DEEDU - Departamento de Educação
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Item Sementes de esperança : militâncias-educadoras de mulheres do campo e a produção de territorialidades de vida e resistências na Zona da Mata mineira.(2023) Campos, Alessandra Bernardes Faria; Torres, Marco Antônio; Ramalho, Bárbara Bruna Moreira; Torres, Marco Antônio; Ramalho, Bárbara Bruna Moreira; Santos, Marcelo Loures dos; Silva, Fernanda Aparecida Oliveira Rodrigues; Nascimento, Iracema Santos do; Fernandez, Thais Almeida CardosoEste texto apresenta os percursos e resultados de uma tese de doutorado, que tem como objeto de análise as relações entre mulheres do campo, Educação Popular e anticolonialidade. Operando com uma concepção de educação que não se restringe à educação escolar, mas que se estende à produção de formas de estar sendo no mundo e de produção de cosmopercepções, nos perguntamos sobre o papel, a natureza e os sentidos educativos da presença e atuação de mulheres nas lutas populares. Direcionando nossas sensibilidades interpretativas para a presença e a práxis educadora de mulheres de três frentes de luta: o projeto GENgiBRE, a Rede SAPOQUI – Rede de Saberes dos Povos Quilombolas da Zona da Mata e a Comissão Regional de Enfretamento à Mineração da Serra do Brigadeiro/Puri. O objetivo do estudo é compreender de que maneira as mulheres denunciam e tensionam as colonialidades no campo da Zona da Mata mineira, inclusive presentes nas lutas populares na região, anunciando percepções, posicionamentos e alternativas anticoloniais. Em termos teórico-político-metodológico, nos amparamos em referenciais delimitados como anticoloniais, como obras, reflexões e ações balizados pelos processos desencadeados pela colonização, perpetuados pela colonialidade nos territórios conquistados. Aqui estão presentes autoras e autores do pensamento decolonial, bem como referências das abordagens descoloniais e contracolonial. Também dialogamos com o campo das epistemologias feministas, em sua multiplicidade, como os feminismos subalternos e decoloniais/ descoloniais, os feminismos negros e os feminismos críticos. Soma-se à essas referências, leituras que debatem Educação Popular. Com estas autoras e autores, refletimos sobre educação e colonialidade, desigualdades e violências de gênero, racismo, eurocentrismo e epistemicídio, bem como sobre resistências e produção de alternativas protagonizadas pelas mulheres. Com referência na Pesquisa Participante, acompanhamos a ação militante de cinco mulheres, lançando percepções sobre tais ações, estas registradas em cadernos de campo, partilhados com elas, os quais nomeamos Relatos Compartilhados. Além disso, realizamos entrevistas narrativas no formato de Rio da Vida. Como resultados de pesquisa, em diálogo com os debates no campo dos Movimentos Sociais e Educação, formulamos a categoria militante- educadora, compreendendo a militância como produtora de processos educativos. Também foi possível afirmar a presença protagonista e particular das mulheres nas lutas sociais do campo da região na qual atuam, identificando percepções, produzidas socialmente, que marcam sua presença no mundo e sua ação militante. O corpo, o cuidado, a afetividade, a solidariedade aparecem como constitutivas do fazer militante-educador dessas mulheres, expressos tanto nas relações interpessoais, quanto nos instrumentos que produzem no contexto das lutas populares. A partir dessa pesquisa foi possível identificar elementos que ajudam a perceber a forma dinâmica e sensível, mas também contraditória, com que se (re)cria a Educação Popular em contextos colonizados. Em especial, afirma o papel protagonista e central das mulheres na defesa e na produção dos territórios autodeterminados pelos coletivos populares do campo, numa perspectiva popular, anticapitalista, feminista e antirracista.Item Possibilidades para o entendimento de uma educação decolonial nas propostas de sociedade de Simón Rodríguez e José Martí.(2021) Carvalho, Rosana Areal de; Machado, Raphael Ribeiro; Spindula, Alice LopesNossa proposta é oferecer uma leitura sobre o pensamento latino-americano por meio das ideias educacionais presentes nas obras de Simón Rodríguez (1769-1854) e José Martí (1853-1895), enquanto uma possível pedagogia decolonial. Visamos contribuir para a produção de conhecimento em torno do que Luciana Ballestrin (2013) chamou de “giro decolonial”, oriundo dos anos de 1990 e ainda em construção, sob os intentos de vislumbrar a política e a cultura latino-americana a partir do que foi produzido pelos sujeitos históricos oriundos das híbridas culturas do eixo sul. Percebemos nas ideias de Rodriguez e Martí, uma proposta de educação popular posta a serviço da autonomia e da liberdade e que pode ser entendida também como possível matriz para uma educação decolonial latino americana. Com isso, buscamos contribuir para a constituição dos suportes teóricos da história e da pedagogia.Item A prática educativa dos movimentos sociais na construção da agroecologia.(2016) Silva, Marcio Gomes da; Santos, Marcelo Loures dosO objetivo deste artigo foi analisar a importância da democracia ampliada no desenvolvimento da justiça social a partir das práticas educativas desenvolvidas pelo “Movimento Agroecológico” da zona da mata mineira. Teve como base empírica as ações do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar – SINTRAF, de Espera Feliz/MG. As questões norteadoras deste estudo foram: há elementos dessas práticas educativas que poderiam configurar uma “pedagogia agroecológica? Qual a relação dessas práticas com a educação popular? Que práticas foram essas e de que forma geraram mudanças nas práticas dos agricultores e agricultoras familiares? As práticas analisadas foram constituídas por espaços voltados para a agricultura familiar e para a democratização dos espaços de produção. Suas ações geraram mudanças nas práticas de agricultores e agricultoras familiares na construção das políticas públicas para a agricultura familiar e na competência para acessá-las, contribuindo para a permanência do agricultor no campo.