DEEDU - Departamento de Educação

URI permanente desta comunidadehttp://www.hml.repositorio.ufop.br/handle/123456789/604

Navegar

Resultados da Pesquisa

Agora exibindo 1 - 2 de 2
  • Item
    As relações intergeracionais em salas de aula da educação de jovens e adultos sob a perspectiva do estudante idoso.
    (2023) Fonseca, Betania Sena; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Araújo, Regina Magna Bonifácio de; Reis, Lilian Perdigão Caixêta
    No Brasil a população idosa tem vivido mais e com melhores condições de saúde. Na busca de novas aprendizagens e da realização de sonhos antigos, muitas mulheres e homens acima dos 60 anos encontram na Educação de Jovens e Adultos (EJA) uma oportunidade para adquirir conhecimentos escolares que não foram acessíveis durante a infância e a juventude. Nas últimas décadas, as salas da EJA também têm sido o destino de adolescentes que, por diversos motivos, estão em defasagem escolar e buscam o diploma. A convivência com os mais velhos pode proporcionar ricos momentos de aprendizagem intergeracional ou tensões e conflitos. A presente dissertação buscou conhecer um pouco mais sobre as relações construídas entre jovens e idosos em uma mesma sala de aula, trazendo como objetivo principal investigar como são construídas as relações entre idosos e jovens de até 18 anos nas salas multigeracionais na EJA no município de Mariana, MG. A abordagem metodológica foi qualitativa. Além da análise documental e bibliográfica, a investigação contou com quatro entrevistas de estudantes acima dos 60 anos e questionários aplicados a duas professoras que atuam em salas multigeracionais da EJA. Os resultados demonstraram que para os estudantes entrevistados não existem graves problemas relacionados a conflitos etários nas salas de aula. Pelo contrário, eles reconhecem o aprendizado mútuo das duas gerações. O retorno ou o ingresso dos idosos às escolas na maturidade é decorrente da vontade de aprender, de se inserir socialmente e da realização de um antigo sonho, e não da busca do diploma e de melhores salários; Diferentemente do que se esperava encontrar, os alunos idosos gostam de estudar com jovens e não desejam salas de aula exclusivas para eles; A convivência entre os dois grupos etários em um mesmo espaço não apresenta maiores tensões, porém, atos de indisciplina como conversar durante a explicação da matéria, incomodam os mais velhos, que consideram desrespeito ao docente. Por isso, a forma como os professores lidam com as salas multigeracionais é fundamental para a aprendizagem e a permanência dos alunos idosos. As professoras reconhecem que a falta de formação específica para o ensino na EJA e a ausência de materiais voltados para salas multigeracionais dificultam o trabalho docente e exigem delas maior esforço de adaptação das metodologias e conteúdos. Tais fatores influenciam diretamente na qualidade do ensino e do clima escolar das salas de aula da Educação de Jovens e Adultos.
  • Item
    De volta à escola : experiências de idosos no processo de escolarização tardia.
    (2022) Cunha, Ingrid Teixeira; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Reis, Lilian Perdigão Caixêta
    O analfabetismo e a baixa escolaridade entre os idosos brasileiros é uma realidade constatada por inúmeras pesquisas. Muitos destes idosos seguem em busca da realização do sonho de aprender a ler e escrever, e de conquistar o diploma através da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Nesse sentido, o presente estudo analisou o retorno de estudantes com mais de 60 anos à escola na cidade de Mariana - MG. Assim, teve, como objetivo central, investigar quais condições contribuiram para o retorno dos idosos à escola. O referencial teórico foi construído baseado nas discussões da Sociologia da Educação e da Educação de Jovens e Adultos. A metodologia de pequisa foi qualitativa e a construção dos dados foi feita principalmente por meio das entrevistas interpretativas com quatro estudantes com 60 anos ou mais, sendo dois homens e duas mulheres. Nossos entrevistados relataram sobre suas experiências na infância, os impasses que os distanciaram do mundo escolar e, finalmente, o retorno ou ingresso na escola depois de muitos anos. Entre os principais resultados da pesquisa, destacamos como fatores responsáveis pelo abandono da escola por parte de alguns entrevistados: o trabalho durante a infancia e juventude, a longa distância da escola e a falta de acolhimento dos alunos das camadas populares pelos estabelecimentos escolares. Contudo, apesar das experiências vivenciadas num passado de muito trabalho e baixo capital econômico e cultural familiar, todos persistiram para iniciar ou continuar seus estudos, mesmo que tardiamente. A família foi um apoio importante no retorno aos estudos. Todos os entrevistados acreditam no saber escolar para alcançar uma vida melhor. Eles têm sonhos e projetos de futuro, como aprender a manusear o celular sem necessitar de auxílio de outras pessoas, ler a Bíblia, tirar a carteira de motorista ou mesmo pegar um ônibus. Concluímos que os idosos retornaram aos estudos impelidos pelo habitus. Todos estavam em busca de autonomia em um mundo letrado e da ruptura com a estigmatização sofrida com o analfabetismo. Também contribuiram para o retorno aos estudos a rede de apoio familiar e extra familiar e a busca de superação das situações adversas no trabalho e nos estudos. Com o acelerado aumento da população idosa na sociedade, é urgente a implementação de políticas públicas e educacionais que incluam a escolarização dos idosos e almejamos que os resultados desta pesquisa contribuam para os estudos no campo da Educação de Idosos e para a implementação de políticas voltadas para a valorização dos alunos idosos nas redes de ensino.