrato clorofˆrmico de Lychnophora staavioides foi realizado visto que na triagem pelas atividades biolˆgicas esta esp‰cie mostrou-se ser promissora para a busca de subst ncias ativas. As partes a‰reas da planta foram extra‹das exaustivamente com hexano, clorofˆrmio e etanol. A fra†‡o clorofˆrmica foi submetida a novos fracionamentos, da qual foram isolados: uma mistura de triterpenos pentac‹clicos identificada como lupeol, α- e -amirinas, al‰m dos flavonˆides: 5-hidroxi- 7-metoxiflavona (tectocrisina), 5-hidroxi-7-metoxiflavanona (pinostrobina), 5-hidroxi-7- metoxiflavonol (isalpina) e 3β-O-acetoxi-5,7-diidroxi-2,3-diidroflavonol (pinobanksina - 3-O-acetato). Os quatro flavonˆides foram testados quanto ” atividade de inibi†‡o da XO, obtendo-se maior atividade para a subst ncia 3β-O-acetoxi-5,7-diidroxi-2,3- diidroflavonol na concentra†‡o de 100 ‘g/mL. As demais atividades n‡o foram avaliadas por n‡o haver quantidades suficientes das subst ncias puras.
Descrição
Palavras-chave
Farmacologia bioquímica e molecular, Bioquímica
Citação
FERRAZ FILHA, Z. S. Avaliação das atividades biológicas de espécies do gênero Lychnophora (arnicas) e estudo fitoquímico do extrato ativo de Lychnophora staavioides Mart. 2008. 156 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2008.