DEEDU - Departamento de Educação
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Resultados da Pesquisa
Item Trajetórias escolares “improváveis” : a longevidade escolar de universitários de camadas populares criados ou cuidados por seus avós.(2023) Carvalho, Tatiane Kelly Pinto de; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Campos, Alexandra Resende; Dias, Cristina Maria de Souza Brito; Cunha, Maria Amália de AlmeidaA sociedade contemporânea tem nos apresentado diferentes configurações familiares, em que avós são chamados a cuidar dos netos na ausência dos genitores. A literatura que trata desse tema nos mostra que os mais velhos oferecem, além da contribuição afetiva e emocional, auxílio no processo de escolarização dos netos e que isso se reflete na longevidade escolar. Nesse sentido, este estudo buscou compreender quais foram as principais estratégias e mobilizações dos avós que influenciaram a longevidade escolar e a inserção de seus netos jovens no Ensino Superior público. O referencial teórico pautou-se nas discussões do campo da Sociologia da Educação e das Relações Intergeracionais, revelando a lacuna de investigações sobre longevidade escolar de indivíduos de camadas populares criados pelos avós. A metodologia de pesquisa, de cunho qualitativo, pautou-se principalmente na aplicação de questionários a 279 estudantes do primeiro período dos cursos ofertados na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e na realização de entrevistas semiestruturadas com quatro estudantes e uma avó de cada uma delas, pertencentes aos meios populares, considerando aspectos da trajetória familiar e escolar. Entre os principais resultados da pesquisa, destacamos que todas as universitárias reconhecem a importância de suas avós ao longo de seus percursos escolares e pessoais, seja nos ensinamentos morais e éticos imprescindíveis à formação do ser humano, seja na contribuição ao longo do percurso na Educação Básica. Em relação às trajetórias escolares, notamos que as avós consideraram os esforços das netas, destacando o compromisso com as tarefas escolares e a criação de uma rede de apoio. As próprias famílias organizaram uma rotina de estudos e a supervisão apareceu como algo comum no processo de escolarização, manifestada em ações como a vigilância dos cadernos e boletins escolares, o comparecimento às reuniões escolares e o incentivo à leitura. Mesmo com baixa escolaridade, as avós das camadas populares ouvidas na pesquisa desenvolveram táticas que visaram à permanência das netas nos bancos escolares, o que indicou a necessidade de lançarmos luz ao papel destas protagonistas no processo de escolarização de netos por eles criados e/ou cuidados. Os resultados da pesquisa mostram, ainda, que as relações intergeracionais entre avós e netos são muito mais ricas do que podemos perceber em uma primeira análise e que, portanto, merecem estudos mais aprofundados na área da Educação, considerando que os avós cuidadores têm impacto no processo de escolarização de seus netos.Item Os estudos e a vida durante a pandemia de COVID-19 : vivências de jovens do ensino médio de uma escola pública de Mariana - MG.(2023) Pereira, Rodrigo Cesar Oliveira; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Silva, Luciano Campos da; Lacerda, Wania Maria GuimarãesEm meados de março de 2020 o mundo foi assolado pela pandemia de COVID-19 e o Brasil passou a dividir com outros países a dor das primeiras mortes causadas pelo novo Coronavírus. O contágio rápido e perigosamente exponencial fez com que, mesmo perante a inércia do poder Executivo, medidas de cuidados e prevenção fossem indicadas e aplicadas. Uma dessas medidas foi a suspensão das aulas presenciais em todos os segmentos educacionais, ação que resultou em grandes transformações socioeducacionais nas realidades vividas por jovens estudantes em todo o país. Esta pesquisa teve como objetivo geral investigar os principais desafios sociais e educacionais impostos aos jovens estudantes do Ensino Médio de uma escola pública de Mariana, em Minas Gerais, durante o ensino remoto emergencial, em consequência da pandemia de Coronavírus. A investigação teve viés qualitativo e além da pesquisa bibliográfica foram aplicados questionários a 67 jovens estudantes do 3o ano do Ensino Médio da escola selecionada nos seus três turnos de funcionamento. A partir dos questionários foram selecionados cinco jovens para a participação de um grupo focal. As análises foram orientadas pelas seguintes categorias: condições de acesso à internet, experiências adquiridas através do ensino remoto e relações familiares e com amigos. Os resultados demonstram que: O isolamento social provocado pela pandemia trouxe novos condicionantes das desigualdades sociais; mesmo frequentando a mesma escola pública estadual, os estudantes participantes da pesquisa apresentaram diferenças de acesso aos conteúdos, revelando clivagens sociais dentro de um mesmo espaço escolar; a estratégia de ensino remoto utilizada pelo Estado de Minas Gerais surtiu pouco ou nenhum efeito entre os estudantes participantes da pesquisa, que reconheceram a precariedade no processo de aprendizagem; os prejuízos observados na vida dos jovens estendeu-se para além das defasagens educacionais, apresentando reflexos nas vivências socioafetivas, em distúrbios emocionais e dificuldades de reintegração social. Concluímos que estes devem ser elementos a serem considerados como pontos de atenção e que exigem o estabelecimento de um esforço conjunto de políticas de Estado associadas ao apoio familiar.