Estratégias de aprendizagem e reprovação : uma análise sobre o ensino superior.
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Data
2018
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Resumo
As estratégias de aprendizagem são procedimentos formulados pelos alunos com o objetivo de atingir uma meta de aprendizagem. Nesse trabalho, elas foram classificadas como estratégias de autorregulação cognitiva e metacognitiva, de autorregulação dos recursos internos e contextuais e de autorregulação social. Os objetivos dessa pesquisa foram: analisar as estratégias de aprendizagem utilizadas por alunos do Ensino Superior; identificar e comparar as estratégias utilizadas por estudantes com taxas baixas e altas de reprovação, analisar o modo como as estratégias de aprendizagem se associam às variáveis reprovação, sexo, idade, curso e área de conhecimento e analisar o modo como a reprovação se associa às variáveis sexo e nível socioeconômico. Utilizamos métodos quantitativos. Aplicamos a Escala de Estratégias de Aprendizagem para Estudantes Universitários (EEA-U), de Santos e Boruchovicht (2015). Para analisar os dados, utilizamos estatística descritiva, testes de comparação de médias (Teste T ou Teste Wilcoxon), análise de variância (ANOVA) e análise correlacional. Estudantes que encontravam-se matriculados a partir do 6º período, de 10 cursos de graduação presenciais (N = 273; 105 homens e 168 mulheres; idade M = 25,11 anos; DP = 5,28) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) participaram da pesquisa, realizada em 2018. Dentre os principais resultados, destacamos: a) na amostra como um todo as estratégias mais utilizadas foram as de autorregulação dos recursos internos e contextuais, seguidas das estratégias de autorregulação cognitiva e metacoginitiva e, por último, as de autorregulação social; b) mulheres utilizam mais as estratégias de autorregulação cognitiva e metacognitiva e de autorregulaçao social do que os homens; c) as estratégias de autorregulação cognitiva e metacognitiva foram mais utilizadas nos cursos de Nutrição, Pedagogia e Engenharia Metalúrgica, enquanto as estratégias de autorregulação dos recursos internos e contextuais foram mais utilizadas nos cursos de Engenharia Civil e de Engenharia Metalúrgica e as estratégias de autorregulação social foram mais utilizadas nos cursos de Farmácia e Engenharia Civil; d) nas áreas de conhecimento, houve diferença estatisticamente significativa no uso das estratégias de autorregulação social, sendo a área das Ciências da Saúde a que mais fez uso dessas estratégias; e) encontramos uma correlação estatisticamente significativa (negativa e fraca) entre o Fator 3: Autorregulação social e a idade dos estudantes (r = -0,210). Ou seja: à medida que aumenta a idade dos estudantes, diminui o uso de estratégias de autorregulação social; f) não encontramos diferença estatisticamente significativa entre as estratégias de aprendizagem de alunos com taxas baixas e altas de reprovação, contrariando o esperado; g) não encontramos associação significativa entre nível socioeconômico (medido indiretamente pela forma de ingresso e por bolsas) e reprovação no Ensino Superior. Da mesma forma, não encontramos correlações significativas entre o número de reprovações e nenhum dos fatores de estratégias de aprendizagem e entre o número de reprovações e a idade dos alunos. A única associação estatisticamente significativa foi entre reprovação e sexo dos estudantes, em que o tamanho do efeito foi pequeno (r = 0,22). Tomados em conjunto, esses resultados sugerem que não existe um padrão nas reprovações, uma vez que variáveis preditoras importantes parecem não ter efeito. Por fim, essa pesquisa contribuiu com a construção do conhecimento sobre as estratégias de aprendizagem e reprovação no Ensino Superior, temáticas cujos conhecimentos construídos até o momento são provenientes de um número reduzido de investigações.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Educação. Departamento de Educação, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Repetência
Citação
MARIA, Lidiane Silva. Estratégias de aprendizagem e reprovação : uma análise sobre o ensino superior. 2018. 102 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana, 2018.