DEJOR - Departamento de Jornalismo
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Item Da beleza ao horror, da ditadura à resistência : a ressignificação de paisagens em Postcards from Brazil.(2022) Santos, Ana Carolina Lima; Vilela, Isabela de SouzaEste artigo investiga a obra Postcards from Brazil, realizada em 2016 por Gilvan Barreto, na qual fotografias de paisagens difundidas durante a ditadura civil-militar brasileira são transformadas em cartões-postais que, retalhados, passam a referenciar assassinatos ocorridos nos locais retratados. Busca-se, aqui, apreender de que forma a ressignificação dessas imagens visa o passado autoritário sob a ótica da reconstrução da verdade e da memória sobre a violência ditatorial. O artigo reflete sobre a noção de paisagem, inclusive no que diz respeito à sua constituição histórica. Em seguida, analisa como o artista a subverte em seus predicados imaginados na medida em que inscreve os crimes no espaço, dando visibilidade aos horrores da ditadura, em um mecanismo de resistência voltado para as vítimas, então eternizadas nos vazios impostos à paisagem.Item O registro cinematográfico de movimentos migratórios na poesia documental de Marcos Pimentel em Ossos da saudade (2021).(2022) Rocha, Adriano Medeiros daA proposta deste estudo é refletir sobre conceitos e formas utilizados na produção do longa metragem Os ossos da saudade (2021), desenvolvido pelo cineasta brasileiro Mar- cos Pimentel. O documentarista independente dedica-se à investigação da memória e suas relações com o tempo. Nesta pesquisa, propomos uma análise fílmica sensível da obra que traz à superfície a temática dos movimentos migratórios entre países de língua portuguesa e suas repercussões.Item As imagens de Dilma Rousseff da ditadura civil-militar ao impedimento.(2020) Santos, Ana Carolina LimaA fotografia, entendida em seu valor de testemunho histórico e em sua potência poética, pode comportar leituras distintas dos fatos, de como eles foram e de como poderiam ter sido. Este artigo investiga de que modo essas duas facetas se apresentaram em imagens de Dilma Rousseff feitas na ditadura civil-militar e reformuladas durante a campanha eleitoral de 2014 e a luta contra o impedimento de 2016. Por meio da análise do processo de transmutação (de forma, mas também de sentido e de adequação memorialista) pelo qual passaram essas imagens, avaliam-se as implicações da mudança de temporalidade que as permeou, posto que, recompostas e ressignificadas, as fotos já não aludiam mais a um passado dado e se configuravam como materializações de uma instância simbólica que apontava para o futuro, para certo horizonte de expectativas. Além disso, tenta-se explicitar como, ao propor comparações entre passado e presente, as imagens inadvertidamente ajudaram a sabotar o amanhã por elas almejado.Item Imaginando o Holocausto a partir de Faces of Auschwitz : da fotografia à escrita, do texto à imagem.(2020) Santos, Ana Carolina Lima; Teixeira, Rafael TassiEm Faces of Auschwitz, projeto da artista brasileira Marina Amaral, alguns retratos de identificação realizados no campo de extermínio nazista são colorizados e apresentados com escritos que narram as histórias dos prisioneiros fotografados e/ou do Holocausto. Este artigo, aprofundando análise anterior dos autores, investiga as relações entre as imagens e os textos para entender de que maneira as articulações verbovisuais propostas na obra ensejam a possibilidade de realização imaginativa para a comemoração dos sujeitos e do acontecimento maior que os vitimou. Observa-se, mais precisamente, como fotografias e palavras colaboram para a exposição de uma condição biográfica capaz de (re)fundar testemunhos.Item O testemunho como elemento central na produção jornalística : a narrativa de Operação Massacre.(2018) Maia, Marta Regina; Barretos, Dayane do CarmoEsse trabalho tem como objetivo refletir sobre o testemunho como centro da produção de narrativas jornalísticas, tendo como mote o livro Operação Massacre, de Rodolfo Walsh. Recorremos, metodologicamente, à Análise da Narrativa, a partir de uma visada ampla que compreende a construção de narrativas enquanto um processo para além da materialidade textual e que nos permite inserir a figura do jornalista enquanto protagonista do ato de narrar. Ato que reflete não só as escolhas desse jornalista narrador, mas do modo de apropriação do mundo que está ligado a um contexto sóciohistórico-político-cultural.Item Sobre paisagens conhecidas e corpos anônimos : memórias fotográficas do fluxo migratório no Mediterrâneo.(2019) Santos, Ana Carolina Lima; Teixeira, Rafael TassiNos últimos trinta anos, uma série de fotografias jornalísticas que retrata o drama de africanos e médio-orientais tentando (e quase sempre fracassando em) cruzar o Mediterrâneo tem produzido memórias sobre a questão migratória. Este artigo parte da análise de algumas dessas imagens a fim de discutir de que modo à construção memorialística, conformada a partir de certa política do testemunho, pode ser capaz de entrelaçar dever de memória e dever civil de ação. Trabalha-se com imagens que estabelecem relação entre as paisagens conhecidas (do mar e da praia) e os corpos anônimos (de imigrantes cujas identidades e trajetórias permanecem indefinidas) que parecem desestabilizá-las, uma relação marcada pela noção de fronteira – a qual, ao mesmo tempo em que serve para separar, abre uma possibilidade de unir o familiar e o estranho.Item Uma viagem no tempo : nostalgia e memória numa edição da Trip.(2017) Tavares, Frederico de Mello Brandão; Prado, Denise Figueiredo Barros doNeste artigo, analisa-se como a revista Trip, em edição especial voltada para a temática do vintage e do retrô, articula, a partir da memória, sentidos sobre o passado e elabora uma conceitualização sobre o tema. Discute-se como a revista, ao cruzar diversos regimes temporais, afirma uma posição editorial enquanto oferta ao leitor a possibilidade de reviver uma experiência passada – ou vivê-la – de forma utópica. A revista utiliza-se das noções de saudade e nostalgia para construir uma leitura do “retrô” como fenômeno. Observa-se que Trip confere valor a práticas culturais e midiáticas através de uma escala de referências tanto do imaginário coletivo quanto da lógica noticiosa e do consumo. Com isso, a publicação cria um movimento de autorreferencialidade e uma temporalidade para seus leitores e para si mesma.Item Entrevendo olhares espectrais : as fotografias de vítimas das ditaduras em obras de arte contemporâneas.(2018) Santos, Ana Carolina LimaEste artigo analisa os catálogos de três exposições apresentadas no Memorial da Resistência de São Paulo que têm como principal material expressivo fotografias de mortos e desaparecidos políticos, vítimas das ditaduras civilmilitares da Argentina, do Brasil e do Chile. “Buena memoria”, de Marcelo Brodsky, “Ausenc’as”, de Gustavo Germano, e “119”, de Cristian Kirby, são examinados pelo modo como mobilizam esses retratos, destacados em suas estratégias próprias. Guardadas as singularidades de cada trabalho, a análise aponta neles uma potência comum: a capacidade de agenciar os olhares encarnados nas imagens, que então podem mirar de volta os espectadores para deles exigir recordação, responsabilização e redenção.Item A entrevista como tema de pesquisa no campo da comunicação.(2018) Mariano, Agnes Francine de CarvalhoO objetivo do trabalho é investigar o que tem sido e o que não tem sido debatido a respei-to da entrevista na pesquisa científica brasileira no campo da comunicação. Inicialmente observamos pesquisas apresentadas nos últimos 10 anos no maior congresso da área. Foram identificados três eixos principais: discurso, interação e memória. Em seguida, re-visitamos os dois trabalhos mais citados pelos pesquisadores, de Edgar Morin e Cremilda Medina. Identificamos aspectos de destaque na formulação de ambos e também os silen-ciados. A comparação desses aspectos com a abordagem da entrevista em outro campo, o da história oral, demonstrou que, na comunicação, é preciso ampliar o debate, ainda incipiente, sobre temas como: relação de poder entre entrevistador e entrevistado; com-partilhamento de benefícios; elaboração de perguntas e entrevistas sobre traumas. A am-pliação desse debate justifica-se ainda pela dissonância entre práticas jornalísticas arrai-gadas e novas demandas da comunicação contemporânea.Item O cinema Maxakali : a narrativa audiovisual como ação política.(2018) Maia, Marta Regina; Andrade, Andriza Maria Teodolino deO cinema indígena tem adquirido força no interior do campo da comunicação e antropologia com diversas pesquisas sobre o tema. Essa potência se torna mais relevante dentro de uma sociedade que ainda reforça tantos preconceitos e estereótipos em torno da população indígena. Nesse contexto, este artigo tem como objetivo apresentar a produção dos cineastas Maxakali, que vêm realizando seus filmes em uma narrativa compartilhada e comunitária entre os membros da Aldeia Verde, seus pajés e seus yãmiy, os povos espíritos que tanto os ajudam e fortalecem. Nesse trabalho, consideramos, como eixos teóricos, o ponto de vista de um “território multiperspectivado”, a relação entre os espíritos da natureza e os rituais e o espaço compartilhado no processo de produção fílmica. A perspectiva metodológica acontece por intermédio da análise das narrativas fílmicas, avaliando a produção audiovisual da comunidade como um ato político que contribui para a reverberação dos gestos, costumes e modo de vida da comunidade, além de contribuir para o registro e atualização da memória identitária da nação indígena.