A lesbofobia no ensino superior : expressões e possibilidades de enfrentamento.
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Data
2020
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Resumo
A presente pesquisa investiga como se configura a Lesbofobia na vida de mulheres lésbicas
no Ensino Superior, em especial, na Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP. Estas, bem
como, todas as pessoas do universo de LGBTI+, acabam sendo privadas de alguns direitos
sociais e políticos, pois não são vistos/tratados como sujeitos de direitos. Para alcançar o
objetivo proposto, foi escolhida a abordagem qualitativa, realizamos um levantamento
bibliográfico e optamos pela entrevista narrativa com três graduandas lésbicas e bissexuais da
Universidade Federal de Ouro Preto. Para contextualizar o espaço universitário, realizamos
uma entrevista semi-estruturada com alguns participantes de projetos de extensão que tratam
das diversidades na Universidade. A pesquisa se orientou por debates de teóricas feministas,
como Adrienne Rich, Monique Wittig, Judith Butler, Daniela Auad, Claudia Lahni e Zuleide
P. da Silva. Nosso levantamento bibliográfico indicou poucas produções que dizem do
imaginário lésbico na educação se comparado a centralidade que outras sexualidades têm na
pesquisa acadêmica contemporânea. Nossa investigação possibilitou analisar a necessidade do
debate das questões de gênero e sexualidades na educação como modo de enfrentamento de
ações discriminatórias com relação à orientação sexual e de gênero, uma vez que,
desestabiliza os discursos naturalizados, tomados como verdade única. Nossas análises
indicaram que a universidade é um território de disputas, um território contraditório de
liberdade e vigilância sexual, em que o reconhecimento de pessoas LGBTI+, no geral, não se
dá de forma plena, e que isso, de certo modo, se estende aos locais de vivência universitária,
como as repúblicas estudantis, festas, espaços de convivência e lazer; os projetos de extensão
e coletivos estudantis demonstram ser uma rede de apoio social relevante neste espaço. Além
disso, observamos jogos de poder, de (in)visibilidade da mulher lésbica e, majoritariamente,
da mulher, configurando a universidade como um não-lugar para as existências dissidentes da
heteronormatividade. Consideramos que estudos sobre a questão lésbica na universidade
precisam continuar, pois a persistência do regime heteronormativo ainda é uma constante
nesse território.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Educação. Departamento de Educação, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Lesbianidade, Homofobia, Ensino superior - mulheres, Discriminação na educação
Citação
PEDROSO, Amanda. A lesbofobia no ensino superior: expressões e possibilidades de enfrentamento. 151 f. 2020. Dissertação (Mestrado em Educação) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana, 2020.