A política de avaliação da pós-graduação : uma análise da implementação a partir das percepções, práticas e estratégias dos implementadores na UFOP.
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Data
2020
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Resumo
Essa pesquisa analisa a implementação da política de avaliação da pós-graduação brasileira
sob a percepção dos agentes implementadores, neste contexto, representados pelos docentes
que coordenam e lecionam nos Programas de Pós-Graduação (PPG) da Universidade Federal
de Ouro Preto (UFOP). Com o emprego de uma metodologia de cunho qualitativo, são
utilizadas como técnicas de pesquisa o levantamento documental, além de entrevistas com os
cinco coordenadores e sete dos docentes inseridos, respectivamente, há mais e menos tempo
nos programas, com o objetivo de captar as percepções e estratégias dos sujeitos envolvidos
em diferentes momentos de suas carreiras docentes. Busca-se entender como essa política de
avaliação dos programas é compreendida por esses atores e que estratégias ou práticas de
atuação têm surgido no contexto de implementação. O estudo parte do referencial teórico da
implementação de políticas educacionais, sendo as principais contribuições feitas por Michael
Lipsky (2010), Stephen Ball (2010, 2011, 2016) e colaboradores que trabalharam junto a esse
último autor, além de estudos que surgiram a partir da contribuição de todos esses trabalhos.
A hipótese de pesquisa parte do consenso entre vários desses autores de que as políticas
públicas quase nunca chegam ao seu destino com as mesmas características ou finalidades às
quais foram desenhadas. Os resultados demonstram que a indução proveniente da política de
avaliação da pós-graduação tem modificado a forma de pensar e agir dos implementadores,
que passam a vincular a noção de produtividade exclusivamente à produção intelectual,
adotando meios para alcançar a índices de resultados cada vez melhores. Surge a partir daí
uma tendência de que atribuições igualmente importantes como a docência, o
desenvolvimento de atividades de extensão, a atuação em cargos administrativos de
fundamental importância para a pós-graduação – bem como para toda a universidade – como
a coordenação do programa, por exemplo, não serem reconhecidas como atividades
produtivas, pelo fato de não receberem tanta visibilidade pelo formato de avaliação. Isso
origina uma cadeia indutora que faz com que surjam pressões tanto do sistema avaliativo em
direção aos docentes, quanto entre os próprios implementadores, que passam a monitorar a si
mesmos, empregando, inclusive, juízo de valor sobre os colegas que apresentarem baixos
índices de produção intelectual. Por fim, o formato avaliativo induz os implementadores dessa
política a adotarem estratégias de adaptação às exigências, tais como dividir tarefas visando
ao aumento do número de artigos produzidos, publicação buscar realizar publicações
conjuntas com o orientando, descentralizar atividades de acompanahamento discente e
docente, dentre outras.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Educação. Departamento de Educação, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Educação e Estado, Ensino superior, Universidade Federal de Ouro Preto - pós-graduação, Educação - estudo e ensino - pós-graduação - avaliação
Citação
ROSSI, Daiana Mendes de Oliveira. A política de avaliação da pós-graduação: uma análise da implementação a partir das percepções, práticas e estratégias dos implementadores na UFOP. 2020. 170 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana, 2020.