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    Currículo, avaliação e a constituição do sujeito docente.
    (2016) Lima, Gabriela Pereira da Cunha; Mendes, Cláudio Lúcio
    O presente artigo analisa de modo articulado: a. o dispositivo curricular do Estado de Minas Gerais – Conteúdos Básicos Comuns (CBC) – e b. o dispositivo avaliativo a ele atrelado – Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública (SIMAVE) a partir da compreensão de que as práticas neoliberais presentes no Estado e na sociedade enquadram o currículo e a avaliação sob a ótica da economia. O viés de análise toma o neoliberalismo como uma forma de governo no sentido foucaultiano, ou seja, que produz processos de subjetivação sobre as populações docentes da rede pública estadual de Minas Gerais. Desse modo, o neoliberalismo usa a educação de forma interessada na produção do sujeito para o mercado, como um importante mecanismo do Capital Humano. Seguindo essa trilha teóricometodológica, investigamos empiricamente as mudanças em curso expressas em documentos oficiais da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (especialmente relacionados ao CBC e ao SIMAVE). Os resultados apontam o CBC como uma proposta sintonizada com o Choque de Gestão do governo de estado de 2003 a 2014 que coloca a educação do estado de Minas Gerais sob mecanismos de regulação gerencial e de resultados, ambos a favor da economia. Concluímos que a partir da articulação entre o CBC e o SIMAVE atuam práticas de mercado gerenciais e performáticas por meio de uma série de poderes e saberes que a ela estão associados, tornando as propostas curriculares supostamente indissociáveis dessas práticas e dos processos de subjetivação dos docentes.
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    A educação em Minas é uma grande empresa : reforma curricular, avaliação e subjetividade docente.
    (2015) Lima, Gabriela Pereira da Cunha; Mendes, Cláudio Lúcio
    Neste trabalho, problematizamos os efeitos das políticas educacionais neoliberais sobre a subjetividade docente, especialmente por meio dos dispositivos curriculares e de avaliação. De modo mais específico, analisamos a reforma educacional promovida no estado de Minas Gerais (2003 – 2014), nos atentando aos discursos e práticas curriculares e avaliativas que se dirigem aos professores e intentam controlar suas condutas. No primeiro capítulo justificamos o emprego da noção foucaultiana de governamentalidade como ferramenta teórico-metodológica, o que nos possibilitou compreender os mecanismos e as estratégias postos em ação pela reforma mineira como exercícios de poder ao mesmo tempo disciplinadores e performativos. No segundo apresentamos o programa de reforma do Estado instituído pelo governo de Minas Gerais a partir do ano de 2003, intitulado Choque de Gestão, apontando os aspectos da governamentalidade neoliberal que lhe serviram de base, bem como seus desdobramentos para a educação. O terceiro capítulo trata dos impactos da reforma curricular empreendida no contexto do Choque sobre a subjetividade docente, que instituiu os Conteúdos Básicos Comuns para toda a rede estadual. O quarto e último capítulo analisa o dispositivo avaliativo articulado em torno do Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública, com foco nas estratégias e tecnologias de controle e conduta do trabalho docente. Concluímos reforçando a importância de uma crítica atenta e permanente às reformas educacionais neoliberais, que agem no sentido de transformar a docência em um fazer pautado pelos preceitos da utilidade, da eficiência e da competitividade.